segunda-feira, 8 de junho de 2009

Até Oxalá vai a guerra no Projeto Quartas Baianas

Sinopse:
As ações violentas executadas pela Prefeitura de Salvador através da demolição do Terreiro Oyá Onipo Neto, em fevereiro deste ano, conduzido por Mãe Rosa da Avenida Jorge Amado, surpreenderam negativamente por configurar um ato de intolerância Religiosa.S
alvador, a capital da Bahia é uma das cidades que tem o maior número de templos religiosos de todo o mundo, incluindo igrejas católicas e evangélicas, centros espíritas, casas de umbanda e terreiros de candomblé. É também a cidade que possui a maioria dos seus habitantes negros, mas onde o racismo em sua diversidade e sutileza acaba tendo ações devastadoras. Da educação e moradia, até o emprego e religiosidade sem esquecer o genócidio da população negra. O estado tem uma função fundamental na manutenção de tudo isto.Se o Brasil é o país mais aberto do mundo a todas as religiões e crenças, Salvador é a expressão máxima desta qualidade principalmente pela forte influência e presença das tradições oriundas da África. Nada justifica nos dias atuais ações como esta que causaram danos muito sérios a toda uma construção espiritual de muitos anos e que tiveram então a resposta enérgica e necessária do povo de candomblé. Oxalá vai a Guerra, e todo o Povo de Axé também, sempre que for necessário!
Prêmio Melhor Filme Júri Popular II Bahia Afro Film Festival 2008
Dia 10 de junho às 20h na Sala Walter da Silveira, Biblioteca Pública do Estado, Barris).
PROJETO QUARTAS BAIANAS
Entrada Franca!
Posted In: . By Y.Valentim

II ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES NEGROS E COTISTAS DA UNE



Políticas Afirmativas para um novo Brasil!
05, 06 e 07 de Junho
Faculdade de Arquitetura UFBA
Salvador – BA
Um espaço privilegiado de debate e convergência sobre os impactos da adoção de Políticas de Ações Afirmativas para a população afrodescendente no ensino superior brasileiro. Assim pode ser definido o Encontro Nacional de Estudantes Negros, Negras e Cotistas da UNE, que reunirá jovens de diversas regiões do país durante os dias 05, 06 e 07 de junho na Faculdade de Arquitetura da UFBA em Salvador.
Programação:
5 de junho18hPainel 1 – Abertura do Encontro: Mesa com lideranças negras - Afirmação do povo negro
Edson França (Unegro), Bira Corôa (Presidente da CEPI – Alba), Babalorixá PC (terreiro Oxumaré), Jeférson Conceição (Presidente da UEB), Lúcia Stumpf (Presidente da UNE), Luiza Bairros (SEPROMI), Valmir Assunção (SEDES), Luiz Alberto (Deputado Federal), Mãe Estela, Makota Valdina, SEMUR, Gilmar Santiago (Vereador), Marta Rodrigues (Vereadora), Secretaria Nacional de Juventude, Coletivo de Entidades Negras, MNU
19h
Palestra Magna com os Professores Hélio Santos e Elias Sampaio sobre o tema do Encontro: Políticas Afirmativas para um novo Brasil22h
Festa Resistência e Luta!Bandas de Kuduro, Samba de Roda, Hip Hop e DJ
06 de Junho
9hPainel 1 – Educação Brasileira – Política de Cotas, Ações Afirmativas e Assistência Estudantil – Descolonização do ConhecimentoFacilitadores: Valter Altino (Atitude Quilombola), Frei Davi (Rede EDUCAFRO), Vereadora Olívia Santana14hPainel 2 - Quebrando os paradigmas da Opressão Racista– Comunicação, Cultura e Religiosidade NegraProfessor Hélio Santos, Makota Valdina, Professor Bira Castro, Bárbara Souza, Conjuve, Fórum Nacional de Juventude Negra16hGrupos de DiscussãoConstruindo PPJ para Juventude NegraReforma Universitária e Ações AfirmativasExpressões Juvenis: Hip Hop, GrafiteMulheres NegrasParticipação política da Juventude Negra18hOficinasSonoridade com instrumentos alternativos e hibridismosCinema e vídeo – Negros e Negras da MídiaTranças e Penteados AfroRitmos e PercussãoExpressão através da Capoeira20hJantar22hFesta com DJ (ritmos africanos e brasileiros)
07 de Junho
9hPainel 3 – Movimento estudantil e a questão racial - Mesa com todos os Ex-Diretores de Combate ao Racismo da UNEEx-Diretores da UNE, UEB, DCE UFBA, Organizadores do CENUMBA, IIª CONAPIR
12hAlmoço
14hRota turística em Salvador


http://www.unecombateaoracismo.blogspot.com/

domingo, 7 de junho de 2009

Programas de diversidade correm risco de cair em descrédito


São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009


DA REPORTAGEM LOCAL


Criados para estimular os funcionários a saírem do armário, especialmente nas multinacionais, os programas de diversidade sexual em vigor nas grandes empresas correm o risco de cair em descrédito.Com raras exceções, eles foram implementados por imposição das matrizes estrangeiras -rigorosas na aplicação de políticas antidiscriminação-, mas sucumbem diante da cultura machista dominante no país. É o que afirmam consultores contratados pelas filiais brasileiras para desenvolvê-los. Pesquisadores da UnB, UFMG e FGV, que estudam o assunto, têm a mesma opinião."Basta observar o engajamento dos funcionários", afirma Ana Paula Diniz, pesquisadora do Núcleo de Estudos Organizacionais da UFMG. "Pesquisamos empresas com milhares de empregados e só quatro assumidos." Até na IBM, que possui o melhor programa, na opinião dos consultores, só 74 são abertamente gays num total de 18 mil funcionários."O problema é que eles não se sentem devidamente protegidos pelos programas para se assumirem", diz Marcus Vinicius Siqueira, da UnB, outro estudioso do tema. "As brincadeiras de mau gosto e a falta de sanções aos funcionários que discriminam seus colegas de trabalho arranham a credibilidade desses programas."Ruim com eles, pior semEmbora apresentem falhas, os programas asseguram aos funcionários homossexuais com relações estáveis benefícios corporativos impensáveis há cinco anos. Uma pesquisa da consultoria Mercer realizada com 210 companhias brasileiras de grande e médio portes mostra que, em 2008, 25% delas permitiam aos seus funcionários incluir os companheiros nos planos de saúde e odontológico. Há cinco anos, esse índice era de apenas 8,7%.Na área previdenciária, a Mercer estima que, atualmente, metade das entidades de previdência fechada (públicas e privadas) prevê o pagamento de pensão aos parceiros de mesmo sexo em caso de morte do titular do plano.A limitação, nesse caso, é das empresas, que, muitas vezes, não querem gastar mais para oferecer esses planos aos casais de mesmo sexo. As estatais estão na dianteira desse processo ao conceder o benefício. Na Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil, já existem 200 casais gays inscritos.Sindicatos também avançam nas negociações trabalhistas, incluindo benefícios a funcionários homossexuais e a seus companheiros nos acordos coletivos de categorias.Em 2008, sete acordos dos 220 acompanhados pelo Dieese previam a extensão de direitos a dependentes gays. Bancários, eletricitários e empregados em processamento de dados estão entre os contemplados. Em 2005, eram quatro."São poucos acordos, mas os homossexuais estão buscando ampliar seus direitos. É um sinal positivo", diz Luís Augusto Ribeiro da Costa, técnico do Dieese.

(JW e CR)

Usina é multada por exploração no corte de cana

São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

TRABALHO


SUCURSAL DO RIO


O Ministério do Trabalho informou ter encontrado 280 trabalhadores submetidos a condições degradantes no corte de cana-de-açúcar na Usina Santa Cruz, em Campos, norte do Estado do Rio.Segundo o ministério, entre as irregularidades estavam a ausência de equipamentos de segurança e a falta de água potável e banheiros. Os trabalhadores não tinham carteira assinada. A usina foi notificada a pagar R$ 1.600 em indenização em média a cada um deles.A assessoria de imprensa do grupo informou que os problemas ocorreram com trabalhadores contratados para o corte de cana por uma empresa terceirizada e que rescindiu o contrato.


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0706200916.htm

Recente pesquisa revela que os homossexuais são o grupo que sofre mais discriminação nas escolas de Brasília

São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

TENDÊNCIAS/DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. desrespeito à diferença
JORGE WERTHEIN e MIRIAM ABRAMOVAY

AS CIÊNCIAS biológicas, humanas e sociais avançam, e seus estudos fornecem, cada vez mais, elementos para derrubar mitos, tabus e preconceitos. Mesmo quando não apresentam resultados conclusivos, elas apontam para concepções e percepções mais razoáveis que as do senso comum, muitas vezes carregado de equívocos.No caso da homossexualidade, a biologia e a psicologia indicam, há muito, que não se trata de doença física, tampouco mental, como se tentou demonstrar durante anos. A sociologia e a antropologia, por sua vez, já demonstraram que as identidades sexuais são construções humanas, e sua aceitação e rejeição variam conforme tempo e espaço, ou seja, são relativas.Curiosamente, essas ideias parecem não ter ainda penetrado suficientemente no seio da maioria das sociedades. O desvio de um padrão de comportamento sexual continua provocando estigma e discriminação.Mais uma pesquisa demonstra que as ciências têm passos mais céleres do que a sociedade em geral.Lançado há poucos dias em Brasília, sob os auspícios da Secretaria da Educação do Distrito Federal e da Ritla (Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana), o estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas" apresenta dados e depoimentos que explicitam, uma vez mais, a homofobia no ambiente escolar.As autoras da pesquisa não têm dúvidas -até porque já realizaram estudos semelhantes em outros Estados- de que o problema afeta escolas de todo o país. Trata-se, portanto, de um fenômeno nacional e, certamente, internacional, como o comprovam outros tantos estudos, depoimentos e denúncias mundo afora.Para ter uma ideia, a recente pesquisa revela que os homossexuais são o grupo que sofre mais discriminação nas escolas de Brasília: 63,1% dos entrevistados (em uma amostra de 10 mil estudantes e de 1.500 professores) alegam já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito.Mais da metade dos professores também afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias contra homossexuais nas escolas.O dado torna-se mais chocante quando 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmam que não gostariam de ter colega homossexual na sala de aula. É muito. E é grave.Cumpre reconhecer que o Brasil tem discutido a questão da homofobia. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República lançou, no último dia 14 de maio, o "Plano Nacional de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais", que contém 50 diretrizes e ações necessárias para garantir a igualdade de direitos e o pleno exercício da cidadania a esse segmento da sociedade brasileira. No entanto, a escola avança de forma muito mais lenta, como se observa na recente pesquisa. Apelidos grotescos, maus-tratos, ofensas e ameaças são constantes, implicando sofrimentos maiores.A pesquisa mostra também que, quando o tema é ser ou parecer homossexual, a violência é banalizada, naturalizada, não é vista como um grave problema, mas como brincadeira. Não há a percepção do desrespeito.As consequências da discriminação e do preconceito podem ser decisivas no desempenho escolar e para a autoestima dos estudantes. Sabe-se que eles perdem o interesse pela escola, como foi verificado na pesquisa, ou são transferidos constantemente de sala, de colégio, e a reprovação e o abandono escolar acabam sendo uma constante.A homofobia nas escolas, aliás, merece atenção especial no contexto de uma questão mais ampla, que a abrange: a das violências no ambiente escolar. Esse problema não tem recebido, ainda, a atenção devida por parte das autoridades responsáveis pela implementação de políticas públicas (a preocupação recente do governo do DF é uma das poucas exceções), e os educadores em geral mostram-se espantados e assustados.Urge que pais, professores, estudantes e funcionários das instituições de ensino organizem-se para construir ferramentas e estratégias pedagógicas de enfrentamento da homofobia no ambiente escolar, bem como das demais formas de estigma, preconceito e discriminação. Afinal, não há como negar o problema.É preciso que a sociedade avance e torne seu comportamento adequado ao que há de mais atual nas ciências biológicas, humanas e sociais.
JORGE WERTHEIN, sociólogo, mestre em comunicação e doutor em educação pela Universidade Stanford (EUA), é diretor-executivo da Ritla (Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana). Foi representante da Unesco no Brasil.
MIRIAM ABRAMOVAY, socióloga, mestre em sociologia da educação pela PUC-SP, pesquisa violência nas escolas.