terça-feira, 5 de maio de 2009

Fé sem os limites da religião

Assim como o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, muitos cariocas também ‘flexibilizam’ suas crenças

POR NATALIA VON KORSCH , RIO DE JANEIRO
Rio - Em busca do conforto proporcionado pela religião, vale tudo: de tocar tambor a se curvar às leis do Corão, até conciliar a Torá ao livro de Kardec. Num país onde 73,6% dos brasileiros ainda se declaram católicos, o sincretismo é cada vez mais comum. No início do ano, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Luiz Zveiter, provocou polêmica ao mandar tirar o crucifixo do plenário e definir sua religiosidade: “Sou maçom, judeu e kardecista”. O Rio tem centros espíritas frequentados por judeus, assim como uma sinagoga messiânica onde a palavra de Jesus é propagada por novos evangélicos que mantêm a fé na Torá. “Sou judeu por tradição, mas nunca frequentei sinagoga. Meu pai, minha mãe e meu irmão são kardecistas, apesar de judeus. Nasci do ventre de mãe judia e de pai judeu, não é questão de escolha”, diz Zveiter. No gabinete, ele mantém imagens do seu guia espiritual e de um rabino. Na mesa, copo d’água cheio contra energias negativas. Segundo ele, além do berço, o que o faz judeu é guardar as tradições e praticar o bem: “Eu me considero mais judeu do que muitos judeus”. Fundadora da Sinagoga Judaico-Messiânica, no Humaitá, a pedagoga Ângela Mizhari Homfani também não se considera menos judia, apesar da fé no Evangelho: “A gente não muda de religião, apenas se completa. Celebramos todas as datas judaicas, mas cremos na Palavra de Jesus”.Trajetória familiar liberalZveiter diz que seu perfil religioso se explica pela própria trajetória familiar. “Nunca frequentei sinagoga, mas me considero mais judeu que muitos judeus. Não é questão de escolha. Quando fiz 13 anos, idade em que pela tradição o jovem comemora sua entrada no mundo adulto, não comemorei”, lembra. Ele, então, recebeu carta do pai que dizia: “Não praticamos a religião dos nossos ancestrais, o que não nos impede de ser judeus’”.Triplicou o número de não-católicos, diz IBGESegundo o IBGE, o número de brasileiros que declaram não praticar a fé católica triplicou em seis décadas. Em 1940, apenas 5% diziam ter outra ou nenhuma religião. Hoje, 15,4% declaram-se evangélicos e 1,4% kardecistas, entre outros.O pastor da Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá Marcos Amaral, 47, é filho de umbandista e único membro da família evangélico. Por isso, defende a eterna busca pela fé: “A gente desaguou numa sociedade desalmada, sem espírito. E essa é a solução para o novo século, a retomada do sacro, onde o homem vai reencontrar seu equilíbrio. Qualquer experiência religiosa que colabore para isso é válida”. Ex-católica, ex-evangélica, ex-kardecista e atualmente umbandista, a recepcionista Cristiane Carvalho, 45, encontrou-se com o pastor Marcos em sua igreja, numa prova de que, religião à parte, a fé ainda move montanhas. “Religião é uma busca. Se eu quiser, vou continuar mudando até morrer”, garante.

02.05.09 às 22h29. O Dia. Rio
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2009/5/fe_sem_os_limites_da_religiao_9854.html

Cia Rubens Barbot convida:

Cia Rubens Barbot te ha invitado al convidou para o evento '2ª Temporada do espetáculo "Oreino do outro mundo- Orixás"' el em movimiento.org movimento.org!

Aos amigos da Cia Rubens Barbot A Cia Rubens Barbot Teatro de Dança, convida a todos para a segunda encenação do espetáculo que emocionou o Ria de Janeiro.Cia RB

Hora: junio 11, 2009 de 8am às 9:15amUbicación Locação: Casa Alto Lapa SantaOrganizado por: Cia Rubens Barbot Teatro de Dança

Descripción del evento:A Cia Rubens Barbot Teatro de Dança, tem o prazer de convidar a todos para 2ª encenação do espetáculo "O reino do outro mundo- Orixás, eleito o melhor espetáculo de 2008, pelo Jornal do Brasil.
Acontecerá na mata da sala de ensaios da cia no bairro de Santa Teresa. A temporada começa no dia 11 de Junho e vai até o dia 02 do mês Agosto.
Ingressos: R$20,00 inteira e R$10,00 meia
Ver más detalles y enviar RSVP el Ver mais detalhes e RSVP em movimiento.org movimento.org:http://movimientolaredsd.ning.com/events/event/show?id=2358986%3AEvent%3A26911&xgi=bSXfE8H
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Jovem é denunciado por racismo no Orkut

Um rapaz de 21 anos foi denunciado à Justiça paulista na semana passada por ser membro da comunidade do Orkut "Mate um negro e ganhe um brinde". Nela, eram divulgadas mensagens racistas e nazistas. Para o Ministério Público Federal (MPF), ele pode ter praticado, induzido e incitado a discriminação e o preconceito. O órgão não revelou o nome do acusado, cujas iniciais são R.C.. Segundo o MPF, 16 pessoas participavam da comunidade. Com exceção de R.C., todos são de fora de São Paulo. Num tópico da comunidade no qual era discutido o "brinde", R.C. teria afirmado: "Deveria ser a eliminação de todos eles e proibir a internet gratis sei la como eh neh siegheil camaradas." O Google identificou o internauta e a Justiça autorizou busca e apreensão na casa dele. Foram recolhidos materiais de cunho nazista, imagens de Hitler, o DVD Skinheads - Força Branca e o livro Diário de um Skinhead.

Terça-Feira, 05 de Maio de 2009. Estadão de Hoje. Metrópole

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090505/not_imp365555,0.php

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Relatório do Ipea revela 'racismo institucional'

O relatório "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça", divulgado nesta terça-feira (9) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que quase metade das mulheres negras com 25 anos ou mais nunca fizeram um exame clínico de mama (46,3%). Entre as brancas, a proporção é de 28,7%. Do total de mulheres nessa faixa etária, 36,4% nunca realizaram o teste. Na mesma faixa de idade, 25% das mulheres negras nunca se submeteram ao exame de colo de útero, enquanto entre as brancas o índice é de 17%. No País, 21% da população feminina nessa idade nunca realizaram o exame. Na avaliação dos pesquisadores, a discrepância reflete comportamentos discriminatórios dos serviços de saúde, "resultantes de preconceitos e estereótipos racistas".Para o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, esses dados mostram o menosprezo do sistema de saúde pelos que vivem em situação de pobreza, "que atinge de forma mais profunda e dura a população negra". Para combater o que chama de "racismo institucional", ele informa que o Ministério da Saúde tem R$ 3 milhões no orçamento para elaborar políticas voltadas especificamente à população negra.Na opinião da deputada Cida Diogo, é fundamental educar as mulheres para terem melhor consciência de seu corpo e da necessidade de cuidar da própria saúde. Já o deputado Carlos Santana (PT-RJ), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, defende a realização de uma campanha nacional contra o racismo. O parlamentar também propõe políticas compensatórias, como a adoção de cotas pelas universidades.Reflexos do racismo Outro reflexo da situação de dependência da população negra são os índices relativos ao recebimento de benefícios assistenciais. Pela pesquisa, 69% das famílias que recebem Bolsa Família são chefiadas por negros. Além disso, 60% das pessoas que recebem o BPC-Loas e 68% das que recebem bolsas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil são negras.Essas informações tornam-se mais compreensíveis quando se observa que, em 2006, enquanto 14,5% da população branca encontravam-se abaixo da linha de pobreza (renda per capita inferior a 1/2 salário mínimo), entre os negros o índice era de 33,2%. Dos brancos, 4,5% viviam abaixo da linha de indigência (renda per capita inferior a 1/4 de salário mínimo), enquanto 11,8% dos negros viviam nessa situação.Devido a condições de trabalho mais precárias, os negros também têm mais dificuldade para se aposentar, apesar de começarem a trabalhar mais cedo. Entre a população negra com 60 anos ou mais, 34,7% ainda trabalhavam em 2006, comparados a 29,3% entre brancos. Na faixa de 10 a 15 anos, no mesmo período, 15% dos negros trabalhavam, enquanto apenas 11,6% de brancos nessa idade já estavam trabalhando.O ministro Edson Santos acredita que essa situação só irá se alterar com a adoção de políticas específicas. "Precisamos de programas voltados à educação, à saúde e aos salários. Estudantes atendidos por cotas devem receber um outro olhar das empresas, que precisam saber que tiveram condições diferentes de um jovem de classe média", afirma.Ele recomenda que as empresas públicas dêem o exemplo, oferecendo oportunidades de trabalho ou de estágio a esses profissionais. De acordo com o ministro, pesquisa anterior do Ipea mostrou que sem ações específicas de compensação para os negros, só em 65 anos o País será menos desigual.

Mais - 10/09/2008 12h09. Reportagem - Maria NevesEdição - Natalia Doederlein. Camara dos Deputados
http://www2.camara.gov.br/homeagencia/materias.html?pk=126326

Ministra apoia projeto de criminalização do preconceito de gênero

A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, defendeu nesta quarta-feira, em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, o Projeto de Lei 4857/09, que criminaliza a discriminação contra a mulher, principalmente no ambiente de trabalho.
Para a ministra, o texto apresentado pelo deputado Valtenir Pereira (PSB-MT) vai ao encontro do Segundo Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, lançado pelo governo no ano passado, e pode ser o embrião de um estatuto contra a desigualdade de gênero no País, que abarque também o preconceito contra gays, lésbicas e transsexuais, entre outros. Caso espanhol"O projeto pode ser um grande guarda-chuva para trabalhar a igualdade no País nas suas mais diferentes manifestações", disse a ministra. Segundo ela, o Congresso também pode usar a proposta como plataforma para uma norma similar à Lei Orgânica para a Igualdade Efetiva entre Homens e Mulheres, aprovada na Espanha em 2007.Essa lei instituiu o chamado "princípio da presença equilibrada" de mulheres e homens em todas as instâncias da sociedade, como no ambiente de trabalho e em cargos políticos.O projeto do deputado Valtenir Pereira é baseado em um trabalho desenvolvido em Mato Grosso pela juíza Amini Haddad Campos, que participou da audiência. Ele lista nove formas de discriminação contra a mulher e impõe uma pena de detenção de 6 meses a três anos, além de multa, para acusados de preconceito de gênero. A pena pode ser aumentada em 2/3 se a discriminação for acompanhada de violência física.SugestõesO debate na CCJ foi marcado pelo apoio de representantes do Judiciário e do Ministério Público à proposta. Também foram apresentadas sugestões ao texto. Entre elas estão a inclusão de dispositivos que limitem de ofertas de vagas de trabalho baseadas no sexo, a sanção aos partidos políticos que não respeitarem a cota mínima de candidatas (30%) e salvaguardas para as mulheres que usarem a lei para abrir um processo judicial.Para a promotora de Justiça no Mato Grosso Lindinalva Rodrigues Corrêa, a proposta torna mais efetivos os mecanismos de combate à desigualdade entre homens e mulheres. "A lei é importante para combater a subalternização das mulheres", disse.Já a procuradora de Justiça Fânia Helena Amorim, do Ministério Público mato-grossense, lembrou que somente a existência de um preceito constitucional não garante o cumprimento de um direito. O PL 4857, segundo ela, faria um trabalho similar ao Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) e da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90).Legislação insuficientePara o deputado Valtenir Pereira, o Brasil possui uma legislação moderna de combate ao preconceito de gênero, mas ela ainda não é suficiente para garantir a igualdade de condições entre homens e mulheres no mercado de trabalho e precisa ser aperfeiçoada para dotar o Judiciário de meios de condenar os responsáveis pela discriminação. "O projeto vai acelerar o movimento que existe hoje de respeito aos direitos das mulheres", disse Pereira, que chama a proposta de "Lei da Igualdade". O debate foi acompanhado pela deputada Thelma de Oliveira (PSDB-MT), relatora do PL 4857 na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. O projeto também será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família e Constituição e Justiça e de Cidadania; antes de seguir para o Plenário.
Leia a íntegra da proposta:- PL-4857/2009.
Aconteceu - 29/04/2009 20h05. Camara dos Deputados. Reportagem - Janary Júnior Edição - Regina Céli Assumpção.