Abdias rebate tentativa de manipulação
Por: Redação - Fonte: Afropress - 31/7/2010
Brasília - O ex-senador Abdias Nascimento, 96 anos, o maior ícone vivo do Movimento Negro Brasileiro, não gostou da tentativa de manipulação feita pela Coordenação de Comunicação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que apresentou uma carta sua datada de 20 de julho como parte da propaganda em favor do texto do Estatuto aprovado pelo Senado e sancionado pelo Presidente da República.
Em outra carta enviada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro chefe da Seppir, Elói Ferreira de Araújo e ao senador Paulo Paim (PT-RS), o velho líder é incisivo. “A sanção do Estatuto nos termos negociados não me inspira qualquer sensação de euforia ou ufanismo, e muito menos de vitória. Todos nós sabemos que, no processo de negociação do texto prevaleceu o peso das forças contrárias ao ponto de descarecterizá-lo de forma significativa”, afirma.
Sobre o texto, Abdias acrescenta que “é mais do que tínhamos antes, sim; é uma referência jurídica nova, sim”. Mas, o ganho é ínfimo diante das justas demandas da população negra e diante dos próprios avanços que o movimento social já conseguiu construir”.
Veja, na íntegra a carta enviada por Abdias
Rio de Janeiro, 23 de julho de 2010.
Carta Aberta aos Excelentíssimos Senhores
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República
Elói Ferreira de Araújo, Ministro Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Paulo Paim, Senador da República,
Ao ato de sanção do Estatuto da Igualdade Racial, tive ocasião de dirigir a Vossas Excelências, e à todos os presentes àquela cerimônia, uma saudação respeitosa reconhecendo possibilidades que a nova legislação oferece. A Seppir publicou o texto em seu site caracterizando-o como aplauso.
Minha mensagem homenageia as pessoas que atuaram durante uma década com competência, compromisso e dedicação na construção do projeto, observa a intervenção de forças políticas contrárias no conteúdo do Estatuto; constata que mesmo assim ele constitui uma referência jurídica de apoio a ação social em busca de reais avanços; afirma que o movimento negro continuará a sua luta; oferece aos ativistas desse movimento palavras de incentivo e axé.
Senhor Presidente, Senhor Ministro, Senhor Senador,
A sanção do Estatuto nos termos negociados não me inspira qualquer sensação de alegria, euforia e ufanismo, e muito menos de vitória. Todos nós sabemos que, no processo de negociação do texto, prevaleceu o peso de forças contrárias ao ponto de descaracterizá-lo de forma significativa. Em aspectos específicos seus dispositivos estão aquém do alcance de ações já existentes. Ficamos com um conjunto de princípios gerais enunciados em linguagem de notável confusão conceitual. É mais do que tínhamos antes, sim; é uma referência jurídica nova, sim. Mas o ganho é ínfimo diante das justas demandas da população negra e diante dos próprios avanços que o movimentos social já conseguiu construir.
A substituição da palavra “racial” pela palavra “étnica” em todo o texto reflete a triste permanência da ideologia racial que nos oprime há meio milênio. Arautos da continuação de privilégios raciais encastelados por meio da discriminação hoje inventam um absurdo imaginário em que os alvos dessa discriminação se tornaram culpados de um suposto racialismo. Os inventores de tal imaginário manipulam o ingênuo senso comum e popular de igualitarismo, tão equivocado quanto é caro à identidade nacional. A má fé desses manipuladores se manifesta em ataques covardes difundidos pelo poder da grande imprensa contra intelectuais dignos como o professor Kabengele Munanga, cuja boa fé ninguém em sã consciência consegue duvidar.
Não me cabe apoiar ou aplaudir a legislação do país. Cabe-me sim, apoiar e aplaudir as forças políticas que se dedicam a combater o racismo. Isto eu farei sempre.
Atenciosamente,
Abdias Nascimento
FONTE: http://www.afropress.com/noticiasLer.asp?ID=2300
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Abdias rebate tentativa de manipulação
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Desigualdade afeta mais mulheres, indígenas e afrodescendentes: ONU
Desigualdade afeta mais mulheres, indígenas e afrodescendentes: ONU
Agência AFP
DA REDAÇÃO - A forte desiguladade observada na América Latina e no Caribe afeta principalmente as mulheres, os indígenas e os afrodescendentes, segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado nesta quinta-feira em San José, Costa Rica.
"A desigualdade afeta mais as mulheres e a população indígena e a afrodescendente", destaca o primeiro Informe Regional sobre Desenvolvimento Humano para a América Latina e o Caribe 2010, do Pnud.
"As mulheres recebem salário menor que o dos homens pelo mesmo trabalho, têm presença maior na economia informal e enfrentam dupla jornada de trabalho (pelo trabalho doméstico)", explica o Pnud, acrescentando que "muitas mulheres carecem de acesso a serviços sociais em seu emprego".
As desigualdades associadas à origem racial e étnica são "consideravelmente maiores na população indígena e afrodescendente" da região, exceto em Costa Rica e Haiti.
"Em média, o dobro da população indígena e afrodescendente vive com menos de um dólar por dia, com relação à população eurodescendente", diz o estudo.
Quanto ao acesso a serviços de infraestrutura, o Pnud diz que "embora existam casos com os do Chile e da Costa Rica, onde a diferença entre os 20% da população com maior renda e os 20% da população com menor renda é baixa, persistem casos como os de Peru, Bolívia e Guatemala, que apresentam baixa cobertura destes serviços e grandes brechas entre os dois grupos".
O Pnud esclareceu que a pobreza não é a causadora dos altos índices de criminalidade em alguns países da região, embora tenha incidência.
"A criminalidade é um fenômeno mais complexo que relacioná-lo (exclusivamente) com a pobreza. A pobreza, em si mesma, não explica a criminalidade", disse Isidro Soloaga, coordenador do relatório regional, ao destacar que a Nicarágua tem baixa taxa de criminalidade, apesar de ter altos índices de pobreza.
Na América Central, a desigualdade tem sido reduzida desde os anos 90, enquanto na América do Sul "não foi até a metade da década seguinte que apresentou uma diminuição importante, embora (...) continuem sendo dos mais altos do mundo" em desigualdade, segundo o informe.
16:37 - 22/07/2010
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/07/22/e220718958.asp
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 20:26 0 comentários
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Adventistas do 7º Dia recorrem ao STF para mudar dia de prova em concurso do MPU
Adventistas do 7º Dia recorrem ao STF para mudar dia de prova em concurso do MPU
Cinco candidatos inscritos no concurso público para provimento de cargos de analista e técnico do Ministério Público da União (MPU) ajuizaram Mandado de Segurança (MS 28960) no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual pedem liminar para que seja alterado o dia da prova (sábado, 11 de setembro de 2010), ou para que lhes seja permitido fazer a prova apenas após o sol se pôr. Os candidatos são membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia e, para eles, o sábado é considerado dia sagrado de adoração. Segundo os candidatos, a fixação da data está impedindo que eles tenham acesso a cargos públicos pela via democrática do concurso sem que firam suas consciências.
“Para os adventistas, o dia de repouso escolhido, abençoado e santificado por Deus é o sétimo, com o objetivo de ser um memorial da Criação, um dia em que se adora e se reconhece a Deus como Criador de todas as coisas e o ser humano como simples criatura. Neste aspecto, a questão da tolerância fará grande diferença à efetivação do direito fundamental à liberdade religiosa em uma sociedade pluralista e democrática, sem que se restrinjam os direitos daqueles que desejarem seguir suas convicções”, afirmam os impetrantes (quatro bacharéis em Direito e um licenciado em História). Segundo eles, a importância dos dias religiosos sagrados é reconhecida pelo Direito Internacional e citam, como exemplo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No mandado de segurança, o pedido principal é para que a data da prova seja alterada para outro dia de semana, de preferência domingo. É feito um pedido alternativo para que seja permitido aos cinco candidatos chegar ao local da prova no horário estabelecido, mas esperar o pôr do sol, num local que permaneçam isolados e incomunicáveis, para só depois disso a prova ser aplicada com o mesmo tempo de duração concedido aos demais candidatos. Para “resguardar a integridade espiritual”, os candidatos pedem ainda que lhes seja permitido ler a Bíblia durante as horas sabáticas (até o pôr do sol).
Ouça a notícia na Rádio Justiça:
http://www.radiojustica.jus.br/radiojustica/noticia!visualizarNoticia.action?entity.id=156841
VP/AL
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=156807&caixaBusca=N
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segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Demissão de funcionária negra constrange Obama
Uma sucessão de erros obrigou o presidente dos EUA, Barack Obama, a divulgar um constrangedor pedido de desculpas, no dia 22, a Shirley Sherrod, funcionária pública de 62 anos, negra, moradora de Albany, no Estado da Georgia. Demitida sob a acusação de racismo pelo Departamento de Agricultura dos EUA, três dias antes, ela aceitou o pedido. Entretanto, uma semana depois, ainda sem saber se retornará ao trabalho, Shirley acabou com o suspense e decidiu processar o responsável pelo caso: o militante republicano Andrew Breitbart. Ele é membro da ala mais conservadora do Partido Republicano, conhecida como Tea Party. Breitbart, 41 anos, branco, de Westwood, na Califórnia, é responsável por um site jornalístico (www.breitbart.com), que divulgou um vídeo editado de um depoimento que Shirley tinha dado, em 27 de março, durante um encontro da Associação Nacional para a Promoção das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), em Coffee County, na Georgia. Em cerca de três dos 43 minutos da palestra, as imagens traziam a declaração de Shirley, então diretora de Desenvolvimento Rural do Departamento de Agricultura, de que hesitara em apoiar um fazendeiro à beira da falência, nos anos 80, porque ele era branco e se comportara como se fosse superior a ela. Na Casa Branca. Despachada para o YouTube, a frase ganhou o rótulo de "racismo negro", chegou à Casa Branca e seguiu para a mesa de Tom Vilsack, secretário da Agricultura, que a demitiu sumariamente no dia 19, depois de ler a transcrição do vídeo. A história completa foi resgatada pela imprensa graças à reação dura da NAACP, que denunciou a edição do vídeo. Também ajudou o depoimento à rede CNN de Roger Spooner, o fazendeiro que quase perdeu suas terras nos anos 80. "Vou dizer para você uma coisa. Nunca ninguém me tratou tão bem como Shirley", afirmou Spooner, ao referir-se à ajuda que dela recebeu para salvar sua propriedade naquela época. "Ela nos ajudou e nós a estamos ajudando." Constrangimento. Ao descobrir a nova versão dos fatos, a imprensa americana não teve muito trabalho para resgatar a palestra integral de Shirley, na qual ela contava sua história. Filha de agricultores da Georgia, ela tinha 17 anos quando viu o assassino de seu pai ser absolvido - o réu era branco. Dias depois do julgamento, uma cruz ardeu em chamas na frente de sua casa. A ameaça da Ku Klux Klan não foi adiante porque a vizinhança, de origem negra, reagiu. O relato integral sobre a história de Shirley caiu como bomba no governo do primeiro presidente negro dos EUA. No dia 21, o secretário Vilsack pediu desculpas e ofereceu um novo emprego a Shirley na área de direitos humanos. Em seguida, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, também fez um pedido público de desculpas. No dia 22, o próprio Obama telefonou para Shirley. Até sexta-feira, o único pedido de desculpas que ela não havia recebido foi o de Andrew Breitbart, que afirmou à revista Newsweek que pretende "conversar pessoalmente com ela. "Não quero suas desculpas. Ele tinha obrigação de saber que estava me atingindo", afirmou Shirley. "Eu, definitivamente, vou processá-lo." De novo a questão racial MATT BAI "A traumática experiência de Shirley Sherrod seguiu um padrão familiar na vida americana, em que qualquer pessoa que se manifeste sobre o tema da raça corre o risco de atrair a indignação pública e a humilhação. Talvez esperássemos que a eleição de um presidente negro tornasse essa questão menos sensível, da mesma maneira que a eleição de John F. Kennedy parece ter apaziguado as tensões entre os católicos americanos e o establishment protestante do país. No entanto, como os eventos da semana passada deixaram claro, apenas a presença de Barack Obama não nos livrará do problema racial." http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100801/not_imp588934,0.phpDemissão de funcionária negra constrange Obama
Caso de Shirley Sherrod, acusada de racismo e injustamente demitida, leva o presidente americano a divulgar um pouco comum pedido de desculpas
JORNALISTA DO "NEW YORK TIMES"
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 10:39 0 comentários
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domingo, 1 de agosto de 2010
O Instituto Comáfrica comunica que sua Presidente, a Dra. Jennifer Dunjwa Blajberg, faleceu nesta madrugada aos 67 anos de idade
INSTITUTO COMÁFRICA
COMAFRICA INSTITUTE
Fundado em 22.08.1985-Antigo Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Povos da África do Sul e Namíbia- COMAFRICA
Established 22 Aug, 1985 -The former Brazilian Committee of Solidarity with the Peoples of South Africa and Namibia
Comunicado
Rio de Janeiro 30 de julho de 2010
O Instituto Comáfrica comunica que sua Presidente, a Dra. Jennifer Dunjwa Blajberg, faleceu nesta madrugada aos 67 anos de idade. A Dra. Jennifer , sul-africana e militante contra o apartheid nasceu na Cidde do Cabo, África do Sul em 28/2/1942 Foi professora do ensino médio em seu país e em 1967 veio para o Brasil onde trabalhou na área de ensino do inglês como língua estrangeira. Graduou-se em Direito pela Universidade da África do Sul e Doutorou se em Africanistica e Lingüística na Universidade de Viena em 1979, tendo publicado tese inovadora sobre a política de línguas sob o apartheid e formas de supera-la numa futura África do Sul democrática . Casada com brasileiro e tendo filha brasileira regressou o Brasil em 1979 tendo-se dedicado ao desenvolvimento dos Estudos Africanos no país e à construção da solidariedade entre os povos do Brasil, África do Sul e Namíbia na luta contra o Apartheid. Fundou o Ineafric-Instituto de Estudos Africanos, foi a mentora do antigo Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Povos da África do Sul e Namíbia- COMAFRICA e desde 2000 dedicava-se ao desenvolvimento do nosso Instituto. Com espírito indomável , amor à vida e capacidade de manter a África do Sul e seu povo tão próximos do seu coração e mente e dos corações e mentes do povo brasileiro, inspirou povo brasileiro no posicionamento contra o apartheid e na luta contra o racismo.
Entre 1980 e 1986 foi bolsista pesquisadora do CNPq tendo produzido no sentido do desenvolvimento dos estudos africanos no Brasil. De 1979 a 1994 viajou incansavelmente pelo Brasil levando a mensagem da luta contra o apartheid e contra o racismo, fez articulações para a visita de Nelson Mandela ao Brasil após sua libertação
JENNIFER FEZ AQUI a guerra ao apartheid e será lembrada para sempre na Memória brasileira dos Estudos Africanos e da Cooperação Internacional com a África .
O velório será realizado na 2ª feira dia 2 na Capela do Cemitério dos Ingleses à Rua da Gamboa 181, O velório será iniciado às 10 hras da manhã e o sepultamento será realizado às 15 horas do mesmo dia..
Instituto Comáfrica
Designado em 1987 pelo Secretário-Geral das Nações Unidas como Mensageiro da Paz,
em reconhecimento de uma significativa
contribuição para o programa e objetivos do
Ano Internacional da Paz,1986.
1987 - Designated by the
United Nations Secretary-General as Peace Messenger, in recognition of a significant contribution to the programme and objectives of the International Year of Peace, 1986.
Internet: www.comAfrica.
Caixa Postal/P.O.Box 15.132 - CEP 20.155-970 - Rio de Janeiro -RJ – Brasil
Endereço/Address: Rua Marquês de Abrantes 82 cobertura 01
CEP 22.230-061 Flamengo Río de Janeiro-RJ -
TeleFax:0-XX-
CNPJ [Tax Reg. No.] 29409752/0001-
Comafrica2009dircom timbPT_EN
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