quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Beyoncé aparece loura e com a pele mais clara nos Estados Unidos

Beyoncé aparece loura e com a pele mais clara nos Estados Unidos


Los Angeles (EUA) - Beyoncé Knowles foi fotografada com um novo visual enquanto fazia compras em Hollywood. A cantora exibiu o cabelo recentemente tingido de louro e a pele mais clara, como divulgou o site Daily Mail. Com o objetivo de chamar atenção para a mudança, o tabloide britânico fez uma comparação do tom da pele da estrela por meio de uma foto em 2008 e uma atual.



Pode simplesmente ter sido um truque da luz, no entanto, ainda segundo o site, um especialista afirmou que o provável seja que Beyoncé tenha feito o clareamento com algum creme específico. De acordo com o demartologista, os efeitos são temporários, mas muito populares entre os famosos.

A Iniciação de Crianças nos Cultos Afro-brasileiros

A Iniciação de Crianças nos Cultos Afro-brasileiros
Por iniciativa da Iyalorixá Angélica de Oyá, em parceria com o Jornal A GAXÉTA e com o Babalorixá Flávio de Yansan, um debate foi proposto para discutir com advogados e interessados, a confusa situação da INICIAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES perante a Lei, e assim, perceber caminhos de como defender ou garantir o direito de iniciar e da participação de jovens, nos Cultos Afros. A Reunião aconteceu no dia 15 de novembro de 2010, nas dependências da Casa de Pai Flávio. O Jornal A Gaxéta, que é pioneiro na socialização de questões polêmicas, nas tradições religiosas de legado africano, e que ferem os Direitos Humanos, se propôs a publicar a conclusão do debate. Os Advogados Dr Anivaldo dos Anjos Filho e Dra Fátima Emilia dos Anjos foram os técnicos que administraram a reunião, oferecendo os parâmetros legais da questão em pauta.


O tema central das discussões foi a interferência dos Conselhos Tutelares durante o período de iniciação, em jovens e crianças. Inicialmente, as Comunidades Tradicionais de Terreiros, estão entendendo a ação dos Conselhos Tutelares, como uma atitude discriminatória apoiada na visão pessoal dos conselheiros, e também de Intolerância Religiosa.



Os argumentos apresentados foram:

1- Necessidade de uma interferência espiritual em casos de urgência ou doenças;

2- A Liberdade e o direito dos pais de levarem seus filhos aos cultos de suas preferências;



“Eu tenho meu filho. Ele nunca participou literalmente de uma Casa de Axé. Agora, se meu filho participasse desde pequeno, o Culto dos Orixás seria natural para ele. E seria meu direito, levar meu filho para a minha religião, pois o evangélico leva, o católico leva, o judeu leva, desde criança. Por que nós não podemos?”, argumenta Mãe Angélica.

Para Pai Flávio, não há porquê de uma ‘marcação tão rigorosa’ dos Conselhos Tutelares, nos Terreiros, se as milhares crianças estão abandonadas na rua, principalmente na Cracolândia. “Os Conselhos Tutelares deveriam estar mais atentos às crianças e jovens e cumprir o real papel, para o qual foram criados”, diz Pai Flávio.



As explicações Jurídicas – A Lei, perante as crianças e jovens, nos Terreiros.



Dra Fátima diz: “De acordo com o que me foi dito em nosso contato inicial, você estava precisando saber se existia alguma solução para a iniciação de crianças e adolescentes. Baseado nisso, eu cheguei até a conversar com o Dr. Sérgio Marrina, Juiz da Vara da Infância e Juventude, já que existe um confronto muito grande entre a casa de Candomblé e a Legislação, que segundo o magistrado não há nenhum caso de interferência dos conselhos tutelares em atos religiosos, na Vara da Criança e do Adolescente.



A gente tem o principio da liberdade religiosa. A Constituição Federal nos garante isso. Agora, nós encontramos alguns confrontos: Temos o problema do recolhimento. Essa criança tem que ficar incomunicável a não ser com pessoas da religião que podem ter contato com ela. Então se você tiver acesso à legislação, o artigo 148 (Código Penal) traduz esse recolhimento como cárcere privado, ou seja, já há um choque muito grande aí. Aparece um outro que menciona ‘Lesão Corporal’ (as curas que são feitas no Iyawo). Se você confrontar com a legislação, trata-se de uma lesão corporal – de natureza leve – mas é uma lesão corporal. Existe uma outra situação que pode ser atribuída ao Pai – de- Santo: onde tem três ou mais pessoas reunidas, pode-se interpretar como formação de quadrilha. E em uma cerimônia de feitura, há sempre três ou mais pessoas reunidas.



Esse é um confronto que se apresenta entre a religião e a legislação, apesar da Constituição Federal garantir que todos têm liberdade religiosa. Se você tiver acesso ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ele também te mostra esse confronto em determinados momentos. Porém, cita que é obrigação e dever de todo o pai trazer orientação educacional e também religiosa à criança (Art 82).

Nós começamos a encontrar alguns problemas a partir do artigo V (ECA), em que ele fala em violência, crueldade, opressão. Por exemplo, se uma mãe trás seu filho para ser iniciado no Culto Afro-Brasileiro, e o pai não pertence à religião e por isso entra com uma denúncia, será utilizado o artigo V, em decorrência das curas, falta de comunicação com a criança, que está ‘trancada’ dentro de um quarto. Percebe-se então que o ECA também se confronta com a religião.



Numa outra citação, o ECA menciona que a criança não pode adentrar hotéis, motéis ou estabelecimentos similares, se desacompanhado dos pais. Então se questiona: e se essa criança vier a ser recolhida com a mãe ou junto com o pai? Você pode entender então que estando o pai ou a mãe, ou ambos, em companhia de uma criança em sua iniciação, não haveria problema algum em se dar prosseguimento ao ato religioso. Esta pode ser a defesa para que a Casa Religiosa possa seguir. Ou na ausência dos pais, estes assinam uma autorização pormenorizada: nome dos pais, qualificação completa, o nome da Entidade, firma reconhecida das duas assinaturas. Isso evitaria que se sofresse uma denúncia? Não, não evitaria, porém, trata-se de uma defesa, de um documento comprobatório.



No caso de pais separados, se o responsável pela guarda da criança estiver acompanhando o momento religioso, não haveria problema também. No caso da criança estar acompanhada de um dos pais que não tenha a guarda, será necessária a permissão daquele que é o responsável por esta guarda.”



Ao ser indagada a respeito da autoridade dos Conselhos Tutelares ser superior a de Juízes no sentido de tomar uma decisão sobre interromper uma iniciação sob a alegação dos direitos da criança estarem sendo infringidos, Dra. Fátima afirmou que estes não tem esse poder, mas sim de encaminhar o caso, baseado em denúncia e constatação, ao juiz. Dr. Anivaldo alertou que, em caso de invasão de um Templo, por um Conselho Tutelar, no sentido de coibir ou interromper um ato religioso aplicado em uma criança ou adolescente, a situação deverá ser comunicada de imediato à Vara da Infância por aquele Conselho, pois caso não o faça, pode-se agir no sentido de dissolver este conselho.



Não existe, segundo Dra. Fátima, como evitar a denúncia, ou como evitar abertura de inquérito para investigar todo esse passo, mas existem defesas com base no ECA. “Hoje eu diria para quem quer recolher: peça uma autorização.” Ela elaborou um termo de autorização bem pormenorizado com o nome dos pais e sua qualificação (casado, solteiro, etc), RG, CPF, se o casal vive junto em um mesmo endereço, se não, o endereço de cada um. Deverá ser reconhecida firma, pois este documento permanecerá na casa. Deverão ser citados os dados da criança, o número do RG, já que em sua maioria, as mesmas já possuem este documento. Portanto os pais estarão autorizando o menor a participar da iniciação ao culto religioso “candomblé”, a ser realizado no (nome da casa), situado (endereço completo) pelo Sacerdote (nome completo), no período compreendido entre (citar datas de inicio e término), ou seja, X dias.



Dra. Fátima entende ser de extrema importância que o seguinte texto também seja incluído no termo: “Estamos cientes que durante o período acima mencionado, o menor deverá permanecer incomunicável com pessoas alheias à religião, autorizando inclusive o procedimento dos banhos, curas, respeitando-se assim a liturgia pertinente ao culto religioso.”

Conclusão: Não há parâmetros que impeçam objetivamente a iniciação de crianças e adolescentes.



Inibir a invasão por Polícia ou Conselho Tutelar, embasados em possíveis denúncias por parte da comunidade, pode não ser possível pelo repente da situação. Mas, caso a permanência do menor em recolhimento religioso, esteja devidamente autorizado, como anteriormente citado, medidas legais poderão ser adotadas pelo Líder Religioso, ou as partes que foram constrangidas. O que após discussão entre os presentes pareceu estar ocorrendo, é que, pelo fato de Delegados de Polícia e o próprio Conselho Tutelar terem o poder de inibir a população, os mesmos, adentram os locais religiosos, interrompem os atos, retiram a criança e não dão prosseguimento ao assunto, ou seja, têm o objetivo de inibir um ato sagrado, que não pode ser interrompido, baseado em denúncias, e que por sua vez são embasadas em preconceito e Intolerância Religiosa.



Através de diversas ocorrências que vem sendo observadas em diversas áreas do país, em que o Poder Público passa a inibir situações baseadas ou ligadas aos Cultos Afro-Brasileiros, percebe-se claramente que a própria lei, estatutos, regimentos e outros, nunca tiveram em sua redação, itens que fossem favoráveis a Religiosos Afro-Brasileiros. Um exemplo bastante presente é o próprio ECA, que possui itens que, se chocam com os procedimentos ligados à iniciação de crianças nos Cultos Afro, como citado acima.


http://www.jornalagaxeta.com.br/materias.php?opt=1&sub=5&mat=1671&utm_source=MailingList&utm_medium=email&utm_campaign=A+Inicia%C3%A7%C3%A3o+de+Crian%C3%A7as+nos+Cultos+Afro-brasileiros

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Em nota, Turnowski agradece chance de chefiar a Polícia do Rio

15/02/2011 13h19 - Atualizado em 15/02/2011 13h27


Em nota, Turnowski agradece chance de chefiar a Polícia do Rio

Ele deixou o cargo nesta terça-feira.

Disse ter certeza de que 'é a melhor decisão para o momento'.

Do G1 RJ



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Entenda as investigações sobre a polícia do Rio de JaneiroEm nota divulgada no início da tarde desta terça-feira (15), depois de deixar o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski agradeceu a oportunidade de trabalhar à frente da chefia por quase dois anos.



Leia abaixo a íntegra da nota:

"À população do Rio, aos meus colegas de trabalho, aos meus amigos, venho a público agradecer ao Governador Sérgio Cabral e ao Secretário de Segurança José Mariano Beltrame pela oportunidade de comandar minha instituição por quase dois anos. Hoje de manhã deixei o cargo de Chefe de Polícia após uma conversa franca e aberta com o Secretário Beltrame. Tenho certeza que esta é a melhor decisão para o momento.



Posso garantir que foi um período de aprendizado, de conquistas, de amadurecimento e também de realizações profissionais. Deixo para meu sucessor uma série de iniciativas estruturantes que podem elevar a Polícia Civil a outro patamar. Agradeço também o apoio de meus familiares, que sacrificaram horas de convívio e atenção. Um abraço a todos. Allan Turnowski."

 
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/02/em-nota-turnowski-agradece-chance-de-chefiar-policia-do-rio.html

domingo, 13 de fevereiro de 2011

“Quero escrever minha história em paz”, diz Gilberto Braga sobre polêmica racial com Lázaro Ramos

publicado em 08/02/2011 às 14h21:

“Quero escrever minha história em paz”, diz Gilberto Braga sobre polêmica racial com Lázaro Ramos

Em entrevista exclusiva ao R7, autor de Insensato Coração fala sobre André Gurgel
Miguel Arcanjo Prado, do R7


Mal começou e Insensato Coração, a novela das 21h da Globo escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, já é alvo de polêmica. Tudo por conta do personagem interpretado pelo ator baiano Lázaro Ramos.

Na sinopse, André Gurgel é definido como “solteiro e bem-sucedido, é o mais badalado nome do design no Rio”. E continua: “sucesso na profissão e na sedução; arrojado, seguro de si no trabalho e na cama, seu único pudor é nunca transar mais de uma vez com a mesma mulher”.

Entretanto, o que tem causado polêmica não é o fato de mais um mulherengo ocupar o horário nobre da TV, mas, sim, o de um ator negro ter sido escalado para o papel. 

João Miguel Jr./GloboJoão Miguel Jr./Globo
Ator Lázaro Ramos vive o designer rico André Gurgel na novela das 21h: personagem negro é alvo de polêmica racial



Logo de cara, Lázaro foi alvo de críticas na imprensa, por conta da interpretação. Na crítica do R7, foi dito que Lázaro “exagerou na canastrice”. No meio impresso também não foi diferente. O jornalista Thiago Mariano, do Diário do Grande ABC, afirmou que “a caricatura chega a ser deslavada, o que, infelizmente, faz com que o personagem perca a profundidade”.

Se as primeiras críticas foram focadas no trabalho de ator desenvolvido por Lázaro, no último domingo, a Folha de S.Paulo, em texto assinado pelo jornalista Maurício Stycer, focou sua avaliação na questão racial.

O jornal acusou os autores do folhetim de “tratar como natural algo que não é natural”. O texto ainda afirmou que “não há ninguém ao redor do personagem com coragem de dizer que ele é negro”.

Em entrevista exclusiva ao R7 (leia, ao fim desta reportagem, a conversa na íntegra), Gilberto Braga afirma que ainda “há muita hipocrisia no Brasil”. E faz o pedido: “Quero escrever minha história em paz”.

Vote: você acha natural haver um personagem como André Gurgel, que é negro, rico e não sofre racismo?

O que foi colocado pelo jornal como problema – a falta de menção racial ao personagem – é visto por muitos atores negros da TV como solução.

Mulher de Lázaro Ramos, Taís Araújo, a primeira protagonista negra da Globo, sempre disse que sonhava em, um dia, ser escalada para um papel sem que o fato de ser negra fosse levado em conta – como agora acontece com seu marido.

Contratada da Record, a atriz Maria Ceiça, que já viveu uma personagem que sofria racismo do próprio marido em Por Amor (1997), faz um discurso afinado ao de Taís.

- O personagem do Lázaro está perfeito. É bem-sucedido com a cor e com a carreira. Jamais ele vai deixar de ser negro, porque isso está estampado na cara. Não queremos só personagens estereotipados. Também quero fazer uma personagem linda, rica e bem-sucedida.


No elenco da Globo desde a fundação da emissora, há 45 anos, o ator Milton Gonçalves vê como “positivo” o fato de Lázaro interpretar alguém bem-sucedido sem que a questão racial precise ser abordada.

- Acho uma mensagem positiva. Criticar a maneira de interpretar é uma coisa. Agora, se as pessoas não entendem [o fato de um negro interpretar um personagem rico e desejado], não há o que discutir. O preconceito é uma anomalia que sempre vai existir.

Já o cineasta mineiro Joel Zito Araújo, diretor do filme Filhas do Vento (2005), considera André Gurgel um personagem "interessante e necessário". Porém, diz que a questão racial deveria entrar, sim, na trama.

- A ousadia muito bem-vinda de uma novela que incorpora um ator negão, sem traços caucasianos, como exemplo de sucesso profissional e sexual, pode perder a força se não tiver jogo de cintura ao tratar o problema racial. 





Lázaro Ramos e Camila Pitanga
Lázaro Ramos e Camila Pitanga: dois negros bem-sucedidos no horário nobre - Foto: João Miguel Jr./Globo
O pesquisador da sociedade brasileira Daniel Martins, mestre em sociologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), não concorda que a trama tenha a necessidade de fazer o personagem de Lázaro ser vítima de racismo.

- No Brasil de hoje é possível um negro bem-sucedido. Temos no Supremo Tribunal Federal um juiz negro, o Joaquim Barbosa. E ele não vai circular nas melhores rodas de Brasília? Isso sem falar em Barack Obama, presidente da principal nação do mundo, que é negro. Não entendo o estranhamento em relação ao personagem do Lázaro alugar um iate.

O sociólogo aprova o fato de Lázaro viver o galã da trama das 21h.

- O André Gurgel serve como espelho positivo para a população negra. Por que ninguém questionou o fato de o Lázaro fazer sucesso com as mulheres do Pelourinho em Ó Paí, Ó? Agora, ele não pega só as meninas do Pelourinho, mas as mulheres mais bonitas da zona sul carioca. E é negro. E isto não faz diferença. O fato de ele ser negro é só um detalhe.

O novelista Gilberto Braga deu sua opinião sobre a polêmica e afirma que não pretende tocar no tema racial em sua trama. Leia a entrevista exclusiva:

R7 – O que você achou da crítica da Folha no último domingo, que o classifica de "tratar como natural algo que não é natural" ao colocar na novela um negro bem posto na sociedade e desejado pelas mulheres?
Gilberto Braga -
 Não vou discutir a crítica da Folha em outro órgão da imprensa, não me sinto confortável na situação.

R7 – Mas qual é a sua opinião sobre o desempenho de Lázaro no papel? Acha que ele exagerou um pouco nos primeiros capítulos como afirmou a imprensa? Acha que ele pode melhorar?
Braga –
 Não, eu acho a atuação do Lázaro perfeita.

R7 - Você acredita que haja preconceito velado nas críticas que Lázaro vem recebendo?
Braga –
 Eu tenho consciência de que ainda há muito racismo no Brasil. Quanto a críticas ao Lázaro, não me chegou nenhuma.

R7 – É possível um negro ser rico, ter sucesso profissional e ainda ser desejado neste país, como acontece em sua novela?
Braga –
 Sim. Há uma série deles... Pelé e Neguinho da Beija-Flor são só alguns exemplos.

R7 – Você esperava que este personagem causasse tanta polêmica assim?
Braga –
 Não. Além de tudo, eu não suporto polêmica. Quero escrever a minha história em paz com meus companheiros.

R7 – Você acha que ainda há muita hipocrisia no Brasil quando se trata do tema do negro? Por quê?
Braga –
 Acho que há muita hipocrisia no Brasil de um modo geral.

R7 – Você pretende fazer com que o personagem de Lázaro sofra preconceito racial na trama? Por quê?
Braga –
 Não, porque a novela não tem essa proposta. Lembro, aliás, que estamos escrevendo uma novela e não fazendo um documentário sobre o nosso momento no Brasil.

Colaborou Bruna Ferreira, estagiária do R7


http://entretenimento.r7.com/famosos-e-tv/noticias/-quero-escrever-minha-historia-em-paz-diz-gilberto-braga-sobre-polemica-racial-com-lazaro-ramos-20110208.html

Boas ideias e pesadelos fashion se dividem em desfiles para gordinhas


13/02/2011 07h00 - Atualizado em 13/02/2011 07h00

Boas ideias e pesadelos fashion se dividem em desfiles para gordinhas

Fashion Weekend Plus Size mostrou as tendências da moda GG.
Uma das grifes apresentou peças para crianças acima do peso.

Dolores OroscoDo G1, em São Paulo
Flight Level (Foto: Renata D'Almeida/G1)Os modelos infantis da grife GG Flight Level que
foram apresentados na FWPS, em São Paulo.
  (Foto: Renata D'Almeida/G1)
Modelos que sorriam na passarela, macacões, peças listradas bem resolvidas, lingerie “para namorar” e até roupa para crianças gordinhas foram os destaques da Fashion Weekend Plus Size, que aconteceu na noite de sábado (12), em São Paulo. Em sua terceira temporada, a série de desfiles dedicados à moda GG reuniu nove grifes que exibiram coleções para outono-inverno 2011.
Madrinha do evento, a comediante Fabiana Karla foi a primeira a subir na passarela. “Nosso objetivo não é fazer apologia à obesidade, mas ao bem-estar. O que interessa é que vocês se aceitem com são. Como eu e os mulherões que vão desfilar aqui”, disse a humorista, que finalizou o discurso com uma piada. “É claro que mais tarde teremos um coquetel com comes e bebes. Mais comes que bebes”.
Com o tema “Be free” (“seja livre”, na tradução do inglês), a catarinense Exuberance abriu os desfiles em grande estilo, mostrando que gordinha pode usar de tudo. A marca apostou em macacões soltinhos em tons de terra e tie dye, camisas de alfaiataria com referência militar e, surpresa, até numa calça-cenoura .
Teoricamente o modelo ajustado na perna e largo no quadril deveria passar longe do guarda-roupa de uma garota com manequim acima do 44. Mas a calça-cenoura da Exuberance tem a barra soltinha, faz um mix interessante de branco e preto e é combinada com um belo salto alto. Resultado: uma silhueta harmoniosa e alongada para a mulher com quilinhos extras.
Fashion Weekend Plus Size (Foto: Renata D'Almeida/G1)Os destaques da Fashion Weekend Plus Size: a calça-cenoura e o macacão da grife Exuberance, o belo trabalho com listras da Flight Level e a lingerie sexy da Ness. (Foto: Renata D'Almeida/G1)
Outra que ousou foi a Flight Level. A grife de Santa Barbara D’Oeste, no interior paulista, apresentou uma coleção que se destacou pelo bom trabalho com listras em looks inspirados na curvilínea Sophia Loren. Destaque para a estola de pele, usada em conjuntinho preto monocromático.
“As divas dos anos 50 tinham um corpo bem mais próximo do nosso. Pensei em trazer o glamour dessas mulheres para nosso guarda-roupa”, contou a estilista da marca, Viviane Gonçalves. “Gordinha tem pavor de peça listrada e com razão, porque engorda mesmo. Mas o que fiz foi fazer um jogo interessante de listras mais largas na diagonal e na horizontal”.
Fabiana Karla (Foto: Renata D'Almeida/G1)A comediante Fabiana Karla, eleita madrinha do
evento fashion GG. (Foto: Renata D'Almeida/G1)
A Flight Level também mostrou looks da sua linha infantil, a Maria Joaquina. “Pequenas misses sunshine” desfilaram sorridentes com roupinhas cheias de babados e coloridas.
“Tem mãe que sofre para comprar roupa pro filho que está naquela fase de mudança de corpo e um pouquinho acima do peso. Elas acabam usando roupas que são o ‘P’ do adulto”, explica Viviane. “E criança quer usar roupa de criança: coloridinha, com desenhos”.
Fetiche GGDuas grifes especializadas em lingerie para tamanhos grandes se apresentaram no FWPS a paulista Ness e a gaúcha Signorelli Sizély. Enquanto a primeira apostou no fetiche, com cinta-liga e corsets, a segunda foi mais na linha romântica, com estampas fofas de xadrez e flores delicadas.
Marcia Ramos Constantino, estilista da Ness, defende que garotas gordinhas também podem usar fio-dental. Tal qual a roraimense Paula, concorrente da atual edição do “Big Brohter Brasil”, que tem exibido o bumbum sem medo na piscina do reality show.
“As meninas que tem bumbum grande, podem mostrá-lo se tiverem segurança pra isso. O que não fica legal é escolher os modelos com as laterais fininhas, que acabam dividindo o quadril de uma forma que não favorece”, explica. “A calcinha deve ter uma lateral mais larga. E o sutiã com bojos estruturados para modelar os seios”, recomenda.
Mayara Russi (Foto: Renata D'Almeida/G1)Mayara Russi: a modelo, chamada de "Ana Paula Arosio plus size", foi destaque na passarela da FWPS e desfilou para as marcas Magnólia e Korokru. (Foto: Renata D'Almeida/G1)
Legging e camisão: o clichê fashion das gordinhasEnquanto algumas marcas ousaram e acertaram nos desfiles do FWPS, outras ficaram presas a clichês da moda GG.
Apesar das elegantes chemises (camisa mais longa de alfaiataria, usada como vestido), a paulista Spicy e Vitta pecou pelo excesso de uma dupla manjada pelas gordinhas: legging com blusa solta. Foram vários modelos da combinação na passarela da marca. Cansou.
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FWPS (Foto: Renata D'Almeida/G1)A chemise e o looks blusa comprida e legging da
Spicy e Vitta. (Foto: Renata D'Almeida/G1)
Também pecou pelo excesso o curitibano Edson Eddel – especialista em vestidos GG de festa. Na coleção quase dominada pelo monocromático, longos acetinados em tons berrantes como o pink, o turquesa e verde-bandeira traziam aplicações exageradas de strass. Brilho demais, cores demais: o pesadelo de Chanel.
Diferente de todas as grifes do FWPS, que seguiram o caminho da moda comercial, Eddel teve momento de puro conceito. Motivado pelo tema “Do lixo ao luxo”, o estilista usou materiais recicláveis em algumas de suas peças, como o vestido de noiva de celofane e outro de saco de lixo.
O próprio Eddel surgiu ao final da apresentação vestindo um macacão feito com 8.000 lacres de latas de refrigerante – e engatinhando na passarela. “Adoro uma performance, assim como gosto de criar para as gordas! Lá em Curitiba todo mundo que conhece meu trabalho se pergunta: ‘o que será que ele vai aprontar no desfile?’ Eu gosto mesmo é de causar!”.
Nem Jaques Leclair e Victor Valentim, os estilistas excêntricos da novela “Ti ti ti”, assumiriam tal intenção com tanta naturalidade.
Edson Eddel (Foto: Renata D'Almeida/G1)O estilista Edson Eddel em momento performático ao final do desfile na FWPS. (Foto: Renata D'Almeida/G1)