sábado, 25 de dezembro de 2010

Novo Congresso dos EUA deve focar América Latina

25/12/2010 - 07h54

Novo Congresso dos EUA deve focar América Latina


ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

O Congresso americano que será inaugurado em janeiro promete novas disputas na discussão da política externa americana. E, ao que tudo indica, a América Latina estará sob holofotes mais fortes --e sob mais pressão.
Republicanos que dominarão a Câmara dos Representantes levarão alguns de seus membros mais linha-dura e conservadores para lideranças das comissões e subcomissões da área.
Por um lado, o controle republicano traz chance de avanço em pontos importantes, como nos tratados de livre comércio. Acordos com Panamá e Colômbia, parados há anos, têm mais chances de ser aprovados agora.
Por outro, a retórica certamente ficará mais ácida.
Um dos principais nomes em ascensão após a vitória republicana de novembro é o de Ileana Ros-Lehtinen, que chefiará a Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Ela nasceu em Cuba e representa o sul da Flórida, região de forte eleitorado anticastrista e de lobby poderoso contra as esquerdas latinas.
Ros-Lehtinen já mostra há anos interesse forte na América Latina e provavelmente lhe dará atenção maior do que a do antigo líder democrata da comissão, Howard Berman, que privilegiava Oriente Médio e Ásia.
Mas progressistas estão em alerta. "Ela é louca", disse à Folha Larry Birns, diretor do think tank Council on Hemispheric Affairs. "Chegou a dizer que não se importaria em ver certos venezuelanos assassinados."
O foco na região será fortalecido por Connie Mack, também da Flórida, que assume a subcomissão para o Hemisfério Ocidental. Ele é descrito como "arquiconservador", diz Peter Hakim, presidente emérito do think tank Diálogo Interamericano.
CONCESSÕES
Hakim aponta que os republicanos, se não serão capazes de ditar a política externa --já que democratas seguem no poder na Casa Branca e no Senado--, estarão em posição para "determinar o tema e o momento de audiências e investigações".
A julgar pela história recente do Capitólio, a Venezuela será o primeiro alvo.
Ros-Lehtinen já deixou claro que pressionará a Casa Branca para endurecer a posição em relação a Caracas. E Mack se destaca como uma das principais vozes anti-Hugo Chávez de Washington.
Republicanos também terão capacidade para bloquear as poucas e modestas propostas que o governo do presidente Barack Obama ofereceu para a região até agora, como o leve afrouxamento das restrições a Cuba.
"Se Obama mantiver essa postura de concessões a oposição, vai abrir espaço para extremistas como o senador Jim DeMint [republicano da Carolina do Sul]", diz Birns.
DeMint é um expoente do movimento ultraconservador Tea Party e, entre outras posições polêmicas, apoiou o golpe em Honduras e emperrou por meses a nomeação do embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon.
E há incógnitas, como nas políticas de defesa para o continente. Enquanto favorecem posições militaristas fortes, por exemplo na Colômbia, republicanos que prometem cortar gastos públicos poderão hesitar em manter recursos para algumas iniciativas.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/850721-novo-congresso-dos-eua-deve-focar-america-latina.shtml

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

LUIZA BAIRROS FUTURA MINISTRA DA SEPPIR - Cota racial não é "dá ou desce", diz nova ministra


24/12/2010 - 10h51

Cota racial não é "dá ou desce", diz nova ministra


JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA


Gaúcha radicada em Salvador há 31 anos, atual secretária de promoção da igualdade da Bahia, a socióloga Luiza Bairros, 57, assumirá a Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), órgão vinculado à Presidência da República.
Em entrevista à jornalista Johanna Nublat na edição Folha desta sexta-feira (íntegradisponível para assinantes do jornal e do UOL), ela defende as cotas raciais, em contraposição às sociais, e diz que o melhor não é impor ações às universidades federais -posição que se opõe ao atual entendimento da pasta.
"Não é assim, sim ou não, dá ou desce. Existem formas que o próprio Estado pode adotar para criar estímulos", disse a socióloga.
Sobre ações que devem ser feitas no ministério, Bairros destaca a agenda de erradicação da miséria. "A secretaria deve ressaltar o fato de que, no Brasil, a maioria das pessoas em situação de pobreza e miséria é negra."
A secretária também afirmou que o Estatuto da Igualdade Racial, aprovado neste ano sob críticas de retirada de pontos importantes, gerou no movimento negro uma expectativa alta. "Na discussão no Congresso, foi perdendo aspectos considerados fundamentais pelo movimento. Boa parte da insatisfação se deve à percepção de que foi retirado um instrumento eficiente na redução das desigualdades raciais."


Kwanzaa: celebração afro–americana

Kwanzaa

Kwanzaa é uma celebração afro–americana que tem início no dia 26 de Dezembro e fim em 1 de Janeiro de cada ano. Palavra africana derivada da frase kiswahili "matunda ya kwanza". Na África tradicional Kwanzaa representa as primeiras colheitas; na América do Norte e Caribe os participantes dessa festa são afrodescendentes.



 O Kwanzaa envolve a reflexão sobre sete princípios básicos: a valorização da comunidade, das crianças e da Vida. Esta celebração está a espalhar–se lentamente pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Caribe e já se podem enviar postais a desejar “Feliz Kwanzaa”. Esta palavra significa "o primeiro, no início" ou, ainda, "os primeiros frutos", e pertence a tradições muito antigas das celebrações das colheitas na África. E foi ela a escolhida para representar esta celebração inventada por um homem, há 34 anos. Maulana Karenga é um professor e activista negro, actual director do Departamento de Estudos Negros da Universidade da Califórnia.

 Prof. Dr. Maulana Karenga

Toda a celebração e os rituais da Kwanzaa foram concebidos após as famosas e terríveis revoltas de Watts, em 1966. Ele buscou em remotas tradições africanas valores que fossem cultivados pelos negros americanos naqueles terríveis dias de lutas pelos direitos civis, de assassinatos de seus principais líderes e que, não sendo religiosos, pudessem atrair - como atraíram - todas as igrejas de todas as comunidades negras em todo o país e, no futuro, pelo mundo fora. Karenga organizou a Kwanzaa em torno de 5 actividades fundamentais, comuns às celebrações africanas da colheita das primeiras frutas:
  • a reunião da família, de amigos, e da comunidade
  • a reverência ao criador e à criação, destacadamente a acção de graças e a reafirmação dos compromissos de respeitar o ambiente e "curar" o mundo
  • a comemoração do passado honrando os antepassados, pelo aprendizado de suas lições e seguindo os exemplos das realizações da história
  • a renovação dos compromissos com os ideais culturais mais altos da comunidade como a verdade, justiça, respeito às pessoas e à natureza, o cuidado com os vulneráveis e respeito aos anciões
  • a celebração do "Bem da Vida" que é um conjunto de luta, realização, família, comunidade e cultura.



Karenga, diz que, "a Kwanzaa é celebrada através de rituais, diálogos, narrativas, poesia, dança, canto, batucada e outras festividades". Estas actividades devem demonstrar os sete princípios, Nguzo Saba em suaíli:
  • umoja (unidade)
  • kujichagulia (autodeterminação)
  • ujima (trabalho coletivo e responsabilidade)
  • ujamaa (economia cooperativa)
  • nia (propósito)
  • kuumba (criatividade)
  • imani (fé)
A cada dia uma vela de cor diferente deve ser acesa num altar onde são colocadas frutas frescas, uma espiga de milho por cada criança que houver na casa. Depois de acesa a vela, todos bebem de uma taça comum em reverência aos antepassados, e saúdam com a exclamação “Harambee”, que tanto significa "reúnam todas as coisas" como "vamos fazer juntos". A grande festa é a de 1 de janeiro, quando há muita comida, muita alegria e onde cada criança deve ganhar três presentes que devem ser modestos: um livro, um objecto simbólico e um brinquedo.

Fonte Wikipédia

 Para saber mais acesse Site Oficial do Kwanzaa  e o Site Oficial do Criador do Kwanzaa, ambos em inglês.

Vídeo daVila Sésamo (infelizmente sem legendas) que mostra a família deTyler James Williams (o Chris, de Todo Mundo Odeia o Chris) celebrando o Kwanzaa.





Episódio da série Todo Mundo Odeia o Chris em que a fam´lia celebra o Kwanzaa. Na primeira parte há uma breve explicação sobre o caráter do feriado.






http://ofensivanegritude.blogspot.com/2010/12/kwanzaa.html

Morre em São Paulo o ex-governador Orestes Quércia


24/12/2010 08h53 - Atualizado em 24/12/2010 09h19

Morre em São Paulo o ex-governador Orestes Quércia

Político lutava há dez anos contra câncer na próstata. 
Ele desistiu da candidatura ao Senado durante o período eleitoral.

Do G1, em São Paulo
Morreu na manhã desta sexta-feira (24) o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, aos 72 anos, informou a assessoria do hospital Sírio Libanês, onde ele estava internado para tratar de um câncer na próstata.
No início de setembro, ele teve diagnosticado um tumor de próstata que havia sido tratado há mais de dez anos. Dias depois, o peemedebista desistiu de sua candidatura ao Senado para tratar a doença.
Trajetória política
Orestes Quércia nasceu em Pedregulho, no interior de São Paulo, em 18 de agosto de 1938. O empresário foi vereador, deputado estadual, senador, vice-governador e governador do Estado de São Paulo. Construiu a maior parte de sua trajetória política dentro do PMDB, algumas vezes em oposição aos rumos da direção nacional do partido.
Quércia viveu com a família parte da infância nas cidades de Franca e de Campinas. Foi em Campinas, quando ainda era adolescente, que deu os primeiros passos na política estudantil, envolvendo-se no grêmio da Escola Normal Livre. Nesse mesmo período, trabalhou como repórter do “Diário do Povo”.
Escolheu cursar direito na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Campinas. Na faculdade coordenou o jornal do centro acadêmico. Trabalhou como locutor entre 1959 e 1963 nas rádios Cultura e Brasil, além de trabalhar no “Jornal de Campinas” e na sucursal do jornal “Última Hora”.
galeria quérciaQuércia com Fidel Castro, quando era governador
de São Paulo (Foto:  Mônica Zarattini/AE)
Começou na política em 1963, quando foi eleito vereador em Campinas pelo Partido Libertador. Filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) após o Ato Institucional nº 2. Pelo MDB, em 1966, foi eleito deputado estadual. Voltou para Campinas em 1969 para assumir a prefeitura da cidade.
Nas décadas de 70 e 80, Quércia tornou-se um dos políticos mais influentes no estado conquistando apoio de políticos do interior. Em novembro de 1974, venceu a disputa ao Senado. Em setembro de 1979, apresentou proposta de emenda constitucional convocando uma assembleia nacional constituinte. Em Campinas, no mesmo ano, fundou o “Jornal Hoje”, publicação posteriormente incorporada ao “Diário do Povo”.
Já no PMDB, em 1982, foi eleito vice-governador na chapa de André Franco Montoro. Em novembro de 1986, derrotou Paulo Maluf na disputa pelo governo do estado. Após a série de vitórias nas urnas que teve seu ápice no governo do estado, o peemedebista não venceu nenhuma outra eleição. Concorreu à Presidência da República em 1994, mas ficou em quarto lugar. Em 1998, tentou voltar ao governo de São Paulo, mas recebeu apenas 4,3% dos votos válidos.
O presidente do PMDB paulista e candidato ao Senado por São Paulo, Orestes QuérciaQuércia durante a campanha eleitoral de 2010
(Foto: Sérgio Neves / Agência Estado)
No governo paulista, Quércia investiu na reforma de estradas, construiu o Memorial da América Latina e criou a Secretaria do Menor. O político também atuou como empresário nos ramos imobiliário e de comunicação, além de investir no setor agropecuário. Após deixar o cargo de governador, Quércia foi presidente nacional do PMDB entre 1991 e 1993.
Em 2010, chegou a lançar candidatura ao Senado. Enquanto o seu partido articulou uma aliança para a eleição de Dilma Rousseff, Quércia e o PMDB paulista ratificaram o apoio já estabelecido ao PSDB, que lançou José Serra como candidato. Em setembro, o peemedebista anunciou, por meio de carta, a desistência da candidatura.
O motivo da desistência foi o diagnóstico do retorno de um tumor de próstata que havia sido tratado há mais de 10 anos. “Entendo que essa atitude, nesse momento, apesar de difícil, é a mais correta a bem dos interesses da Coligação, do meu Partido, do meu estado e meu interesse em recuperar minha saúde", diz Quércia na carta. Após a o diagnóstico, Quércia começou o tratamento com sessões de quimioterapia e ficou internado 36 dias, entre agosto e outubro.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Lula veta divisão dos royalties e diz que pré-sal é presente de Natal


22/12/2010 19h20 - Atualizado em 22/12/2010 19h43

Lula veta divisão dos royalties e diz que pré-sal é presente de Natal

Presidente sancionou lei que estabelece exploração do pré-sal.
Ele irá propor ao Congresso a conservação da receita dos produtores.

Débora SantosDo G1, em Brasília
O presidente Luiz Inácio da Silva assina lei que cria o Regime de Partilha do pré-sal e Fundo Social do pré-salO presidente Luiz Inácio da Silva assina lei que cria
o Regime de Partilha do pré-sal e Fundo Social do
pré-sal (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)
Como já havia anunciado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou, nesta quarta-feira (22), o modelo de divisão dos royalties do pré-sal, aprovado pelo Congresso Nacional. Ele ainda enviará ao Congresso um projeto que preserva as receitas dos estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A proposta alternativa pretende substituir o item aprovado pelos parlamentares que prevê a divisão do dinheiro arrecadado com a produção de petróleo entre todos os estados, independemente de serem ou não produtores.
Na cerimônia, o presidente sancionou o projeto de lei que regula a exploração da camada pré-sal e cria o Fundo Social. Com o Fundo, parte dos recursos adquiridos pelo petróleo será destinada para setores sociais. “Não haveria outra forma de fazê-lo [benefício social] de maneira consistente e duradoura que não fosse essa. A sociedade brasileira não admite mais antagonismo entre riqueza e injustiça social”, disse Lula.
Artigo vetado
Lula vetou ainda um artigo que previa a obrigatoriedade de que 50% dos recursos arrecadados com a produção de petróleo da camada pré-sal fossem investidos em educação.  Segundo o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimermann, a destinação de dinheiro para esta área já esta prevista em outro ponto da lei.
Márcio Zimermann afirmou ainda que o projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso tem como base acordo feito pelo presidente Lula com os governos do Rio de Janeiro de do Espírito Santo.
O projeto eleva de 10% para 15% a alíquota de compensação financeira e cria uma nova forma de dividir os royalties. A nova proposta sugere que estados produtores recebam 25% das receitas obtidas com a cobrança da compensação e o restante dos estados e municípios divida 44% do total arrecadado.
O ministro disse não acreditar em nova derrota do governo como aconteceu quando o Congresso rejeitou o acordo feito com estados produtores. “O ambiente era outro o momento era outro. Eu tenho certeza que o Congresso Brasileiro vai achar uma forma de agilizar”, disse Zimermann.
A aprovação do regime de partilha é essencial para a exploração das reservas: enquanto ele não for definido o governo não pode realizar licitações para as novas áreas de exploração do óleo.

Passaporte
Em seu discurso durante a cerimônia, o presidente afirmou que o marco regulatório estabelece o “ritmo da extração e do refino” e a “capacidade da indústria de atender a demanda” de petróleo, além de destinar a “renda gerada desse processo a um Fundo Social”.
Ele afirmou que a promulgação do projeto de lei é um “presente natalino” para os brasileiros e chamou o pré-sal de “passaporte para o futuro” do Brasil. Segundo o presidente, não haveria outra forma de regulamentar a exploração da riqueza, sem a criação do caráter social.
“Estamos falando de uma escala de recursos capaz de promover uma verdadeira revolução da qualidade da escola pública e do ensino básico, financiar saltos de tecnologia, promoção da cultura e combate à pobreza. A sociedade brasileira não admite mais o antagonismo entre riqueza e justiça social”, afirmou o presidente.