sábado, 25 de julho de 2009

Nota de Repúdio à Ação do Democratas contra o sistema de cotas da UnB

Nota de Repúdio à Ação do Democratas contra o sistema de cotas da UnB

"Pesquisa publicada prova,
Preferencialmente preto, pobre,
prostituta pra policia prender,
pare, pense, por quê?"
GOG - Brasil com P

O Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães da Universidade de Brasília vem por meio desta repudiar a ação promovida pelo
Democratas contra o sistema de cotas raciais da Universidade de Brasília. Nessa segunda-feira (20/7) o partido, por meio de sua advogada voluntária Roberta Kaufmann, impetrou uma Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), demandando a suspensão liminar do sistema de cotas raciais da UnB e do resultado do vestibular do 2Ëš/2009. Essa medida vem de forma antidemocrática querer acabar com uma política pioneira da UnB de democratização do espaço universitário.

A ação movida pelo DEM questiona a UnB por "institucionalizar o racismo" e por dar as bases de um "Estado racializado". Toda a argumentação desenvolvida pela advogada leva a compreensão de que o problema do racismo não existe no país - seja em função da
miscigenação no país, seja pelo argumento biológico de que não existem raças - e que, as políticas de ação afirmativas são problemáticas
quando têm o recorte racial. Mais ainda, ela afirma que esse tipo de política cria o racismo. Em toda a ADPF, a advogada tenta mudar o foco
da argumentação, colocando que em termos biológicos não existem raças e que, portanto, não pode haver racismo no país. Ademais, ela descreve um país muito diferente do Brasil, em que há uma sociedade plural e plena. Ela se contradiz ao colocar nas considerações iniciais sobre o mérito da questão que ela não quer discutir a existência de racismo, preconceito ou discriminação no Brasil, e afirma pouco depois que no Brasil "ninguém é excluído pelo simples fato de ser negro" (p. 27), ou seja, categoricamente a advogada afirma que não existe racismo no país.

É muito fácil se refugiar em argumentos pautados na genética humana para afirmar que somos todos iguais, que não existem raças, quando na verdade o racismo brasileiro é fenotípico e parte marcante da nossa sociedade. Isso quer dizer que, mesmo velado, o racismo brasileiro se expressa nos estereótipos sociais, nas brincadeiras que muitos fazem e nas ações de poder e segregação. Diferentemente do que afirma a advogada, o quadro do Brasil é o de uma grande desigualdade racial. É notável a baixa representatividade dos negros em espaços de poder no país, assim como nas universidades. Se poucos são os que têm acesso à educação superior, menos ainda são os negros que chegam à universidade, que mal chegam a ser 2% dessa comunidade. Em 2003 a UnB tomou uma decisão muito importante nesse sentido. O CEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) aprovou o sistema de cotas, que reserva 20% de suas vagas a estudantes que se declarem negros e afro-descendentes. Essa política vem, acima de tudo, para mudar a realidade das universidades, quebrar o monocromatismo
branco e escurecê-las.

Foi com essa política que a UnB começou a mudar. Com o sistema de cotas, mais negros começaram a entrar e a influenciar os rumos da
universidade, contribuindo para uma formação social mais plural e plena da universidade. Foi com o sistema de cotas que se criou uma
real possibilidade de empoderamento de uma grande camada populacional que historicamente é discriminada. A universidade ainda é um dos espaços predominados por brancos. As cotas vêm para romper com esse arranjo, democratizando a universidade.

A nossa experiência na UnB é a do caminho contrario ao do "racismo institucionalizado". Após a implementação do sistema de cotas a luta
contra o racismo se intensificou em todos os espaços da universidade, sendo que os vários movimentos sociais que se articularam desde então sempre contribuíram em muito para uma maior proximidade da universidade com a sociedade e para a minimização da segregação
social. A política de cotas é um marco na UnB. Ela sinaliza a institucionalização do processo da luta pela igualdade racial no nosso
país.

Em vários momentos os críticos ao sistema de cotas questionam a igualdade, defendida na constituição federal, mas temos que questionar
como é possível falar de igualdade quando brancos e negros partem de pontos tão distintos em nossa sociedade? Que igualdade é essa em que há um claro predomínio branco em espaços de poder? Por fim, que igualdade é essa em que, pela cor da pele alguém é julgado?

Para que possamos concretizar o preceito constituinte de igualdade é central avançar em políticas públicas. As ações afirmativas são
instrumentos com o claro objetivo de mudar uma realidade e afirmar a presença de um grupo socialmente minoritário. Não se trata de culpar
os brancos pela escravidão, como a advogada leva a crer, mas sim o de reforçar o negro como parte integrante e ativa de nossa sociedade.
É por entender o papel democratizante que as cotas possuem que o DCE da UnB vem em sua defesa e manifesta seu repúdio ao Democratas.

A formulação e a implementação de políticas de ação afirmativa são centrais para a consolidação democrática do país e, exatamente por
isso que sempre serão alvo de ações de grupos - e partidos - conservadores que não querem o empoderamento popular. É papel da
universidade formular, constantemente, políticas que visem soluções para os problemas de nossa sociedade. Esse papel tem que ser garantido por toda a sociedade e a única forma de garantir que isso não se encerre é com luta! Por isso o DCE conclama todos os movimentos sociais a se manifestarem e a se engajarem na luta em defesa de uma sociedade mais justa, plural e democrática! Somente com uma ampla articulação que será possível a vitória!

Não à ação do Democratas

Em defesa do Sistema de Cotas da UnB!

Brasília, 24 de Julho de 2009

Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães
Gestão Pra Fazer Diferente



--
Yuri Soares Franco
Estudante de História da UnB
Diretório Central dos Estudantes da UnB
Honestino Guimarães
Gestão Pra Fazer Diferente!!!

Presidente cobra intensificação das ações do Governo em áreas quilombolas

Presidente cobra intensificação das ações do Governo em áreas quilombolas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou mais velocidade das ações do Governo Federal nas áreas ocupadas por comunidades remanescentes de quilombos, e estabeleceu a meta de titular 35 destas comunidades até outubro. A manifestação do presidente ocorreu durante audiência realizada na manhã desta segunda-feira (20/07) em Brasília, na presença do ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Rolf Hackbart.

O presidente Lula anunciou que em breve vai convocar reunião com todos os ministérios e órgãos federais envolvidos na Agenda Social Quilombola. Além de acelerar as titulações, o objetivo é intensificar as ações de assistência e desenvolvimento local. Dentre os grupos quilombolas que deverão receber o título definitivo das terras que ocupam está a maior comunidade do Brasil: Kalunga, em Goiás, cujas 600 famílias serão beneficiadas com 261 mil hectares de área total. Outras comunidades cujos processos de titulação estão praticamente prontos são Mocambo (SE, com 113 famílias), Casca (RS, 85 famílias), Rincão dos Martimiamos (RS, 55 famílias) e São Miguel (RS, 153 famílias).

"Qualquer mudança na questão da demarcação não passa de especulação", afirma ministro em visita a Alcântara (MA)

O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, visitou na última sexta-feira (17/07) a comunidade quilombola de Mamuna e a agrovila Marudá, ambas situadas no município de Alcântara (MA). O objetivo principal da visita, de acordo com o ministro, foi reafirmar o compromisso do Governo Lula com a melhoria da qualidade de vida dos quilombolas, além de tranquilizar as famílias quanto a sua permanência nas comunidades apesar da possibilidade de expansão da base de lançamento de foguetes.

Em Mamuna, povoado que reúne 227 pessoas, o ministro afirmou que "remoção é uma palavra que não existe no Governo Lula. Qualquer mudança na questão da demarcação não passa de especulação. O Governo não vai tomar nenhuma medida que leve ao retrocesso dos anos 80, quando muitas comunidades foram removidas de forma arbitrária para agrovilas. Isso eu posso assegurar aos senhores e senhoras". Os quilombolas rejeitam as transferências pelo fato das agrovilas não permitirem a manutenção do seu modo de vida, principalmente por estarem longe do mar - desconsiderando a tradição pesqueira das comunidades - e em terrenos de baixo potencial agricultável.

Titulação - Em novembro do ano passado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) publicou Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTDI) que reconheceu as 110 comunidades quilombolas de Alcântara e determinou a delimitação de suas terras, em área total pouco superior a 78 mil hectares, beneficiando 3.500 famílias. A partir da publicação, o INCRA começou a reunir os documentos necessários para a emissão dos títulos de posse coletivos. O que, de acordo com o ministro Edson Santos, deve acontecer ainda este ano.

O direito de uso da área é disputado entre as comunidades quilombolas e a Agência Espacial Brasileira, que pretende ampliar os sítios para lançamento de foguetes no entorno do centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Por reconhecer o inegável desenvolvimento econômico e científico que será trazido pela ampliação dos sítios, houve um entendimento - coordenado a partir da Casa Civil da Presidência da República - no sentido de conciliar o Programa Espacial com os direitos dos quilombolas que há séculos ocupam a região. Com isso, na época ficou definido que os novos sítios serão instalados na área já ocupada pelo CLA.

No entanto, devido ao questionamento da demarcação feito pelo Ministério da Defesa, as comunidades de Alcântara voltaram a sentir-se inseguras. "A presença do ministro Edson Santos nos deixa mais seguros de que vamos permanecer em nossas terras. Aqui é nosso lugar, não queremos sair. Mas só estaremos absolutamente tranquilos quando recebermos os títulos definitivos", afirmou Maria de Fátima Ferreira, uma das lideranças quilombolas. "A comunidade estava apreensiva. Mas o ministro garantiu que não vai haver transferência. De que adianta um grande projeto de desenvolvimento para o país, como é o CLA, sem pensar nas pessoas? Esta sim deve ser a prioridade do Governo", acrescentou João da Mata, presidente da Associação de Moradores de Mamuna.

Marudá - Na sequencia o ministro seguiu para a agrovila de Marudá, que reúne 85 famílias provenientes de 15 comunidades quilombolas. De acordo com as lideranças comunitárias Maria Vitória e Inácio Diniz, em 1987, quando a agrovila foi fundada, eram cem famílias. No entanto, devido a falta de empregos, à distância do mar - cerca de 20 km - e à baixa produtividade do solo, muitos moradores abandonaram suas casas em busca de melhores condições de vida na periferia de São Luis. Atualmente, a renda da comunidade vem principalmente das aposentadorias e do Programa Bolsa Família, que atende 80% dos domicílios.

"A comunidade não se afirma contra a base, mas quer respeito. O projeto já tem 30 anos, mas não trouxe desenvolvimento ao município, que só possui uma ambulância, estradas esburacadas e produção carregada no lombo de burro", afirmou o quilombola Inácio Diniz, que é formado em Agronomia.

Durante a reunião com os moradores de Marudá, o Movimento dos Atingidos pela Base (MABE) entregou ao ministro um documento expressando o temor das comunidades de Alcântara quanto a possibilidade de remoção. "Nada será feito prejudicando a vida das comunidades. Assim como eu falo em defesa dos direitos dos quilombolas, outros ministérios têm o legítimo direito de falar em nome dos interesses que representam. Mas a palavra final será do presidente Lula. E o que o presidente deseja é que Alcântara seja uma vitória de todos, do Programa Espacial e dos quilombolas", afirmou o ministro após receber o documento.

Mais informações:

Coordenação de Comunicação Social
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Presidência da República
Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 9º andar - 70.054-906 - Brasília (DF)
Telefone: (61) 3411-3659 / 4977

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Obama recua e chama ‘brigões’ para uma cerveja na Casa Branca

24/07/09 - 16h14 - Atualizado em 24/07/09 - 17h02

Obama recua e chama ‘brigões’ para uma cerveja na Casa Branca

Inicialmente, presidente chamou ação policial de ‘estúpida’.
Na quinta-feira (16), um professor de Harvard foi preso dentro de casa.

Do G1, com informações da Associated Press

Barack Obama recuou no seu comentário sobre a polícia da cidade de Cambridge (estado de Massachusetts) no episódio sobre a prisão de um professor de Harvard, que é amigo do presidente americano.

E disse ainda que chamou os dois protagonistas da história para tomar uma cerveja na Casa Branca.


Na noite de quarta-feira (22), o presidente dos Estados Unidos afirmou que a polícia havia “agido estupidamente” ao prender o mestre Henry Louis Gates Jr na semana passada.


Acesse o vídeo com a fala do presidente Obama:

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1242046-5602,00.html



Vogue italiana homenageia Barbie negra

Edição especial

Vogue italiana homenageia Barbie negra

Ontem

A "Vogue" italiana é conhecida por lançar uma edição especial denominada "The Black Issue". Desta vez, a revista decidiu prestar homenagem à boneca Barbie e lançar uma com barbies negras.

A “Vogue” italiana é conhecida por lançar uma edição especial denominada “The Black Issue”, edição essa que apresenta apenas modelos negras. Pois desta vez, segundo noticiou o site “Fansugar”, a revista decidiu prestar homenagem à boneca Barbie e lançar uma edição da “The Black Issue”, com barbies negras. Para a edição especial, as bonecas vestiram modelos de diversos designers de renome.Questionada sobre a escolha, Franca Sozzani, editora-chefe da “Vogue” italiana, comentou: “A Barbie tem sido um ícone por muita gerações e é essa a razão que me fez querer mostrar a importância disso através do tempo e dedicar a edição à Barbie Negra.


http://dn.sapo.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=1315143

Obama critica prisão de professor negro nos EUA

sexta-feira, 24 de julho de 2009, 11:11 | Online

Obama critica prisão de professor negro nos EUA

AE-AP - Agencia Estado

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WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a polícia "agiu estupidamente" no episódio da detenção de Henry Louis Gates Jr., professor de Harvard, quando ele estava tentando entrar em sua própria casa. Amigos e colegas do sargento que efetuou a prisão dizem que o policial está sendo acusado injustamente de racismo - o professor universitário é negro. Obama também declarou em entrevista à emissora de TV ABC que tem "extraordinário respeito" pelos desafios e dificuldades que os policiais enfrentam todos os dia em seu trabalho, mas afirmou que era desnecessário prender Gates. Obama disse que "cabeças mais frias deveriam ter prevalecido" no incidente. Quem deteve Gates foi o sargento James Crowley.



Amigos e colegas de trabalho de Crowley afirmam que ele é um policial de princípios. Seus apoiadores - brancos e negros - dizem que ele, que foi escolhido por um comissário de polícia negro para ensinar aos recrutas sobre como evitar atos racistas, é calmo e confiável. "Se as pessoas estão procurando por alguém abusivo ou arrogante, eles pegaram o cara errado", disse Andy Meyer, que tirou férias com Crowley, foi técnico esportivo com ele e é seu companheiro no time masculino de softbol. "Ele não é um policial racista."



Gates acusou o policial, em serviço há 11 anos, de ter sido persistente e autoritário. Crowley confrontou Gates em sua casa depois que uma mulher que passava pelo local ter chamado a polícia porque suspeitava que a casa estivesse sendo arrombada. O sargento disse que deteve Gates depois de o professor universitário tê-lo acusado de racismo e ter xingado sua mãe, acusações negadas pelo professor. Gates exigiu um pedido de desculpas e disse que pode processar o departamento de policia.



Crowley afirmou a uma rádio ontem que as palavras do presidente Barack Obama sobre o caso foram "fora de propósito". "Eu apoio do presidente dos Estados Unidos 110%", disse ele à rádio WBZ-AM. "Mas eu acho foi um pouco fora de propósito falar sobre uma questão local sem saber de todos os fatos, como ele mesmo admitiu". O comissário de polícia de Cambridge, Robert Haas, ao falar pela primeira vez sobre a prisão, disse ontem que Crowley é um oficial condecorado. O departamento está organizando um painel independente para rever os acontecimentos. "O sargento Crowley é um membro exemplar deste departamento. Eu confio em seu julgamento todos os dias", disse Haas. "Eu acho que, basicamente, ele fez o melhor perante a situação que lhe foi apresentada."



Governador



Já o governador de Massachusetts, Deval Patrick, o primeiro negro a ser eleito para o cargo, chamou a prisão de "pesadelo de cada homem negro". O governador disse que "você deve ser capaz de elevar sua voz em sua própria casa sem o risco de se detido". Crowley foi criado em Cambridge e estudou nas escolas da cidade, onde há diversidade racial. Dois de seus irmãos também trabalham no departamento de polícia e um terceiro é xerife do condado de Middlesex.



Nos últimos seis anos, Crowley tem trabalhado com um colega negro no ensino aos cadetes sobre como evitar suspeitar de alguém apenas por sua raça. "O que eu tenho por ele é o maior respeito como policial. Ele é muito profissional um bom exemplo para os jovens recrutas", disse Thomas Fleming, diretor da academia de polícia Lowell.


http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,obama-critica-prisao-de-professor-negro-nos-eua,407765,0.htm