segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mais e melhores políticas de gênero


São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009
Soraya Rodríguez, Ines Alberdi e Rebeca Grynspan: Mais e melhores políticas de gênero
TENDÊNCIAS/DEBATES
SORAYA RODRÍGUEZ, INES ALBERDI e REBECA GRYNSPAN
Segundo dados da OMS, 1 em cada 3 mulheres da América Latina já foi vítima de violência física, psicológica ou familiar
TRÊS DÉCADAS após a aprovação da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher e quase 15 anos depois da adoção da Plataforma de Ação de Pequim -dois dos mais importantes e recentes avanços em igualdade e direitos das mulheres-, ainda há sérias desigualdades de gênero em nossas sociedades.Há avanços: as mulheres alcançaram um nível educacional mais elevado, participam cada vez mais do mercado de trabalho e estão mais representadas na política. Nesse sentido, vários países desenvolveram leis de igualdade, de cotas, contra a violência de gênero e criaram mecanismos institucionais para promover a igualdade nas atividades do Estado. São, sem dúvida, importantes avanços.Mas é certo que o progresso em algumas áreas é lento -e muitas situações são alarmantes.Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 1 em cada 3 mulheres da América Latina já foi vítima de violência física, psicológica ou familiar. Quanto à participação política, as mulheres ocupam só 20% das cadeiras dos Parlamentos; nos municípios da região, só 6% são prefeitas.O que precisamos e o que podemos fazer para avançar decididamente rumo à construção de uma sociedade igualitária? Precisamos de recursos materiais e humanos, pessoas conscientes, comprometidas e capazes para mudar as atuais estruturas de poder entre os homens e as mulheres nos mais diversos âmbitos: devemos conciliar o trabalho com a família e a vida pessoal -e transformar, com um enfoque em gênero, a economia, a sociedade, as famílias, as empresas, a política e as relações interpessoais.Para atender a esses desafios, reuniremos hoje e amanhã em Madri mais de cem mulheres, a maioria delas parlamentares, de 20 países da América Latina, do Caribe e da Espanha, com especialistas em desenvolvimento e questões de gênero, representantes da ONU e autoridades de instituições espanholas para a cooperação internacional.Participamos do Encontro de Mulheres Parlamentares: Rumo a uma Agenda Política para a Igualdade de Gênero na América Latina -parte das iniciativas regionais alavancadas pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional e para o Desenvolvimento, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher.Hoje se reúnem parlamentares de diferentes ideologias, gerações, âmbitos sociais e políticos, mas com uma meta em comum: transformar as desigualdades existentes e criar sociedades mais equitativas para mulheres e homens.São muitas as diferenças que nos separam, lógicas e naturais, mas são mais numerosos os desafios que nos unem. A pauta do encontro é ambiciosa: encontrar pontos comuns para avançar em temas importantes para alcançar a igualdade na região, gerar aprendizados comuns e avançar por meio de políticas transformadoras.Vamos discutir como encarar uma crise financeira e econômica mundial cujo impacto afeta de forma particularmente grave as mulheres -e que pode ser uma oportunidade para finalmente reconhecer a contribuição das mulheres para a economia.Vamos estudar meios de fortalecer a participação política das mulheres.E trabalharemos por uma agenda de gênero nos Parlamentos latino-americanos que possa incluir, em virtude de cada realidade concreta, entre outros temas, uma legislação avançada contra a violência de gênero, a responsabilidade compartilhada pela vida familiar e laboral, saúde sexual e reprodutiva, técnicas e estratégias para a incorporação da perspectiva de gênero nas atividades parlamentares.Discutiremos esses problemas que enfrentamos em nossas sociedades e as soluções e iniciativas que estão sendo aplicadas.Nós, mulheres, precisamos transformar -e passar à ação em todos os âmbitos. Não estamos pedindo uma mudança, nós a estamos protagonizando. Buscamos, com os homens, transformar a sociedade, atingir um desenvolvimento econômico e social mais justo neste mundo globalizado e superar os obstáculos que impedem a igualdade.Esperamos que esse encontro de parlamentares da América Latina e do Caribe seja uma contribuição para alcançarmos um mundo mais igualitário e equitativo para nossos povos.
SORAYA RODRÍGUEZ é secretária de Estado de Cooperação Internacional da Espanha e presidente da Agência Espanhola de Cooperação Internacional e para o Desenvolvimento (Aecid). INES ALBERDI é diretora-executiva do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).
REBECA GRYNSPAN é diretora regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para a América Latina e o Caribe.

Bolsista tem nota igual ou maior que pagante


São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

Comparação foi feita entre beneficiados pelo ProUni e demais alunos do último ano de dez cursos universitários privadosPara diretores de faculdades, bom resultado dos alunos bolsistas não surpreende; para conseguir a bolsa, é preciso ir bem no Enem
ANTÔNIO GOISDENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Bolsistas do ProUni tiveram desempenho igual ou superior ao de seus colegas no Enade (exame do Ministério da Educação que substituiu o Provão), em dez áreas onde foi possível fazer a comparação entre alunos que cursavam o último ano.A pedido da Folha, o Inep (instituto de pesquisas ligado ao MEC) comparou a média desses universitários com a dos demais colegas de curso.O Enade de 2007 foi o primeiro a identificar, entre os formandos, aqueles que são bolsistas do ProUni -programa do MEC que dá bolsas integrais ou parciais em instituições privadas para alunos com renda familiar per capita inferior a três salários mínimos.Nas dez áreas comparadas, em duas (biomedicina e radiologia) a diferença a favor dos bolsistas foi significativa.Nas oito restantes (veterinária, odontologia, medicina, agronomia, farmácia, enfermagem, fisioterapia e serviço social), a distância (a favor dos bolsistas em quatro casos e contra eles em quatro) foi sempre igual ou inferior a dois pontos numa escala de zero a cem -diferença que não é significativa estatisticamente.Já na comparação entre ingressantes, o desempenho foi sempre favorável aos bolsistas.O sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, sugere duas hipóteses. A primeira é que isto indicaria que os bolsistas têm nível socioeconômico superior ao de seus colegas, o que mostraria que a focalização do programa não está sendo eficiente.A segunda é que, como há uma nota mínima no Enem para pleitear a bolsa, ficam de fora os alunos de nível menor, que ingressariam, sem ProUni, em cursos menos disputados.Para diretores de universidades privadas, o bom desempenho não surpreende.Célia Forghieri, assessora da Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias da PUC-SP, diz que, por ser uma das universidades mais procuradas pelos inscritos no ProUni, a PUC recebe os melhores alunos das escolas públicas."Muitos professores ficaram receosos de que os alunos [do ProUni] iriam diminuir o brilho acadêmico da universidade, o que se mostrou equivocado."Na PUC-Rio, o diagnóstico é o mesmo. "No geral, são [alunos] aplicados que reconhecem o valor da oportunidade que estão tendo. A evasão também é menor", diz Elisabeth Jazbik, assessora da vice-reitoria.As universidades Estácio de Sá, do Rio, e Anhembi Morumbi, de São Paulo, fazem o mesmo balanço. "Não temos registro de nenhuma alteração significativa na curva normal de desempenho dos alunos", afirma Jessé Holanda, diretor executivo de operações da Estácio."Eles têm notas muito boas no Enem e chegam bem preparados", diz Karl Albert, diretor da Anhembi Morumbi.Mesmo assim, ainda não há consenso sobre o peso do ProUni na inclusão de alunos pobres nas universidades.A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE mostra que, em 2004, ano de criação do programa, 679 mil alunos de particulares tinham renda domiciliar per capita inferior a 1,5 salário mínimo (corte do ProUni para concessão de bolsas integrais). Eles eram 20% do total.Em 2007, considerando a variação da inflação e do mínimo no período, esse número aumentou para 895 mil, mas, como houve crescimento de matrículas nas particulares, o percentual se manteve em 20%.

domingo, 14 de junho de 2009

Sepromi credencia profissionais para projetos com dimensão de raça e gênero

Quem se credenciar, preencha formulário e envie por sedex para a Sepromi.

Documentação inicial: RG, CPF, TÍTULO, FORMULÁRIO.

Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMIComissão Permanente de Credenciamento2ª. Avenida, n°. 250 - Complexo da SEPLAN, Anexo B, Blocos A e BCentro Administrativo da Bahia - CAB41.745-003 - Salvador, Bahia

abraços

Flávio Passos


Sepromi : Sepromi credencia profissionais para projetos com dimensão de raça e gênero
Enviado por
Administrador em 12/06/09
A Secretária de Promoção da Igualdade (Sepromi) está credenciando profissionais para trabalharem com projetos que visem a promoção da igualdade racial e de gênero. O cadastramento pode ser feito para as funções de coordenador de oficina, facilitador de grupo, mobilizador social e consultor de projeto ou pesquisa. Podem se inscrever pessoas físicas, de qualquer estado, através de formulário eletrônico acessível aqui. No mesmo link, o candidato encontra informações sobre o processo seletivo, a exemplo do modelo de requerimento, preços dos serviços, taxa de deslocamento, modelo de declaração e o termo de adesão.
A inscrição se dá com o preenchimento do formulário, apresentação de documentos, incluindo o currículo, e o cumprimento das demais exigências previstas no regulamento disponível no site
www.sepromi.ba.gov.br. Os profissionais cadastrados vão compor um banco de dados qualificado e podem ser convocados, a qualquer tempo, para atuarem em conferências e seminários, entre outros projetos a serem executados para a promoção da igualdade com foco nas questões de raça e gênero. O processo observará as etapas de habilitação, classificação, convocação e contratação, quando o selecionado assinará o Termo de Adesão.
A Sepromi está recebendo inscrições desde a publicação do regulamento em 16 de maio. A primeira lista de classificados será divulgada 35 dias após esta data. Depois de seis meses, a Comissão de Credenciamento publicará novas listas de profissionais que tenham apresentado seus pedidos posteriormente. Estes, serão incluídos, observando rigorosamente a rotatividade, após o último credenciado da relação anterior.
A seleção leva em conta a experiência do profissional de acordo com as demandas dos projetos, que envolvem as dimensões raciais e de gênero, aplicadas a diferentes segmentos populacionais como jovens, mulheres, comunidades quilombolas e de terreiro. O prazo de vigência do credenciamento é de 02 (dois) anos, mediante aviso publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia, em jornal de grande circulação local e por meio eletrônico, para realização de diversas ações.

Fonte:
http://www.sepromi.ba.gov.br/modules/news/article.php?storyid=206

CREDENCIAMENTO:
http://www.sepromi.ba.gov.br/modules/tinyd3/index.php?id=9

PORTARIA:
http://www.sepromi.ba.gov.br/modules/tinyd3/index.php?id=12

REGULAMENTO:
http://www.sepromi.ba.gov.br/modules/tinyd3/index.php?id=11

Não ao antissemitismo e à intolerância


São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009
TENDÊNCIAS/DEBATES JACK TERPINS
Apesar de os meios de comunicação não noticiarem, sabe-se de ocorrências esparsas de intolerância e discriminação
POUCO DEPOIS de o papa Bento 16 retornar de sua viagem ao Oriente Médio, com demorada estadia em Israel para reuniões com seus dirigentes e visita aos lugares santos, o secretário-geral do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, convidou para uma audiência especial em Roma o presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald Lauder, e a mim, presidente do Congresso Judaico Latino-Americano. Também participaram Eduardo Elsztain, o secretário-geral Michael Schneider, o presidente do Congresso Judaico Europeu, Moshé Kantor, o representante europeu na Santa Sé, Richard Pasquier, e Maran Stern.Considerando a condição de chefe de Estado do papa, a sua viagem pode ser considerada exitosa, porque cumpriu uma agenda diplomática e por sua tentativa de reparar desencontros de opinião e concepção a respeito de temas polêmicos.Um deles é a retomada de uma visão preconceituosa do catolicismo em relação aos judeus e que o Concílio Vaticano 2º, no papado de João Paulo 2º, havia sepultado.Outro, o perdão ao bispo Richard Williamson, excomungado por seu antissemitismo e pela versão negacionista do Holocausto de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial.Além disso, a questão da canonização do papa Pio 12, que, no período entreguerras, ainda como cardeal Eugênio Pacelli, fora núncio apostólico em Berlim e, depois, como secretário de Estado do Vaticano, mantinha relações cordiais com o já instalado regime nazista. É nesse ponto que o encontro em Roma assume um caráter especial.Provocado, o cardeal Bertone reafirmou o reconhecimento pela Igreja Católica da "natureza única do Holocausto" e de que, "nas instituições eclesiásticas, não há espaço para negacionistas como Williamson". Ele insistiu em que "as lideranças judaicas cooperem na pesquisa e investigação dos arquivos pessoais do papa Pio 12, principalmente aqueles do período 1939-1945".Quem coopera como representante da comunidade judaica na comissão da canonização de Pio 12 é o rabino ortodoxo David Rosen, membro da Conferência Mundial de Religiosos para a Paz e conselheiro para assuntos inter-religiosos do rabinato de Israel. A rigor, a questão da santificação de Pio 12 não toca diretamente aos judeus, mas, se a igreja quer ter relações de respeito mútuo com os judeus, convém transmitir nossos sentimentos e sugerir que sejam considerados.Como secretário-geral do Vaticano, as tarefas do cardeal Bertone avançam pela diplomacia e pelo relacionamento inter-religioso. Por essa razão, expus o ponto de vista da comunidade judaica em favor do empenho e da luta pela liberdade religiosa e pelo respeito inter-religioso em todo o mundo, de forma que a religião não seja usada como justificativa para o extremismo e o terror.Talvez, nessa linha, a intolerância no seu último grau tenha sido posta a serviço da mão sinistra do terror em eventos na Argentina nos anos 1990.Assim, foi importante a decisão da sua Suprema Corte de Justiça de reabrir o processo sobre o atentando que matou mais de 80 pessoas na sede da Amia, em julho de 1994, em Buenos Aires, como mais um passo para, afinal, esclarecer esse caso -possivelmente o único na América Latina em que razões políticas se juntaram a convicções religiosas radicais para matar o maior número de pessoas, de preferência judeus.No entanto, apesar de os meios de comunicação não noticiarem, talvez porque considerem um tema menor, sabe-se de ocorrências esparsas, como se fossem espasmos, de intolerância e discriminação, muitas delas travestidas de passeatas contra o Estado de Israel. É fato, porém, que as pessoas e as organizações nelas envolvidas não lhes dão o verdadeiro nome: são manifestações antissemitas.Conforta-nos, e de certo modo nos tranquiliza, o cuidado e a atenção de alguns governantes da América Latina. É o caso, por exemplo, do rigor da legislação brasileira e a reiterada posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a aplicará, não permitirá a importação de conflitos para o território brasileiro nem tolerará a intolerância, o racismo, a discriminação e o antissemitismo. E é assim que tem sido.
JACK LEON TERPINS , 60, engenheiro, é presidente do Congresso Judaico Latino-Americano e membro do Conselho do Congresso Mundial Judaico.

apresentação pública da pesquisa de mapeamento das casas de religiões de matriz africana do Rio de Janeiro

Caro(a)s,


Vimos convidar a todo(a)s a participarem da apresentação pública da pesquisade mapeamento das casas de religiões de matriz africana do Rio de Janeiro, queacontecerá na comunidade de Terreiro Ile Omiojuaro (Casa de Mãe Beata deIyemoja), no dia 14/06/2009 (domingo), às 15:00, cito à R. Francisco AntonioNascimento nº 42 – Miguel Couto, Nova Iguaçu, RJ, Tel: 2886-1432.


Informamos que a referida pesquisa consiste do cadastramento das casas detodas as tradições religiosas afro-brasileira, solicitado à PUC-RIO pelaslideranças religiosas de matriz africana em decorrência da invisibilização dosdados reais sobre a quantidade de comunidades religiosas existentes no Estado doRio de Janeiro, bem como onde estão localizadas.


Do Encontro das lideranças religiosas com a PUC-Rio, formou-se um ConselhoReligioso, com quatorze lideranças representativas do Candomblé e da Umbanda,onde conclui-se que a metodologia a ser adotada na referida pesquisa é acartografia social, que consiste do cadastramento através da auto-identificaçãodo pesquisado e o seu universo, já que os sujeitos de fato e de direito douniverso a ser pesquisado são os membros e lideranças das comunidades religiosasafro-brasileira.


Através desta pesquisa será possível apresentar dados concretos sobrequantidade e localização das casas, a fim de não mais limitar as informaçõesacerca das religiões de tradição afro-brasileira àquelas divulgadas pelos órgãospúblicos, que bem sabemos, são baseadas em dados estatísticos que não expressama realidade, visto que as religiões de matriz africana não constam do rol dereligiões dos formulários censitários, sendo enquadrada no campo "outros", o quecertamente contribui para a nossa invisibilidade sócio-política.


Dada a importância do evento convidamos a todo(a)s a se unirem nestaempreitada em busca de dignificação e valorização das religiões e dascomunidades religiosas de matriz africana, bem como da garantia dos direitosdemocráticos e do pleno exercício da cidadania brasileira.


O evento contará com a presença do excelentíssimo Sr. Ministro da SEPPIR(Secretaria especial de políticas de promoção da igualdade racial) Edson Santos,e membros da Coordenação Geral da Pesquisa junto à PUC-Rio.


Atenciosamente

Adailton Moreira Costa

Baba Egbé do Ile Omiojuaro

Coordenador de campo da pesquisa de mapeamento das casas de religiões dematriz africana do Rio de Janeiro

Cientista social – PUC-Rio