Documento publicado na internet teve último post horas antes de ataques. Pai de Anders Behring Breivik está em choque, afirma jornal norueguês.
Documento tem o nome de Andrew Berwick na capa (Foto: Reuters)
A polícia da Noruega confirmou neste domingo (24) que um manifesto de 1.500 páginas com conteúdo anti-islâmico foi publicado por Anders Behring Breivik na sexta, horas antes do duplo ataque que matou 93 pessoas em Oslo.
O livro online descreve o plano, a fabricação de explosivos e a violenta filosofia por trás do ataque a bomba no centro de Oslo e o tiroteio no acampamento de jovens do Partido Trabalhista na ilha de Utoeya.
“Este manifesto foi publicado no dia dos eventos. Temos a confirmação disso”, disse o chefe da polícia, Sveinung Sponheim, em entrevista neste domingo (24).
O documento afirma que o ataque já era preparado desde o outono (no hemisfério norte) de 2009.
Publicado na Internet diariamente, o texto inclui um manual sobre como montar bombas e um discurso contra o Islã e o marxismo.
Com o nome de "Andrew Berwick" na capa como autor, o documento detalha os preparativos da ação, destacando "o uso do terrorismo como um meio de despertar as massas", e admite que será lembrado como "o maior monstro nazista desde a II Guerra Mundial". Também inclui fotos do norueguês vestido com diferentes trajes e segurando uma arma
Foto retirada do documento online e modificada digitalmente para retirar fundo da imagem mostra Anders Behring Breivik segurando arma (Foto: AP)
Com várias referências históricas, o manifesto inclui numerosos detalhes da personalidade do agressor, seu modus operandi para fabricar bombas e seu treinamento de tiro, além de um minucioso diário dos três meses que precederam o ataque.
O texto, escrito em inglês, tem o título "A European Delaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083) e é firmado sob o pseudônimo "Andrew Berwick".
Pai'chocado' Um jornal norueguês disse ter entrevistado o pai do homem acusado pelos ataques, que disse estar em choque e que só soube do envolvimento do seu filho por meio de sites de notícias.
“Eu estava lendo sites de notícia e, de repente, vi o nome dele e uma foto na internet”, disse o homem ao jornal “Verdens Gang”. Segundo o diário, o pai de Anders Behring Breivik foi entrevistado em “algum lugar da França”, onde vive aposentado.
“Eu fiquei chocado ao saber aquilo. Ainda não me recuperei”, disse o homem, que afirmou não ter contato com o filho desde 1995.
Em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingo (República Dominicana), definiu-se que este dia seria o marco internacional da luta e resistência da mulher negra. Desde então, vários setores da sociedade têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida pelas mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
Os brasileiros aprovam investimentos em segurança nacional. Somos o que Charles Glaser chama de "security seekers" (motivados pela segurança). Não somos gananciosos do ponto de vista de uma expansão territorial. Queremos dissuasão. Daí os submarinos e caças voltados para defesa.
Mais difícil é convencer a opinião pública de que isso deve ocorrer enquanto mantemos desguarnecida a fronteira terrestre. Drogas, armas e carros roubados entram e saem do país pelos vizinhos sem que haja uma efetiva política de combate ao crime transnacional.
Nem mesmo a discussão sobre as negociações envolvendo o controle da tecnologia nuclear é socializada. O governo se recusa a assinar o Protocolo Adicional do Tratado de Não Proliferação sem debate interno. Pode, sim, ter razão, mas a palavra final deve ser da sociedade brasileira, que já expressou constitucionalmente sua preferência.
Dilma fez bem ao interromper uma espiral negativa custosa ao Brasil. Em particular nos EUA, a voluptuosidade do governo anterior gerou incertezas sobre as motivações benignas brasileiras em episódios como os do Irã e de Honduras, país com o qual, aliás, já reatamos relações, felizmente.
A política externa brasileira está voltada para os objetivos de Estado, e não diretamente para os da sociedade. Há uma inversão de valores que já deveria ter sido superada pela democracia. Se os brasileiros estiverem bem, o Estado brasileiro também estará. Simples, mas ainda não compreendido por Brasília.
Diplomatas consideram um rebaixamento ver a política externa como uma política pública.
Não temos uma política de combate efetivo ao crime organizado na região. Mas não é só isso. Falta-nos também uma estratégia para reconquistar mercados industriais. Cento e noventa milhões não cabem em uma economia sem indústria.
Não há nada de criativo na dependência comercial com a China. Estamos apenas seguindo fluxos, passivamente. Aos seus 20 anos, o Mercosul despista.
O apoio brasileiro à França no FMI contra um candidato mexicano escancara uma verdade inconveniente: a América Latina está no discurso do governo, mas, na prática, as relações são cada vez mais preenchidas pelas grandes potências, antigas e emergentes.
As núpcias com os franceses não significam, contudo, iniciativas consistentes para a Europa.
Ao abrigar um terrorista, arruinamos afinidades com a Itália. Em Haia, podemos passar um vexame, cuja causa faria Ruy Barbosa ruborescer. Desrespeitamos o direito internacional.
Já a vitória apertada na FAO (por 92 votos a 88), após uma era de fracassos na ONU, é reveladora das dificuldades enfrentadas pela nossa diplomacia. Foi como se, depois de sucessivas derrotas, quase empatássemos contra um time debilitado em jogo difícil.
O Brasil é potência mundial na produção de alimentos.
Caminhamos do nosso jeito para desempenhar um papel significativo no mundo, como uma nação de grandes qualidades. Com destaque para a agenda ambiental, cuja centralidade pouco a pouco o Itamaraty aceita. Conviria dar mais atenção à sociedade. O Estado tem hoje uma política externa à deriva. E os brasileiros, quando terão alguma?
Marcelo Coutinho é professor de relações internacionais da UFRJ e do IUPERJ.
Cor ou raça influencia na vida para 63,7% dos brasileiros, aponta IBGE
Estudo foi realizado em cinco Estados e no Distrito Federal com pessoas com 15 anos ou mais
iG São Paulo | 22/07/2011 10:50
Cor ou raça influencia na vida das pessoas para 63,7% dos brasileiros, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira. A “Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça” foi realizada em 2008, em uma amostra de cerca de 15 mil domicílios - com pessoas com 15 anos ou mais -, no Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.
No Distrito Federal, houve o maior percentual de resposta afirmativa (77%). O menor foi no Amazonas (54,8%). As mulheres apresentam percentual maior do que os homens: 66,8% delas disseram que a cor ou raça influenciava, contra 60,2% deles. Na divisão por grupos etários, os maiores índices ficaram com as pessoas de 25 a 39 anos (67,8%), seguidas pelas pessoas de 15 a 24 anos de idade (67,2%). Os dois grupos se alternam na liderança desse quesito em todos os Estados, mas no Distrito Federal o destaque é do grupo de 40 a 59 anos, com 79,5%.
Estado
Sim
Não
Não sabe
Total
63,7
33,5
2,8
Amazonas
54,8
38,6
6,6
Paraíba
63,0
30,7
6,3
São Paulo
65,4
32,2
2,5
Rio Grande do Sul
57,9
39,7
2,4
Mato Grosso
59,6
36,8
3,5
Distrito Federal
77,0
22,7
0,4
Sobre situações em que a cor ou raça influencia a vida das pessoas, em primeiro lugar aparece “trabalho” com 71%. Em seguida vêm a “relação com justiça/polícia” citada por 68,3%, “convívio social” (65%), “escola” (59,3%) e “repartições públicas” (51,3%).
O Distrito Federal se destacou com os maiores percentuais de percepção da influência da cor ou raça em quase todas as situações citadas, tais como “trabalho” (86,2%), “relação com justiça/polícia” (74,1%), “convívio social” (78,1%), “escola” (71,4%) e “repartições públicas” (68,3%). Apenas em “casamento”, a Paraíba ficou com 49,5% contra 48,1% do Distrito Federal. Autoclassificação de cor e raça
Dos entrevistados, 96% afirmam que saberiam fazer sua autoclassificação no que diz respeito a cor ou raça. Ao ser indagada a cor ou raça (com resposta aberta), 65% dos entrevistados utilizaram uma das cinco categorias de classificação do IBGE: branca (49,0%), preta (1,4%), parda (13,6%), amarela (1,5%) e indígena (0,4%), além dos termos “morena” (21,7%, incluindo variantes “morena clara” e “morena escura”) e “negra” (7,8%).
Entre os Estados, o Amazonas se destacou com o menor percentual de respostas para cor “branca” (16,2%) e a maior proporção de uso do termo “morena” (49,2%). Já o maior percentual da resposta “negra” foi no Distrito Federal (10,9%), onde as respostas “branca” e “parda” tiveram proporções iguais (29,5%). Cor da pele
Entre as dimensões de identificação oferecidas aos entrevistados, em relação à auto-identificação de cor ou raça, a que mais aparece é a “cor da pele”, citada por 74% dos entrevistados. Seguem “origem familiar” (62%) e “traços físicos” (54%).
Na identificação das “pessoas em geral”, a dimensão mais citada foi a “cor da pele” (82,3% dos entrevistados), seguida de “traços físicos (cabelo, boca, nariz, etc.)” (57,7%) e “origem familiar, antepassados” (47,6%).
No contexto do Ano Internacional dos Afrodescendentes, a Unidade Anti-Discriminação do escritório do Alto Comissariado de Direitos humanos das Nações Unidas está lançando um programa de Bolsas para descendentes de africanos de 10 de outubro a 4 novembro de 2011.
O programa de bolsas proporcionará a oportunidade de aprofundar a compreensão do Sistema de Direitos Humanos das Nações Unidas e de seus mecanismos, com foco em questões de particular relevância as pessoas de ascendência africana.
Isso permitirá aos bolsistas contribuir de forma mais efetiva à proteção e a promoção dos Direitos civis, políticos, econômicos, sociais e cultural dos Afrodescendentes em seus respectivos países e comunidades.
Quem pode se candidatar?
* O candidato deve ser afrodescendente
* O candidato deve ter no mínimo 4 anos de experiência no tratamento de questões relativas aos afro-descendentes ou minorias.
* O candidato deve ser fluente em inglês.
* Uma carta de apoio de uma organização afrodescendente ou da comunidade
Processo de Seleção
Na seleção dos bolsistas, as questões de gênero, e um equilíbrio regional serão levados em conta. Os documentos apresentados deverão estar em Inglês.
Direitos
O candidato selecionado tem direito a uma bolsa para cobrir alojamento, as despesas básicas em Genebra, seguro básico de saúde, bem como um retorno de avião com bilhete de classe econômica.
Aplicação
Os candidatos interessados são convidados a apresentar o seu pedido por e-mail para: africandescent@..., ou por fax para: 004122-928 9050 com uma carta de apresentação indicando claramente “Application to the 2011 Fellowship Programme for People of African Descent”, com os seguintes documentos:
* curriculum vitae
* carta de motivação (máximo de 1 página) onde o candidato explicará sua motivação para a candidatura, o que ele/ela espera alcançar através da
bolsa e como ele/ela usará o que aprendeu para promover os interesses e os direitos dos afro-descendentes
* uma carta de apoio de uma organização /entidade parceira.
O prazo para recepção de aplicações é 15 de junho de 2011. Somente os candidatos pré-selecionados serão contatados.