sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Competência: STF reconhece ao MP poder de investigação criminal
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 06:44 0 comentários
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Comunicado CENARAB
"JUNTE-SE AS ENTIDADES DO MOVIMENTO NEGRO BRASILEIRO PELA APROVAÇÃO IMEDIATA DO ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL E PELA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE AÇÕES AFIRMATIVAS. DIGA SIM A UM PAÍS MAIS INCLUSIVO". CENARAB MINAS.
"um país projetado sobre o trabalho escravo não se reinventa de um dia para o outro, nem mesmo de um século para o outro. O racismo faz parte da fibra de que a América é tecida". Will Smith
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 06:41 0 comentários
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Reparações e compilações
Reparações e compilações | | |
Sueli Carneiro |
Escrito por Correio Braziliense–coluna Opinião |
O jornal O Tempo, de Belo Horizonte, procurou-me, esta semana, interessado no tema das reparações que está pautado internacionalmente em função da Conferência de Racismo, que ocorrerá na África do Sul em agosto de 2001. O tema me traz à lembrança o extraordinário artigo ‘‘Dívida de Sangue'', de Rubens Ricupero, na Folha de S. Paulo, sobre a monstruosidade do tráfico negreiro que trouxe para as Américas em torno de 11,5 milhões de africanos, a grande maioria deles para o Brasil. Nele, Ricupero demonstra, por meio de textos do séculos 18, como o tráfico negreiro se constituiu a mola propulsora do desenvolvimento da Europa Ocidental e da América como ‘‘inexaurível fundo de riqueza e poder'' para essas nações, responsável ‘‘pela elevação do nível de vida de muitos europeus e americanos, ao mesmo tempo em que degradava a vida de numerosos negros escravizados''. A conclusão de Ricupero em relação ao Brasil, que teve, conforme ele, ‘‘a cota maior na partilha do crime'' do tráfico negreiro, está contida no próprio título do artigo: divida de sangue. http://www.geledes.org.br/sueli-carneiro/reparacoes-e-compilacoes.html Já em Joaquim Nabuco, o problema está anunciado. Ele estrutura o seu livro Escravidão em três partes: a primeira ele denomina O Crime; a segunda, A História do Crime; a terceira, que está em branco (em duas das edições que conheço), o que talvez simbolicamente queira indicar a lacuna que está por ser preenchida na sociedade brasileira desde o século 19, chama-se A Reparação do Crime. O vice-presidente Marco Maciel, no seminário ‘‘Multiculturalismo e Racismo: O Papel da Ação Afirmativa nos Estados Democráticos Contemporâneos'', organizado pelo Ministério da Justiça em 1996, resgata o que ele considera a visão profética e atualidade de Joaquim Nabuco para quem, ‘‘a escravidão permanecerá por muito tempo como característica nacional do Brasil, uma vez que a abolição não foi seguida de ‘‘medidas sociais complementares em benefício dos libertados, nem de qualquer impulso interior, de renovação da consciência pública''. E Marco Maciel afirma: ‘‘Repito com Nabuco: ‘(...) não basta acabar com a escravidão, é preciso destruir a obra da escravidão' e ainda (...) ‘vencer o preconceito que se generalizou e tornar evidente o débito de sucessivas gerações de brasileiros para com a herança da escravidão que se transformou em discriminação é apenas parte do desafio' '' É essa base histórica que faz com que o tema das reparações seja, para muitos países africanos, para movimentos sociais negros do Brasil, dos EUA e da América Latina, um dos temas prioritários a serem discutido na Conferência Mundial de Racismo. E, em relação a ele, os governos dos países-membros da ONU deverão se posicionar. É o reconhecimento de um passado nefasto em prol de um futuro em que certas práticas não possam mais ter lugar que faz com que hoje, trabalhadores, em sua maioria judeus que foram escravizados durante a Segunda Guerra Mundial, sejam objeto de indenizações pelo Estado alemão e empresas que disso se beneficiaram. Em relação aos descendentes de africanos escravizados, os negros brasileiros, o terceiro capítulo do livro de Joaquim Nabuco continua em branco... Para Contardo Caligaris, (...) ‘‘corrigir a desigualdade, que é herdeira direta, ou melhor, continuação da escravatura, no Brasil, não significa corrigir os restos da escravatura. Significa começar finalmente a aboli-la''. O presidente Fernando Henrique Cardoso, no seminário citado anteriormente, disse: ‘‘Não se pode esmorecer na hipocrisia e dizer que o nosso jeito é esse. Não, o nosso jeito está errado mesmo, há uma repetição de discriminações e há a inaceitabilidade do preconceito. Isso tem que ser desmascarado, tem de ser, realmente, contra-atacado, não só verbalmente, mas também em termos de mecanismos e processos que possam levar a uma transformação, no sentido de uma relação mais democrática entre as raças, entre os grupos sociais e entre as classes''. Os movimentos sociais negros e outros setores sociais vêm oferecendo ao Estado e à sociedade toda sorte de propostas de políticas compensatórias capazes de realizar o que Ricupero chama de ‘‘purificação da memória'', que poderia conduzir à reconciliação da nação com o seu passado pela reparação do dano praticado. As frases e falas aqui compiladas, os termos que as apóiam (dívida, débito, crime) e a importância pública de quem as profere permitem supor que já temos no Brasil massa crítica e vontade política suficientes para advogar em favor dotema das reparações na Conferência Mundial de Racismo e, sobretudo, para começar a implementá-las desde já. http://www.geledes.org.br/sueli-carneiro/reparacoes-e-compilacoes.html |
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 22:08 0 comentários
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Um velho artigo de Maciel
INIÃO
Edson Lopes Cardoso edsoncardoso@irohin.org.br |
Maciel aludiu ainda, em seu memorável artigo, a formas ostensivas e disfarçadas de racismo, a uma quimérica e virtual igualdade de oportunidades constitucional, e ensinava que “O caminho da ascensão social, da igualdade jurídica, da participação política, terá de ser cimentado pela igualdade econômica que, em nosso caso, implica o fim da discriminação dos salários, maiores oportunidades de emprego e participação na vida pública”.
Maciel fez referência também às cotas no mercado de trabalho, na universidade e na representação política como se fossem então possibilidades concretas de ação governamental, cujos resultados não podia antecipar – “uma incógnita a que de antemão ninguém ousará responder”. As cautelas se justificavam porque, como disse Rubem Ricupero, num simpósio sobre relações Brasil-África na Câmara, em 1986, “o tema é complexo e nos divide como nenhum outro”.
Não sei se o senador Marco Maciel guarda cópia de seu artigo, mas eu o conservo com zelo beneditino. Seu texto poderia, a meu ver, servir de referência para um pronunciamento contundente, no momento em que o Senado se dispuser a apreciar o projeto que cria o Estatuto da Igualdade Racial, embora, como se sabe, o senador pernambucano seja avesso a estardalhaços.
Os leitores do Ìrohìn devem estar pensando, como eu, em reminiscências camonianas, avaliando com amargura o fato de que onde a gente põe nossa esperança, a realidade política nos deixe tão pouca segurança.
Afinal, as preocupações levantadas por Maciel, na conjuntura pré-Durban, são bem distintas daquelas manifestadas por seu partido, o DEM. Esqueça. A novidade é que o DEM, em seus tenebrosos desígnios, seja hoje diligentemente coadjuvado pela bancada negra.
Ao reler o artigo de Maciel, a sensação que se impõe é a de que perdemos uma oportunidade valiosa na virada do século. O discurso de um político conservador de menos de uma década parece hoje séculos à frente dos parlamentares negros do PT, desvinculados de qualquer realidade. Associaram sua causa (se é que tinham uma) à causa dos opressores da população negra.
http://www.irohin.org.br/onl/new.php?sec=news&id=4811
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 22:02 0 comentários
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Fim da era dos movimentos sociais brasileiros
Fim da era dos movimentos sociais brasileiros | | |
Em Debate |
Fonte: Folha de São Paulo - por: RUDÁ RICCI - Os movimentos sociais que antes exigiam inclusão social ingressaram no Estado e foram engolidos pela lógica da burocracia pública ENTRE MUITAS divergências, há um consenso entre estudiosos dos movimentos sociais: todos são formados a partir de espaços não consolidados das estruturas e organizações sociais. Ocorre que, nos anos 1990, muitos movimentos sociais se institucionalizaram.
http://www.geledes.org.br/em-debate/fim-da-era-dos-movimentos-sociais-brasileiros.html |
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 22:00 0 comentários