sábado, 4 de junho de 2011

ONU afirma que acesso à internet é um direito humano


03/06/2011 19h51 - Atualizado em 03/06/2011 19h51


ONU afirma que acesso à internet é um direito humano



Relatório pede que países não bloqueiem o acesso à rede.
'Acesso deve ser mantido mesmo em manifestações', diz comunicado.

Do G1, em São Paulo
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira (3) que o acesso à internet é um direito humano e que desconectar a população da web viola esta política.
O relatório criticou França e Reino Unido, que aprovaram leis para bloquear o acesso de pessoas que não cumprem acordos de direitos autorais na web, e também países que impedem o acesso às redes sociais para reduzir protestos da população contra governos.
"Enquanto bloquear ou filtrar o acesso de usuários à conteúdos específicos da web, alguns países tomam medidas para cortar o acesso por completo da rede", diz o comunicado. A ONU considera o corte ao acesso à internet, independentemente da justificativa e incluindo violação de direitos de propriedade intelectuais como motivo, "uma violação artigo 19, parágrafo 3 º, do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos".
A ONU pede para todos os países que mantenham o acesso à web em todos os momentos, inclusive durante períodos de instabilidade política, pedindo que os países revejam suas leis de direitos de propriedade intelectual para que não bloqueiem o acesso de usuários.
O comunicado da ONU foi publicado no mesmo dia em que uma empresa de vigilância da internet relatou que dois terços do acesso à internet da Síria se apagaram, o que seria uma resposta do governo do país para as manifestações da população.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

NOTA DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - REEXAME DO PARECER 15/2010 - ivro Caçadas de Pedrinho de Monteiro Lobato

NOTA DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
REEXAME DO PARECER 15/2010
Em setembro de 2010, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação aprovou, por unanimidade, o parecer 15/2010 com orientações às políticas
públicas para uma educação antirracista, no qual se fez uma referencia ao livro
“Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato.
A reação de setores da sociedade levou a Câmara de Educação Básica a aprofundar as
bases do parecer, no sentido de ressaltar a importância da contextualização crítica do
autor e da obra literária, sobretudo nas novas edições de livros considerados clássicos,
produzidos em outro contexto no qual pouco se falava e se reconhecia a existência do
racismo e do preconceito racial.
O Conselho Nacional de Educação entende que, assim como é importante o contexto
histórico em que se produziu a obra literária, tão ou mais importante é o contexto
histórico em que se produz a leitura dessa obra.
Nos termos do voto da relatora, conselheira Nilma Lino Gomes : “É
responsabilidade dos sistemas de ensino e das escolas identificar a incidência de
estereótipos e preconceitos garantindo aos estudantes e a comunidade uma leitura
crítica destes de modo a se contrapor ao impacto do racismo na educação escolar. É
também dever do poder público garantir o direito à informação sobre os contextos
históricos, políticos e ideológicos de produção das obras literárias utilizadas nas
escolas, por meio da contextualização crítica destas e de seus autores.
Uma sociedade democrática deve proteger o direito de liberdade de expressão
e, nesse sentido, não cabe veto à circulação de nenhuma obra literária e artística.
Porém, essa mesma sociedade deve garantir o direito à não discriminação, nos
termos constitucionais e legais, e de acordo com os tratados internacionais
ratificados pelo Brasil.
Reconhecendo a qualidade ficcional da obra de Monteiro Lobato, em especial,
no livro Caçadas de Pedrinho e em outros similares, bem como o seu valor literário, é
necessário considerar que somos sujeitos da nossa própria época e responsáveis
pelos desdobramentos e efeitos das opções e orientações políticas, pedagógicas e
literárias assumidas no contexto em que vivemos. Nesse sentido, a literatura, em
sintonia com o mundo, não está fora dos conflitos, das hierarquias de poder e das
tensões sociais e raciais nas quais o trato à diversidade se realiza”.
Brasília, 01/06/2011.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Exposição de fotos sobre Martin Luther King e Barack Obama

27/05/2011

Exposição de fotos sobre Martin Luther King e Barack Obama

Diante da exposição, Gutemberg Cardoso, Mark Pannell e Arody Herdy
A história de dois destacados líderes norte-americanos - o ativista político Martin Luther King Jr. e o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama - foi tema de uma palestra na manhã desta quinta-feira (dia 26), no auditório da Unigranrio, em Duque de Caxias, pelo cônsul Mark Pannell, diretor da Seção de Imprensa, Educação e Cultura do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro. O cônsul destacou momentos das vidas dos dois líderes, arrancando aplausos da platéia pela alegria e descontração. A palestra antecedeu a abertura da exposição fotográfica “A Trajetória dos Direitos Civis Americanos”, que está até o dia 25 de junho na Biblioteca Euclides da Cunha, no Campus da Unigranrio, no bairro 25 de Agosto.
O evento foi aberto pelo reitor da universidade Arody Herdy, que falou da satisfação de abrigar a palestra e a exposição promovidos com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Duque de Caxias. O secretário Municipal de Cultura e Turismo Gutemberg Cardoso também usou da palavra e afirmou estar muito feliz com a vinda de mais essa iniciativa do Consulado Norte-americano para Duque de Caxias. A parceria entre a secretaria e o consulado teve início este ano com uma exposição fotográfica em maio do presidente norte-americano na Biblioteca Pública Governador Leonel Brizola. “Nosso município tem procurado cumprir um grande papel no cenário cultural da Baixada. Estamos sempre buscando novas iniciativas para a cidade e, consequentemente, para toda a região”, declarou. Antes da abertura da exposição, o reitor Arody Herdy, em nome da Unigranrio, fez a entrega para Mark Pannell e Gutemberg Cardoso de certificado e troféu, conferidos pela Reitoria Comunitária e de Extensão através do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação Cultural. A homenagem também foi estendida ao Prefeito José Camilo Zito, que estava representado no evento pelo secretário Gutemberg Cardoso.
Gutemberg: "Estams sempre buscando novas iniciativas culturais para a cidade"
Os visitantes que forem à exposição, além de ver imagens históricas do grande líder negro Martin Luther King e fotos oficiais do atual presidente Barack Obama em ocasiões informais com a família, amigos e locais púbicos, poderão sugerir frases ou pensamentos dentro do tema “Qual é o seu sonho?”. Entre eles, os três melhores selecionados por uma comissão, terão os textos e nomes postados nos sites do consulado e da Unigranrio, além das redes sociais que destas instituições. Os escolhidos também vão ganhar um exemplar do livro autobiográfico de Obama, “A Origem dos Meus Sonhos”, de 1995.
A solenidade contou ainda com as presenças dos professores Sonia Regina Mendes, Pró-Reitora Comunitária e de Extensão da Unigranrio; Marco Fonseca e José Carlos da Hora e Silva, do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação Cultural; e curadores da mostra, além de convidados e alunos.
Gutemberg ao lado do cõnsul e do reitor da Unigranrio admira a exposição

FLACSO Outorga o Diploma de Doutor Honoris Causa ao Ex-Presidente LULA



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terça-feira, 31 de maio de 2011

Ministros e ativistas discutem combate à discriminação racial

INSTITUCIONAL
Ministros e ativistas discutem combate à discriminação racial
“Há um grande preconceito contra a comunidade negra, que se esconde sob a capa da cordialidade.” A afirmação foi feita pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, ao abrir nesta segunda feira (30) o encontro “Comunidade Negra e a Justiça no Brasil”, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e pela organização não governamental Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro).

Segundo o presidente do STJ, a comunidade negra – “escravizada e depois usada como mão de obra barata” – ainda não se libertou completamente. “Há um caminho muito longo a percorrer e o STJ, pelos seus ministros e servidores, está engajado nessa luta”, disse Pargendler.

Ele reconheceu que, nos próprios quadros do Tribunal, “a comunidade negra não está representada como na sociedade”. No Brasil, segundo o IBGE, os negros são 50,8%. “No STJ, nem chega perto disso”, afirmou, comentando que os brancos se beneficiam de “vantagens comparativas” na hora de fazer um concurso público, por conta do nível de renda mais alto, que proporciona melhores condições de ensino.

O encontro, realizado na sala de conferências do STJ, foi articulado pelo diretor-geral da Enfam, ministro Cesar Asfor Rocha, e pelos dirigentes da Educafro – rede comunitária de cursinhos pré-vestibulares sem fins lucrativos e com marcante atuação política na luta contra a exclusão social. O objetivo foi discutir a participação do Poder Judiciário na construção de uma verdadeira democracia racial.

“Não me recordo de outro evento como este no Tribunal. É o primeiro encontro com o intuito de defesa da cidadania negra”, afirmou o ministro Benedito Gonçalves, que é negro e foi designado para coordenar o encontro. Outro afrodescendente com alto posto na magistratura nacional, o ministro Carlos Alberto Reis, do Tribunal Superior do Trabalho, também participou do encontro.

Cerca de 120 pessoas, em grande parte militantes do movimento negro, lotaram a sala de conferências. Dez ministros do STJ e dirigentes de algumas escolas estaduais de magistrados prestigiaram o evento.

A secretária de Políticas de Ações Afirmativas do governo federal, Anhamona Silva de Brito, apresentou dados sobre a discriminação racial no Brasil para defender a reflexão dos poderes públicos sobre essas questões e propôs a inclusão do problema racial no conteúdo dos cursos de formação de magistrados.

A defesa das cotas para afrodescendentes nas universidades públicas foi o principal ponto destacado pelos representantes do movimento negro na luta pela inclusão social. O diretor-executivo da Educafro, frei David Santos, criticou ações judiciais contra o sistema de cotas e pediu que a Justiça observe os tratados internacionais que condenam a discriminação racial.

Para mostrar que “o Poder Judiciário não está fugindo do seu papel”, o ministro Luis Felipe Salomão apresentou um levantamento sobre a jurisprudência do STJ com 22 decisões favoráveis à legalidade e constitucionalidade das políticas de cotas. Em uma delas, em que o relator foi o ministro Felix Fischer (atual vice-presidente do Tribunal), a Quinta Turma considerou que uma lei estadual do Paraná, prevendo cota em concurso público, estava de acordo com a ordem constitucional do país.

Ao mesmo tempo, Salomão citou dados que evidenciam a exclusão: 98% dos cargos do Poder Judiciário, 95% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 97% no Senado Federal são ocupados por brancos – os quais também ocupam 95% das vagas de professor universitário. O ministro revelou que no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nos últimos cinco anos, foram julgados apenas nove casos de discriminação, com três condenações.

Questionado sobre possível abrandamento no tratamento dado pela Justiça aos crimes de racismo, que em muitos casos passaram a ser tratados apenas como injúria, o ministro Felix Fischer afirmou que a questão não diz respeito somente à jurisprudência dos tribunais, mas à lei. “Houve uma alteração na legislação, creio, para evitar justamente uma interpretação muito benevolente, que desqualificava o crime para injúria no caso de ofensa direta à pessoa”, explicou o ministro.

Com a nova lei, de 2003, a injúria de natureza racista passou a ter pena mais severa. Segundo Felix Fischer, a mudança não deixou a situação mais favorável ao ofensor, apenas evitou que sua conduta fosse considerada injúria simples, com o que a pena seria muito branda. Já os crimes de preconceito contra a comunidade negra ou outras etnias continuam sendo punidos com base na Lei n. 7.716/1989.

Também acompanharam o encontro os ministros do STJ Humberto Martins, Napoleão Nunes Maia Filho, Sidnei Beneti, Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino e o desembargador convocado Vasco Della Giustina.

Foto - Seminário contou com a participação de ministros do STJ