quinta-feira, 9 de julho de 2009

Seminário discute desagregação de dados por raça e etnia



Adital
- Atualmente, apenas nove países latino-americanos possuem dados estatísticos em relação aos afrodescendentes. A falta de visibilidade dificulta o aperfeiçoamento de políticas de combate ao racismo e à promoção de igualdade racial. Para tentar mudar essa realidade, acontece, hoje e amanhã, em Brasília, o Seminário Internacional de Dados Desagregados por Raça e Etnia da População Afrodescendente das Américas.
O encontro, que reunirá institutos internacionais de pesquisa, especialistas em indicadores socioeconômicos, além de representantes das Nações Unidas e do governo brasileiro, pretende discutir a desagregação de dados por raça e etnia nos censos nacionais de 2010 dos países da América Latina e do Caribe. O evento é parte da estratégia de assegurar a visibilidade estatística de afrodescendentes na região como uma ação política que garanta a coleta e a análise de dados desagregados nos censos de 2010/2012.
De acordo com Maria Inês Barbosa, coordenadora do programa de Gênero, Raça e Etnia do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas Brasil e Cone Sul (Unifem), a intenção do Seminário é "refletir como os países estão inserindo os dados [de raça e etnia] no censo". Ela explica que, para desenvolver políticas públicas de igualdade, é preciso, antes, conhecer a "dimensão do processo da sociedade racionalizada".
Dessa forma, para Maria Inês, a ideia central da desagregação dos dados é mostrar as diferenças entre os grupos para, assim, não haver discriminação social. "[Queremos] verificar quais as desigualdades raciais existentes e encontrar maneiras de mudá-las", comenta. Para ela, tal mudança só é possível depois de saber quem são os afrodescendentes que vivem na região. "[O levantamento] gera a informação e aponta a realidade da população negra que possibilite uma mudança", explica.
A coordenadora acrescenta ainda que a intenção do Seminário será formar um grupo de especialistas e ativistas afrodescendentes para acompanhar e estimular os países no levantamento dos dados desagregados. "A propostas será a formação de um grupo afrodescendentes técnico e político [que prestará assessoria aos países] sobre o tema", explica.
Estima-se que, na América Latina e no Caribe, os afrodescendentes representem mais de 150 milhões de pessoas. De acordo com a coordenadora, a cifra real pode ser maior, pois ainda há, em muitos países, a questão da identidade e o problema do racismo, que dificulta o autorreconhecimento das pessoas negras. Além disso, a maioria não realiza efetivamente os levantamentos por raça e etnia. A expectativa é que as mudanças censitárias já sejam visíveis nos censos nacionais de 2010 em países como Argentina, Brasil, Bolívia, Costa Rica, Cuba e República Dominicana.
A melhora das bases de coleta dos dados por raça e etnia contribuirá para a promoção de políticas públicas de combate ao racismo e à discriminação, considerados os principais compromissos assumidos e reiterados pelos Estados da região na Conferência de Revisão de Durban, realizada entre os dias 20 e 24 de abril, em Genebra (Suíça).
Além do Seminário no Brasil, para este ano, ainda estão sendo programadas atividades sobre a desagregação de dados por raça e etnia no Equador, Venezuela e República Dominicana.

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Cancelada reunião sobre o Estatuto da Igualdade Racial

Brasília, 08 de julho de 2009
IMPORTANTE: Não aconteceu a votação do Estatuto da Igualdade Racial. A secretaria da Comissão Especial divulgou a última versão do texto do substitutivo do Relator, que seria apreciada e votada hoje e que pode ser consultada no link abaixo.

Link para
Texto para Estudo com as Sugestões Acolhidas pelo Relator


Reprodução de Matéria


Com o início da sessão extraordinária do Plenário, foi cancelada a reunião comissão especial que analisa o Estatuto da Igualdade Racial (Projeto de Lei 6264/05, do Senado). A reunião que estava marcada para esta tarde tinha o objetivo de votar o relatório do deputado Antônio Roberto (PV-MG).

Antes da reunião, o relator adiantou que, para facilitar a votação do texto, promoveu alterações em pontos polêmicos discutidos na reunião realizada dia 13 de maio. Segundo ele, será retirada da proposta a determinação para que os meios de comunicação destinem 20% do elenco a atores e figurantes negros. "Vamos deixar apenas os princípios, determinar que as emissoras garantam a presença de negros", explicou.

Demarcação de terras
Antônio Roberto também vai alterar o dispositivo que trata da demarcação de terras de remanescentes de quilombos. Segundo ele, o texto determinará apenas que os habitantes de antigos quilombos terão as terras demarcadas de acordo com as determinações constitucionais.

Esse é um dos pontos mais polêmicos do estatuto. Na opinião dos opositores da medida, na forma como se encontra, o texto é inconstitucional porque retira o limite temporal de ocupação de terras por quilombolas, previsto na Constituição.

Na última reunião de votação do texto, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) argumentou que somente remanescentes de quilombos que ocuparam suas terras entre 1888 e 1988 podem receber os certificados definitivos de posse.

Ainda não foi marcada nova data para a votação do projeto.

Fonte: Agência Câmara

Mais informações:Daniela Luciana (DRT/BA 1998)Assessoria de ComunicaçãoDeputado Federal Luiz Alberto (PT/BA)

Cristovam propõe bolsa de estudo para filhos de descendentes de escravos


COMISSÕES / Direitos Humanos08/07/2009 - 17h41

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Cristovam Buarque, propôs, em debate nesta quarta-feira (08), que a reparação aos negros descendentes de escravos brasileiros seja feita por meio de uma bolsa de estudos no valor de R$ 3 mil para os filhos das famílias de afrodescendentes.
- A gente sabe que o Estado deveria gastar 10% com educação. Essa reparação custaria 2% da receita - propôs o parlamentar.
Outra proposta apresentada por Cristovam foi a criação de centros de pesquisa de recuperação da história negra. O senador propôs ainda que o Senado realize sessão especial de reconhecimento público de que a abolição da escravatura não teria se completado.
- Seria um depoimento claro, explícito, de que não completamos a abolição. Temos um sentimento racista, que se tenta esconder, e uma desigualdade social que aflige e atinge mais aos negros - avaliou.
Memorial
Cristovam endossou, assim como os demais especialistas presentes ao debate, a proposta de Mário Teodoro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de criação de um memorial da abolição. Sugeriu ainda a edificação de um monumento de "memória da escravidão e de gratidão à África", semelhante ao existente no Rio de Janeiro dedicado aos pracinhas que lutaram com os aliados na Segunda Guerra Mundial.
Ao final da reunião, Cristovam propôs que seja realizada nova reunião para debater a possibilidade de reparação aos descendentes de escravos, desta vez em Salvador (BA), com a presença de representantes da sociedade civil.
Solicitou também a todos os participantes da audiência que revisem o texto referente às apresentações feitas nesta quarta-feira para que possa elaborar um livro sobre o assunto, aproveitando as suas observações.
Fundo de reparação
Também presente ao debate, o publicitário Roberto Carvalho detalhou petição apresentada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), com o objetivo de criação do Fundo Nacional de Reparação. Conforme explicou, os recursos seriam distribuídos aos estados para a aplicação em políticas públicas de saúde, educação, saneamento básico, entre outras, capazes de promover o resgate dessas populações relegadas pelo Estado. O documento está em exame na OEA desde 2001.
- Não se limitaria [o fundo] somente à questão financeira, mas poderia atuar com políticas compensatórias - defendeu. Para Roberto Carvalho, os negros representam parcela da população empobrecida devido "a uma máquina estatal perversa", resultante de uma "sociedade também perversa", que torna normal o "crime" praticado contra a população afrodescendente.
Posição semelhante foi manifestada por Ailton dos Santos Ferreira, da Secretaria Municipal de Reparação da Bahia. Ele também alertou para a banalização das desigualdades no país e defendeu a adoção de políticas públicas reparatórias. Ferreira salientou ainda que a democracia brasileira não será plena enquanto não houver projetos de distribuição de renda e não se tratar as diferenças de condições de vida e oportunidades "definidas pela etnia e cor da pele".
- Nas cadeias públicas, é normal a presença de negros em quantidade. Temos 94% dos ambulantes de Salvador em luta desigual com o Estado e a economia formal. Subemprego é normal. Subhabitações é normal. Escolas não funcionam. Essas "normoses" precisam ser resolvidas - alertou, referindo-se à banalização dos problemas nacionais e às dificuldades enfrentadas pelos negros no país.
Cristina Vidigal / Agência Senado(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Confira Mariah Carey cantando 'I'll Be There'

DESPEDIDA - Michael Jackson Memorial Service Mariah Carey Trey Lorenz Perform

O emocionante adeus à ‘maior estrela da Terra’


08.07.09 às 00h53 > Atualizado em 08.07.09 às 02h18
Junto aos dois irmãos, filha de Michael Jackson faz sua primeira aparição pública e, às lágrimas, declara seu amor ao pai. Cerimônia foi em Los Angeles, com caixão lacrado
Los Angeles
- O mundo se despediu ontem do popstar Michael Jackson. Seu funeral em Los Angeles contou com alguns dos astros mais conhecidos do mundo, que cantaram músicas do ‘Rei do Pop’. O momento mais marcante, entretanto, não foi protagonizado por nenhuma celebridade, e sim pela aparição no palco da filha do ídolo, Paris, 11 anos, no encerramento da cerimônia.
Família faz mistério sobre enterro
Aos prantos e amparada por alguns dos tios, a menina fez questão de dizer que considerava Michael “o melhor pai do mundo”. “Desde que nasci, papai foi o melhor pai que se poderia imaginar. Eu só queria dizer: ‘Pai, eu te amo’”. Como se não bastasse o clima de emoção que já dominava o palco, a declaração chamou ainda mais atenção porque os três filhos de Jackson, Paris, Prince Michael, 12 anos, e Prince Michael II, 7 anos, foram vistos poucas vezes em público na última década, e seus rostos geralmente eram escondidos de fotógrafos por máscaras e véus quando estavam acompanhados do pai.
Antes de Paris, subiram ao palco montado no Staples Center artistas consagrados como Mariah Carey e Stevie Wonder, que cantaram sucessos de Michael. Ao contrário do que foi divulgado até a véspera do ‘show’, o caixão dourado com o corpo do cantor foi levado para o velório, depois de uma cerimônia íntima com a presença apenas de parentes próximos.
ELOGIOS ATÉ DE MANDELA
Além de músicos famosos, também subiram ao palco outros amigos célebres do ídolo, como Berry Gordy, fundador da Motown — gravadora que lançou o Jackson 5 —, o jogador de basquete Magic Johnson e a atriz Brooke Shields. “Diziam que ele era o rei, mas ele sempre me lembrou mais o Pequeno Príncipe”, disse a atriz. O ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, enviou uma mensagem lida no palco, e o reverendo Al Sharpton levantou o público ao lembrar que Jackson teve que lidar com “coisas bizarras” e dizer aos filhos do cantor que o pai deles “não era extravagante”.
Emocionado, um dos irmãos de Michael, Marlon Jackson, aproveitou para desabafar. “Pode ser que agora, Michael, te deixem tranquilo”, disse. O que ficará na memória dos fãs, porém, é o testemunho emocionado e inédito da filha de Michael e a opinião da atriz Queen Latifah, que subiu ao palco para dizer que Michael “era a maior estrela na Terra”.
A cantora e atriz Jennifer Hudson também fez bonito ao cantar 'Will you be there' no despedida a Michael Jackson. Antes, Stevie Wonder foi o terceiro artista a participar da homenagem entoando 'I never dreamed...' e foi aplaudidíssimo. Mensagens de condolências enviadas por Diana Ross e Nelson Mandela foram lidas no início da cerimônia. O cortejo com o corpo do astro chegou às 13h50. Antes, por volta do meio-dia, o corpo foi velado num caixão dourado que custou U$ 25 mil no cemitério de Forest Lawn.
Além dos policiais, uma comitiva de mais 29 veículos acompanhou o o caixão nos 20 quilômetros entre o cemitério Forest Lawn, em Hollywood Hills, e o ginásio. Para evitar incidentes durante o traslado, várias ruas da cidade foram fechadas ao tráfego. Uma multidão de artistas e celebridades acompanharam a despedida, entre eles Mariah Carey, Dionne Warwick, Stevie Wonder, Usher, Lionel Richie, Jennifer Hudson, John Mayer,Smokey Robinson, Brooke Shields, Queen Latifah, Kobe Bryant, Berry Gordy (fundador da gravadora Motown), Larry King, Magic Johnson e os reverendos Jesse Jackson e Al Sharpton.
Morte precoceMichael Jackson morreu na tarde do dia 21 de junho, após uma parada cardíaca. O cantor já estava em coma quando foi socorrido pelos paramédicos em sua casa, em Los Angeles. O cantor faria 51 anos em agosto e se preparava para uma turnê mundial que estava programada para iniciar-se no dia 13 de julho, em Londres. Há duas semanas, o tablóide The Sun divulgou que ele teria câncer de pele e estaria muito magro, insistindo em fazer apenas uma refeição por dia. Jackson deixou três filhos, chamados Prince Michael I, Paris Michael e Prince Michael II.
Confira as músicas que foram tocadas na cerimônia:
Mariah Carey - 'I'll Be There'Lionel Richie - 'Jesus is love'Stevie Wonder - 'I never dreamed...'Jennifer Hudson - 'Will you be there'John Mayer - 'Human nature'Jermaine Jackson - 'Smile'Usher - 'Gone too soon'Shaheeen Jafargholi - Who´s lovin´ youTodos - 'We are the world'Todos - 'Heal the world'