quinta-feira, 9 de junho de 2011

STF concede liberdade a Cesare Battisti

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Quarta-feira, 08 de junho de 2011
STF concede liberdade a Cesare Battisti
Por 6 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na noite desta quarta-feira (8), que o italiano Cesare Battisti deverá ser solto. Ao proclamar o resultado do julgamento, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, afirmou que o italiano somente poderá ser libertado se não estiver preso por outro motivo. Battisti responde a uma ação penal no Brasil por uso de documento falso.
Para a maioria dos ministros, a decisão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva de negar a extradição de Battisti para a Itália é um “ato de soberania nacional” que não pode ser revisto pelo Supremo. Esse foi o entendimento dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Ayres Britto e Marco Aurélio.
“O que está em jogo aqui é um ato de soberania do presidente da República. A República italiana litigou contra a República Federativa do Brasil”, reafirmou o ministro Fux, que já havia expressado o mesmo entendimento ao votar pelo não conhecimento da reclamação ajuizada pelo governo da Itália para cassar o ato do ex-presidente Lula.
Para a ministra Cármen Lúcia, uma vez não conhecida a reclamação do governo italiano, o ato do ex-presidente permanece hígido. “Considero que o caso é de soltura do então extraditando”, disse. Ela acrescentou que o ex-presidente, ao acolher os fundamentos de parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) para negar a extradição, não estava vinculado à decisão do Supremo, que autorizou a extradição.
O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que, quando analisou o pedido de extradição, em novembro de 2009, se convenceu que Cesare Battisti foi condenado por cometer crimes contra a vida. “Mas neste momento não é essa a questão que está em jogo”, ressaltou. Para Lewandowski, o ato do ex-presidente da República ao negar a extradição é uma verdadeira razão de Estado. “Entendo que o presidente da República praticou um ato político, um ato de governo, que se caracteriza pela mais ampla discricionariedade”, concluiu.
O ministro Joaquim Barbosa concordou. “Se o presidente assim o fez (negou a extradição) e o fez motivadamente, acabou o processo de extradição”, disse. Ele acrescentou que, como magistrado do Supremo, não tem outra alternativa a não ser determinar a imediata expedição do alvará de soltura de Battisti.
De acordo com o ministro Ayres Britto, cabe ao Supremo autorizar ou não o pedido de extradição. “O papel do STF é entrar nesse circuito extradicional para fazer prevalecer os direitos humanos para certificar que o pedido está devidamente instruído”, ressaltou. Ainda segundo ele, não é possível afirmar que o presidente descumpriu o tratado firmado entre Brasil e Itália.
Ayres Britto defendeu que o tratado “prima pela adoção de critérios subjetivos” ao vedar a extradição em caso de existirem razões ponderáveis para se supor que o extraditando poderá ter sua condição pessoal agravada se for extraditado. Foi exatamente esse o argumento utilizado no parecer da AGU, e acolhido pelo ex-presidente Lula, ao opinar contra o envio de Cesare Battisti à Itália.
O ministro acrescentou que “tratado é um ato de soberania” e que o controle do ato do ex-presidente da República, no caso, deve ser feito pelo Congresso Nacional, no plano interno, e pela comunidade internacional, no plano externo.
O ministro Marco Aurélio uniu-se à maioria que já estava formada ao afirmar: “Voto no sentido da expedição imediata, que já tarda, do alvará de soltura”.
Divergência
Os ministros Gilmar Mendes (relator do processo), Ellen Gracie e Cezar Peluso votaram no sentido de cassar o ato do ex-presidente da República e determinar o envio de Cesare Battisti para a Itália. “O senhor Presidente da República, neste caso, descumpriu a lei e a decisão do Supremo Tribunal Federal", concluiu o ministro Cezar Peluso, que finalizou seu voto por volta das 21h desta quarta-feira.
Antes, em longo voto, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o ex-presidente da República negou a extradição de Battisti com base em argumentos rechaçados pelo Supremo em novembro de 2009, quando o pedido do governo italiano foi autorizado. Ele acrescentou que o Estado brasileiro, na pessoa do presidente da República, é obrigado a cumprir o tratado de extradição e que um eventual descumprimento deveria sim ser analisado pelo Supremo.
“No Estado de Direito, nem o presidente da República é soberano. Tem que agir nos termos da lei, respeitando os tratados internacionais”, afirmou. “Não se conhece, na história do país, nenhum caso, nem mesmo no regime militar, em que o presidente da República deixou de cumprir decisão de extradição deste Supremo Tribunal Federal”, observou. Para ele, o entendimento desta noite caracteriza uma “ação rescisória da decisão do Supremo em processo de extradição”.
Na mesma linha, a ministra Ellen Gracie concordou que o ato do ex-presidente da República está sujeito ao controle jurisdicional como qualquer outro ato administrativo. Ela ressaltou a necessidade do sistema de “pesos e contrapesos” e “formas de revisão e reanálise” dos atos de um Poder da República pelo outro.
“Li e reli o parecer oferecido pela AGU ao presidente e ali não encontrei menção a qualquer razão ponderável, qualquer indício que nos levasse à conclusão de que o extraditando fosse ser submetido a condições desumanas (se enviado à Itália)”, ressaltou. A ministra observou que o tratado é a lei entre as nações e que sua observância garante a paz. “Soberania o Brasil exerce quando cumpre os tratados, não quando os descumpre”, concluiu.
RR/CG,AD

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Angela Merkel diz que multiculturalismo alemão fracassou

Angela Merkel diz que multiculturalismo alemão fracassou

16/10/2010 | 18:13 | G1/GLOBO.COM

A tentativa da Alemanha de criar uma sociedade multicultural "fracassou completamente", disse a chanceler alemã Angela Merkel neste sábado (16), esquentando ainda mais os debates sobre imigração e Islã que tem dividido seu partido conservador.
Falando em uma reunião de jovens membros do seu partido Democratas Cristãos (CDU), Merkel disse que permitir que pessoas de origens culturais diferentes vivam lado a lado sem integrá-las não funcionou em um país que é o lar de quatro milhões de muçulmanos.
"Essa abordagem (multicultural) fracassou, fracassou completamente", disse Merkel durante encontro em Potsdam, no sul de Berlim.
Merkel está sendo pressionada pelo CDU a tomar uma posição mais dura com os imigrantes que não se mostrarem dispostos a se adaptar à sociedade alemã, e suas declarações pareciam ter a intenção de apaziguar seus críticos.
Ela disse que muito pouco havia sido exigido dos imigrantes no passado e repetiu seu discurso habitual de que eles precisam aprender alemão para poder estudar e ter melhores oportunidades no mercado de trabalho.
O debate sobre estrangeiros na Alemanha foi afetado pela publicação de um livro do ex-membro do banco central Thilo Sarrazin que acusa imigrantes muçulmanos de terem reduzido o nível de inteligência da sociedade alemã.
Sarrazin foi criticado por suas posições e retirado do Bundesbank, mas seu livro se revelou bastante popular e sondagens mostraram que a maioria dos alemães concordavam com o cerne de seus argumentos.
Merkel tem tentado acomodar os dois lados do debate, com um discurso duro em torno da integração, mas também dizendo aos alemães que eles precisam aceitar que as mesquitas se tornaram parte do cenário do país.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Palocci entrega o cargo de ministro da Casa Civil

07.06.11 às 18h22 > Atualizado em 07.06.11 às 21h03

Palocci entrega o cargo de ministro da Casa Civil

POR PEDRO DE FIGUEIREDO
Foto: Divulgação
Palocci pediu demissão | Foto: Divulgação
Rio - O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, pediu demissão após as denúncias de grande enriquecimento no período em que atuou na empresa de consultoria "Projeto". Palocci não se pronunciou para explicar o motivo de sua decisão.

A informação foi anunciada logo após uma reunião do então ministro com a presidente Dilma Rousseff. Palocci teria entregue uma carta à presidenta em que anuncia a entrega do cargo.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, um dos homens-fortes de Dilma Rousseff foi confirmada em nota oficial do Palácio do Planalto como nova ocupante da pasta. Gleisi teria participado da reunião desta tarde. Com a inclusão da senadora, o grupo de ministros de Dilma ganha mais uma mulher: a décima.

Na nota, assinada pela presidenta, Dilma Rousseff lamenta o pedido de demissão do seu então braço direito. "A Presidenta aceitou (o pedido de demissão) e lamenta a perda de tão importante colaborador. A Presidenta destacou a valiosa participação de Antonio Palocci em seu governo e agradece os inestimáveis serviços que prestou ao governo e ao país", diz no comunicado.

Outro que também está ameaçado de perder o cargo é o Secretário de Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PT-RJ). Ele não teria tido atuação satisfatória nas negociações da votação do salário mínimo e, principalmente, do Código Florestal. Procurado pela O DIA Online, o ministro não atendeu o celular e sua secretária informou que ele estava em reunião.

Palocci não resistiu às denúncias do jornal Folha de S. Paulo de que teria enriquecido mais de 20 vezes nos últimos anos, enquanto atuava como deputado federal. Ele é acusado de tráfico de influências e de enriquecimento ilícito no cargo.

Esta é a segunda vez que o ex-ministro perde um cargo na Esplanada dos Ministérios após denúncias de corrupção. Em 2006, quando era titular da pasta da Fazenda no governo Lula, ele não resistiu às denúncias de quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Leia a carta de Palocci:
O ministro Antonio Palocci entregou, nesta tarde, carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo. O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.

Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento.

Duque de Caxias - Igualdade Racial: Conselho abre inscrições para conferência

07/06/2011

Igualdade Racial: Conselho abre inscrições para conferência

 O Conselho de Defesa dos Direitos do Negro e Promoção da Igualdade Racial e Étnica de Duque de Caxias-COMDEDINEPIR vai comemorar os seus cinco anos de criação na Biblioteca Pública Municipal Governador Leonel Brizola, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, dia 16, a partir das 18 horas. Na programação, consta palestra sobre reparações pelo professor Iedo Ferreira, do Movimento Negro Unificado (MNU). O evento servirá ainda para a abertura das inscrições para a Terceira Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial e Étnica do Município de Duque de Caxias, qe ocorrerá no dia 30 de julho, no Teatro Municipal Armando Melo. O evento tem apoio da Secretaria de Cultura e Turismo. Mais informações pelo telefone: 2652-5631, com Jairo César.


Mantido o incentivo fiscal para empresas que contratam pessoas com mais de 40 anos.

Mantido o incentivo fiscal para empresas que contratam pessoas com mais de 40 anos.

  O Órgão Especial do TJRS considerou improcedente, por unanimidade, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 70040376170 ) proposta pelo Prefeito Municipal de Taquari, contra a legislação que concede incentivo fiscal consistente na isenção de 25% às empresas, microempresas e empresas de pequeno porte que mantiverem em seu quadro funcional pelo menos 20% de funcionários com idade igual ou superior a 40 anos. A decisão é de ontem, 6/6.

Para o Desembargador Alzir Felippe Schmitz, relator, a questão não é nova e diz respeito à titularidade para a iniciativa legislativa quando refletir benefício tributário que importa em redução de despesa. O entendimento do colegiado, destacou o magistrado, é de que não há exclusividade do Chefe do Poder Executivo para a iniciativa legislativa, mesmo quando importar em redução de despesa.

Citando julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Desembargador Alzir destacou voto do Ministro Celso de Mello em que é dito que o direito constitucional positivo brasileiro consagrou, a partir da Constituição de 1988, a regra da iniciativa comum ou concorrente em matéria tributária.

Disse ainda que a cláusula de reserva pertinente à instauração do processo legislativo em tema de direito financeiro e tributário, por iniciativa do Chefe do Poder Executivo, já não mais subsiste sob a égide da atual Carta Política.O entendimento do relator foi acompanhado pelos demais julgadores.


Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul / Lex-/Magister, 07.06.2011