domingo, 3 de maio de 2009

Presos suspeitos de matar casal em Curitiba

As investigações mostram que o crime foi motivado pela disputa num grupo de neonazistas.
Em Curitiba, a polícia apresentou, neste sábado, seis acusados de envolvimento no assassinato de um casal de namorados. As investigações mostram que o crime foi motivado pela disputa num grupo de neonazistas. São todos jovens de classe média e com formação universitária. Um deles, soldado do exército, foi preso dentro do quartel em Curitiba. Também houve prisões em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Na casa dos acusados foi encontrado material que segundo a polícia faz apologia ao nazismo. As investigações começaram, depois do assassinato de um casal na região de Curitiba, que teria sido motivado por uma disputa pela liderança do movimento no Paraná. Bernardo Deyrel pedroso, de 24 anos e Renata Waeschter Ferreira, de 21 anos, foram mortos a tiros na saída de uma festa, no dia 21 de abril. As imagens feitas por um integrante do grupo mostram a festa, uma comemoração pelo aniversário do ditador nazista, Adolf Hitler. As investigações apontam que a arma do crime foi trazida da argentina. A polícia afirma que o administrador de empresas, Ricardo Barlolo, preso em São Paulo, é o mandante do assassinato dos dois estudantes. Ele negou. Para a polícia, Ricardo encomendou o crime para acabar com a formação de uma facção paralela do grupo no Paraná.
02/05/09 - 21h52 - Atualizado em 02/05/09 - 21h5. GLOBO.COM

Afrocentricidade

Afrocentricidade

400 págs., R$ 69,90

de Elisa Larkin Nascimento (org.). Trad. Carlos Alberto Medeiros e Elisa L. Nascimento. Selo Negro (r. Itapicuru, 613, 7º andar, CEP 05006-000, São Paulo, SP, tel. 0/ xx/ 11/ 3872-3322).O quarto livro da coleção Sankofa discute a abordagem historiográfica do ponto de vista africano e mostra suas aplicações teóricas em temas como identidade da mulher negra e o papel histórico dos descendentes de escravos fugidos.

Conferência contra o racismo

Apesar de décadas de mobilização, a verdade é que o racismo persiste. Nenhuma sociedade, rica ou pobre, está imune

NAVI PILLAY

A CONFERÊNCIA de Revisão de Durban aconteceu em Genebra na semana passada e o mundo não parou de girar, como os detratores da conferência queriam que pensássemos que aconteceria. De fato, é possível que o mundo tenha se tornado um lugar melhor, agora que a conferência adotou por consenso um documento que se inspira no compromisso, assumido em Durban (África do Sul) há oito anos, de combater a discriminação racial e a intolerância em todo o mundo. Apesar de décadas de mobilização, dos esforços de muitos grupos e de muitas nações e das inúmeras provas de suas terríveis consequências, a verdade é que o racismo persiste. Nenhuma sociedade, grande ou pequena, rica ou pobre, está imune. A conferência de Genebra (Suíça) foi uma oportunidade para os países chegarem a um acordo sobre um documento comum que consagrasse uma aspiração comum: a de rejeitar o racismo em todas as suas manifestações e trabalhar para eliminá-lo. No entanto, durante mais de um ano, algumas vozes apelaram ao boicote da conferência. Essa oposição se baseava, em grande medida, no receio de que o encontro desencadeasse a repetição das virulentas atividades antissemitas que algumas ONGs levaram a cabo em 2001, à margem da conferência em Durban. Os atos deploráveis de uns quantos mancharam a reputação de todo o processo, desde 2001 até este ano. Dez Estados-membros da ONU, incluindo Canadá, Israel, EUA, Austrália e Nova Zelândia, e 5 dos 27 países da União Europeia decidiram não participar do encontro de Genebra, que foi convocado pela Assembleia Geral da ONU para analisar a aplicação da Declaração e Programa de Ação de Durban, o documento final da conferência de 2001. A ausência desses países revelou-se preocupante quando, no primeiro dia da conferência, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pronunciou um discurso em que atacava Israel, os EUA e outros Estados ocidentais, utilizando o fórum da ONU para uma retórica política facciosa. Contudo, essa atitude foi rotundamente rejeitada no dia seguinte com a adoção, por consenso, de um documento que constitui a última palavra da conferência. Os Estados demonstraram determinação, espírito de compromisso e respeito pela diversidade ao se mobilizarem, unidos, em prol de uma causa comum e urgente. Esperamos que o acordo gere efeitos benéficos duradouros para as inúmeras vítimas do racismo, da discriminação e da intolerância. No documento, os Estados se comprometeram a impedir manifestações de racismo, discriminação racial e xenofobia, sobretudo em relação a migrantes, refugiados e requerentes de asilo. Eles também acordaram em promover maior participação e oportunidades para as pessoas de origem africana e asiática, os povos indígenas e os indivíduos pertencentes a minorias étnicas, religiosas e linguísticas. Comprometeram-se a assegurar que a discriminação não afete aberta ou dissimuladamente o acesso a emprego, serviços sociais, cuidados de saúde e participação em outras esferas. O documento reafirma a importância fundamental da liberdade de expressão e sublinha sua compatibilidade com a legislação internacional em vigor que proíbe a incitação ao ódio. Isso deveria ajudar a superar a divisão artificial em torno de certos assuntos sensíveis relacionados com a religião, que, à força de ser tão falada, poderia tornar-se uma realidade, desencadeando um conflito de civilizações. Além disso, o documento final representa o importante reconhecimento das injustiças e atrocidades do passado e propõe medidas para evitar que voltem a acontecer. Entre elas figura o compromisso de proibir atividades violentas, racistas e xenófobas de grupos que adiram a ideologias baseadas na supremacia. A conferência proporcionou uma plataforma para um novo começo. Os poucos Estados que decidiram manter-se à margem deveriam avaliar agora o documento final em razão do seu mérito e conteúdo. Muitos desses Estados participaram da sua elaboração e fizeram parte do consenso que foi se estabelecendo até a véspera da conferência. É por isso que tenho esperança de que se associarão aos esforços internacionais para combater o racismo e a intolerância formulados nesse importante documento. Não devemos ceder espaço àqueles que pretendem alimentar uma controvérsia que contribui para a intolerância. É mais importante para não permitir que nos façam esquecer nosso objetivo principal: fomentar sociedades em que não haja discriminação e um mundo em que haja igualdade de tratamento e de oportunidades para todos nós ou, pelo menos, para nossos filhos e os filhos dos nossos filhos. NAVI PILLAY, mestre e doutora em direito pela Universidade Harvard, é a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Foi a primeira mulher não branca a atuar na Suprema Corte da África do Sul.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br
São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009. Folha de São Paulo, Opinião.

Jovens afro-brasileiros participam de Conferência em Washington D.C.

Os empreendedores afro-brasileiros que integram o intercâmbio Jovens nos Negócios da Organização Levantamos chegaram a Washington D.C., capital administrativa dos Estados Unidos, em um momento importante para o país. Nesta quarta-feira, 29 de abril, completam os cem primeiros dias do Governo do presidente Barack Obama, motivo de balanços e avaliações.
Enquanto dezenas de jornalistas e profissionais de imprensa se aglomeravam em frente à Casa Branca, sob frio e fina chuva que caía, em busca de um anúncio oficial, bem perto dali, no Departamento de Estado Americano, os jovens baianos e cariocas participavam, como prestigiados convidados, da Conferência sobre o Plano de Ação para a Promoção da Igualdade Étnica e Racial. 0 Plano foi assinado entre os governos brasileiro e americano, em 2008, e esta foi a segunda reunião de gestores, ocorrida nos dias 29 e 30 de abril. São diversas ações adotadas nos dois países que mobilizarão recursos em torno de U$5 milhões de dólares.
O encontro reuniu militantes, pesquisadores e autoridades do Brasil e dos Estados Unidos, como o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, e o secretário de Estado adjunto para a América Latina (EUA), Thomas Shannon. Entre os temas debatidos: ações afirmativas na educação, intercâmbios culturais, manutenção de centros de memórias da presença negra na Diáspora (como o Museu Afro Brasil de São Paulo), a contribuição dos meios de comunicação no combate às desigualdades e os direitos civis conquistados por afrodescendentes no Brasil e nos Estados Unidos.
Intervenções - As jovens empresárias baianas marcaram presença com intervenções e questionamentos pertinentes. A primeira a falar foi Samadá Kinté, proprietária da marca Flor da Pele, que reúne manicures que prestam serviços de pinturas, decoração e alongamento de unhas e atendem em domicílios. A jovem empresária ressaltou a importância do conhecimento da história negra para a elevação da auto-estima e afirmação dos jovens. Ela aproveitou a presença de Howard Dodson, diretor do Museu Schomburg, localizado no Harlem, Nova Iorque, para elogiar o rico acervo mantido pelo museu, que foi visitado pelos jovens no início do intercâmbio.
Na terceira mesa, que teve como tema as leis de combate às desigualdades, foi a vez de Elísia de Jesus Santos chamar a atenção para a resistência apresentada pelo povo negro para sobreviver ao racismo. Essa força foi comparada, pela empreendedora, à garra do alpinista frente ao Monte Everest (maior montanha do mundo). Elísia é socióloga e cabeleireira e, junto com duas sócias, gerencia o Rosas Negras, serviço especializado em cabelos crespos.
Educação - Ativista do movimento social e artesã de produtos feitos com materiais recicláveis, a jovem Ceide Crisarte focou na educação como ferramenta de transformação social. A jovem destacou a experiência de visitar duas escolas públicas americanas, graças ao intercâmbio, onde viu de perto o ensino do empreendedorismo e da responsabilidade social na sala de aula, para jovens a partir dos níveis iniciais. Para Ceide, que une responsabilidade social e ambiental em seu negócio, essa experiência deveria ser adotada nas escolas públicas brasileiras, para a formação de jovens com espírito empreendedor.
O Grupo recebeu importantes incentivos dos presentes, inclusive de políticos negros norte-americanos, como o embaixador Larry Palmar, da Comissão Interamericana para o Desenvolvimento e o deputado do Congresso Americano, Gregory Mieks, que fez três pedidos aos jovens: "não desistir", "acreditar em seu próprio potencial" e "não esquecer de onde vieram". Após as palestras, houve troca de experiências e contatos com empreendedores sociais e executivos de grandes empresas como as multinacionais: Nike e Mac Donald´s.
Califórnia - Nesta quinta-feira, 30, os jovens chegaram à cidade de São Francisco, na Califórnia, última cidade a ser visitada pelo intercâmbio. Na programação, visita ao Museu da Diáspora Africana, ao Centro de Direitos Humanos Ella Baker, além de reuniões e capacitações. Os empreendedores voltam à Salvador no dia 06 de maio.
Para mais informações sobre este intercâmbio e o acompanhamento da viagem dos jovens, acessem:
http//jovensnosn
osnegocios.blogspot .com

sábado, 2 de maio de 2009

Briga entre evangélica e umbandista vai parar na delegacia

Confusão entre patroa e empregada doméstica foi na segunda (27).Doméstica é acusada de lesão corporal e roubo, entre outros crimes.

Uma empregada doméstica, evangélica, está sendo acusada pela patroa, umbandista, de lesão corporal, roubo, cárcere privado e tentativa de incêndio. Segundo o delegado Antônio Ricardo Nunes, da 24ª DP (Piedade), as duas brigaram na casa da patroa na segunda-feira (27), que fica em Piedade, no subúrbio do Rio.

De acordo com o delegado, a vítima disse na delegacia que a empregada teria ficado nervosa quando viu a patroa pendurando roupas no varal, pois aquilo seria um trabalho dela. Na ocasião, a acusada teria dito ainda que sabia que seria demitida, já que tinha “recebido uma mensagem de Deus”.
As duas começaram a discutir e brigar. Segundo o registro feito na delegacia, durante a discussão, a empregada teria ofendido a patroa chamando ela de “macumbeira safada”. A acusada teria usado uma tesoura para agredir a vítima, e ainda teria tentado botar fogo em algumas roupas.

A patroa disse na delegacia que ficou presa em um quarto, mas conseguiu sair da casa com a chegada de seu genro. Segundo o delegado, a mulher está com hematomas e cortes nas mãos. Segundo ele, a empregada doméstica foi encontrada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e vai prestar depoimento na delegacia.

Do G1, no Rio . 30/04/09 - 16h35 - Atualizado em 30/04/09 - 16h35
http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1104585-5606,00.html