CICLO DE ESTUDOS E DEBATES: Ações Afirmativas Na Contemporaneidade
quarta-feira, 7 de abril de 2010
CICLO DE ESTUDOS E DEBATES: Ações Afirmativas Na Contemporaneidade
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 23:59 0 comentários
Marcadores: Discriminação, Notícias, Política
terça-feira, 6 de abril de 2010
Rio pode ter terreiros de candomblé na lista de patrimônio nacional
Depois da Bahia, o Rio de Janeiro pode ser o segundo estado brasileiro a ter terreiros de candomblé incluídos na lista de patrimônio imaterial histórico nacional. Trinta e dois centros onde a religião afrobrasileira é praticada há mais de 30 anos já foram mapeados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e dois deles já estão em processo de tombamento.
Os resultados do inventário que vem sendo feito pelo Iphan há quatro anos serão apresentados no 1º Fórum dos Terreiros de Candomblé do Rio de Janeiro, que será realizado nesta segunda-feira (5/4) e nesta terça-feira (6/4) na sede da Superintendência do instituto, no centro do Rio. No evento, serão discutidas ainda as medidas a serem adotadas para a preservação dos terreiros, que, segundo o superintendente do Iphan no Rio, Carlos Fernando Andrade, podem ser de ajuda financeira ou de realização de oficinas.
Andrade explicou que as religiões com matriz africana, como é o caso do candomblé, interessam ao Iphan para deixar registrado na memória do país esse tipo de expressão cultural, desde a manifestação de um orixá, as cantigas, suas comidas e suas formas de dançar. Por isso, disse ele, “nesse levantamento usamos uma metodologia que chamamos de Inventário Nacional de Referência Cultural e agora vamos trabalhar um plano de salvaguarda para a preservação dessa cultura”.
- Estamos tratando o candomblé como uma questão cultural e não religiosa. Assim, a noção de patrimônio imaterial passa pela questão dos saberes, das crenças, das festas, da mesma forma como trabalhamos a Festa do Divino, em Paraty, e a Congregação de São Benedito, em Angra dos Reis, ambas no sul do estado do Rio - acrescentou.
A museóloga Márcia Neto, responsável pela pesquisa no Iphan, reconhece que o trabalho está sendo feito por amostragem, já que existem centenas de terreiros de candomblé no estado. Segundo ela, o primeiro critério usado no mapeamento é o da antiguidade.
- Quanto mais antigo o terreiro, mais memória ele tem.
Os dois primeiros centros visitados foram os de Nitinha de Oxum, em Nova Iguaçu, e de Valdomiro de Xangô, em Duque de Caxias, ambos na Baixada Fluminense, onde as atividades começaram há quase 50 anos. O processo de tombamento está tramitando no Iphan e segundo a pesquisadora, ainda não há previsão de conclusão. Outros dois terreiros já visitados também entraram com pedido de tombamento.
- Qualquer zelador de santo, ou seja, o babalorixá (se for homem) ou ialorixá (se for mulher), pode pedir o tombamento imaterial da casa, que para nós do Iphan significa o resgate da cultura pelos saberes, rituais, danças, cantigas, indumentária e linguagem. Neste fórum vamos ouvir as comunidades dos terreiros para elaborarmos propostas de salvaguarda para conservação, preservação e registro desses locais - afirmou
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 00:48 0 comentários
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Commentary: Jill Scott Talks Interracial Dating
Commentary: Jill Scott Talks Interracial Dating
Friday, March 26, 2010 | 12:20 PM
by Jill Scott
You know the moment when you realize that fine, accomplished brother is with a White woman? Let's call it "the wince." Three-time Grammy Award-winning artist, writer, actress, philanthropist, mother and all-around Renaissance woman, Jill Scott gets to the root of our feelings on the matter in the April issue of ESSENCE...
My new friend is handsome, African-American, intelligent and seemingly wealthy. He is an athlete, loves his momma, and is happily married to a White woman. I admit when I saw his wedding ring, I privately hoped. But something in me just knew he didn't marry a sister. Although my guess hit the mark, when my friend told me his wife was indeed Caucasian, I felt my spirit...wince. I didn't immediately understand it. My face read happy for you. My body showed no reaction to my inner pinch, but the sting was there, quiet like a mosquito under a summer dress.
Was I jealous? Did the reality of his relationship somehow diminish his soul's credibility? The answer is not simple. One could easily dispel the wince as racist or separatist, but that's not how I was brought up. I was reared in a Jehovah's Witness household. I was taught that every man should be judged by his deeds and not his color, and I firmly stand where my grandmother left me. African people worldwide are known to be welcoming and open-minded. We share our culture sometimes to our own peril and most of us love the very notion of love. My position is that for women of color, this very common "wince" has solely to do with the African story in America.
When our people were enslaved, "Massa" placed his Caucasian woman on a pedestal. She was spoiled, revered and angelic, while the Black slave woman was overworked, beaten, raped and farmed out like cattle to be mated. She was nothing and neither was our Black man. As slavery died for the greater good of America, and the movement for equality sputtered to life, the White woman was on the cover of every American magazine. She was the dazzling jewel on every movie screen, the glory of every commercial and television show. She was unequivocally the standard of beauty for this country, firmly unattainable to anyone not of her race. We daughters of the dust were seen as ugly, nappy mammies, good for day work and unwanted children, while our men were thought to be thieving, sex-hungry animals with limited brain capacity.
We reflect on this awful past and recall that if a Black man even looked at a White woman, he would have been lynched, beaten, jailed or shot to death. In the midst of this, Black women and Black men struggled together, mourned together, starved together, braved the hoses and vicious police dogs and died untimely on southern back roads together. These harsh truths lead to what we really feel when we see a seemingly together brother with a Caucasian woman and their children. That feeling is betrayed. While we exert efforts to raise our sons and daughters to appreciate themselves and respect others, most of us end up doing this important work alone, with no fathers or like representatives, limited financial support (often court-enforced) and, on top of everything else, an empty bed. It's frustrating and it hurts!
Our minds do understand that people of all races find genuine love in many places. We dig that the world is full of amazing options. But underneath, there is a bite, no matter the ointment, that has yet to stop burning. Some may find these thoughts to be hurtful. That is not my intent. I'm just sayin'.
Jill Scott is a three-time Grammy Award-winning artist, writer, actress, philanthropist and mother.
http://www.essence.com/relationships/commentary_3/commentary_jill_scott_talks_interracial.php
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 05:43 0 comentários
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Quem tem medo de raça? A paranóia branca e as ações afirmativas no Brasil.
Jaime Amparo-Alves (1)
como nos Estados Unidos. Mas fazemos o que
talvez seja pior. A vida do preto brasileiro é toda
tecida de humilhações. Nós os tratamos com uma
cordialidade que é o disfarce pusilânime de um
desprezo que fermenta em nós, dia e noite”
Nada de original. Em Fora da Lei(2), Demétrio Magnoli reproduz com um atraso de dez anos a crítica feita por Pierre Bourdieu e Loïc Wacquant sobre uma suposta importação do modelo de relações raciais estadunisense pelo movimento negro brasileiro e seus intelectuais. Em Sobre as artimanhas da razão imperialista(3) os autores acusavam os intelectuais negros estadunidenses de imperialistas culturais – a crítica é direcionada principalmente, embora não exclusiva, ao livro de Michael Hanchard ‘Orfeu e o poder’ (2001)(4) - e a emergente academia negra norte-americana de impor uma falsa universalização do racismo aos países do chamado terceiro mundo. Haveria um certo excepcionalismo brasileiro no campo das relações raciais que faria o Brasil ser diferente. Ainda, os autores rotulavam o intercambio – cada vez mais crescente – entre intelectuais negros dos dois países de tática estratégica para a imposição de um modelo bi-polar de relações raciais só presente na America do Norte. As agencias de financiamento como a Fundação Ford aparecem na critica como o exemplo mais concreto do imperialismo cultural disfarçado de intercambio acadêmico. O debate que se seguiu à crítica de Bourdieu e Wacquant já é conhecido. John French, Edward Telles, Jocélio Telles, Michael Hanchard, entre outros, responderam dando o merecido crédito à autonomia intelectual negra no Brasil e mostrando que a tão propalada excepcionalidade brasileira não se sustenta quando contrastada com as condições de vida dos brasileiros negros.
A volta ao debate nos dá a oportunidade de reenfatizar um aspecto central da experiência negra nas Américas: em todos os países negras e negros ocupam índices cruéis na hierarquia social. Não há nada de excepcional no quadro de relações raciais do Brasil e a similaridade nas ‘condições materiais de existência’ – em que pese suas especificidades – ajudam a tecer uma comunidade política imaginada e concreta, a Diáspora Africana. O que há em comum na experiência d os jovens negros das favelas cariocas e os jovens negros dos guetos de Chicago ou Nova York? O que une o viver urbano de negras e negros do Haiti, da Colômbia, de Cuba, dos EUA, do Brasil, dos países africanos? Quais as especificidades e as semelhanças na representação midiática de negras e negros nas Américas e nas Áfricas? Portanto, para desconstruir o mito da suposta importação acrítica do padrão de relações raciais dos EUA, teríamos que perguntar aos neo-freirianos do momento por que a fobia com a crescente conscientização política transnacional negra e por que os negros brasileiros aparecem em seus textos como incapazes de possuírem uma autonomia intelectual própria.
Tal fobia está presente nos textos de Demétrio Magnoli. Em Fora da Lei, o autor repete as táticas já conhecidas nos seus textos anteriores. Trata-se do recurso lingüístico de imputar a outrem afirmações que ninguém fez. Quem no movimento negro teria se oposto à defesa da qualidade do sistema público de ensino? Quem teria afirmado a existência biológica de raça? Haveria uma incompatibilidade na luta pela democratização do acesso à universidade pública e a defesa da escola pública?
De um lugar social racialmente privilegiado, os neo-freirianos ambiguamente reconhecem a existência do racismo, mas não admitem a luta política contra suas manifestações cotidianas. É como se raça fosse uma construção social sem impactos reais diferenciados nas chances de vida de brancos e negros(5). Esse social construtivismo na verdade esconde uma paranóia contra qualquer forma de organização política que questione a supremacia branca. Ao contrário do que se quer fazer crer, o que orienta tais posicionamentos políticos não é a preocupação com o renascimento do ‘estado racial’ ou a suposta defesa da igualdade entre todos. Os terrenos estão bem demarcados e não há ingenuidade no debate: a organização política dos negros e negras representa uma ameaça real ao poder político-econômico de uma elite branca que tem na academia e na mídia seus principais instrumentos ideológicos. Faz sentido, portanto, que intelectuais reconhecidamente competentes no repertório acadêmico como Ivone Maggie, Peter Fry, Márcia Green, e agora Demétrio Magnoli se prestem ao papel de arquitetos do caos e invistam suas carreiras acadêmicas na construção do ‘apocalipse racial’.
O mundo não vai acabar com as cotas nas universidades públicas, como mostra o exemplo positivo da Universidade de Brasília - a primeira instituição federal de ensino superior a aprovar cotas para negros - e das quase cem instituições públicas que adotam algum programa de ações afirmativas. Estas instituições estão recuperando o sentido republicano da universidade pública(6). Quem tiver curiosidade de estudar os números da inclusão verá que as cotas raciais começam ajudar o Brasil na longa marcha em busca do reencontro consigo mesmo. As ‘divisões perigosas’ que historicamente têm colocado em lugares sociais distintos negros e brancos – os primeiros nas favelas, nas prisões, na pobreza, nas estatísticas insidiosas da violência policial, no chão das fábricas e os segundos nas melhores universidades públicas, nos condomínios fechados, na direção dos conglomerados empresariais – são a verdadeira ameaça à efetivação da igualdade substantiva entre todos os brasileiros. A luta dos negros e negras por igualdade de direitos vai ajudar a consolidar a cidadania e transformar a democracia racial em uma realidade concreta. Só a luta organizada por igualdade racial de fato poderá desbancar o mito da harmonia racial.
As ações afirmativas não farão surgir um tribunal racial nem criarão uma ‘rotulação estatal dos cidadãos segundo o critério abominável da raça’. De fato, ‘raça’- como empregada por Demétrio Magnoli - é um critério abominável, como o é sua má-fé e o seu cinismo de colocar na mesma cesta a luta do movimento negro pela igualdade racial e o estado nazista alemão. Ao reivindicar a categoria raça como identidade política, negras e negros o fazem a partir de uma perspectiva crítica e o fazem porque os brancos não deixaram outra escolha no campo das disputas políticas(7). Racialmente interpelados(8) como ‘negros’ – com toda significação histórica que a palavra carrega – no contexto de desigualdades racialmente estruturadas negras e negros re-significam a categoria ‘raça’ e tecem uma nova identidade política. Fazem sentido da vida e dos seus encontros cotidianos racializados a partir da identificação com um grupo social.
Se no embate político por direitos de cidadania novos brasileiros se reencontram com seu passado e quebram o paradigma da linha cromática sempre em direção ao branco, ainda melhor. O reconhecimento da negritude está em sintonia com a celebração da diversidade étnico-racial tão forte entre nós. Mas é hora de celebrar a diversidade brasileira não apenas no futebol ou no botequim, como certa antropologia da cordialidade sugere. É hora de miscigenar os espaços de poder.
O movimento negro está abrindo, no grito e na raça, uma porta ha tempos fechada. A intelectualidade negra cresce e com ela um novo paradigma na produção de conhecimento sobre as relações raciais no Brasil e nas Américas. Não seria a resistência às ações afirmativas um sintoma da impossibilidade cognitiva dos brancos em reconhecer seu privilegio e o lugar de onde falam?
Notas
(1)Jornalista e doutorando em Antropologia Social, Universidade do Texas, em Austin. Email: amparoalves@gmail.com
(2) O artigo foi publicado n’O Estado de S. Paulo, de 18 de fevereiro de 2010, pp.02
(3) Em Estudos Afro-Asiáticos, Ano 24, nº 1, 2002, pp. 15-33
(4) HANCHARD, Michael (2001). Orfeu e Poder. Movimento Negro no Rio e São Paulo. Rio de Janeiro, EdUERJ/UCAM.
(5) Não é a toa que O Atlantico Negro, de Paul Gilroy, ocupe hoje no Brasil, mesmo nos círculos radicais negros , um lugar de destaque.
(6) Após seis anos de cotas racias, a UnB ainda possui uma população afrodescendente sub-representada (eles são pouco mais de 3 mil dos 26 mil alunos).
(7) Tem sido ainda pouco explorada a discussão sobre a incapacidade da esquerda brasileira em incorporar a dimensão de raça em sua estratégia política. O reducionismo econômico da luta de classes é sintomático da dificuldade, mesmo entre os mais progressistas intelectuais de esquerda, em entender a experiência negra.
(8) Emprego o termo aqui no sentido dado por Althusser em "Ideology and ideological state apparatuses." Eds. J. Rivkin & M. Ryan. Literary theory: An anthology. Malden: Blackwell Publishers, 1998. pp. 294-304. E ampliado por Stuart Hall em "The rediscovery of ideology." Eds. J. Rivkin & M. Ryan. Literary theory: An anthology. Malden: Blackwell Publishers, 1998. pp. 1050-1087.
http://www.irohin.org.br/onl/new.php?sec=news&id=7969
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 05:41 0 comentários
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domingo, 4 de abril de 2010
Nina Simone de corpo e alma
4.4.10
Nina Simone de corpo e alma
"Toda a minha vida desejei exprimir meu sentimento de prisioneira, esse silêncio atroz que transforma todos os negros em encarcerados."
"Seja o que for que alguém possa concluir sobre minha música, seja o que for que alguém sinta por ela, saiba que a perturbação que ela provoca é também parte da perturbação do ouvinte. Tudo o que você ouve nessa música é absolutamente verdadeiro."
"Vou dizer a você o que significa liberdade para mim. Liberdade é realmente não sentir medo de espécie alguma. Todos deveriam ser livres e, se não o somos, é porque somos assassinos."
"Não estou no meu país. Nasci aqui, nos EUA, mas este não é o meu lar. Sinto estar à beira de ser crucificada aqui, só não sei dizer por quem."
"O que eu fazia não era música clássica, nem popular, mas música em defesa dos direitos civis. Todos os meus amigos foram exilados ou simplesmente assassinados. Fiquei meio perdida, amarga, paranoica, imaginando que podia ser morta a qualquer momento."
Pássaros voando alto, você sabe como me sinto
Sol no céu,você sabe como me sinto
Briza passando,você abe como me sinto
(refrão)x2
É um novo amanhecer
É um novo dia
É uma nova vida
Pra mim
E estou me sentindo bem
Peixe no mar, você sabe como me sinto
Rio correndo livre, você sabe como me sinto
Florescer na árvore,você sabe como me sinto
(refrão)
Libélula ao Sol,você sabe o que digo, não sabe?
Boroletas ao Sol,você sabe o que digo,não sabe?
Adormecer em paz ao fim do dia
Isso que eu quero dizer!
E este velho mundo é um novo mundo
E um corajoso mundo
Pra mim
Estrelas quando brilham,você sabe o que digo
Aroma do pinheiro,você sabe o que digo
Oh A liberdade é minha
E eu sei como me sinto!
(refrão)
Confira a versão original de Feeling Good
De: A. Newley e L. Bricusse (1965)
Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Breeze driftin' on by you know how I feel
(refrain:)x2
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good
Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom on the tree you know how I feel
(refrain)
Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean
And this old world is a new world
And a bold world
For me
Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel
(refrain)
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 21:59 0 comentários
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