segunda-feira, 15 de março de 2010

Aberta causa de canonização de primeiro padre negro nos EUA

Aberta causa de canonização de primeiro padre negro nos EUA
Inserido em 15-03-2010 14:34


Augustine Tolton nasceu escravo e morreu homem livre e sacerdote. A diocese de Chicago quer que Roma o considere para canonização.

Pouco depois de ter oferecido aos Estados Unidos o seu primeiro presidente negro, a cidade de Chicago apadrinhou agora a causa de canonização de Augustine Tolton, o primeiro padre de ascendência africana dos Estados Unidos.

Tolton nasceu numa família de escravos. Os seus pais foram casados na Igreja Católica e, depois da Guerra Civil e da morte do seu pai, Augustine começou a sentir uma vocação para o sacerdócio.

Os padres locais apoiaram-no, mas houve muitos obstáculos no caminho até à ordenação. Nenhum seminário no país o aceitou, e Augustine acabou por ter que viajar para Roma para concretizar o seu chamamento.

Foi ordenado na cidade eterna e enviado de volta para os EUA para fazer trabalho missionário junto dos afro-americanos.

Uma mistura de racismo instituído e de anti-catolicismo dificultaram a sua missão, mas acabou por encontrar uma paróquia de negros em Chicago onde foi bem aceite e trabalhou incansavelmente até que morreu, aos 43 anos, de insolação quando regressava de um retiro de padres.

Tendo morrido em 1897 não há testemunhas vivas do seu ministério, mas a diocese acredita ter reunido matéria suficiente para que Roma considere o processo do primeiro padre negro americano.
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=95560

Um negro contra Sarkozy e Le Pen

Um negro contra Sarkozy e Le Pen
Vitórias de Ali Soumaré, candidato socialista de origem maliana, e de Le Pen, líder da extrema-direita, e derrota de Nicolas Sarkozy marcam a 1ª volta das eleições regionais francesas.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt)
15:45 Segunda-feira, 15 de Mar de 2010

Ali Soumaré foi atacado durante a campanha por candidatos da UMP, que o qualificaram de “delinquente recidivo”
Gonzalo Fuentes/Reuters
Os socialistas (com mais de 29% dos votos) e os ecologistas (perto de 13%) ganharam confortavelmente, ontem, a primeira volta das eleições regionais em França. As duas formações pretendem agora concretizar o sucesso conquistando no próximo domingo, na segunda volta, a maioria parlamentar na totalidade das 22 assembleias regionais francesas.
A crise e o desemprego não explicam, só por si, a amplidão da derrota do partido do Presidente Nicolas Sarkozy, nas eleições regionais francesas - a UMP - União para um Movimento Popular alcançou pouco mais de 26%, tendo uma fraca reserva de votos para a segunda volta.
Racismo de volta

O debate sobre a identidade nacional, que favoreceu o desenvolvimento do racismo no país, foi decisivo para o regresso da extrema-direita a votações significativas em França, roubando votos à UMP.
A extremista Frente Nacional alcançou perto de 12% dos votos em todo o pais e mais de 20% em Marselha, onde o seu líder, Jean-Marie Le Pen, é candidato à Presidência da região que engloba a célebre Côte d'Azur. A nível nacional, a extrema-direita duplicou os votos em relação às recentes eleições europeias e a UMP perdeu perto de 10 pontos.
O caso de Ali Soumaré, candidato socialista em Villiers-leBel, na região parisiense, também merece ser destacado. Ali Soumaré, negro, foi atacado durante a campanha por candidatos da UMP, que o qualificaram de "delinquente recidivo".
Ali Soumaré tem eleição garantida

As provas contra o candidato de origem maliana nunca apareceram e as acusações chegaram mesmo a ser desmentidas pela Justiça. Os ataques contra ele foram igualmente considerados como tendo bases racistas. Ali Soumaré atingiu quase 48% dos votos na primeira volta, indo ser, sem dúvida, eleito deputado regional, com grande facilidade, no próximo domingo.
Ali Soumaré saboreou a vitória dizendo estar preocupado com o novo surto do racismo em França. Em Villiers-le-Bel, o negro de origem maliana viu a sua luta aprovada pelo eleitorado, onde apesar de tudo a extrema-direita alcançou mais de 13% dos votos.
Mas le Pen também viu pessoalmente a sua luta apoiada em Marselha, onde concorreu apresentando um violento cartaz "contra o islamismo", tendo como pano de fundo uma bandeira da Argélia.
http://aeiou.expresso.pt/um-negro-contra-sarkozy-e-le-pen=f571047

domingo, 14 de março de 2010

O Globo inviabiliza anúncio sobre cotas e sofre ação na Justiça

O Globo inviabiliza anúncio sobre cotas e sofre ação na Justiça

Ativistas sociais e intelectuais do Rio de Janeiro protocolaram nesta segunda (8) uma representação contra o jornal O Globo no Ministério Público daquele Estado. Eles acusam a publicação de agir contra a liberdade de expressão ao inviabilizar um anúncio de um manifesto do movimento nacional Afirme-se!, favorável as políticas de ação afirmativa e das cotas raciais.
Segundo a ação há fortes indícios de “práticas infrativas à liberdade de expressão e ao direito à informação”. Para publicar o manifesto (figura ao lado), que no último dia 3 circulou em uma página em outros jornais nacionais, O Globo apresentou à Agência Propeg uma tabela no valor de R$ 54.163,20, mas após ter acesso ao conteúdo estipulou o valor em R$ 712.608,00.

“A alegação de O Globo para tal alteração foi expressa nos seguintes termos: o anúncio foi analisado pela diretoria e ficou definido que será Expressão de Opinião, pois, o seu conteúdo levou a esta decisão”, diz o conteúdo da ação.

Segundo a representação, o valor cobrado inicialmente estava dentro da realidade do mercado. Pelo mesmo anúncio, por exemplo, o jornalFolha de S.Paulocobrou R$ 38.160,00 e o Estado de S.Paulo R$ 37.607,23.

“Deve ser dito que, dos jornais mencionados, a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo competem, no mercado editorial, em distribuição, circulação e influência nacionais. Em termos de linha editorial, esses três veículos são, nitidamente, contrários às cotas e às políticas de ação afirmativa. No entanto, diferentemente de O Globo, todos os demais aceitaram publicar o Manifesto, custeado pela sociedade civil por um preço comercialmente realista”, diz o documento.

A Campanha

O principal objetivo da campanha Afirme-se foi sensibilizar os ministros do Supremo Tribunal federal (STF) para a justeza e constitucionalidade das políticas de ação afirmativa já existentes, a favor de indígenas e afrodescendentes. A principal delas são as cotas em universidades, a regularização de terras dos remanescentes dos quilombos e programas especiais dos ministérios das Relações Exteriores e reforma Agrária.

Diz a representação que no Brasil a adoção de tais práticas, “implementadas timidamente há menos de uma década, vem sofrendo ataques poderosos de setores da grande mídia.

“Há uma verdadeira campanha que objetiva duas coisas: 1) extinguir, vetar, destruir as poucas iniciativas institucionais de ação afirmativa já existentes; 2) impedir, bloquear, derrotar qualquer possibilidade de implantação ou criação de novos instrumentos legais e institucionais de ação afirmativa.”

A representação é assinada pelos professores Alexandre do Nascimento, Rodrigo Guerón e pelo advogado André Magalhães Barros. Um abaixo-assinado será anexado a ação que já aguarda uma posicionamento da Justiça.

Fonte: Portal Vermelho


http://geledes.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4630&Itemid=340

Câmara aprova concessão de rádio para indígenas e quilombolas

10/03/2010 19:30
Câmara aprova concessão de rádio para indígenas e quilombolas

Luiz Alves

O relator, Zenaldo Coutinho, votou pela constitucionalidade da proposta.A Comissão Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta quarta-feira o direito de comunidades indígenas e quilombolas reconhecidas pelo Poder Público administrarem rádios comunitárias .

O texto aprovado é o substitutivo da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática ao Projeto de Lei 2490/07, do deputado Eduardo Valverde (PT-RO). O texto original beneficiava apenas os indígenas.

O relator, deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), defendeu a constitucionalidade da matéria. Aprovado em caráter conclusivo, o projeto seguirá para análise do Senado, caso não seja aprovado recurso para que o Plenário vote o texto.

Peculiaridades
Pela proposta, as comunidades atendidas deverão utilizar o serviço de radiodifusão para promover:
- o respeito às peculiaridades inerentes à condição dos indígenas;
- a coesão das comunidades indígenas, os seus valores culturais, tradições, usos e costumes;
- a cooperação, o espírito de iniciativa e as qualidades pessoais do índio, tendo em vista a melhoria de suas condições de vida e a sua integração no processo de desenvolvimento;
- as manifestações culturais e artísticas;
- valores éticos e da família;
- tradições;
- liberdade de expressão;
- integração;
- desenvolvimento econômico dos quilombolas; e
- desenvolvimento das comunidades rurais.

O texto aprovado também determina que o Poder Público promova o desenvolvimento da radiodifusão comunitária no meio rural. Para isso, poderá estabelecer rito simplificado de tramitação dos processos de concessão em comunidades comprovadamente carentes.

Reportagem - Oscar Telles
Edição - Newton Araújo

http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/145732.html

Negros são 70% dos pobres, diz IPEA

sexta-feira, 12 de março de 2010
Negros são 70% dos pobres, diz IPEA

Citando números das estatísticas que demonstram que um trabalhador negro ganha, em média, metade de um não negro, e que o percentual de negros é de 70% dos pobres e 71% de indigentes, o diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Mário Lisboa Theodoro, defendeu a adoção da política de cotas como um mecanismo capaz de “equalizar uma situação de portas fechadas que hoje existe no país para a população negra”.

“A questão racial naturaliza a desigualdade. As ações afirmativas são políticas complementares às políticas universais, são políticas de nova geração, capazes de abrir portas para que se atinja o máximo de igualdade”, afirmou.

Theodoro acrescentou que os estudos do IPEA mostram de forma “contundente” a desigualdade racial e que sobre esse tema há acordo entre os mais de 300 pesquisadores do Instituto. Ele acrescentou que os dados estatísticos do IPEA apontam que há hoje no Brasil 571 mil crianças de 7 a 14 anos fora da escola e, destas, 62% são negras.

“Isso tudo nos ressalta, principalmente, que há uma renitente estabilidade dessa desigualdade. As desigualdades raciais no Brasil não são apenas expressivas e disseminadas, como também são persistentes ao longo do tempo”, afirmou, acrescentando que a superação desse quadro é o grande desafio do país.

Segundo o diretor do IPEA, o sistema de cotas para negros em universidades públicas contemplou, até o momento, 52 mil estudantes. “São profissionais negros que vão disputar postos de trabalho em igualdade de condição com os outros profissionais. Hoje, pessoas negras têm mais portas fechadas do que a população de origem branca”, finalizou.

Distância

A secretária de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Maria Paula Dallari Bucci observou que, apesar da melhora do sistema educacional no país nos últimos 20 anos, “persiste a distância que separa negros de brancos, com desvantagem para os primeiros em todos os dados estatísticos. “A simples passagem do tempo não muda o estado de coisas. Se não houverem políticas públicas se manterá a desigualdade. Precisamos enfrentar isso, menos pelo passado e mais pelo futuro”, afirmou.
Postado por UNE Combate ao Racismo às 15:12

http://unecombateaoracismo.blogspot.com/2010/03/negros-sao-70-dos-pobres-diz-ipea.html