terça-feira, 31 de maio de 2011

Ministros e ativistas discutem combate à discriminação racial

INSTITUCIONAL
Ministros e ativistas discutem combate à discriminação racial
“Há um grande preconceito contra a comunidade negra, que se esconde sob a capa da cordialidade.” A afirmação foi feita pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, ao abrir nesta segunda feira (30) o encontro “Comunidade Negra e a Justiça no Brasil”, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e pela organização não governamental Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro).

Segundo o presidente do STJ, a comunidade negra – “escravizada e depois usada como mão de obra barata” – ainda não se libertou completamente. “Há um caminho muito longo a percorrer e o STJ, pelos seus ministros e servidores, está engajado nessa luta”, disse Pargendler.

Ele reconheceu que, nos próprios quadros do Tribunal, “a comunidade negra não está representada como na sociedade”. No Brasil, segundo o IBGE, os negros são 50,8%. “No STJ, nem chega perto disso”, afirmou, comentando que os brancos se beneficiam de “vantagens comparativas” na hora de fazer um concurso público, por conta do nível de renda mais alto, que proporciona melhores condições de ensino.

O encontro, realizado na sala de conferências do STJ, foi articulado pelo diretor-geral da Enfam, ministro Cesar Asfor Rocha, e pelos dirigentes da Educafro – rede comunitária de cursinhos pré-vestibulares sem fins lucrativos e com marcante atuação política na luta contra a exclusão social. O objetivo foi discutir a participação do Poder Judiciário na construção de uma verdadeira democracia racial.

“Não me recordo de outro evento como este no Tribunal. É o primeiro encontro com o intuito de defesa da cidadania negra”, afirmou o ministro Benedito Gonçalves, que é negro e foi designado para coordenar o encontro. Outro afrodescendente com alto posto na magistratura nacional, o ministro Carlos Alberto Reis, do Tribunal Superior do Trabalho, também participou do encontro.

Cerca de 120 pessoas, em grande parte militantes do movimento negro, lotaram a sala de conferências. Dez ministros do STJ e dirigentes de algumas escolas estaduais de magistrados prestigiaram o evento.

A secretária de Políticas de Ações Afirmativas do governo federal, Anhamona Silva de Brito, apresentou dados sobre a discriminação racial no Brasil para defender a reflexão dos poderes públicos sobre essas questões e propôs a inclusão do problema racial no conteúdo dos cursos de formação de magistrados.

A defesa das cotas para afrodescendentes nas universidades públicas foi o principal ponto destacado pelos representantes do movimento negro na luta pela inclusão social. O diretor-executivo da Educafro, frei David Santos, criticou ações judiciais contra o sistema de cotas e pediu que a Justiça observe os tratados internacionais que condenam a discriminação racial.

Para mostrar que “o Poder Judiciário não está fugindo do seu papel”, o ministro Luis Felipe Salomão apresentou um levantamento sobre a jurisprudência do STJ com 22 decisões favoráveis à legalidade e constitucionalidade das políticas de cotas. Em uma delas, em que o relator foi o ministro Felix Fischer (atual vice-presidente do Tribunal), a Quinta Turma considerou que uma lei estadual do Paraná, prevendo cota em concurso público, estava de acordo com a ordem constitucional do país.

Ao mesmo tempo, Salomão citou dados que evidenciam a exclusão: 98% dos cargos do Poder Judiciário, 95% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 97% no Senado Federal são ocupados por brancos – os quais também ocupam 95% das vagas de professor universitário. O ministro revelou que no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nos últimos cinco anos, foram julgados apenas nove casos de discriminação, com três condenações.

Questionado sobre possível abrandamento no tratamento dado pela Justiça aos crimes de racismo, que em muitos casos passaram a ser tratados apenas como injúria, o ministro Felix Fischer afirmou que a questão não diz respeito somente à jurisprudência dos tribunais, mas à lei. “Houve uma alteração na legislação, creio, para evitar justamente uma interpretação muito benevolente, que desqualificava o crime para injúria no caso de ofensa direta à pessoa”, explicou o ministro.

Com a nova lei, de 2003, a injúria de natureza racista passou a ter pena mais severa. Segundo Felix Fischer, a mudança não deixou a situação mais favorável ao ofensor, apenas evitou que sua conduta fosse considerada injúria simples, com o que a pena seria muito branda. Já os crimes de preconceito contra a comunidade negra ou outras etnias continuam sendo punidos com base na Lei n. 7.716/1989.

Também acompanharam o encontro os ministros do STJ Humberto Martins, Napoleão Nunes Maia Filho, Sidnei Beneti, Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino e o desembargador convocado Vasco Della Giustina.

Foto - Seminário contou com a participação de ministros do STJ

Programa de Bolsas para Afrodescendentes (Genebra, 10 de Outubro a 4 de novembro de 2011)

Programa de Bolsas para Afrodescendentes (Genebra, 10 de Outubro a 4 de novembro de 2011)


No contexto do Ano Internacional dos Afrodescendentes, a Unidade Anti-Discriminação do escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas está lançando um programa de Bolsas para descendentes de africanos de 10 de outubro a 4 novembro de 2011.

O programa de bolsas proporcionará a oportunidade de aprofundar a compreensão do Sistema de Direitos Humanos das Nações Unidas  e de seus mecanismos, com foco em questões de particular relevância as pessoas de ascendência africana.

Isso permitirá aos bolsistas contribuir de forma mais efetiva à proteção e a promoção dos Direitos civis, políticos, econômicos, sociais e cultural dos Afrodescendentes em seus respectivos países e comunidades.



Quem pode se candidatar? 


* O candidato deve ser afrodescendente
* O candidato deve ter no mínimo 4 anos de experiência no tratamento de questões relativas aos afro-descendentes ou minorias.
* O candidato deve ser fluente em inglês.
* Uma carta de apoio de uma organização afrodescendente ou da comunidade


Processo de Seleção 


Na seleção dos bolsistas,  as questões de gênero, e um equilíbrio regional serão levados em conta. Os documentos apresentados deverão estar em Inglês.



Direitos 


O candidato selecionado tem direito a uma bolsa para cobrir alojamento, as despesas básicas em Genebra, seguro básico de saúde, bem como um retorno de avião com bilhete de  classe econômica.



Aplicação 


Os candidatos interessados são convidados a apresentar o seu pedido por e-mail para: 
africandescent@ohchr.org  ou por fax para: 004122-928 9050 com uma carta de apresentação indicando claramente "Application to the 2011 Fellowship
Programme for People of African Descent", com os seguintes documentos:


* Application form: 
http://www.ohchr.org/Documents/Events/IYPAD/ApplicationFormIYPAD.pdf
* curriculum vitae
* carta de motivação (máximo de  1 página) onde o candidato explicará sua motivação para a candidatura, o que ele/ela espera alcançar através da bolsa e como ele/ela usará o que aprendeu para promover os interesses e os direitos dos afro-descendentes
* uma carta de apoio de uma organização /entidade parceira.


O prazo para recepção de aplicações é 15 de junho de  2011
. Somente os candidatos pré-selecionados serão contatados.


MAGALI NAVES
Chefe da Assessoria  Internacional
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
da Presidência da República. SEPPIR-PR
tel:- 2025 7020/7023                            Fax - 2025 7089
Esplanada  dos  Ministérios - Bloco A - 9º andar
CEP:-70054-906 - Brasília - DF - Brasil

Porteiro vítima de racismo no trabalho receberá indenização por dano moral

Porteiro vítima de racismo no trabalho receberá indenização por dano moral .

  A Constituição Federal de 1988 estabeleceu, por meio de seu artigo 5º, que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Já o inciso XLII, do mesmo artigo, dispôs que a prática do racismo é crime inafiançável e imprescritível. E não para por aí.

Foi introduzido no Código Penal o parágrafo 3º ao artigo 140, que trata do crime de injúria, cuja pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa. No entanto, se a injúria for praticada com referência à raça, cor, etnia, religião ou origem, a pena é agravada, passando à reclusão, de um a três anos e multa. E a Lei nº 7.716/89, alterada pela Lei nº 9.459/97, define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O racismo é definido como o sentimento de superioridade biológica, cultural, moral de determinada raça ou povo ou grupo social considerado como raça. É, na verdade, a crença na existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras.

Essa convicção foi utilizada no passado para justificar a escravidão, o domínio de alguns povos sobre outros, os genocídios e um dos maiores crimes contra a humanidade, o nazismo. Mas, mesmo em pleno século XXI, com tantas leis criminalizando condutas racistas, se engana quem pensa que atos discriminatórios e preconceituosos, principalmente em desvalia à raça negra, não ocorrem.

Um caso desses chegou à 10ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte e foi julgado pela juíza substituta Luciana Espírito Santo Silveira. O trabalhador era empregado de uma empresa prestadora de serviços e atuava como porteiro em um condomínio que mantinha contrato com a sua empregadora.

Segundo ele, em junho de 2010, ao tentar evitar conflito entre uma colega de trabalho e um morador do condomínio, foi agredido por esse senhor com uma bengalada e por palavras racistas, ao ser chamado de negro e macaco.

A empresa prestadora de serviços não negou os fatos, mas defendeu-se afirmando que as ofensas não foram praticadas por quaisquer de seus empregados. Já o condomínio, disse que não pode ser responsabilizado por ato isolado de um morador.

Analisando o processo, a magistrada observou que não há dúvida em relação ao ocorrido. Tanto que, no boletim de ocorrência registrado, o condômino agressor confirmou as ofensas. Consta nesse documento que o morador se dirigiu ao trabalhador, dizendo "negro, você está despedido, seu macaco".

A Constituição Federal de 1988 prevê, no artigo 7º, XXVIII, a obrigação do empregador de responder por danos causados aos seus empregados. Os artigos 186 e 927 do Código Civil também impõem o dever de indenizar àquele que, por culpa ou dolo, causar dano a alguém.

No entender da juíza, o dano moral causado ao trabalhador ficou claro, pois o condômino dirigiu a ele palavras discriminatórias, preconceituosas e depreciativas, relacionadas à sua cor.

"Tal conduta não mais é aceitável nos atuais dias em que vivemos, e por isso deve ser repudiada e rechaçada com vigor pelo Estado-Juiz. Indubitável também o dano causado à dignidade do autor enquanto pessoa humana!", exclamou a julgadora.

A julgadora esclareceu que o condomínio, como ente não personalizado, é co-responsável pelos atos de seus moradores. Considerando que tanto a empresa prestadora de serviços quanto o condomínio se beneficiaram da mão de obra do reclamante e que ambos tinham a obrigação legal de garantir ao empregado um ambiente de trabalho saudável e seguro, os dois reclamados deverão responder solidariamente pelo dano sofrido por ele.

Assim, a juíza condenou o condomínio e a empresa prestadora de serviços ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$15.000,00. Os reclamados apresentaram recurso ordinário e o Tribunal apenas reduziu o valor da indenização para R$10.000,00.


( ED 0001038-62.2010.5.03.0010 )


Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região Minas Gerais, 31.05.2011

Juiz libera casa de prostituição no Rio

31.05.11 às 01h32


RIO

Juiz libera casa de prostituição no Rio

POR ADRIANA CRUZ
Rio - Inspirado na letra da música ‘Geni e o Zepelim’, conhecida como ‘Joga pedra na Geni’, de Chico Buarque, que abre e fecha a sentença, o juiz da 2ª Vara Criminal de São Gonçalo, André Luiz Nicolitt, bateu o martelo: crime é diferente de pecado. A canção fala de prostituição. E, numa tacada só, Nicolitt absolveu e revogou a prisão de cinco acusados, um deles policial civil, de formação de quadrilha, manter casa de prostituição e rufianismo (tirar proveito de prostituição alheia). O magistrado alegou que não há menores no caso, e, sim, pessoas adultas capazes de exercer como atividade profissional a venda do sexo. Destacou ainda que a prostituição é uma das profissões mais antigas do mundo e encontra eco na Constituição Federal, que aprova a livre iniciativa do trabalho. O Ministério Público recorreu da decisão.

>> Leia a sentença

VENDA LIVRE DO SEXO 2

Na sentença, o magistrado sustenta que não há dúvidas de que cabe ao juiz concretizar valores constitucionais e não consagrar moralidades eventuais ou mesmo hipocrisia. André Luiz Nicolitt defende ainda que não pode considerar crime comportamentos que mais se aproximam do pecado, tampouco pode considerar crime condutas socialmente adequadas, como o caso da casa de prostituição e do rufianismo.

VENDA LIVRE DO SEXO 3

Lotado na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, o policial civil Adelino Mello Lima não só ganhou a liberdade como também está livre de qualquer punição relacionada à prostituição. Os outros quatro acusados não estavam presos. Punição mesmo pode sobrar apenas para Carlos Eduardo Guimarães. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por falso testemunho. O que foi aceito por Nicolitt.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hamilton recebe punição e insinua ser alvo de racismo

Hamilton recebe punição e insinua ser alvo de racismo

FOLHA ONLINE 29/05/2011 14h28 






O inglês Lewis Hamilton, da McLaren, foi punido pelos comissários da FIA após o GP de Mônaco com o acréscimo de 20s ao tempo obtido na prova. O piloto, contudo, não teve a sexta colocação ameaçada pelo alemão Adrian Sutil, da Force India, sétimo colocado. Ao comentar a punição, Hamilton insinuou ser alvo de racismo.
"Foram seis provas e em cinco oportunidades fui julgado pelos comissários. Isso é uma piada. Talvez isso esteja acontecendo porque sou preto. Pelo menos é o que diria Ali G [personagem interpretado pelo comediante britânico Sacha Baron Cohen]", disse à BBC.
A punição foi por causa de um choque entre o piloto inglês e o venezuelano Pastor Maldonado, da Williams, nas últimas voltas, quando a prova foi retomada após cerca de 10min de paralisação por causa do acidente sofrido pelo russo Vitaly Petrov (Renault) --que também teve participação do inglês da McLaren.
Hamilton e Maldonado disputavam a sexta posição, mas com o choque entre os carros o piloto venezuelano acabou perdendo o controle do carro e batendo. Com isso, teve de abandonar a prova e perdeu a chance de pontuar pela primeira vez no Mundial de F-1.
Durante a prova Hamilton já havia sido punido com o drive through por manobra considerada irregular durante uma disputa com o brasileiro Felipe Massa (Ferrari). Os dois acabaram se tocando e Massa levou a pior, abandonando a prova pouco depois.
"Massa me tocou na qualificação e eu fui penalizado. Ele me fechou [na prova] e eu fui penalizado", defendeu-se Hamilton.
No sábado, Hamilton foi punido no treino por uma manobra irregular na última volta. Na ocasião, ele, que obteve a sétima colocação no grid de largada, perdeu três posições por cortar uma chicane.
"Se eu tivesse feito algo errado, faltado com fair play, eu admitiria, mas não é o caso", disse. "Vou tentar manter minha boca fechada e aproveitar o resto da temporada", disse.

STF: POLÍTICAS AFIRMATIVAS - Ação que discute cotas raciais é liberada para análise


POLÍTICAS AFIRMATIVAS

Ação que discute cotas raciais é liberada para análise

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, liberou nesta sexta-feira (27/5) para julgamento pelo plenário da Corte a ação que discute a constitucionalidade das cotas raciais para ingresso em universidades públicas. O julgamento ainda não tem data marcada, mas com a liberação do voto do relator a questão pode ser definida já no mês de junho ou logo em agosto, depois do recesso do STF.
Lewandowski é relator de duas ações que contestam a instituição de cotas para negros para ingresso em universidades: a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186 e o Recurso Extraordinário 597.285. A ADPF foi ajuizada pelo Democratas (DEM) contra a Universidade de Brasília (UnB) e questiona a reserva de 20% das vagas previstas no vestibular para preenchimento a partir de critérios étnico-raciais.
O Recurso Extraordinário foi interposto por um estudante que se sentiu prejudicado pelo sistema de cotas adotado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele contesta a constitucionalidade do sistema de reserva de vagas como meio de ingresso no ensino superior. Ele não foi aprovado no vestibular para o curso de Administração, embora tenha alcançado pontuação maior do que alguns candidatos admitidos no mesmo curso pelo sistema de cotas. 
Na ADPF 186,o DEM sustenta que a UnB “ressuscitou os ideais nazistas” e que as cotas não são uma solução para as desigualdades no país. “Cotas para negros não resolvem o problema. E ainda podem ter o condão de agravar o problema, na medida em que promovem a ofensa arbitrária ao princípio da igualdade.”
De acordo com o partido, sua intenção não é discutir a constitucionalidade das ações afirmativas de forma geral, como política necessária para a inclusão de minorias. Também “não se discute sobre a existência de racismo, de preconceito e de discriminação na sociedade brasileira”.
O que a legenda quer discutir, de acordo com a ação, é “se a implementação de um Estado racializado ou do racismo institucionalizado, nos moldes praticados nos Estados Unidos, na África do Sul ou em Ruanda seria adequada para o Brasil”. Quando propôs a ação, em julho de 2009, o DEM pediu liminar para suspender a matrícula dos aprovados no vestibular da UnB. O então presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, rejeitou o pedido.
Segundo o partido, os defensores dos programas afirmativos adotam a Teoria da Justiça Compensatória. Por essa teoria, o objetivo das cotas é o de promover o resgate da dívida histórica que os brancos possuem em relação aos negros. O DEM sustenta, contudo, que não se podem responsabilizar as gerações presentes por erros cometidos no passado e que é impossível identificar quais seriam os legítimos beneficiários destes programas de natureza compensatória.
Audiência pública
Em março do ano passado, o STF fez audiência pública para discutir o tema. A iniciativa de convocar as discussões foi do relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski. Durante três dias, 38 especialistas de associações, fundações, movimentos sociais e entidades envolvidas com o tema defenderam e atacaram as cotas raciais.
Além das entidades, políticos, agentes do Estado e figuras do mundo jurídico como o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante Junior, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, participaram dos debates.
Depois da audiência pública, o ministro Lewandowski aprovou sete pedidos de entidades para participarem como amici curiae na ação do DEM contra a instituição de cotas raciais na Universidade de Brasília.
“A admissão de amicus curiae configura circunstância de fundamental importância, porém de caráter excepcional, e que pressupõe, para se tornar efetiva, a demonstração do atendimento de requisitos, dentre eles, a adequada representatividade daquele que a pleiteia”, explicou Lewandowski na ocasião.
Por conta do número de amici curiae e da importância do tema, dificilmente o julgamento da matéria pelo Supremo será feito em um único dia. Devem ser reservadas ao menos duas sessões para a análise pelos 11 ministros da Corte.


Falece no Rio de Janeiro o Professor e Babalorixá Flavio Pessoa de Barros

Falece no Rio de Janeiro o Professor e Babalorixá Flavio Pessoa de Barros.



 Hoje a Família de Axé amanheceu orfã.  Prof. Dr. José Flávio Pessoa de Barros, faleceu nesta madrugada. O Velório será no Cemitério doPechincha, localizado em Jacarepaguá - Rua Retiro dos Artistas, 307 – Pechincha, às 10h. 31/05/2011
Velório será hoje a tarde na Capela B do cemitério do PECHINCHA e o sepultamento amanhã às 10 horas de terça-feira 31 de maio.

PAI DA NOSSA CASA, BABAMI

Pai da nossa Casa, Babami

Cerimônia de 7º dia Abdias Nascimento

Convite

Cerimônia de 7º dia Abdias Nascimento

A família de Abdias Nascimento e o Ipeafro convidam para a cerimônia de 7º dia do falecimento do ex-senador que acontece nesta terça-feira, 31/05, às 17h, no Sítio Arqueológico do Cais do Valongo e na sede da Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria e pela Vida, localizado na Rua Barão de Teffé, 75, Bairro Saúde, Zona Portuária do Rio.



A cerimônia contará com a participação do professor doutor Molefi Kete Asante, da Universidade Temple, Filadélfia (EUA), Nana Okru Peseah, que vem especialmente ao Brasil para a ocasião. 



O 7º dia do falecimento o professor Abdias Nascimento será lembrado em dois momentos:



17h - Ato Interreligioso no Sítio Arqueológico do Cais do Valongo;



17h30 - Lembrança e Celebração da vida de Abdias Nascimento na sede da Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria e pela Vida.



Na ocasião, a atriz Lea Garcia e o filho Bida Nascimento irão fazer a leitura de poesia de Abdias, entre outras homenagens previstas.



Obs. O Sítio Arqueológico do Cais do Valongo fica em frente à sede da Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria e pela Vida. A cerimônia interreligiosa terá início pontualmente às 17h.

--
IPEAFRO
Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros
Afro-Brazilian Studies and Research Institute
Rio de Janeiro, Brasil
(55) 21-2509-2176
www.ipeafro.org.br


domingo, 29 de maio de 2011

Guerreiro africano - Biografia do músico e ativista nigeriano Fela Kuti ganha edição nacional

Guerreiro africano

Biografia do músico e ativista nigeriano Fela Kuti ganha edição nacional

Plantão | Publicada em 16/05/2011 às 00h10m
Carlos Albuquerque
    Criador do afrobeat tem sua odisseia descrita pelo cubano Carlos Moore no livro 'Esta puta vida'
RIO - O nome de batismo era Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti. Mas para os amigos, as 27 mulheres e os muitos inimigos, ele era apenas Fela Kuti. Maior nome da música africana, criador do afrobeat, visionário e transgressor, amado e perseguido até a morte, por Aids, em 1997, aos 58 anos, ele viveu uma história de excessos, que se refletia não apenas em suas hipnóticas canções de mais de 20 minutos, mas também na relação com o público e as autoridades do seu país, a Nigéria.
Essa trajetória, que poderia render em Hollywood um épico sobre poder, racismo, sexo, violência e espiritualidade, gerou, em vez disso, uma fantástica biografia - "This bitch of life", escrita pelo cientista político e escritor cubano Carlos Moore -, um musical de sucesso na Broadway - "Fela!", produzido pelos astros Jay Z e Will Smith - , e um processo entre eles. Nessa ordem de entrada em cena.
- O que acontece é que fizeram o musical inspirado no meu livro e só quando ele ficou pronto é que vieram entrar em contato comigo, pedindo autorização - conta Moore, radicado há dez anos em Salvador, na Bahia, onde supervisiona a edição em português do livro, que chega às lojas em junho, com o título "Esta puta vida" (Editora Nandyala). - Acho que pensaram que eu estava morto ou esquecido em algum lugar. E, claro, não concordei com a forma como isso foi conduzido, nem aceitei o dinheiro que me ofereceram para um acordo forçado.
Com prefácio de Gilberto Gil, "Esta puta vida" narra a trajetória de Fela na primeira pessoa, pelas suas próprias palavras. Isso foi o resultado das mais de 15 horas de entrevistas e conversas entre o autor e o músico, tanto na República Kalakuta - a desafiadora co$alternativa criada por ele em Lagos, onde vivia com seus amigos, músicos e esposas - como em Paris, onde os dois se encontraram durante uma excursão de Fela, em 1981.
- Conheci Fela em 1974, quando fui convidado para organizar um festival de música, que teria Stevie Wonder como atração - lembra Moore. - Desde então, cobrava dele essa biografia, para que sua trajetória fosse conhecida. Mas ele sempre foi relutante. Dizia que só queria falar para o povo africano, que não tinha interesse no Ocidente. Ele acreditava que sua música falava por ele. Era muito oral, na tradição do continente, e prezava apenas a mensagem da boca para o ouvido. Nada mais.
Duelos constantes com as autoridades
No começo de 1981, porém, quando morava e lecionava em Paris, Moore foi surpreendido por telefonema de Fela, dizendo que estava, finalmente, pronto para falar.
- Ele me disse para pegar o próximo avião e encontrá-lo em Lagos. Foi o que fiz. Quando cheguei lá, encontrei Fela completamente deprimido com a morte da mãe, a ativista Funmilayo Ransome-Kuti, que tinha sido jogada da janela durante uma invasão da Kalakuta pela polícia, algum tempo antes. Ele achava, com razão, que os militares, que já o tinham aprisionado várias vezes, queriam matá-lo e estava se tornando obcecado com isso. Segundo ele, foi a própria Funmilayo quem apareceu em um sonho e disse para ele tornar pública a sua história.
Moore passou, então, semanas com Fela, que tinha se tornado ainda mais desafiador das autoridades, tendo reconstruído a comunidade, dessa vez em pleno gueto, além de ter tentado se candidatar à presidência do país. No local, teve contato direto com o mundo à parte em que o músico vivia.
- Diferente da primeira Kalakuta, que ficava numa área remota, a nova ficava no centro do gueto, como se fosse dentro de uma favela, de modo que se os militares $uma nova invasão, teriam que passar pelo meio do povo, que idolatrava Fela - explica Moore. - Ali, ele criou um país à parte, cujas leis eram feitas por ele. Fela era um idealista, mas era ingênuo também. Acreditava que os espíritos iam ajudar o povo africano a se levantar contra os governos corruptos. Só não conseguia dizer como isso ia acontecer de fato. No lugar, ele também guardava todo o seu dinheiro, já que não queria contribuir para um governo que considerava, com razão, corrupto e autoritário. Aliás, um dos motivos dos ataques a ele feitos pelos militares era roubá-lo
As mulheres de Fela - que renderam um capítulo à parte na biografia, intitulado "Minhas rainhas" - foram entrevistadas pelo autor na segunda bateria de entrevistas com o músico, feitas em Paris, alguns meses depois.
- Todas elas ganhavam um salário e trabalhavam dentro da comunidade. Quando havia uma briga entre suas mulheres, ele mesmo fazia um julgamento e decidia quem era a culpada. Mas naquela época, ele já estava totalmente paranoico e com mania de perseguição. Não queria comer, nem beber nada no hotel em Paris e dizia que estava ouvindo vozes. Eu falei para ele procurar ajuda, mas Fela não me deu atenção.
Como recorda Moore, Fela contraiu Aids em 1986, durante um dos seus períodos na prisão, ao receber uma visita "íntima".
- Ele pegou Aids quando quase ninguém sabia o que era isso, principalmente na África. Como era forte, passou anos sem apresentar sintomas. Quando eles finalmente surgiram, em 1995, ele desprezou o atendimento médico, já que acreditava que os espíritos iam protegê-lo. Fela tinha convicção de que era imortal e ver como sua obra entrou para a História quase nos faz acreditar nisso - afirma o escritor. - Ironicamente, quem anunciou sua morte ao público foi o seu próprio irmão mais velho, Olikoye Ransome-Kuti, que havia se tornado um ativista contra a Aids na África.


http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/05/15/biografia-do-musico-ativista-nigeriano-fela-kuti-ganha-edicao-nacional-924466618.asp#ixzz1NlgdKjnG

sábado, 28 de maio de 2011

Gil Scott-Heron, precursor do rap, morre aos 62


28/05/2011 09h23 - Atualizado em 28/05/2011 13h24

Gil Scott-Heron, precursor do rap, morre aos 62

Americano era considerado um dos responsáveis pelas bases do gênero.
Músico morreu na sexta em hospital de NY; causa não foi divulgada.

Do G1, com agências internacionais
Gil Scott-Heron (Foto: Divulgação/MySpace do artista)O cantor Gil Scott-Heron (Foto: Divulgação/ MySpace
do artista)
O cantor americano de r&b Gil Scott-Heron, considerado um dos responsável por lançar as bases do rap, morreu nesta sexta-feira (27), aos 62 anos.

A informação foi confirmada por uma amiga do cantor e músico, Doris C. Nolan, por telefone em sua gravadora em Manhattan. Segundo ela, Scott-Heron morreu na tarde de sexta (27) no hospital St. Luke após retornar doente de uma viagem à Europa. A causa da morte não foi divulgada.

A influência de Scott-Heron no rap é tamanha que lhe rendeu o título de “Padrinho do Rap”, que ele rejeitava.

Autor do hit “The revolution will not be televised” ("A revolução não será televisionada"), sua influência em geração de rappers pode ser demonstrada pelo número de samplers de suas canções gravadas por artistas do gênero, como Kanye West.

No ano passado, o cantor americano cancelou as apresentações que faria em São Paulo nos dias 26, 27 e 28 de novembro. Ele era uma das atrações confirmadas na programação da Mostra Sesc de Artes 2010.

Seu último álbum, “I’m New Here”, começou a ser gravado em 2007 e foi lançado apenas no ano passado.

Scott-Heron nasceu em Chicago, em 1º de abril de 1949, mas cresceu entre Jackson, no estado do Tennessee, e Nova York, antes de entrar para a Universidade Lincoln, na Pensilvânia.

Antes de se tornar músico, foi escritor e publicou, aos 19, “The Vulture”, um livro sobre um misterioso assassinato. É também autor de “The Nigger Factory”, uma sátira social.

Eles não prestaram vestibular, mas entraram na Unicamp

Eles não prestaram vestibular, mas entraram na Unicamp

Programa de inclusão da Universidade de Campinas busca aluno que seria “desperdiçado” por estudar em escola ruim

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo | 28/05/2011 07:00

Alex Tomás de Aquino, de 17 anos, não se inscreveu no vestibular para a Universidade de Campinas (Unicamp) no ano passado. Apesar de se destacar entre os alunos do 3º ano do ensino médio da escola estadual Álvaro Cotomacci, na mesma cidade, ele imaginava que não teria chance de conseguir uma vaga na instituição de nível superior que mais admira, concorrendo com estudantes de cursinhos e das melhores escolas do País.
Alex Tomás de Aquino, de 17 anos, não se inscreveu no vestibular para a Universidade de Campinas (Unicamp) no ano passado. Apesar de se destacar entre os alunos do 3º ano do ensino médio da escola estadual Álvaro Cotomacci, na mesma cidade, ele imaginava que não teria chance de conseguir uma vaga na instituição de nível superior que mais admira, concorrendo com estudantes de cursinhos e das melhores escolas do País.
Foto: Cinthia Rodrigues
Alex e restante da turma em seu 1º ano na Unicamp, mesmo sem prestar vestibular
A história é muito parecida com a de Talita Nicacio, Josiane dos Santos, Yasmin Almeida, Anderson Pimentel e da maioria dos alunos da primeira turma do Programa de Formação Interdisciplinar (Profis) da Unicamp, que começou este ano. Todos foram selecionados por ter o melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em comparação aos colegas que cursaram a mesma escola – e não a candidatos em geral.
O formato gerou críticas por ser um programa de inclusão que restringia o público à cidade de Campinas. No ano passado, a Justiça vetou uma iniciativa da Universidade Federal do Rio de Janeiro que tentava destinar 20% das vagas apenas a estudantes de escolas públicas fluminenses.
Na Unicamp, no entanto, o reitor Fernando Costa diz que o principal objetivo não é ajudar os alunos das escolas públicas a entrar na universidade, mas o contrário: garantir que a academia não perca os maiores talentos por eles não estudarem em boas escolas. No projeto piloto em andamento, com apenas 120 vagas, a abrangência territorial teria de ser pequena para que não voltasse a haver uma seleção entre escolas, em vez de alunos. “Se eles tiveram o melhor desempenho possível naquelas condições, muito possivelmente serão ótimos estudantes de nível superior também.”
Crítico do vestibular como única forma de admissão, ele espera que o Profis dê pistas de como a Unicamp e outras instituições brasileiras possam incluir seleções mais criativas e inteligentes. “A verdade é que se um estudante fizer cursinho ano após ano, uma hora ele passa, mas muitas pessoas com potencial podem ser desperdiçadas por não terem feito uma escola que proporcionasse o mínimo”, explica.
Se eles tiveram o melhor desempenho possível naquelas condições, muito possivelmente serão ótimos estudantes de nível superior também”
O projeto não deixa de ser de inclusão. Dados preliminares da equipe de acompanhamento do Profis mostram que o porcentual de negros inscritos na instituição pelo programa é cinco vezes maior do que a média pelo vestibular. O mesmo ocorre com a renda familiar. Enquanto entre os 3 mil alunos que ingressam na universidade pelo vestibular apenas 9% tem renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos, essa é a faixa de rendimento em que estão 47% dos ingressantes pelo novo programa.
“O perfil da turma tem a mesma diversidade do jovem desta idade no Estado de São Paulo”, diz o pró-reitor de Graduação, Marcelo Knobel.
Curso superior básico
Se não teriam conhecimentos básicos para passar no vestibular, no entanto, também faltaria a estas pessoas o mínimo para acompanhar um curso superior. Entra aqui a segunda meta e a justificativa do nome Programa de Formação Interdisciplinar. Em vez de ingressar diretamente em um carreira, os estudantes recebem uma formação geral superior básica, outra ideia que o reitor gostaria de ver expandida.
Para Costa, o aluno da Unicamp se forma com excelentes bases técnicas em sua área, mas falta uma formação geral, que seria de se esperar de uma pessoa com curso superior em uma das melhores instituições latino-americanas. O problema é que futuros médicos não têm aulas de literatura, economia ou história, assim como os matemáticos nunca cursam evolução, bioética ou produção de texto e assim por diante com as restrições de cada carreira. “O nosso sonho era que pudéssemos dar uma base geral para todos os alunos e começamos por esses”, diz Costa.
Durante dois anos, eles têm aulas de linguagens, ciências humanas e artes, matemática, ciências exatas e tecnologia e ciências biológicas e da saúde. A intenção não é que consigam ser aprovados no vestibular, pois ao final todos têm vagas garantidas na graduação. Os que obtiverem as melhores notas no programa escolherão primeiro que carreira cursar.
Foto: Cinthia RodriguesAmpliar
Interesse e empenho da turma é elogiado pelos professores
Os professores participantes estão extasiados com a turma. “Foi a coisa mais empolgante que já vi em 35 anos dando aula”, diz Alcir Pécora, que deu um curso de literatura universal para o grupo. A aula era a última da sexta-feira – que costuma ser a mais esvaziada – e um colega avisou que houve um murmúrio de lamentação quando a turma soube que o programa incluia literatura.
“Nós até pensamos em fazer algo mais fácil, mais próximo da realidade deles, mas depois concluímos o seguinte: vamos dar o que há de melhor”, lembra. Foi escolhido trabalhar o poemaCanzoniere, de Francesco Petrarca. Assim mesmo, no original em italiano. “Levei três aulas de duas horas e, quando acabou, vários choravam. O acesso a uma obra deste nível tem uma força incrível”, lembra.
Knobel afirma que há relatos semelhantes de professores das diversas áreas. “Eles estão aproveitando a cultura de primeira a que finalmente têm acesso”, diz.
Alex, do início desta reportagem, conta que entre os motivos para não prestar vestibular no ano passado estava o fato de não se sentir preparado para a universidade. “Mesmo que eu tivesse chance de passar, eu sabia que faltavam conhecimentos básicos”, diz, comemorando o projeto piloto. Este mês, ele voltará à escola em que estudou para falar do programa. “Vou recomendar a todos que tentem, é uma grande oportunidade.”
Talita Nicacio, de 18 anos, pondera que há pontos negativos. Por se tratar de um programa piloto, a turma tem alguma insegurança de que tudo funcionará bem. Além disso, sentem um preconceito de outros estudantes. “A gente vê alunos daqui discriminando o nosso curso, mas no geral há mais prós do que contras. O conteúdo é muito bom e a vivência no campus vai nos dar um amadurecimento que pode nos levar a um aproveitamento muito melhor da faculdade”, diz.
O reitor aposta que sim. “Se destes 120, metade estiver entre os primeiros alunos da universidade vamos ter demonstrado que o vestibular precisa ser repensado.”
Foto: Cinthia Rodrigues
Talita, Josiane e Yasmim, de diferentes escolas públicas, elogiam conteúdo e vivência no campus