domingo, 4 de abril de 2010

Pregador do Papa pede perdão a judeus e diz que Bento XVI desconhecia discurso

04/04/10 - 06h16 - Atualizado em 04/04/10 - 07h42

Pregador do Papa pede perdão a judeus e diz que Bento XVI desconhecia discurso

Pregador da Casa Papal comparou acusações à Igreja a antissemitismo.
Vaticano diz que declaração não corresponde ao pensamento da Igreja.

Do G1, com agências internacionais*

Predicador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa, pediu perdão aos judeus por seu discurso da Sexta-Feira Santa quando comparou as críticas ao papa Bento XVI pelos casos de pedofilia com o antissemitismo e assegurou que o pontífice desconhecia o texto, disse em entrevista publicada neste domingo pelo jornal "Corriere della Sera".


O franciscano, de 75 anos, assinalou que suas intenções eram "amistosas" e que levando em conta que este ano a Páscoa cristã e a judia caem na mesma semana queria enviar uma saudação aos judeus no contexto da sexta-feira, "uma data que, infelizmente , sempre foi de confronto e, para eles, de compreensível sofrimento".

Ele se referia às preces dos católicos pelos judeus da Sexta-Feira Santa. No rito anterior ao Concílio Vaticano II se pedia por sua conversão ao cristianismo e se rogava a Deus para que eliminasse "a cegueira deste povo, para que, reconhecida a verdade de sua luz, que é o Cristo, saíssem das trevas".


Essa frase foi mudada e atualmente se implora a Deus que "ilumine seus corações para que reconheçam a Jesus Cristo salvador de todos os homens". Texto que os judeus continuam criticando.


O predicador da Casa Pontifícia disse em seu discurso da Sexta-Feira Santa que um amigo judeu tinha lhe escrito, mostrando-lhe seu "desgosto" pelas críticas da imprensa internacional a Bento XVI, ao qual acusam de ter escondido casos de padres pedófilos.


Cantalamessa manifestou que falou em sua homilia da carta de seu amigo judeu "porque me pareceu um testemunho de solidariedade com o pontífice tão duramente atacado nestes dias".


"A minha intenção era amistosa, o contrário de hostil", insistiu o franciscano.

Justificativa

No sábado (3), o Vaticano se apressou em justificar, que a declaração durante um sermão do padre não corresponde à linha de pensamento da Igreja.

"Fazer uma aproximação entre os ataques contra o papa pelo escândalo de pedofilia e o antissemitismo não é a linha seguida pela Santa Sé", afirmou o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé à rádio Vaticano.


Repercussão

A comparação provocou indignação nas comunidades judaicas europeias e americanas e o protesto de associações de vítimas de abusos sexuais cometidos pelo clero.

A declaração do pregador da Casa Papal durante o sermão da liturgia da Sexta-Feira da Paixão é de "mau gosto e inapropriada", afirmou o rabino de Roma Riccardo Di Segni.

"O paralelismo que se fez em São Pedro não tem razão de ser. São declarações completamente fora de propósito", declarou Di Segni em entrevista ao jornal La Stampa.

O rabino Di Segni, o mesmo que desafiou em janeiro as dúvidas de boa parte da comunidade judaica mundial ao receber Bento XVI na sinagoga de Roma, considerou a comparação "especialmente inoportuna, já que nenhuma pessoa da comunidade judaica interveio até agora nos escândalos de pedofilia da Igreja".

"Estes abusos são um problema da Igreja Católica e não corresponde a nós intervir nem fazer comparações que não podem ser feitas", disse.


'Insulto'

Na Alemanha, os judeus também manifestaram contrariedade. Para o secretário-geral do Conselho Central dos Judeus do país, a comparação é um "insulto".

"É uma impertinência e um insulto para as vítimas dos abusos sexuais, assim como para as vítimas da Shoah", declarou Stephan Kramer.

"O Vaticano recorre aos métodos habituais utilizados há décadas para sufocar e ocultar as histórias que afetam a Igreja Católica", completou.

*(Com informações da EFE e da France Presse)

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1556277-5602,00-PREGADOR+DO+PAPA+PEDE+PERDAO+A+JUDEUS+E+DIZ+QUE+BENTO+XVI+DESCONHECIA+DISCU.html


sábado, 3 de abril de 2010

RACISMO AMBIENTAL - Povos tradicionais resistem à injustiça



RACISMO AMBIENTAL (17/3/2010)

Povos tradicionais resistem à injustiça

17/3/2010

A expropriação de territórios e ausência do poder público na solução dos conflitos é uma das questões denunciadas pelo Grupo de Trabalho de Racismo Ambiental da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA), que lançou o "Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil", ontem, no auditório da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Além da divulgação do estudo, outras ações estão sendo realizadas pelo grupo. De hoje até amanhã, acontece a 1ª Oficina de Combate ao Racismo Ambiental do Nordeste, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), no Passaré, com a presença de representantes dos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte.

Participam do evento movimentos, fóruns, populações tradicionais e pesquisadores que estarão reunidos para discutir estratégias de resistência em relação aos problemas socioambientais gerados pelo modelo de desenvolvimento capitalista.

Comunidades tradicionais

As índias Tremembés, de Itapipoca, e os índios Tapuya Kariri, de São Benedito, participaram do lançamento do "Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil". Eles representam algumas das comunidades que estão citadas no estudo, como os índios Jenipapo Kanindé, de Aquiraz, os Tapebas, de Caucauia, e o Povo Anacé, de São Gonçalo do Amarante.

Usando cocar, colares e símbolos indígenas, Francisco de Assis, o neguinho Tapuya Kariri, como prefere ser chamado, explica que participar desses espaços é ser exemplo de resistência contra as injustiças ambientais que as comunidades sofrem. Em São Benedito, por exemplo, de onde ele vem, as monoculturas de cana e batata estão causando danos a cerca de 380 pessoas, dentre 64 que se reconhecem índios. "Eles usam as águas dos nossos rios, destroem a terra e nos impedem de realizar o plantio, se me visto assim, com penas e dentes dos bichos, é para valorizar a natureza que não é vista", protesta.



http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=752554

Preconceito na Justiça: Cresce número de ações por racismo e intolerância

Preconceito na Justiça

Cresce número de ações por racismo e intolerância

Uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) nos tribunais estaduais, federais e do Trabalho revela o crescimento de ações motivadas por racismo e intolerância religiosa. De acordo com o levantamento, foram identificados 1.011 julgamentos. Pesquisa divulgada em 1997 mostrou que, de 1951 e 1996, havia apenas nove ações na segunda instância da Justiça do país sobre racismo e intolerância religiosa.

O levantamento do Ceert foi apresentado durante o lançamento do site da entidade, que aconteceu nessa terça-feira (29/9), na sede da seccional paulista da OAB. A pesquisa de jurisprudência contemplou Tribunais de Justiça de 24 estados, Tribunais Regionais Federais e do Trabalho, o Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.

A pesquisa chama a atenção para o crescente número de decisões na Justiça do Trabalho que reconhecem o dano moral decorrente de discriminação racial, bem como o assédio moral resultante desta. De acordo com o levantamento, no período pesquisado, o número de decisões trabalhista envolvendo racismo e intolerância religiosa chegou a 356.

Na área cível dos tribunais do país, a pesquisa registrou 336 casos. Na criminal, foram 202 decisões. Dentre os tribunais estaduais, de um total de 430 acórdãos, o que mais registra julgados com os dois temas é o do Rio Grande do Sul, com 141, seguido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com 66, Minas Gerais, com 52 casos, e São Paulo, com 25 julgamentos.

Nos Tribunais Regionais do Trabalho, cinco casos foram decididos na 2ª Região, que abrange a região metropolitana de São Paulo. Já nos trabalhistas, em primeiro lugar aparece o da 4ª Região (Rio Grande do Sul) com 68 decisões, seguido pela 12ª Região (Santa Catarina), com 62 casos, e a 15ª Região (Campinas), com 42.

“O número de processos vem aumentando nos últimos anos como reflexo do crescimento da consciência social sobre o problema do racismo”, explica o coordenador da pesquisa, o advogado e ex-secretário de Justiça de São Paulo, Hédio Silva Júnior. “Identificamos vários casos de indenização por danos materiais e morais decorrentes de racismo, o que mostra que juízes, promotores e advogados estão mais atentos à gravidade do problema.”

É o caso de decisão de 2008 do juiz Antônio Belasque Filho, da 5ª Vara Cível de Belo Horizonte, que condenou um motorista de ônibus a pagar indenização por danos morais a uma cobradora. O juiz também condenou a empresa de ônibus a indenizar a mulher ofendida.

A ofensa teria ocorrido três anos antes. Ao entrar no ônibus, a vítima conta que apresentou seu crachá da BHTrans. No entanto, o motorista disse que o crachá era falso e a obrigou a pagar a passagem. Ele também não acreditou no documento de identidade e terminou dizendo que não gostava de preto e chamou a mulher de “macaca”, segundo relato da vítima.

“Não há dúvidas de que o comportamento do empregado da empresa de ônibus atingiu direitos integrantes da personalidade da cobradora. Fazendo-se presente o sofrimento humano, a ofensa ao sentido de auto-estima, sem falar, ainda, na demonstração de desprezo às pessoas da cor negra”, anotou o juiz. “São também responsáveis pela reparação civil o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçal e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.” O juiz determinou que a empresa pague R$ 4,1 mil de indenização para a cobradora.

Outro exemplo ocorreu em 2006, quando a seccional paulista da OAB promoveu sessão de desagravo em favor de dois advogados ofendidos por um procurador da República. Os dois eram defensores da TV Record e da Rede Mulher. Segundo eles, a agressão ocorreu durante audiência de conciliação num processo em que as emissoras de televisão eram acusadas de ofender as religiões afro-brasileiras. O procurador da República teria dito que os advogados das emissoras são “representantes da intolerância e do ódio religiosos no país”. A afirmação foi incluída no relatório da juíza que presidiu a audiência.




http://www.conjur.com.br/2009-set-30/aumenta-numero-acoes-racismo-intolerancia-religiosa

Vaticano enfrenta nova polêmica após declaração de padre sobre judeus

03/04/10 - 12h55 - Atualizado em 03/04/10 - 15h35

Vaticano enfrenta nova polêmica após declaração de padre sobre judeus

Pregador da Casa Papal comparou acusações à Igreja a antissemitismo.
Vaticano diz que declaração não corresponde ao pensamento da Igreja.

Do G1, com agências internacionais*

A comparação feita pelo pregador da Casa Papal entre os ataques a Bento XVI pelos escândalos de pedofilia e o antissemitismo deflagrou uma nova polêmica envolvendo a Igreja Católica em plena Páscoa.

Neste sábado (3), o Vaticano se apressou em justificar, que a declaração durante um sermão nesta sexta do padre não corresponde à linha de pensamento da Igreja.


"Fazer uma aproximação entre os ataques contra o papa pelo escândalo de pedofilia e o antissemitismo não é a linha seguida pela Santa Sé", afirmou o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé à rádio Vaticano, neste sábado.

Lombardi disse ainda que o pregador "quis apenas tornar pública a solidariedade com o Papa expressada por um judeu à luz da particular experiência dolorosa sofrida por seu povo".

Mas ele reconheceu que "o fato de citá-la poderia suscitar mal-entendidos".

Na sexta-feira à noite, durante a liturgia da Paixão de Cristo, o franciscano, pregador da Casa Papal, leu uma carta de solidariedade com o Papa e a Igreja, que disse ter recebido de um amigo judeu.

"Com desgosto estou acompanhando os violentos e concêntricos ataques contra a Igreja, o Papa", escreveu o autor da carta. "O uso dos estereótipos, a passagem da responsabilidade e culpa pessoal para a culpa coletiva me recordam os aspectos mais vergonhosos do antissemitismo", acrescentou.

O Papa é acusado pela imprensa alemã e americana de ter acobertado casos de abusos sexuais de menores cometidos por padres quando era arcebispo de Munique e durante o período em que dirigiu a Congregação para a Doutrina da Fé.

Repercussão

A comparação provocou indignação nas comunidades judaicas europeias e americanas e o protesto de associações de vítimas de abusos sexuais cometidos pelo clero.


A declaração do pregador da Casa Papal durante o sermão da liturgia da Sexta-Feira da Paixão é de "mau gosto e inapropriada", afirmou o rabino de Roma Riccardo Di Segni.

"O paralelismo que se fez em São Pedro não tem razão de ser. São declarações completamente fora de propósito", declarou Di Segni em entrevista ao jornal La Stampa.

O rabino Di Segni, o mesmo que desafiou em janeiro as dúvidas de boa parte da comunidade judaica mundial ao receber Bento XVI na sinagoga de Roma, considerou a comparação "especialmente inoportuna, já que nenhuma pessoa da comunidade judaica interveio até agora nos escândalos de pedofilia da Igreja".

"Estes abusos são um problema da Igreja Católica e não corresponde a nós intervir nem fazer comparações que não podem ser feitas", disse.

'Insulto'

Na Alemanha, os judeus também manifestaram contrariedade. Para o secretário-geral do Conselho Central dos Judeus do país, a comparação é um "insulto".

"É uma impertinência e um insulto para as vítimas dos abusos sexuais, assim como para as vítimas da Shoah", declarou Stephan Kramer.

"O Vaticano recorre aos métodos habituais utilizados há décadas para sufocar e ocultar as histórias que afetam a Igreja Católica", completou.

Desculpas

Marvin Hier, rabino e fundador do Centro Simon Wiesenthal, uma organização de luta contra o antissemitismo, exigiu "desculpas" do Papa pelas "observações agressivas, vergonhosas, fora de propósita", além do que chamou de "deformação total da história".

Para ele "não é possível comparar os séculos de antissemitismo que levaram à morte de milhões de pessoas inocentes com criminosos que renegam sua fé e vocação agredindo sexualmente crianças".

Para David Clohessy, que dirige o SNAP, um grupo de defesa das vítimas dos padres pedófilos, "é um insulto, tanto para as vítimas de agressões sexuais como para os judeus".

O rabino Gary Greenebaum, responsável pelas relações interreligiosas no Comitê Judaico Americano, pediu aos dirigentes católicos que "não pratiquem a hipérbole".

Neste sentido, o rabino de Roma advertiu contra os "boatos" de que os ataques contra a Igreja teriam origem no lobby judaico, já que em alguns círculos católicos se afirma que a imprensa italiana é controlada por judeus.

*(Com informações da France Presse e da EFE)


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1555838-5602,00-VATICANO+ENFRENTA+NOVA+POLEMICA+APOS+DECLARACAO+DE+PADRE+SOBRE+JUDEUS.html


quarta-feira, 31 de março de 2010

Em cerimônia no Itamaraty, Lula dá posse a 10 novos ministros

31/03/10 - 11h41 - Atualizado em 31/03/10 - 13h11

Em cerimônia no Itamaraty, Lula dá posse a 10 novos ministros

Substitutos ocupam vaga de ministros que vão se candidatar.
Das dez vagas, sete foram ocupadas pelos secretários-executivos.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse nesta quarta-feira (31) a 10 substitutos que irão ocupar as vagas deixadas por ministros que saem do governo para concorrer às eleições de outubro. A cerimônia de posse ocorre no Itamaraty e conta com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), ministros e parlamentares.


Dos dez ministérios que ficaram vagos, sete foram ocupados pelos respectivos secretários-executivos. As exceções são o Ministério da Agricultura , que terá como ministro o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que será liderado pela ex-secretária-executiva Márcia Lopes, e o Ministério das Comunicações, cujo ministro será José Artur Filardi, que chefiava o gabinete do então ministro, Hélio Costa.

Os secretários-executivos que tomaram posse nesta quarta são Paulo Sérgio Passos, no Ministério dos Transportes, Márcio Zimmerman, no Ministério de Minas e Energia, Elói Ferreira, na Secretaria de Igualdade Racial, Izabella Mônica Vieira Teixeira, no Ministério do Meio Ambiente, João Santana, no Ministério de Integração Nacional, Carlos Eduardo Gabas, no Ministério da Previdência Social, e Erenice Guerra, na Casa Civil.


O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ainda vai definir se sai do governo para se candidatar. Mais cedo, na terça-feira, ele pediu ao presidente Lula 24 horas para resolver seu futuro político. O prazo para desincompatibilização previsto na legislação eleitoral termina na próxima sexta-feira (3).

No total, o governo federal tem 37 pastas que poderiam ter sido afetadas por pedidos de desincompatibilização. Esse total inclui ministérios, secretarias e órgãos com estatus ministerial.

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1552236-5601,00-EM+CERIMONIA+NO+ITAMARATY+LULA+DA+POSSE+A+NOVOS+MINISTROS.html