quarta-feira, 13 de maio de 2009

Bolsistas do ProUni que têm carro de luxo perdem benefício

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Educação cancelou a bolsa de 143 bolsistas do ProUni que não se enquadravam nos critérios socioeconômicos do programa.
Desses, 30 possuíam carros de luxo, 10 tinham rendimentos superiores a R$ 100 mil por ano e 103 estavam matriculados em alguma universidade federal.Para entrar no programa, os estudantes precisam ter renda familiar mensal de até três salários mínimos (R$ 1.395).
O cancelamento das bolsas ocorre após auditoria do Tribunal de Contas da União, revelada pela Folha, que apontou indícios de irregularidades em 30,6 mil bolsas do programa (do total de 385 mil) após fazer cruzamento entre a lista de alunos e os cadastros do Renavam (registro nacional de veículos), da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e do sistema que lista alunos de federais.A partir dos registros, da documentação dos alunos passada pelas instituições de ensino e, em alguns casos,
Entre os 39 donos de carros de luxo, 9 tiveram as justificativas aceitas -segundo o MEC, havia casos como o de um aluno que usava o automóvel como táxi, ou do deficiente físico que comprara o veículo adaptado com benefícios fiscais.Apurou-se que, dos 956 alunos que estavam no cadastro do ProUni e das universidades federais, 71 já tinham se formado nas instituições públicas e estavam em situação regular. Os outros casos ainda estão sendo analisados.Em relação aos 17 estudantes que, segundo o Ministério do Trabalho, tinham renda anual acima de R$ 100 mil, o MEC aceitou as justificativas de 7.
Nesta semana, a pasta começa a analisar os casos de 315 estudantes com renda anual entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.A legislação não fixa limite de renda para permanência no programa, só para ingresso. Mas, segundo a secretária de Educação Superior Maria Paula Bucci, o MEC desligará o aluno sempre que for constatada alta "substancial" da renda.
São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009. Folha de São Paulo, Cotidiano.

COTAS PARA PESQUISA CIENTÍFICA

O QUE É?

Uma bolsa de iniciação científica de R$ 300 mensais para alunos beneficiários de cotas raciais ou sociais

QUEM POD. E PEDIR? Cotistas de universidades públicas inscritas no Pibic, programa de bolsas de iniciação científica do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

COMO SABER SE A MINHA UNIVERSIDADE ESTÁ NA LISTA? A relação das universidades públicas inscritas no Pibic está em http://www.cnpq.br/programas/pibic/relacao.htm

600 é a quantidade de bolsas de pesquisa disponíveis para o programa -que será lançado oficialmente pelo governo federal hoje


São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009. Folha de São Paulo, Cotidiano
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1305200912.htm

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1305200912.htm

TRABALHO ESCRAVO

PAÍS CONDENA POUCOS FAZENDEIROS, DIZ OIT
Apesar de atribuir ao Brasil papel de destaque por sua atuação no combate ao trabalho forçado, relatório global divulgado ontem pela Organização Internacional do Trabalho criticou o baixo índice de condenações de proprietários rurais pela Justiça. Segundo a OIT, até maio de 2008 havia só uma condenação com privação de liberdade.
O Ministério do Trabalho, que participou do lançamento do documento no Brasil, explicou que em 2008 houve três decisões nesse sentido e, neste ano, há 27 condenações.
São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009. Folha de São Paulo. brasil

terça-feira, 12 de maio de 2009

Políticas de Ação Afirmativa em Benefício da População Negra

Políticas de Ação Afirmativa em Benefício da População Negra
no Brasil – Um Ponto de Vista em Defesa de Cotas

Por KABENGELE MUNANGA

Professor Titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo. Autor de
vários trabalhos na área de antropologia da população negra africana e afro-brasileira, entre
outros, Os Basanga de Shaba (1986); Negritude (1988), Estratégias e políticas de combate à
discriminação racial (1996) e Rediscutindo a mestiçagem no Brasil (1999)

VIDE O INTEIRO TEOR DO ARTIGO NO LINK:
http://lpp-uerj.net/olped/documentos/ppcor/0121.pdf

Cientistas desvendam história genética dos africanos

12 de maio de 2009
Nature

Ker Than
Uma ampla análise de DNA dos africanos revelou um quadro detalhado sobre a rica diversidade genética da África, bem como traços de sua história evolutiva e das migrações dos diferentes grupos. O trabalho pode ajudar cientistas a identificar as populações mais diversificadas, para novos estudos, e melhorar suas chances de localizar variações genéticas associadas a doenças.
Executado por uma equipe internacional de cientistas ao longo de quase uma década, o estudo sugere que os africanos se tenham originado de 14 grupos ancestrais que se misturaram livremente para resultar nas populações hoje existentes. Os pesquisadores também constataram que os negros dos Estados Unidos tendem a ter ancestrais do oeste da África, como seria de esperar tendo em vista a história do comércio de escravos.
Os pesquisadores baseiam seus resultados em amostras de DNA de mais de 100 negros norte-americanos e de 2,4 mil africanos de todo o continente. "O escopo dos dados é realmente extraordinário", diz Molly Przeworski, geneticista populacional da Universidade de Chicago, em Illinois, que não participou do trabalho. "Não sabíamos tanto quanto deveríamos sobre a genética populacional africana, e agora demos um passo importante nesse sentido".
Genes e idiomasOs seres humanos modernos evoluíram inicialmente na África cerca de 200 mil anos atrás, antes de migrar para outras partes do mundo. Hoje, a África apresenta mais de dois mil grupos étnicos e idiomáticos diferentes. Mas os estudos genéticos sobre os africanos estavam limitados a pequenos números ou a áreas restritas do genoma. Ainda que os geneticistas soubessem que os africanos demonstram mais diversidade genética dentro de seus grupos do que é comum entre não africanos, os detalhes das variações internas do genoma em muitas populações eram incertos.
Uma equipe comandada pela geneticista Sarah Tishkoff, da Universidade da Pensilvânia em Filadélfia, agora publicou um estudo que inclui amostras de DNA de 2.432 africanos, de 113 populações, entre as quais grupos na Nigéria, Camarões, Tanzânia, Quênia e Sudão, e mais amostras não asiáticas do Iêmen. Eles observaram as diferenças em 1.327 pontos do genoma e combinaram os resultados a dados genéticos existes sobre oito grupos africanos e 59 não africanos. Depois, conduziram análises estatísticas para combinar os indivíduos por semelhança genética e determinar seus antecedentes.
Os resultados confirmam que os africanos têm a maior diversidade dentro de uma mesma população, e sugere que se tenham originado de 14 grupos de ancestrais. A maioria das populações africanas parece mostrar traços genéticos de múltiplos grupos, o que sustenta indícios linguísticos e arqueológicos encontrados sobre migrações continentais que teriam resultado nessas misturas.
A análise também sugere que os nômades de diferentes regiões e culturas podem ser descendentes de uma mesma população ancestral. As pistas genéticas em geral são compatíveis com os dados de etnia e idioma, se bem existam exceções em casos de grupos que perderam ou substituíram seus idiomas. A revista Science publicou o estudo.
Mapa da diversidadeEmbora os resultados gerais não surpreendam, o estudo oferece visão detalhada da variação genética em grande número de populações africanas, diz Noah Rosenberg, geneticista da Universidade do Michigan em Ann Arbor, que pretende colaborar com Tishkoff. "Eles demonstram a grande diversidade que existe na África", diz.
A equipe também estudou o DNA de quatro populações de negros norte-americanos e descobriu entre 69% e 74% de antecedentes identificados com uma família linguística do oeste da África. A maioria dos indivíduos provavelmente apresenta antecedentes combinados de diversos grupos oeste-africanos, sugere a análise. Porque as diferenças são sutis, a equipe diz que sem mais dados genéticos pode ser difícil identificar as tribos específicas de origem dos norte-americanos negros.
David Reich, geneticista da escola de medicina da Universidade Harvard, em Boston, Massachusetts, diz que a pesquisa poderia ajudar cientistas a determinar que grupos africanos deveriam ser estudados mais a fundo posteriormente, a fim de capturar um panorama preciso sobre a profunda diversidade do continente.
"O estudo servirá como um mapa para viagens", disse Reich, que colaborou com Tishkoff. Ao tomar por objeto de estudo os grupos africanos mais divergentes, ele diz, os cientistas podem identificar um maior número de variantes genéticas conectadas a doenças.
12 de maio de 2009 • 16h35 • atualizado às 17h22