domingo, 8 de novembro de 2009

ESPELHO ATLÂNTICO – MOSTRA DE CINEMA DA ÁFRICA E DA DIÁSPORA

Após o furor cinematrográfico provocado pela Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que neste ano não exibiu nenhum filme africano, a Matilha Cultural e a curadora Lilian Solá Santiago promovem a ESPELHO ATLÂNTICO – MOSTRA DE CINEMA DA ÁFRICA E DA DIÁSPORA, como programação exclusiva para o Mês da Consciência Negra. A seleção de filmes propõe um olhar contemporâneo da diversidade cultural do vasto continente africano e de seus descendentes dispersos pelo mundo.

A ESPELHO ATLÂNTICO vêm sendo realizada há dois anos na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, acompanhada por um público crescente e fiel. O cronograma do evento paulistano inclui a exibição de 11 filmes, africanos, europeus e brasileiros sobre a temática, a maioria inédita em São Paulo.

A abertura da Mostra acontece na terça-feira, 10 de novembro às 19 horas, no Espaço Matilha Cultural, com coquetel, exibição do doc-ficção “Graffiti”, dirigido por Lilian Solá Santiago e a performance CORES DA PERCUSSÃO, com o duo Simone Soul e Marina Uehara.

De 10 a 15 de novembro de 2009 (terça a domingo)

Exibições gratuítas, sempre às 19:00h.

ESPAÇO MATILHA CULTURAL
R. Rego Freitas 542 - São Paulo – Brasil (próx. à R. da Consolação)
fone:11 3256.2636 (Atendimento à Imprensa: Nina)

Mais informações sobre a Mostra:

http://liliansantiago.blogspot.com/

http://matilhacultural.com.br/2009/10/espelho-atlantico-mostra-de-cinema-da-africa-e-da-diaspora/


PROGRAMAÇÃO E SINOPSES

Dia 10/11 - terça-feira - abertura com coquetel

Graffiti (ficção / documentário)

Lílian Solá Santiago (Brasil, 2008, 10 min.)
São Paulo é a cidade mais grafitada do mundo. "Graffiti" acompanha o rolê solitário de Alê numa das semanas mais sinistras que essa cidade já viveu – dos ataques do PCC, e a violenta revanche da polícia em 2006. O que o move a enfrentar as ruas nessa noite? Ganhador do Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem. Com Sidney Santiago e Chico Santo.

Sessões: 19:30, 20:00, 21:00 e 21:30 horas.

Dia 11/11 – quarta-feira

O som e o resto (ficção)
André Lavaquial (Brasil, 2007, 23min)
Jahir é um virtuoso baterista carioca que toca numa banda evangélica. Ao se indispor com o pastor da igreja, se vê sozinho na rua com seu instrumento e inicia uma jornada existencial rumo à sua música. Participou de importantes festivais internacionais e, em 2008, foi o único curta-metragem brasileiro a conquistar uma vaga do Festival de Cannes, na seção Cinéfondation.

Cariocas (documentário)
Ariel de Bigault (França, 1989, 57 min.)
“Cariocas” mostra diversas facetas do samba no Rio de Janeiro. Grande Otelo, nos guia ao encontro dos grandes músicos da cidade. Realizado originalmente para a TV francesa, conta com importantes depoimentos de Martinho da Vila, Paulo Moura, Velha Guarda da Portela, Nelson Sargento, Wilson Moreira, e Joel Rufino dos Santos.

Dia 12/11 – quinta-feira

Balé de pé no chão (documentário)
Lilian Solá Santiago e Marianna Monteiro (Brasil, 2006, 17 min.)
Documentário sobre Mercedes Baptista, principal precursora da dança afro-brasileira. Bailarina de formação erudita, cria seu grupo na década de 50, e estuda os movimentos do candomblé e das danças folclóricas. Participou de vários festivais nacionais e internacionais. A versão de 52 minutos para televisão ganhou, entre outros, o Prêmio de Melhor Documentário no I Hollywood Brazilian Film Festival, 2009.

Esperando os homens (documentário)
Katy Lena Ndiaye (Senegal/ Mauritânia/ Bélgica, 2007, 56 min.)
Em Hassania, no abrigo de Oualata, uma cidade vermelha na fronteira distante do deserto de Sahara, três mulheres praticam pintura tradicional decorando as paredes da cidade. Em uma sociedade dominada pela tradição, pela religião e pelos homens, estas mulheres expressam-se livremente, discutindo o relacionamento entre homens e mulheres. Presente em mais de 20 festivais internacionais.

Dia 13/11 – sexta-feira

Ossudo (ficção / animação)
Júlio Alves (Portugal, 2007, 14 min.)
Baseado no conto "Ossos", do famoso escritor moçambicano Mia Couto, este filme é uma história de amor entre duas pessoas desamparadas. Participou de mais de vinte festivais pelo mundo. Recebeu, entre outros, o Troféu de Melhor Filme Português e o Troféu Ouro Animação no 36º Festival Internacional do Algarve.

Kuxa Kanema – O nascimento do cinema (documentário)
Margarida Cardoso (Bélgica / França / Portugal, 2003, 52min.)
O governo Moçambicano cria após a independência, em 1975, o Instituto Nacional de Cinema (INC), pois o presidente, Samora Machel, sabia do poder da imagem para a nação socialista. O filme acompanha a ruína do INC após um incêndio e a desilusão dos moçambicanos com o regime. Vencedor do Festival de Nova York de Filmes Africanos, entre outros.

Dia 14/11 – sábado

Maria sem graça (ficção)
Leandro Godinho ( Brasil, 2007, 14min.)
Maria das Graças, menina negra de 12 anos, moradora da periferia de São Paulo, atormenta a vida de sua mãe para alcançar seu maior sonho: ser a apresentadora Xuxa Meneghel. Selecionado para o Festival Internacional de curta-metragens de São Paulo.

Cabo Verde, meu amor (ficção)
Ana Lisboa (Portugal/ França/ Cabo Verde, 2007, 76 min.)
A condição feminina em Cabo Verde na atualidade é o foco principal deste primeiro longa metragem da cineasta Ana Lisboa. Falado em crioulo cabo-verdiano, foi totalmente rodado na Cidade da Praia com um vasto elenco de atores amadores. Primeiro filme realizado e produzido em Cabo Verde, por cabo-verdianos.

Dia 15/11 – domingo

Black Berlim (ficção)
Sabrina Fidalgo (Alemanha / Brasil, 2009, 15 min.)
Nelson é um jovem baiano estudante de engenharia em Berlim. Na capital alemã, leva uma vida muito distante de suas verdadeiras raízes. Porém tudo muda quando ele frequentemente passa a encontrar Maria, uma imigrante ilegal do Senegal. Apesar de ignora-la ele começa a ter visões de personagens estereotipados, que o remetem a um passado que ele prefereria esquecer. Inédito.

O Herói (ficção)
Zezé Gamboa (Angola / França / Portugal, 2004, 97 min.)
Um soldado mutilado na explosão de uma mina volta à Luanda após 20 anos de combates. No elenco o senegalês Makena Diop, as brasileiras Maria Ceiça e Neuza Borges. Premiado no Festival de Sundance (EUA) e no Festival de Cinema Africano de Milão, entre outros.






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AÇÕES AFIRMATIVAS Matem os escravistas

AÇÕES AFIRMATIVAS
Matem os escravistas

Por Demétrio Magnoli em 3/11/2009


Muniz Sodré é um curioso "observador da imprensa". O método que utiliza no artigo "É necessária uma nova Abolição?" consiste em estabelecer um pressuposto factual falso para, em seguida, insurgir-se contra a injustiça inexistente.

O pressuposto:

"Há uma questão atravessada na garganta de grupos empenhados na defesa das políticas afirmativas da cidadania negra. Trata-se de saber por que os jornalões (nome talvez mais palatável do que `grande mídia impressa´) brasileiros não dão voz alguma a quem se manifesta favorável a medidas como a instituição das cotas ou ao Estatuto da Igualdade Racial."

É mesmo?

A afirmativa não é só dele, nem a pergunta. Escreve Sodré:

"Foi essa a questão debatida nos dias 14 e 15 de outubro, durante o seminário `Comunicação e Ação Afirmativa: o papel da mídia no debate sobre igualdade racial´, realizado na Associação Brasileira de Imprensa por entidades como Comdedine, Cojira e Seppir."

Deixo de lado o fato de que ele se refere à Seppir como uma "entidade", quando se trata de um ministério. Anoto, porém, que o governo, por meio da Seppir, acusa os principais jornais do país de não dar "voz alguma a quem se manifesta favorável a medidas como a instituição das cotas ou ao Estatuto da Igualdade Racial". Quando o Estado se torna "observador da imprensa", algo vai mal. Quando intelectuais como Sodré veiculam as opiniões de um Estado convertido em "observador da imprensa", sente-se de longe o antigo desejo stalinista de calar a opinião divergente.

Opinião editorial é livre

Na dupla qualidade de jornalista e professor titular de uma universidade pública, Sodré deveria se preocupar com certos detalhes, como a consistência interna de seu texto. Mas a ideologia fala mais alto e ele, poucas linhas depois de enunciar seu pressuposto, admite a falácia. Está lá:

"É bem sabido que há vozes discordantes das opiniões oficiais dos jornalões, por parte de jornalistas de peso, alguns dos quais pertencentes aos quadros desses mesmos jornais. É o caso de Elio Gaspari, Miriam Leitão e Ancelmo Gois."

Ah, sim? Então?

Então, para formular uma hipótese benigna, talvez Sodré queira dizer coisa diversa daquela que escreveu. Não haveria, por exemplo, um desequilíbrio no material opinativo dos "jornalões" sobre a introdução de leis raciais no país? Imagino que Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S.Paulo, os maiores jornais do país, sejam os "jornalões" de Sodré. Entre os três jornais, há apenas quatro colunistas fixos que abordam com alguma frequência o tema das políticas raciais: os próprios Gaspari, Leitão, Gois, além de Ali Kamel e eu mesmo. A seção da Folha de S.Paulo dedicada a artigos externos de opinião mantém o critério de dividir meio a meio seu espaço entre defensores e críticos do racialismo. O Globo e O Estado de S.Paulo não têm seções similares, mas adotam critério idêntico para artigos opinativos sobre o assunto que acompanham eventualmente o noticiário. Desafio Sodré a provar objetivamente que há desequilíbrio.

Ele não provará, pois não pode, mas isso em nada alterará a sua posição – nem a da Seppir e das demais "entidades" da sopa de letrinhas congregada para acusar a "mídia" de parcialidade. É que o problema deles com os principais jornais é outro: a opinião expressa nos editoriais. Os três "jornalões" posicionaram-se editorialmente contra a introdução de leis raciais – opinião, aliás, compartilhada pela maioria esmagadora dos brasileiros de todas as cores, como indica pesquisa encomendada por uma entidade favorável à introdução dessas leis. A opinião editorial é livre, numa sociedade democrática. Então, qual é o sentido do ataque de Sodré (que, sempre é bom lembrar, emana de um evento com participação estatal)?

Inimigos externos

A resposta está na conclusão do artigo de Sodré. Eis o trecho:

"(...) os jornalões, intelectuais coletivos das classes dirigentes, não fazem mais do que assim se confirmarem ao lhes darem voz exclusiva em seus editoriais e em suas páginas privilegiadas, ao se perpetuarem como cães de guarda da retaguarda escravista".

Fica-se sabendo assim que: 1) os intelectuais e ativistas críticos da introdução de leis raciais, pessoas de todas as cores e das mais variadas preferências partidárias e ideológicas, constituem a "retaguarda escravista"; 2) os "jornalões" são os "cães de guarda" dos escravistas. O que faria Sodré se estivesse no poder?

Um jornalista não está isento da exigência de rigor histórico, quando aborda temas históricos. Mas Sodré olha para o passado como quem duela ideologicamente no presente. O resultado é um cartum anacrônico, composto pela tesoura que corta fragmentos de citações e amparado por uma extensa ignorância histórica. O Alberto Torres caricatural que ele fabrica não passa num exame básico de graduação universitária. Recomendo, para quem quiser conhecer a posição de Torres, no cenário do intenso debate sobre a “questão racial” que crepitava no Brasil do início do século 20, uma consulta a meu livro Uma gota de sangue – história do pensamento racial.

Mas Sodré não tem nenhum interesse histórico no pensamento de Torres (ou de Oliveira Vianna). Ele só os menciona para inventar supostos “escravistas” atuais – e, com isso, substituir o argumento pela violência verbal. Nas democracias, a violência verbal é um sucedâneo da violência física contra opositores, interditada pela lei. Nas ditaduras, é um sinal anunciador da repressão. A violência verbal atinge seu paroxismo quando a voz dissonante é equiparada ao discurso abominável do inimigo externo. Cuba tem um "jornal único", pois divergir da linha oficial implica operar a serviço da CIA, um inimigo que é externo no sentido geográfico. A acusação de Sodré é que os "jornalões" são os arautos de um inimigo externo no sentido histórico: os "escravistas". Inimigos externos devem ser calados, senão presos e fuzilados.

Sodré empastelaria jornais, se pudesse. Ele não está só, neste Observatório.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=562JDB004

A América de Obama ainda é de brancos de um lado e negros do outro

PUBLICO.PT - A América de Obama ainda é de brancos de um lado e negros do outro

Há um ano Obama dizia que os EUA são capazes de mudar

A América de Obama ainda é de brancos de um lado e negros do outro

04.11.2009 - 09:31 Por Rita Siza, em Washington

"Uma América pós-racial", prometeu Barack Obama, recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, exactamente há um ano em Chicago.

Carlos Barria/Reuters

Assistência do discurso de Obama de há um ano em Grant Park




Mas a esmagadora e histórica votação que pela primeira vez levou um afro-americano à Casa Branca parece ter tido pouca ou nenhuma influência na forma como os norte-americanos encaram as relações raciais e a igualdade entre as pessoas de diferentes cores.

"Se alguém ainda duvidava de que a América é o lugar onde tudo é possível, esta é a vossa resposta. É a resposta dada pelos novos e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, homossexuais, heterossexuais, portadores de deficiência...", enumerou Obama, em Grant Park, no fim da noite eleitoral.

A realidade, contudo, tomou conta dessa ilusão e revela-se bem diferente. A esperança da sua vitoriosa coligação eleitoral, progressista, diversa, multirracial e recheada de minorias, esfumou-se e o país continua dividido - por ideologias, por recursos, por religiões e pela cor da pele.

Como revela a última sondagem da Gallup, que desde 1963 tem vindo a perguntar aos americanos se consideram que "as relações entre brancos e negros serão sempre um problema para os EUA ou eventualmente será encontrada uma solução", só 56 por cento dos inquiridos acreditam que melhores dias virão - apenas um ponto percentual acima das respostas do primeiro inquérito, realizado na sequência da marcha sobre Washington de Martin Luther King. A 5 de Novembro de 2008, um dia depois da eleição de Obama, as respostas optimistas alcançavam 67 por cento, o valor mais elevado de sempre.

"Os números das várias sondagens da Gallup permitem detectar duas tendências no que diz respeito à taxa de aprovação do Presidente Obama: que está em declínio e que é muito diferente entre os americanos brancos e negros", assinala Melissa Harris-Lacewell, professora de Política no Centro de Estudos Afro-Americanos da Universidade de Princeton.

A investigadora deu-se ao trabalho de ir a um comício com Barack Obama em Newark, no último fim-de-semana, a fim de avaliar a composição da audiência. E constatou que, ao contrário do que verificara durante a corrida presidencial, era muito menos diversa e mais homogénea: "Era, não exclusivamente, mas predominantemente, composta por afro-americanos", reparou.

Harris-Lacewell não estranha esse crescente intervalo racial - aliás, acredita que é inevitável que esse fosso ainda venha a escavar-se mais. "A história sugere que o apoio da população negra a Obama não reside unicamente na sua identidade como o primeiro Presidente afro-americano, antes tem raízes nessas diferenças raciais da política norte-americana", acrescenta.

O que esta académica destaca como "mais interessante" na análise das sondagens é o facto de a população negra se manifestar, simultaneamente, optimista no seu apoio a Barack Obama e pessimista sobre a direcção do país. E na sua opinião, esse é um dado que "pode tornar-se problemático".

Como sustenta, os eleitores negros têm de ser capazes de elogiar mas também de criticar o Presidente de forma a garantir que os seus interesses são tidos em conta na arena política. E a Administração não pode ficar refém do apoio isolado da população negra - o Presidente ficará muito mais vulnerável a ataques de que não representa o largo espectro dos eleitores americanos.

Em menos de um ano, a Administração de Obama já teve que lidar com vários casos que revelam algum "desconforto" racial com as suas palavras e acções, como por exemplo toda a controvérsia que se seguiu ao seu comentário sobre a detenção do professor afro-americano Henry Louis Gates, ou a sua escolha da juíza de ascendência hispânica Sonia Sotomayor para o Supremo Tribunal.

Nos comícios contra a proposta de reforma de saúde em debate no Congresso, durante o Verão, apareceram várias pessoas armadas e com cartazes reminiscentes do Ku Klux Klan, insultando o Presidente. Ao mesmo tempo, engrossavam as fileiras do disparatado movimento dos birthers, que rejeitam a legitimidade da eleição alegando que Obama é queniano.

Até agora, só o antigo Presidente Jimmy Carter se atreveu a considerar que na génese da oposição a Obama está o racismo latente na sociedade americana, que demonstra estar a lidar mal com o facto de ter um Presidente negro.

O Southern Poverty Law Center, que acompanha a actividade de grupos extremistas, detectou "o mais significativo crescimento dos últimos dez a doze anos" na adesão de novos membros, desde que Obama foi eleito. As autoridades já desmantelaram 50 "campos de treino" de operacionais dispostos a actuar militarmente.

"Depois de uma década em que estiveram ausentes do olhar público, as milícias de extrema-direita estão a ressurgir um pouco por todo o país", nota um relatório da organização. "E a diferença é que agora o governo, que é o seu inimigo primário, é chefiado por um negro", prossegue.

"A ideologia do ódio [racial] está em efervescência, e este é um caldeirão que, se entornar, pode resultar em terrorismo doméstico", comentou à AFP Mark Potok, dirigente do Southern Poverty Law Center.

Potok vê nas movimentações de grupos supremacistas brancos uma "reacção desesperada" para tentar evitar a integração racial nos Estados Unidos. "A realidade é que esta gente perdeu nas últimas eleições", diz Potok. "Não há nada que eles possam fazer para a História andar para trás."


http://www.publico.clix.pt/Mundo/a-america-de-obama-ainda-e-de-brancos-de-um-lado-e-negros-do-outro_1408243

Primeira juíza negra do país lança livro no estande da Esmal

Cidade
04/11/09 22:03

Primeira juíza negra do país lança livro no estande da Esmal

A juíza baiana Luislinda Dias de Valois Santos, primeira magistrada negra do país, lançará nesta quinta-feira (05), às 20h, no estande da Escola Superior da Magistratura (Esmal) na IV Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a obra “O Negro no Século XXI”, que registra situações de preconceito e a difícil realidade dos afro-descendentes no Brasil.

Na obra, com o discernimento de quem conhece profundamente suas origens, a magistrada convida o leitor a redescobrir a história dos afro-descendentes no país. Como muitos brasileiros, ela sentiu na pele o peso do racismo ainda jovem, quando foi “aconselhada” por um professor a parar de estudar para cozinhar feijoada na casa de brancos. A cada capítulo, a autora pontua, de forma simples e direta, o processo histórico causador da desigualdade social e racial em nosso país.

“Esse livro é, ao mesmo tempo, uma missão e um desabafo. Nasceu em um momento difícil de minha vida em que pude, mais uma vez, sentir na pele o preconceito, tão velado em nossa sociedade”, declarou a magistrada.

Dividido em 18 capítulos, o livro é um avocar para uma reflexão sobre o retorno que a sociedade tem dado ao povo negro, em vista de sua contribuição social, econômica e cultural, ao longo dos séculos. Resultado de ampla pesquisa, lazer, educação, cultura e esporte são outros aspectos abordados na ótica de quem enxerga e convive com o preconceito cotidianamente.

“Quis mostrar à sociedade que pouco mudou na vida do afro-descendente aqui no Brasil. Infelizmente, muitas pessoas têm uma percepção camuflada”, afirma a juíza Luislinda Santos.

por TJ-AL



http://www.alemtemporeal.com.br/?pag=cidade&cod=10128

Representante da ONU para direitos humanos foi a primeira juíza negra da África do Sul

Representante da ONU para direitos humanos foi a primeira juíza negra da África do Sul
04 de novembro de 2009 17h02

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À frente do escritório do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos (ACNUDH) desde setembro do ano passado, a sul-africana Navanethem Pillay é um exemplo de superação e luta. Negra, foi a primeira magistrada não branca da Corte Suprema de seu país e foi eleita para a ONU por recomendação do secretário-geral Ban Ki-Moon. Na próxima semana, ela estará no Brasil onde deve discutir temas como a violência urbana, os confrontos entre policiais e integrantes de quadrilhas, além da proliferação do uso de drogas entre crianças e adolescentes.

Em 2003, Navy como é conhecida atuou como juíza no Tribunal Penal Internacional de Haia (Países Baixos). Anteriormente, integrou como juíza e presidente o Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas para Ruanda.

Navy Pillay construiu sua biografia ao inovar, em 1967, em pleno regime de apartheid na África Sul, abrindo um escritório de advocacia na província de Natal. Consolidou sua carreira em defesa do fim do regime de segregação e de suas vítimas. Foi a primeira mulher negra a ser nomeada juíza do Supremo Tribunal de Justiça da África do Sul.

Desde então, Navy Pillay concentrou suas atenções na defesa das crianças, dos presos políticos, das vítimas de tortura e de violência doméstica.

Com sede em Genebra (Suíça), o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas tem cerca de 1 mil funcionários, em 50 países, e orçamento anual de US$ 150 milhões. Os principais objetivos do comissariado são promover o respeito universal aos direitos humanos fundamentais e garantir a proteção dos direitos e das liberdades individuais para todos.

Navy Pillay viaja pelo mundo para chamar a atenção sobre eventuais violações de direitos humanos, estimula a promoção da educação e o desenvolvimento de leis internacionais nesta área e analisa a situação dos direitos humanos nos estados que integram a ONU.


http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4081815-EI306,00-Representante+da+ONU+para+direitos+humanos+foi+a+primeira+juiza+negra+da+Africa+do+Sul.html