terça-feira, 26 de maio de 2009

Barreiras de concreto 'fecham pobres em guetos' no Rio, diz 'Times'

Os muros em construção pelo governo ao redor das favelas nos morros do Rio de Janeiro estão dividindo ainda mais uma cidade já separada entre ricos e pobres, afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário britânico The Times.
O jornal observa que os críticos do projeto dizem que as barreiras de concreto, de até três metros de altura, transformarão as favelas em guetos, segregando os seus habitantes ao separá-los das áreas mais ricas.
A reportagem comenta que o governador do Rio, Sérgio Cabral, argumenta que seu projeto de cercar 13 favelas tem como objetivo evitar que sua expansão destrua a vegetação dos morros.
Mas o jornal diz que "em uma cidade rachada pela violência, pela desconfiança e pela desigualdade social, poucos acreditam nele".
Muro de Berlim
O Times cita o escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura, que comparou os muros no Rio ao Muro de Berlim e às barreiras nos territórios palestinos, e contrasta suas declarações às do presidente da empresa de obras públicas do Rio, Ícaro Moreno Júnior.
Segundo Moreno Júnior, as áreas verdes dos morros cariocas podem desaparecer em dez anos se nada for feito. "Estamos protegendo a floresta. Não estamos dividindo as pessoas. É maluquice comparar isso ao Muro de Berlim ou à Faixa de Gaza", disse ele ao Times.
O jornal observa que, apesar das críticas, muitos moradores apoiam o projeto. Esse é o caso do morador do morro Dona Marta José Raimundo Brito, de 26 anos, para quem "as coisas melhoraram com o muro".
Segundo ele, outras obras públicas recentes na favela, como a instalação de uma base da polícia e de uma linha de bonde gratuito para a subida do morro, elevaram o valor da casa de sua irmã no último ano, de cerca de R$ 8 mil para cerca de R$ 15 mil.
Mas para Rubem César Fernandes, diretor da ONG Viva Rio, que se dedica à redução da violência nas favelas, os muros são "um símbolo agressivo das divisões mais profundas dentro da cidade".
"Um muro satisfaz a opinião pública. Simbolicamente é um controle. Mas é uma má solução para um problema real", disse ele ao jornal.
Atualizado em 26 de maio, 2009 - 07:52 (Brasília) 10:52 GMT . BBC Brasil

Site da II CONAPIR promove bate-papo sobre Comunidades Tradicionais

No próximo dia 3 de agosto (quarta-feira), às 18h, começa a etapa virtual da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (II CONAPIR). O subsecretario de Políticas para Comunidades Tradicionais (Subcom) da SEPPIR, Alexandro Reis, vai tirar dúvidas on line e debater os principais temas relacionados à Plenária Nacional de Comunidades Tradicionais, marcada para os dias 6 e 7 de junho, em Brasília. Em pauta: QUILOMBOLAS - A regularização fundiária de terras quilombolas é uma prioridade da SEPPIR. Mas a disputa judicial e política em torno do Decreto nº 4.887, que representou um avanço no reconhecimento dos direitos dos remanescentes de quilombos, coloca sob risco a execução do Programa Brasil Quilombola. CIGANOS - A inauguração do primeiro Centro de Referência Cigano da América Latina, no município de Souza (PB), vai se tornar um marco nas ações intergovernamentais para a valorização dos povos de etnia cigana. Mas os desafios ainda são grandes até que os ciganos tenham pleno direito à cidadania, como acesso ao registro civil, educação e serviços de saúde. COMUNIDADES DE TERREIROS - Além da parceria com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para defesa e proteção dos terreiros e o mapeamento das casas de religiões de matriz africana, outras ações afirmativas estão na ordem do dia. Uma delas é a construção do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. INDÍGENAS - Para as populações que resistem em suas terras, o Governo dispõe de políticas publicas específicas. Porém, os indígenas que vivem fora das aldeias, nos grandes centros urbanos, acabam socialmente marginalizados. As ações voltadas especialmente para este grupo exigem debate aprofundado. Para participar, basta preencher o cadastro no site www.conapir2009.com.br , na seção "Conferência Virtual". Nas próximas semanas serão discutidos os seis eixos temáticos da Conferência, cujas contribuições serão encaminhadas à etapa nacional. Através de bate-papos, especialistas vão estimular a discussão das diretrizes sobre os temas a saber: Saúde, Educação e Cultura, Trabalho, Terra, Justiça e Segurança, e Política Internacional. A discussão continua no ar após o término dos bate-papos, no formato de fóruns, no qual todas as pessoas que se cadastrem poderão opinar.
Mais informações:Coordenação de Comunicação SocialSecretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade RacialPresidência da RepúblicaEsplanada dos Ministérios, Bloco A, 9º andar - 70.054-906 - Brasília (DF)Telefone: (61) 3411-3659 / 4977