segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Bíblia e crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no Planalto

09/01/2011 - 07h00

Bíblia e crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no Planalto


DE BRASÍLIA


Em sua primeira semana, Dilma Rousseff fez mudanças em seu gabinete. Substituiu um computador de mesa por um laptop e retirou a Bíblia da mesa e o crucifixo da parede.
Durante a campanha eleitoral, a então candidata se declarou católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas.

A presidente também trocou móveis para deixar o ambiente "mais confortável". Os estofados coral, usados no Palácio do Catete no governo Vargas, foram substituídos por poltronas e um sofá da linha Navona, do arquiteto Sergio Rodrigues.
Dilma começou a trabalhar às 9h30. O primeiro compromisso é com Helena Chagas (Comunicação Social) para se informar; a seguir, com o chefe de gabinete, Gilles Azevedo; depois com Antonio Palocci (Casa Civil).
A presidente não tolera atrasos. Pede objetividade e não gosta de expressões como "eu acho". Apesar do estilo rígido, um interlocutor que acompanhou os primeiros dias de Lula no poder diz que a sensação é de que Dilma está "mais à vontade".
No período inicial, uma semelhança entre eles: Lula priorizou a agenda interna. Dilma faz o mesmo ao ter o trabalho dominado por reuniões com ministros.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Voto em referendo no Sudão hoje deve alterar mapa-múndi

09/01/2011 - 09h01

Voto em referendo no Sudão hoje deve alterar mapa-múndi


JERÓNIMO GIORGI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM JUBA (SUDÃO)


Seis anos depois do acordo de paz que pôs fim à guerra civil entre o Exército do Sudão e rebeldes sulistas do SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão), sudaneses de raça negra e religião cristã ou animista contam os dias para a independência.

Hoje, começou o referendo de uma semana que levará, segundo a expectativa, à divisão do maior país da África.
Editoria de Arte/Folhapress
Não há pesquisas confiáveis, mas o sentimento em Juba, capital do sul, é claramente pró-separação.
Para isso ocorrer, no entanto, o quorum precisa ser de 60%, o que não é simples numa região do tamanho de Minas Gerais e praticamente sem estradas.
Pela capital local, a mão levantada virou um símbolo, representando o voto pela separação na cédula, um ícone gráfico pensado para uma região em que o analfabetismo adulto chega a 75%.
A outra opção é um desenho com as mãos apertadas, que significam a unidade.
Em uma destas alternativas, terão que votar os 3,9 milhões de sudaneses registrados quando pressionarem seu polegar.
A Comissão de Referendo diz que "está 100% preparada", e que o resultado será anunciado até 22 de janeiro.
"Esta é a forma de demonstrar que não somos cidadãos de segunda classe", afirma Lual Adal, parlamentar na Assembleia do sul.
A região goza de autonomia desde os acordos de 2005, que encerraram uma guerra que deixou 2 milhões de mortos. "Estamos votando pelo resto de nossas vidas", diz ele.
RISCOS
No sul, mais de 50% da população vive com menos de US$ 1 por dia, e a infraestrutura é quase inexistente.
A região conta com enormes reservas de petróleo, que até o momento têm sido repartidas com o governo central. Este, contudo, pode se tornar um problema.
Teme-se que o governo central, de maioria árabe, não respeite o resultado.
O ditador sudanês Omar Bashir disse anteontem que o o sul não está pronto para se tornar um Estado. Ontem, um confronto entre grupos rebeles e forças militares deixaram nove mortos.
Se o voto for pela independência, haverá um período de adaptação de seis meses, até que nasça para valer o 193º país do mundo.
Apesar das carências, os sul-sudaneses chegam ao referendo em um ambiente tenso, mas sem episódios significativos de violência na campanha. "Estamos todos juntos e seremos um bom exemplo", disse Adal.
O nome da nova nação é uma incógnita. Pode ser Sudão do Sul ou Kush, nome de uma das primeiras civilizações da região sul do rio Nilo, que se desenvolveu por volta de 1500 a.C.

Tailândia censura filme sobre transexuais


08/01/2011 13h07 - Atualizado em 08/01/2011 13h08

Tailândia censura filme sobre transexuais

'Insects in the backyard', dirigido por tailandês, foi considerado 'pornográfico'.
Produção fez sua estreia na última edição do Festival de Toronto.

Da EFE
Insects in the backyardCena do filme "Insects in the backyard", de Tanwarin
Sukhapisit. (Foto: Divulgação)
A diretora do primeiro filme que denuncia a marginalização dos transexuais na Tailândia acaba de esbarrar na censura. "Insects in the backyard" foi proibido de ser exibido no país, julgado "pornográfico e imoral".
O longa-metragem, estreia de Tanwarin Sukhapisit e que ela mesma protagoniza, tem enredo baseado na sua própria história. Sukhapisit  é um pai solteiro com dois filhos adolescentes que se envergonham de sua escolha sexual e que se prostituem para fugir de casa.
O filme foi bem aceito pelo público quando exibido pela primeira vez em setembro, em Toronto e, depois do sucesso, foi lançado no Festival Internacional de Cinema de Bangcoc.
Quando Sukhapisit pediu em dezembro a permissão para projetar o filme nas salas comerciais, sua solicitação foi rejeitada sem nenhuma explicação. "Não me disseram nada, mas depois soube por amigos e pela imprensa que eles não gostaram de várias cenas", disse diretora, que nasceu 37 anos atrás no corpo de um homem, mas que desde muito jovem se sentia uma mulher.
Sukhapisit recorreu à sentença contra o Ministério da Cultura. O órgão se mostrou disposto a levantar o veto se a diretora cortar todas as sequências de sexo homossexual explícito, estudantes uniformizados exercendo a prostituição e o sonho do filho que assassina o pai.
A diretora recusou cortar qualquer parte da produção. Quem se arrisca a distribuir o filme poderá ser multado em até 1 milhão de bat (equivalente a US$ 33 mil), o dobro do orçamento.
Sukhapisit também não pode classificar o filme como proibido para menores de 18 anos porque todas as formas de pornografia são ilegais na Tailândia.
"Claro que há muitas cenas fortes, com violência e sexo, não só homossexual, mas garanto que não tem mais do que filmes de Hollywood e ele pode ser assistido por qualquer adulto", argumentou a diretora.
Na sua opinião, o comitê de censura presidido pelo primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, "é como um dinossauro que não entende de cinema, acredita que todos os tailandeses são tão incultos como ele e por isso limita a liberdade".
 
Personagens cômicos e secundáriosSukhapisit se queixa que, em seu país, os transexuais são limitados a papéis cômicos secundários no cinema - que ela mesma interpretou em infinitas ocasiões - como reflexo de uma sociedade que garante ser tolerante, mas que na realidade continua sendo "profundamente conservadora".
"É uma atitude paternalista, porque as pessoas aceitam a cultura contemporânea mais do que seus próprios governantes. É triste que alguém com 18 anos esteja apto a votar nas eleições democráticas, mas não seja suficientemente maduro para ver meu filme", lamentou.
Também é algo contraditório que as mesmas autoridades que proibiram o filme a contratam para palestrar sobre cinema nas universidades, mesmo vestida de mulher.
"Há dez anos, jamais me sentiria à vontade de me vestir assim em público, mas pouco a pouco as coisas estão mudando e já não é um tabu para a maioria dos tailandeses", explica Sukhapisit.
A cineasta pertence a uma nova geração liderada por Apichatpong Weerasethakul, o diretor mais famoso da história da Tailândia após conquistar a Palma de Ouro de Melhor Diretor em Cannes em 2010.
O homossexual declarado Weerasethakul enfrentou a censura diversas vezes, e reprova que, enquanto isso, as autoridades financiam superproduções épicas com um fundo nacionalista.
A responsável por "Insects in the backyard", cujo título é uma metáfora sobre como os transexuais não são vistos como humanos e são excluídos pela sociedade, afirma que levará seu caso aos tribunais e não descansará até que se derrogue a lei "antidemocrática".

Radicais proíbem aperto de mão entre homem e mulher na Somália


09/01/2011 10h34 - Atualizado em 09/01/2011 10h45

Radicais proíbem aperto de mão entre homem e mulher na Somália

Militantes islâmicos também vetam conversas públicas entre homens e mulheres sem laços familiares.

Da BBC
O grupo islamista radical al-Shabab proibiu o aperto de mãos entre homens e mulheres na cidade de Jowhar, no sul da Somália.
Além de proibir o aperto de mãos interssexual, a organização também vetou conversas em público e até o caminhar lado a lado entre homens e mulheres sem laços familiares.
O governo do al-Shabab afirma que todo aquele que for flagrado descumprindo as regras será julgado segundo a lei islâmica, a Sharia.
O correspondente da BBC em Mogadíscio Mohamed Moalimuu afirmou que a punição cabível provavelmente seria flagelação em praça pública.
'Manifestações não-islâmicas'
A maioria das rádios da Somália já suspendeu a execução de músicas seguindo as ordens de grupoos islâmicos influentes como o al-Shabab e o Hizbul-Islam, que consideram canções manifestações não islâmicas.
As rádios afirmam que tiveram que obedecer as ordens dos insurgentes, caso contrário, vidas de funcionários seriam postas em risco.
Algumas rádios passaram a transmitir poemas tradicionais no lugar de música.
A Somália não tem um governo central estável desde 1991, e militantes islâmicos controlam grandes partes do território.
O governo de transição, com o apoio de soldados da União Africana e fundos da ONU, controla apenas uma pequena parte da capital, Mogadíscio.
Em 2009, militantes chegaram a proibir filmes e futebol e obrigaram os homens a usarem barbas em algumas regiões.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Brigitte Bardot em Defesa de Vacas e Bois


Brigitte Bardot em Defesa de Vacas e Bois
A atriz Brigitte Bardot e outros ativistas dos direitos dos animais lançaram uma campanha, na França, contra a tradição islâmica e judaica de matança de animais em rituais religiosos, anuncia a AFP. “Não posso continuar a aceitar que para se agradar a um Deus, cortem os pescoços dos animais, como na Idade Média, sem os sedarem antes, quando temos métodos modernos para prevenir o sofrimento dos animais”, explicou à AFP.
A Fundação Brigitte Bardot e outros seis grupos de defesa dos direitos dos animais vão afixar por toda a França mais de dois mil cartazes com a imagem da cabeça de uma vaca e um texto denunciando o sacrifício de animais. O objetivo desta campanha, de acordo com a atriz, é o de “alertar e informar os consumidores”, uma vez que “sem etiquetagem específica, o consumidor é voluntariamente mantido na ignorância sobre o método de abate”.
A regulamentação européia, que exclui a obrigatoriedade de atordoar o animal antes da sua matança quando esta ocorre no âmbito de um ritual religioso, está a tornar-se regra em muitos matadouros, denunciam os promotores da campanha. De acordo com a Fundação Brigitte Bardot, cerca de 60% da carne de animais abatidos em matadouros segundo o ritual muçulmano, e mais de 70% da carne de animais mortos de acordo com o ritual judaico, entram no circuito comercial sem que os consumidores tenham conhecimento disso.França é o país europeu com a maior comunidade islâmica, estimando-se que ali vivam entre 5 a 6 milhões de muçulmanos, majoritariamente oriundos do Magrebe e da África Subsaariana. O consumo de produtos halal (termo árabe do Alcorão que significa “lícito” ou “permitido”) está crescendo, principalmente entre as gerações mais novas. O número de judeus que vive em França ronda os cerca de 700 mil.