sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Bolsa de estudos de pós-doutorado no valor mensal de R$ 3.300,00 por 2 anos.

Prezad@s,

Saudações.

Pedimos ampla divulgação do edital para seleção de bolsita PRODOC/CAPES no Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do
Instituto de Psicologia/USP.

O bolsista desenvolverá atividades de ensino e pesquisa no âmbito do Núcleo de Estudos e Prevenção da Aids (NEPAIDS/USP) e do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho sobre o tema "Pesquisa Psicossocial das Desigualdades: A discriminação racial".

Bolsa de estudos de pós-doutorado no valor mensal de R$ 3.300,00 por 2 anos.
Auxilio financeiro anual da CAPES para despesas de custeio vinculadas às atividades da bolsa de estudos no valor de R$12.000,00.

Maiores informações em anexo e no site: www.ip.usp.br/portal

Contamos com sua ajuda para garantir ampla divulgação e trazer para a seleção candidatos(as) de todo país.

Obrigado
Alessandro



http://br.groups.yahoo.com/group/discriminacaoracial/message/61643

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

CNE, enviar solicitação deconsultor para nos ajudar a organizar os primeiros passos da discussão até o mês de dezembro.



Colegas,

boa tarde!
A conselheira Rita Gomes e eu estamos tomando as iniciativas formais para o encaminhamento das questões étnico-raciais e indígenas no CNE.
Como todos sabem estou empenhada, na Câmara de Educação Básica, em dar encaminhamento ao processo de elaboração das diretrizes curriculares nacionais para educação escolar quilombola.Também estou rearticulando a comissão do Conselho Pleno para acompahamento da execução da Lei 10.639/03 pelos sistemas de ensino.
Conseguimos, no CNE, enviar solicitação deconsultor para nos ajudar a organizar os primeiros passos da discussão até o mês de dezembro.
Peço a ajuda de tod@s dando ampla divulgação dos processos em anexo em suas listas e àqueles que possuem perfil e interesse no tema, peço que se inscrevam. O prazo para inscrição é SOMENTE ATÉ 06 DE SETEMBRO.
Para mais informações leiam o anexo e entrem no site:
http://sgp.mec.gov.br/edital/tela-inicial
Há mais informações:
Os currículos deverão ser enviados do dia 29/08/2010 até o dia 06/09/2010, até as 12 horas (horário de Brasília), comprovação eletrônica de data e hora para o endereço
http://sgp.mec.gov.br
As informações também estão na página da UNESCO:
www.brasilia.unesco.org/vagasprojetos
Abraços,
Nilma

Programa Ações Afirmativas na UFMG
Faculdade de Educação - FaE /UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha
Belo Horizonte/MG CEP: 31.210-901
Tel.: (31) 3409-6188
Horário de atendimento: segunda a sexta de 14 às 18 horas
Email: acoesafirmativas@...


http://br.groups.yahoo.com/group/discriminacaoracial/message/61583

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Documento referencial do I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta”

Carta de Maceió “Conversas Negras de 2011 a 2014”

Documento referencial do I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta”

De 24 a 26 de agosto de 2010, decorridos 122 anos da abolição inconclusa foi realizado em Maceió, AL, o I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta”, um espaço de idéias, análises, reflexões sobre as temáticas e políticas referentes a contemporânea situação sócio-política, cultural e econômica da população negra brasileira.

O I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta” teve como intento estabelecer conversas universalizantes e marcadas por uma lógica redistributivista, na perspectiva de buscar propostas que garantam o enfrentamento dos desafios impostos por todas as formas de discriminação, com ênfase na discriminação racial, sexismo e lesbofobia.

Temas estratégicos na contemporaneidade foram debatidos buscando um novo desenho das fronteiras cartográficas da afrodescendência investindo e construindo politicamente as perspectivas para 2011- Ano Internacional d@s Afrodescendentes”, instituído pela Assembléia Geral das Nações Unidas.

O I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta” representou uma importante oportunidade de reunir lideranças, juntar

vozes do movimento negro nacional, representantes de instituições públicas, universitári@s,professor@s que tratam de questões para promoção da igualdade de gênero e raça refazendo passos da construção coletiva e a participação de sujeitos políticos em prol de uma causa comum:a igualdade de direitos constitucionais no contexto das diferenças étnico-regionais.

A realização do I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta” pelo Projeto Raízes de Áfricas, como representação do movimento negro alagoano, na terra negra de Palmares, despertou uma postura favorável e pró-ativa da Câmara Municipal de Piracicaba/São Paulo que tendo como interlocutor o jornalista Martim Vieira Ferreira, enviou convite oficial para que a realização do II Ciclo aconteça em terras piracicabanas, como um projeto de formação e conversas continuadas e de permanente intercâmbio nacional.

E, recordando que a Constituição da segunda nação mais negra do planeta é reconhecida internacionalmente pela valorização à cidadania e aos diretos humanos;

Recordando, ainda, que a segunda nação mais negra do planeta é signatária de diversos tratados, convenções e pactos internacionais de defesa dos direitos humanos e de combate a todos os tipos de preconceito, discriminação e racismo, entre elas a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, ratificada pelo Brasil 1969, O Pacto internacional sobre direitos civis e políticos, ratificado pelo Brasil em 1992, Convenção Americana sobre Direitos Humanos, ratificada pelo Brasil em 1992, da Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância-Durban/África do Sul em 2001, e inúmeros resoluções nacionais, tais como Resoluções da II CONAPIR em 2009, da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em 2009, Resoluções contidas na sanção do Plano Nacional para Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação para as Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Resoluções dos Encontros Nacionais das Mulheres Negras, Quilombolas, Juventude Negra, do Estatuto da Igualdade Racial em 2010, Resoluções da Assembléia do VI Congresso Brasileiro de Pesquisador@s Negr@s em 2010, e buscando dar continuidade as conversas negras fundamentadas em todos os pressupostos acima, nós, a plenária presente no encerramento no I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta”, manifestamos a nossa disposição ao diálogo afirmando que é urgente e necessária a ratificação e cumprimento dos documentos citados.

Assim, reiterando o caráter dialógico do I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o Que a História Oficial Ainda Não Conta” e enfatizando que o direito à igualdade é um bem de todos, e, é compromisso do estado, deliberamos e recomendamos pelo:

1-Estabelecimento de mecanismos que subsidiem as políticas públicas para o enfrentamento ao racismo na segunda nação mais negra do planeta;

2-Real implementação do Plano Nacional para Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação para as Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana/Lei Federal nº 10.639:03 nas escolas brasileiras; uma exigência da LDB (Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional) alterada pelo artigo 26-A.

3- Definição de uma agenda comum entre a Política Etnicorracial e as de Direitos Humanos;

4- Definição de uma agenda comum entre as Secretarias que compõem o Ministério de Educação, para o desenvolvimento de práticas que divulguem e consolidem a Lei Federal n 10.639/03;

5-Ampla divulgação das resoluções do Estatuto da Igualdade Racial, recém sancionado pelo Presidente da República;

7- Desenvolvimento de um conjunto de políticas públicas que possibilitem programas de empreendedorismo sócio-étnico, qualificando e divulgando quadros de profissionais e territórios patrimoniais, como o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Palmares/AL;

6- Por uma política de cultura, comunicação e mídias igualitárias, e não discriminatórias.

Por estas e muitas tantas razões, a plenária presente no encerramento do I Ciclo registra por oportuno a necessidade da realização de audiências públicas com os candidat@s ao cargos da presidência da segunda nação mais negra do mundo, visando com isso a legitimação do discurso político de tratar as diferenças sem transformá-las em desigualdades sociais.

Assinam esta carta:

A plenária presente e

Projeto Raízes de Áfricas- Alagoas

Instituto Mídia Étnica- Salvador/Bahia

Assessoria Especial de Políticas da Igualdade Racial- Goiânia- Goiás

Coletivo de Entidades Negras- CEN/Pernambuco

Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Etnicorracial da Federação Nacional dos Jornalistas/CONAJIRA;

Rede de Desenvolvimento Humano- REDEH- Rio de Janeiro

Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial- COJIRA- Alagoas/Rio de Janeiro/Distrito Federal/São Paulo

Coletivo de Clubes Sociais Negros do Rio Grande do Sul- RS

Secretaria Municipal de Reparação- Salvador/Bahia

Câmara Municipal de Piracicaba- São Paulo

Por racismo em escola, Governo de SP é condenado

Governador Alberto Goldman

Governo tem de pagar indenização de R$ 20 mil a família de menino que recebeu tarefa racista

O descuido de uma professora da rede estadual de São Paulo na utilização de um texto com conteúdo racista em sala de aula levou o Tribunal de Justiça de São Paulo a condenar o governo do Estado a pagar uma indenização de R$ 20,4 mil por danos morais à família de um estudante. A sentença foi dada no dia 10 e cabe recurso. A Procuradoria-Geral do Estado informou que ainda não sabe se vai recorrer da decisão.
Em 2002, uma professora da 2.ª série do ensino fundamental da escola estadual Francisco de Assis, no Ipiranga, em São Paulo, passou uma atividade baseada no texto Uma Família Colorida, escrito por uma ex-aluna do colégio. Na redação, cada personagem era representado por uma cor. O “homem mau” da história, que tentava roubar as crianças da família, era negro.

Durante o julgamento, a secretaria alegou que não houve má-fé ou dolo na ação da professora, mas o juiz entendeu que ainda assim se configurou uma situação de racismo. “Todavia, a atividade aplicada não guarda compatibilidade com o princípio constitucional de repúdio ao racismo”, afirma a sentença.

Depois da atividade, o garoto, que é negro e na época tinha 7 anos, passou a apresentar problemas de relacionamento e queda na produtividade escolar. O menino, que não teve a identidade divulgada, acabou sendo transferido de colégio. Laudos técnicos apontam que ele desenvolveu um quadro de fobia em relação ao ambiente escolar.

Pena. A sentença, de um juiz da 5.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, diz que houve dano moral por conta da situação de discriminação a que a criança e seus pais foram expostos. O valor fixado corresponde a 20 salários mínimos para o aluno e 10 salários mínimos para cada um dos pais. O pedido de danos materiais foi negado por falta de comprovação. A solicitação de recolhimento do livro que continha o texto foi desconsiderada, pois a rede não usa o material.
PARA LEMBRAR

Em 2007, uma pesquisa da Unesco mostrou que o racismo afeta o desempenho escolar de negros no Brasil. A média dos brancos no 3.º ano do ensino médio é 22,4 pontos mais alta que dos negros (na escala de 100 a 500 do Saeb). Mesmo quando se leva em consideração a classe social, as diferenças se mantêm. Na classe A, 10,3% dos brancos tiveram avaliação crítica e muito crítica no Saeb. Entre os negros, foram 23,4%.

Luciana Alvarez – O Estado de S.Paulo



http://bailedocarmo.com.br/site/index.php/archives/1709

45 anos da Marcha sobre Washington

História da luta dos negros nos EUA
45 anos da Marcha sobre Washington

No dia 28 de agosto de 1963 acontecia na capital norte-americana a maior manifestação política que o movimento negro já realizou até hoje, a famosa Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade

28 de agosto de 2008

"Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios".

O famoso discurso de Martin Luther King em frente ao Monumento Nacional de Washington em 1963, ato que celebrou a assinatura de John F. Kennedy sobre a Lei dos Direitos Civis, seria o final de um capítulo da luta que se inicia nos anos 50 em torno dos direitos democráticos da população negra. A lei, no entanto, não seria mais que uma mera formalização do Estado capitalista para frear e dividir o processo revolucionário em marcha que teria como expressões os movimentos estudantis, mobilizações operárias e a mobilização democrática contra a guerra no Vietnã.

Os negros, uma importante minoria, constituíram, sem dúvida, o setor mais importante destas mobilizações que ameaçavam, para temor do imperialismo, levantar a classe operária norte-americana, a mais poderosa do mundo.

Mais de 250 mil pessoas vindas de todo o País ocuparam as ruas de Washington para exigir seus direitos democráticos e acabar com a Lei de Segregação Racial. A manifestação era formada pela esmagadora maioria de negros, no qual muitos partiram de suas casas a pé. A própria burguesia, apesar da oposição dos setores racistas do Sul, teve que liquidar o que restava do regime de segregação para não dar lugar à sua liquidação revolucionária, que levaria a uma crise do regime político de conjunto e um movimento com reivindicações sociais mais defindas e revolucionárias.

A marcha foi a culminação da mobilização dos negros norte-americanos contra a exploração e a discriminação racial, sendo um golpe fulminante contra o governo, que no ano seguinte aprovou a lei contra a segregação racial.

Por detrás do pacifismo, a luta revolucionária

O líder Martin Luther King Jr., eternamente apresentado como o homem que conquistou os direitos civis para os negros norte-americanos, sempre foi, no entanto, a direita do movimento e buscou a todo o momento frear suas tendências revolucionárias e encaminhá-lo para uma política de acordo com o regime político imperialista.

Este acordo não foi fácil e, mais ainda, necessitou uma ampla mobilização da própria burguesia e a ação do próprio estado capitalista para conter as suas tendências revolucionárias.

O que poucos sabem, no entanto, é que por detrás deste movimento "democrático" e "pacifista" está oculto um movimento de massas verdadeiramente revolucionário, que levantou todo o cinturão negro dos estados sulistas contra o poder racista e suas forças repressivas, como a Ku Klux Klan, abrindo caminho para uma situação de virtual guerra civil.

Antes mesmo do surgimento dos Panteras Negras, em 1968, nascia no estado de Louisiana, mais precisamente na cidade de Bogalusa, os Diáconos pela Defesa e Justiça. Um grupo formado por negros veteranos da Segunda Guerra Mundial e da guerra da Coréia que pegaram em armas e formaram milícias negras, constituídas em grande medida de operários fabris, para iniciar uma guerra dentro dos seus próprios bairros contra os freqüentes ataques racistas e assassinatos de negros.

Os enfrentamentos dos Diáconos contra a KKK em Bogalusa obrigou o governo federal a intervir e fazer cumprir a Lei dos Direitos Civis de 1964 para evitar o que caminhava para se transformar em uma verdadeira guerra civil em um país com enormes contradições sociais.

Com a aparição dos Diáconos na imprensa de todo País, que mostravam negros armados e ameaçadores, muitos passaram a especular que os EUA se dirigiam para uma guerra civil. Estavam corretos e o medo deste desdobramento inevitável foi o que levou o governo do imperialismo norte-americano a colocar em prática as leis no Sul segundo a famosa tática de entregar os anéis para não perder os dedos.

Esta luta armada não foi uma iniciativa isolada da luta geral das massas negras e nem se deu sem considerar a evolução da situação política, mas foi uma verdadeira expressão armada de um amplo movimento ascendente das massas negras nos EUA, um dos maiores movimentos de massas que aquele país conheceu.

Embora a Lei de Segregação Racial tenha sido extinta, até hoje os negros não só nos EUA, mas em todo o mundo continuam sofrendo discriminação em todos os setores da sociedade capitalista. Sua situação somente poderia evoluir como uma luta aberta contra o capitalismo e pelo poder da classe operária. A reforma dos direitos civis foi, nesse sentido, uma medida concreta de freio através de concessões legais.

O movimento negro deve se organizar em torno de um programa revolucionário e independente da burguesia, pois só assim podem garantir seus direitos elementares e, acima de tudo, o fim da exploração do homem pelo homem através de um governo operário.

O movimento negro norte-americano é a parte oculta da história política dos EUA. Sua importância política e revolucionária torna impossível esconder todos os fatos que influenciaram decisivamente a política, a economia e a cultura dos EUA.


http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=8568