sexta-feira, 31 de julho de 2009

Presidente do STF indefere liminar requerida pelo DEM contra cotas raciais da UnB

Notícias STF

Sexta-feira, 31 de Julho de 2009

Bresidente do STF indefere liminar requerida pelo DEM contra cotas raciais da UnB

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, indeferiu, nesta sexta-feira (31), pedido de liminar formulado pelo partido Democratas (DEM) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 186, em que contesta as cotas raciais de 20% para negros, instituída pela Universidade de Brasília em seus concursos vestibulares.

Antes de decidir, o ministro Gilmar Mendes havia solicitado pareceres da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Advocacia Geral da União (AGU). Ambas se manifestaram contra a concessão da liminar e pela constitucionalidade dos atos administrativos praticados pela UnB, que a tornaram a primeira instituição de ensino superior federal a adotar o sistema de cotas raciais.

Decisão

Em sua decisão, o presidente do STF sugere que ações afirmativas, como as cotas raciais, deveriam ser limitadas no tempo e diz acreditar que “a exclusão no acesso às universidades públicas é determinada pela condição financeira”.

Observa que “nesse ponto, parece não haver distinção entre ‘brancos’ e ‘negros’, mas entre ricos e pobres”. Com base nesse raciocínio, questiona se “a adoção do critério da renda não seria mais adequada para a democratização do acesso ao ensino superior no Brasil”, reportando-se à “Síntese de Indicadores Sociais 2006”, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) segundo a qual o “critério de pertencimento étnico-racial é altamente determinante no processo de diferenciação e exclusão social”.

Os dados do levantamento indicam, também, que a taxa de analfabetismo de negros (14,6%) e de pardos (15,6%) continua sendo, em 2005, mais que o dobro que a de brancos (7,0 %).

O ministro ressalta que “o tema não pode deixar de ser abordado desde uma reflexão mais aprofundada sobre o conceito do que chamamos de ‘raça’. Nunca é demais esclarecer que a ciência contemporânea, por meio de pesquisas genéticas, comprovou a inexistência de ‘raças’ humanas. Os estudos do genoma humano comprovam a existência de uma única espécie dividida em bilhões de indivíduos únicos”.

Gilmar Mendes admite que a questão é polêmica, mas pondera que o Plenário do STF deverá pronunciar-se, em momento oportuno, sobre o inteiro teor do pedido de medida cautelar e o cabimento da ação, bem como sobre a eventual possibilidade de seu conhecimento como Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), em razão da peculiar natureza jurídica de seu objeto.

O ministro afirma que o questionamento feito pelo Partido Democratas “é de suma importância para o fortalecimento da democracia no Brasil”. Ainda segundo ele, “as questões e dúvidas levantadas são muito sérias, estão ligadas à identidade nacional, envolvem o próprio conceito que o brasileiro tem de si mesmo e demonstram a necessidade de promovermos a justiça social”.

Entre outras indagações colocadas na ação, ele destaca as seguintes: “Até que ponto a exclusão social gera preconceito? O preconceito em razão da cor da pele está ligado ou não ao preconceito em razão da renda?”

E, também, “como tornar a universidade pública um espaço aberto a todos os brasileiros? Será a educação básica o verdadeiro instrumento apto a realizar a inclusão social que queremos: um país livre e igual, no qual as pessoas não sejam discriminadas pela cor de sua pele, pelo dinheiro em sua conta bancária, pelo seu gênero, pela sua opção sexual, pela sua idade, pela sua opção política, pela sua orientação religiosa, pela região do país onde moram etc”?

Ele pondera que, apesar da importância do tema em debate, “neste momento, não há urgência a justificar a concessão da medida liminar”.

Lembra, nesse sentido, que o sistema de cotas raciais foi adotado pela UnB desde o vestibular de 2004 e se vem renovando a cada semestre. Recorda, ainda, que a interposição da ADPF do Democratas ocorreu após a divulgação do resultado final do vestibular 2/2009, quando já encerrados os trabalhos da comissão avaliadora do sistema de cotas.

“Assim, por ora, não vislumbro qualquer razão para a medida cautelar de suspensão do registro (matrícula) dos alunos que foram aprovados no último vestibular da UnB, ou para qualquer interferência no andamento dos trabalhos na universidade”, concluiu, indeferindo o pedido de liminar, que deverá ser referendado (aprovado) pelo Plenário.

Leia a íntegra da decisão;

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStfArquivo/anexo/ADPF186.pdf


FK/IC


http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStfArquivo/anexo/ADPF186.pdf


NOTAS SOBRE O RACISMO À BRASILEIRA

Racismo à Brasileira - Roberto da Matta

Afrobrasileiros e suas Lutas


Anais do Seminário Internacional
"MULRTICULTURALISMO E RACISMO: O PAPEL DA AÇAO AFIRMATIVA NOS
ESTADOS DEMOCRATICOS COMTEMPORANEOS"

Por Roberto Da Matta

NOTAS SOBRE O RACISMO À BRASILEIRA


Esta minha intervenção tem dois aspectos ou dimensões. De um lado, quero falar de fatos sociais concretos - alguns,aliás ,bem conhecidos do nosso racismo-, como sua manifestação implícita, disfarçada e de difícil discussão, como se, entre nós, brasileiros, falar de racismo fosse um tabu, de acordo com aquela tendência que Florestan Fernandes chamou, com propriedade,"o preconceito de ter preconceito". De outro, quero me concentrar nas inter-relações dos fatos sociais com os ideais políticos, alvo que - se bem entendo - move este encontro e tem suas dificuldade específicas, sobretudo quando se trata de um tema tão dramático quanto pungente, quando a justa vontade de erradicar o preconceito certamente embaça a discussão de suas características históricas e de sua organização sociológica ou cultural.

Para tanto,quero começar relembrando um episódio de diz respeito ao assunto .
Em 1968, quando estava em Cambridge , Massachusetts, realizando , na Universidade de Harvard, meu doutorado em antropologia social, fiquei sabendo da visita de um grupo de estudantes brasileiros. Eram lideres estudantis, convidados pelo Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos, que realizavam um programa de visitas a centros culturais norte-americanos e , em Harvard, participavam de seminários e debates.

Carente de noticias do país e de contato com compatriotas - aquela época, é bom lembrar, não havia e-mail,nem fax,nem sedex, os estudantes não podiam viajar tanto quanto hoje - , fui ao local da reunião.

Lá, em um vasto salão harvardiano , dois negros americanos, se não me engano, ambos políticos locais e ligados ao chamado Movimento Negro que estava surgindo, disseram dissertavam sobre suas experiências aos jovens lideres estudantis brasileiros. Lembro-me bem de que o objetivo dos políticos americanos era compartilhar, a partir da grande experiência liberal americana1 ,as conquistas dos negros em relação ao establishment branco, mudando legislações e provocando, por meio de um ativismo pacifico, democrático e consistente, a integração política e judiciária dos Estados Unidos como nação e, no limite da esperança , como sociedade.

Ao término do discurso dos americanos, os estudantes brasileiros iniciaram uma série de perguntas-comentários provocadoras e um tanto impertinentes. Diziam, por exemplo, que as mudanças políticas mencionadas não eram efetivamente transformações de estrutura, que continuava fundada no mercado. Alegavam que a modificação aparente do quadro dos direitos das minorias não mudava o cerne do problema : a estrutura do capitalismo fundada na exploração do trabalho, continuava em vigor. Insinuavam, como era comum naquela década, que, para mudar as relações raciais, seria necessário primeiro modificar todo o "sistema"por meio de uma revolução .

Depois de cerca de trinta minutos de impasse ideológico, um dos palestrantes negros resolveu endurecer e disse mais ou menos o seguinte, olhando durante sua platéia de brasileiros:

Curioso que vocês cobrem tanto do nosso sistema. O fato é que estamos trabalhando com o que podemos para mudar as relações raciais por aqui. Vocês, que se dizem uma democracia racial, são muito piores, em termos práticos. Pois vejam só: no meio de mais ou menos oitenta estudantes brasileiros, eu vejo apenas sete ou oito negros. A grande maioria é branca. Onde está a tal "democracia racial" de vocês ?.Após a reunião, fui me encontrar com o grupo e logo descobri a perturbação dos brasileiros diante do seguinte problema: quem era o negro que os americanos haviam descoberto entre eles? Pois, como me disse um dos estudantes, com exceção de uma ou duas pessoas, não havia preto "entre eles"...
Essa historia tem o mérito de revelar o coração do problema, pois situa com dramaticidade um fato social básico: como as sociedades classificam suas eventuais variedades étnicas .

Pois, se falamos de relações raciais de uma perspectiva sociológica, é preciso distinguir de saída a miscigenação como fato empírico, isto é, como o resultado biológico do encontro sexual de brancos, negros e índios - para ficar na trilogia clássica da fábula racial brasileira -, do modo pelo qual cada sociedade trabalha esse resultado, reconhecido-o ou não como em fato social concreto. Como não há sistema valor, moralidade, mitologia ou sistema de classificação que seja "natural" ou mais próximo de uma natureza humana, pois todos são arbitrários, existe uma variedade intrigante nos modos de lidar com os mestiços.O que chama a atenção quando se compara a existência classificatória americana com a brasileira, é o fato de que, embora existam "mulatos" ou "mestiços", tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, na sociedade brasileira esses mestiços tem um reconhecimento cultural e ideológico explicito, quanto que, no caso americano, eles se submergem como "brancos" ou como "negros ". O resultado é que o sistema americano persegue a distinção e a compartimentalização dos tipos étnicos em grupos autocontidos,contrastantes, autônomos e socialmente coerentes, isto é, sem mistura. Lá o sistema tem repulsa pela ambigüidade, pelo mais ou menos e pelo meio-termo. Assim, ou se é "branco" ou se é "negro", "hispânico" , "judeu","italiano" ou "irlandês" etc. Já no Brasil, o sistema de classificação privilegia o meio-termo e a ambigüidade como valor, tendendo, em princípio, a funcionar com base na hierarquia e no gradualismo.

Dadas essas "escolhas" histórico-sociais, há exclusão , no caso dos Estados Unidos, exclusão que se exprime no princípio do "diferentes, mais iguais"; enquanto que , no Brasil, o sistema inclui hierarquiza de modo complementar, de acordo com o princípio do desigual ,mais justo". Com isso, o sistema brasileiro estabelece que, entre brancos e negros, há uma gradação complexa e mais: que todas as etnias de fato se complementam para a formação do "povo brasileiro", pois o que falta em uma, existe de sobra na outra, conforme tentei revelar alhures, em um ensaio no qual tento elucidar a nossa "fabula de três raças".2

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1.Neste contexto, vale acentuar que considero importante a distinção entre nação - ou Estado-Nacional - e sociedade como duas distintas e até mesmo contraditórias de coletividade. De modo breve, a nação é uma coletividade fundada na idéia de soberania, de territorialidade e de leis explícitas. Sua unidade especial básica é o indivíduo - o cidadão -, que nela é dotado de autonomia, liberdade, igualdade política e jurídica e responsabilidade. Já a sociedade dispensa o território, tem leis implícitas - geralmente conceituadas como mandamentos, tabus, pecados ou normas normais indiscutíveis e dadas pelos deuses e heróis civilizadores - e sua unidade fundamental é a família, o clã, a aldeia ou um elo social. Uma sociedade pode estar em guerra com sua nação, como parece fazer prova, hoje, o caso de Uganda e Burundi. Normalmente, nação e sociedade estão em conflito, pois os ideais nacionais nem sempre são realizados pela sociedade nas suas práticas. Nesse sentido, o caso do Brasil é interessante, porque fomos uma nação que adotou princípios igualitários, mas tínhamos uma sociedade hierarquizada, constituída que era por nobres, cidadão livres e escravos. Para maiores considerações sobre esse ponto, veja -se Da Matta, Conto de mentirosos: Sete ensaios de antropologia brasileira, Rio de Janeiro, Rocco, 1993.

2.Cf . Roberto Da Matta, Relativizando: Uma introdução à antropologia social, Rio de Janeiro,Rocco.

Um dos mais lúcidos estudiosos de sistemas raciais, o sociólogo Oracy Nogueira, fala de um contraste entre um "preconceito de marca", típico do Brasil, e de um "preconceito de origem", vigente nos Estados Unidos. Outros, como o historiador social norte-americano Carl Degler , elaborara a distinção explicitando historicamente o "mulato" como uma válvula de escape; ou, em termos de minha interpretação, afirmando que, no caso brasileiro, o mulato era um lugar social reconhecido e marcado e não algo vazio de sentido como acontece nos Estados Unidos.

O problema básico porém - problema sem o qual a questão racial não pode ser entendida --, jaz no estilo cultural por meio do qual as duas sociedades elaboram, constroem e lidam com as suas diferenças. Desse modo não se nega a presença de "mestiços", nem nos Estados Unidos, nem na África do Sul. Tampouco se nega a presença de iniqüidade no caso brasileiro, que foi e tem sido igualmente injusto e violento para com os "diferentes ", sobre tudo os negros. Mas se salienta que a mestiçagem é percebida de modo diverso nessas sociedades. E mais: que compreender o modo pelo qual cada sistema ordena suas percepções sociais é um fato social fundamental para construção de medidas orientadas para a implementação de mais oportunidade e mais igualdade para todas as minorias.

No caso do Brasil, a idéia de hierarquia tem duas características:

1. Ela atua por meio de uma lógica complementar que, embora limite a ascensão dos "diferentes", não os dispensa como tal. Ou seja : a complementaridade se exprime em uma ideologia segundo a qual negros, brancos e índios formam um triângulo racial e se complementam. Assim, não há Brasil sem negros índios ou brancos. Quer dizer, se o sistema admite que o branco é o elemento superior, essa superioridade não é simples nem linear, como no caso americano. Pois, no caso brasileiro, admite-se também que o branco não é superior em tudo. Na ideologia racial brasileira, brancos, negros e índios são desiguais, mais complementares.

Curioso acentuar que a fábula exclua outras etnias, como se os libaneses, os japoneses, os italianos, entre outros, que, do ponto de vista de uma "historia empírica"do Brasil, também contribuíram para a formação da nossa sociedade, não existissem socialmente.
Com isso, o negro complementa o branco e vice- versa, havendo entre eles um elo ideologicamente reconhecido: uma relação fundada no controle e na exploração,mas também na ideologia compensatória de que o negro possui qualidades ausentes dos brancos e no fato de que um é necessário para o outro. Não é por acaso que a grande região popular brasileira, a Umbanda, integre no seu panteão como figuras poderosas, personagens como os Pretos Velhos, os Zé Pelintras e os caboclos, respectivamente negros e índios.

2. Esse estilo de relacionamento racial fundado na inclusão promove o reconhecimento da graduação, o que origina um cálculo complexo da determinação étnica do Brasil. Provavelmente pelos fatos de que a experiência com o escravo foi universal, permeando todos os grupos sociais; que os negros formavam uma quase maioria da população, gerando uma inevitável consciência de que todos se ligavam pela cor da pele e de que saíamos gradualmente do regime de trabalho escravo, transformando o escravo em cliente e em sub-cidadão, o racismo à brasileira tende a se manifestar de modo implícito, dando ou tirando negritude ou indianidade ou estrangeirice de qual quer pessoa.

Em uma palavra, tara-se, como já indicativa Oracy Nogueira, de um sistema de preconceito no qual o contexto é determinante. Assim, se fulano deixa de atuar de acordo com esse código implícito, ele poderá ser "enegrecido" ou "acaboclado". Desse modo, um pessoa pode ser alvo de muitas classificações raciais, que gera uma notável insegurança classificatória, insegurança que, ao lado da importância da casa como entidade social básica, engendrou uma enorme intimidade entre grupos etnicamente diversos.

Tudo isso, provavelmente, inibiu a segregação espacial dos grupos sociais por meio do critério racial ou da origem nacional, como é o caso dos Estados Unidos. Houve também a inibição da implementação da ideologia racial no plano legal. E, ainda, a criação de grupo de militância anti-negros, anti-judeus, anti-italianos, anti-hispânicos, etc. - grupos que se fundaram no ódio racial implementado como um estilo freqüente de lidar com as diferenças, como é o caso da Ku-Klux-Klan, no Estados Unidos.

Assim, embora exista preconceito no Brasil, não existe entre nós um sistema de segregação ou de separação racial implementada e legitimado por leis escritas. A demais, o sistema, coerentemente, gerou uma ideologia de mistura e ambigüidade - na figura da mulata e do mulato, por exemplo, e nas regiões populares, que se constituem em um elemento integrador de todo sistema, valorizando mais a confissão humana - sofrimento, culpa, pecado, caridade, amor, etc. - como explicadores da situação social de cada um mais do que a própria raça, como ocorre nos Estados Unidos.

A mim, parece-me complicado equacionar os dois sistemas, ignorando suas diferenças básicas: o fato de que, nos Estados Unidos, há uma precisão classificatória que é coerente com a orientação geral do sistema; e que, no Brasil, há o reconhecimento social e simbólico do intermediário, que gera uma alta indeterminação étnica. Vale acrescentar, ademais, que cada um desses sistemas tem suas vantagens e desvantagens, e cada qual deve encontrar " saídas" diferenciadas para o estabelecimento de uma maior igualdade de oportunidade para seus membros. No caso americano, deve estar precavido contra o sectarismo; no brasileiro, contra uma acomodação que, propositadamente, troca reconhecimento da mestiçagem como ausência de preconceito e, no limite da segregação de oportunidades.

Será, pois, a partir desses constatações que se deve discutir o sistema racial brasileiro. Um sistema, repito, que tanto se funda na paradoxal dificuldade de classificar negros e brancos, quando se estrutura no fato de que cada categoria racial conhece o seu lugar em uma hierarquia.Legislar positivamente para tal sistema demanda apanhar a sua inteligência sociológica.
Seria tudo isso um empecilho à ação afirmativa, à democracia ou à igualdade de oportunidades ? Claro que não! Mas seria preciso levar em conta o seguinte :

1. Que ação afirmativa seja concebida a partir do sistema e considere a origem e o fato de que o nosso sistema é gradativo e, mais que isso,contextual e relativamente eletivo.Pessoas ficam "brancas" ou "negras" de acordo com suas atitudes, sucesso e, sobretudo, relacionamentos.

2. Que se deve ter em conta as dificuldades do programa de "ação afirmativa" dentro da realidade americana como, aliais, alguns dos participantes do seminário chamaram a atenção. Do mesmo modo que a "mulataria" não acabou com o nosso preconceito, a "ação afirmativa" também não liquidou o lado negativo das relações raciais nos Estados Unidos. Ao contrário, ela a tem reforçado, embora tenha provocado maior participação de negros em certas instituições e ambientes daquela sociedade.

3. Finalmente, cabe considerar se mudar a lei seria realmente o ponto mais importante, sobretudo em um país onde as leis mudam com mais facilidade que práticas sociais.
Nesse sentido, caberia perguntar se, ao lado dessa discussão jurídica,não se deveria aprofundar o seguinte:

1 .Realizar uma campanha nacional, utilizando sobretudo a televisão, na qual os brasileiros se vissem confrontados com os seus mecanismos implícitos de exclusão racial.Nesse tipo de campanha, valeria a pena valorizar figuras de negros historicamente importantes, ressaltando o lado étnico e, também, denunciando as mil formas de hipocrisia pelas quais a discriminação se exerce no Brasil.

2. Ressaltar o fato de que a idéia de que temos uma "democracia racial" é algo respeitável. Quanto mais ou seja, porque, apesar do nosso tenebroso passando escravocrata, saímos do escravismo com um sistema de preconceito, é certo, mas sem as famosas " Leis Jim Crow " americanas, que implementavam e, pior que isso, legitimavam o racismo, por meio da segregação no campo legal.

Não se trata - convém enfatizar para evitar mal entendidos - de utilizar a expressão no seu sentido mistificador, mas de resgatá-la como um patrimônio que seja capaz de fazer com que o Brasil - nação, honrando com seu comprometimento igualitário, possa resgatar a sua imensa divida com esses negros que tiveram o mais passado fardo na construção do Brasil - sociedade.



http://www.geledes.org.br/afrobrasileiros-e-suas-lutas/racismo-a-brasileira-roberto-da-matta


Danilo Gentili será investigado por possível crime de racismo

Danilo Gentili será investigado por possível crime de racismo



Danilo Gentili será investigado pelo Ministério Público por piada no Twitter

O humorista Danilo Gentili, do programa "CQC" da TV Band, será investigado pelo Ministério Público de São Paulo por possível crime de racismo. De acordo com a coluna Zapping, assinada por Alberto Pereira Jr., ele publicou uma piada em seu perfil do Twitter na noite de sábado, 25, que gerou repercussão. Gentilli escreveu: "Agora no TeleCine KingKong, um macaco que depois q vai para a cidade e fica famoso pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"
Minutos depois, ele voltou a escrever no perfil tentando justificar a brincadeira: "Alguém pode me dar uma explicação razoável porque posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa mas nunca um negro de macaco?". Não satisfeito, Gentili, continuou se justificando: "Reparem: na piada do KingKong nao disse a cor do jogador. Disse que loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeca de vocês que tem preconceito, hein".

No domingo, Gentili voltou ao Twitter para postar uma foto e comentou: "Obrigado, pessoal. Vocês conseguiram me prender igual a um macaco por denúncias de racismo."

Ainda indignado com tudo o que está acontecendo, Gentili preferiu usar um espaço maior, além dos 140 caracteres oferecidos pelo Twitter, para continuar o assunto. Em seu blog, o repórter do CQC falou sobre a diferença de raças para explicar o seu ponto de vista sobre o assunto.

"Se você me disser que é da raça negra preciso dizer que você tambem é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra. Pois se todas raças são iguais então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?", diz o humorista em seu blog. Leia texto na íntegra.

Segundo a coluna, Gentili afirmou que pediria perdão a qualquer pessoa que se ofendeu sobre qualquer assunto que ele já tenha falado, mas declarou que não apagará nenhuma mensagem no seu Twitter, já que foi o que realmente ele disse.


http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/danilo-gentili-sera

Cabelo afro em alta

Cabelo afro em alta

Agência Estado

São Paulo, 30 (AE) - Nos anos 70, o black power carapinha e redondo, adotado pela ativista negra Angela Davis, era componente forte de sua personalidade e tinha uma conotação mais política do que estética. Da militância negra para o pop, o cabelo armado coroou os irmãos do grupo musical Jackson Five e, hoje, modelos, atrizes e cantoras resgatam o look, como a atriz Halle Berry, a cantora Macy Gray (atualmente com o cabelo liso e curtinho) e a baixista acústica Esperanza Sparling. Por aqui, só para citar alguns exemplos, as cantoras Elza Soares e Negra Li lançam moda e desfilam cheias de charme com seus Blacks.

Com um corpinho de dar inveja, pernas à la Tina Turner (o truque é uma meia finíssima de seda cor da pele) e cabelão black vermelho arrepiado, a cantora Elza Soares lança moda entre as mais jovens. O figurino é moderno, assim como o cabelo e a maquiagem. Ela se cuida muito, mas lembra que o DNA também ajuda.

Falando ao telefone com a reportagem no começo da tarde de um sábado, conta que, na véspera, tinha participado de um evento cultural no Rio. O segredo de tanta vitalidade? "Além da alimentação, tenho um personal há anos, desde a época em que malhar não estava em evidência como agora." Quanto ao black power, a coautoria do look é do produtor Gringo Cardia:

- Por ocasião do lançamento do CD "Do Cóccix até o Pescoço", em 2002, estava em Londres quando vi numa vitrine uma calça boca-de-sino e uma peruca black power, visual igual ao que usava em 70. Gringo, que também estava lá, disse que eu devia retomar o cabelo, e foi assim que voltei ao black bem selvagem.

Para dar volume, usa megahair, tintura vermelha e, quando acha que o cabelo está danificado pela química, raspa tudo para que volte a crescer com força. Assume o consumismo quando o assunto é beleza: "Não posso ver um creme, cara! Quando vou para Londres, Itália, Paris, encontro muitos produtos para pele e cabelos negros."

Basta dar um giro pelo Google para conferir os looks da cantora Negra Li. Já usou tranças, depois, em 2007, desfilou irreconhecível com cabelos longos e ondulados - como as cantoras norte-americanas do hip-hop - e nos dias atuais investe no black power. "Gosto de variar. Quando alisei e tingi de mel, curti muito. O liso é o desejo de muitas mulheres, negras ou brancas."

Mas engana-se quem pensa que o black power, a cargo do profissional Wagner Moraes, não dá trabalho: "Além do corte, que deve ser feito de maneira certa, é preciso alguns cuidados. Como meus cabelos são muito finos e os fios se quebram com facilidade, lavo duas vezes por semana. Uso um creme sem enxágue e passo um gel, que o deixa jeitoso por até dois dias." Para enfeitar e variar o penteado, a cantora usa e abusa dos grampos. Mudar de cor, por enquanto, nem pensar. Grávida, a cantora quer dar um tempo da química contida nas colorações.

Com as madeixas literalmente incandescentes, Deborah Rissato, que atua na área de atendimento ao cliente, chama atenção por onde passa. Estilosa, a ruiva de cabelo encaracolado e volumoso conta que já chegou a usá-lo comprido, até a cintura. Na contramão dos fios escorridos, não pensa em mudanças: "Acho que o liso não cai bem para o meu formato de rosto, que é fino." O único "drama" é o corte, que, segundo ela, requer habilidade, pois não pode ser geométrico, mas sim acompanhando o movimento dos fios.

Deborah lava a cabeça todos os dias com xampu sem sal, passa condicionador, musse para ativar os cachos e usa um difusor na secagem, que ajuda a modelar. Vaidosa assumida, não sai de casa sem maquiagem. Blush, delineador e sombras, que vão do verde ao prata, não faltam em sua nécessaire.

Conciliar vida pessoal e a imagem profissional é um desafio para quem trabalha na frente das câmeras, como lembra Adriana Couto, uma das apresentadoras do Jornal da Cultura, da TV Cultura, em São Paulo. Com olhos grandes, sorriso largo e um black bem comportado, em tons de caramelo claro, conta que já experimentou vários looks. Avessa a patrulhamentos, lembra que o cabelo étnico alisado - por vezes alvo de críticas - nada mais é do que uma conquista da mulher negra: "Quero ter a liberdade de escolher o liso ou o crespo!", comenta, apontando o leque de possibilidades que a estética moderna oferece nos salões e prateleiras.

Adriana já cortou o cabelo bem curtinho, no estilo da cantora Grace Jones. Depois usou tranças, o que exigia manutenção de dois em dois meses. "Hoje faço permanente afro com a especialista Solange Dias. Como meus cabelos são bem crespos, o tratamento dá movimento aos cachos." Consumista assumida, mescla produtos nacionais e importados, como xampus, cremes, ativador de cachos e musse.

A designer de joias e cantora carioca Yara Figueiredo conta que, desde menina, dormia de touca para alisar os cachos: "Quando chovia, encrespava na frente, era um desastre." Se isso causava algum tipo de complexo? "Imagine só: não tinha peito, não tinha bunda, usava óculos e o cabelo não era liso. Até que uma amiga europeia, que assumia o crespo numa boa, virou uma referência na minha vida. Devia colocar um busto dessa mulher lá em casa! Depois que percebi que era escrava da escova e de uma mentira, me libertei."

Hoje, adepta do extravolume, economiza tempo e dinheiro: "Lavo o cabelo com um xampu de R$ 6,00, seco com difusor, passo um leave in e estou pronta." Segundo Yara, o uso de química e outros procedimentos para alisar o cabelo acabam danificando os fios e, o pior, padroniza as mulheres: "Parece um exército de alisadas. Ficou uma coisa muito suburbana, dá para ver que não é natural", alfineta.

Para mudar o visual, costuma usar flores naturais ou de crochê, e joias delicadas de design. Vaidosa, adora se produzir: "Fiz uma apresentação de 45 dias no Líbano e não repeti uma só vez os cabelos e a maquiagem. Gosto de me montar, acho que é uma celebração à vida. Sou o travesti que deu certo", diz, aos risos.

Além do estilo, o que leva muitas mulheres a assumirem os cachos é a praticidade, como fala a professora de inglês Alessandra dos Santos Francisco, que, dos 10 anos aos atuais 34, passou química nos cabelos para tê-los lisos. "De três em três meses, religiosamente, tinha de ir ao salão para fazer um tratamento conhecido como ´desondulação. Como o cabelo era comprido, tingido e com mechas, gastava muito com produtos específicos. Optei por cortar, e o processo todo, do liso ao natural, durou cinco meses", conta.

Hoje, feliz da vida, acorda, toma banho e, no máximo, passa um silicone nos fios, ajeitando-os com as mãos. "Antes levava 45 minutos só para arrumar o cabelo, hoje, gasto uns cinco." Para mudar o look, 30abusa das flores e faixas.


http://www.abril.com.br/noticias/comportamento/cabelo-afro-alta-475487.shtml

30/07/2009 11.14.09



ENCONTRO DE RELIGIOSOS NEGROS SOBRE QUILOMBOLAS






Registro, 30 jul (RV) - Realiza-se em Registro (SP), a 21ª Assembleia de Padres, Bispos e Diáconos Negros.

O encontro é promovido pelo Instituto Mariama (articulação de bispos, padres e diáconos negros) e abertura do mesmo foi realizada, na última terça-feira, na Catedral São Francisco Xavier com a celebração eucarística presidida pelo bispo de Bagé, Dom Gílio Felício.

A procuradora da Fundação Palmares, doutora Dora Lucia fez uma palestra sobre o tema "Negros e legalidade na historia do Brasil". A doutora lembrou aos participantes que as leis brasileiras elaboradas desde o tempo do Brasil Império foram prejudiciais à população negra.

"A lei que proibia o tráfico negreiro, a lei sexagenária e do ventre livre, apesar do aparente aspecto benéfico para os negros, traziam em seus artigos algumas condições que se revelaram prejudiciais para a população negra. Normalmente temos uma leitura superficial destas leis e não nos damos conta de seu aspecto pernicioso à população negra da época" - afirmou Dora.

Sobre a população quilombola e as questões legais, a procuradora afirmou que passado um século de história, ainda é desconhecida a existência de territórios Quilombolas.

Segundo os participantes da Assembleia, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Palmares tem se empenhado no reconhecimento, demarcação e titulação das terras quilombolas. Foi realizado um debate e troca de informações entre os participantes sobre como apoiar a luta das populações quilombolas.

Além disso, outro debate foi realizado com os representantes do Centro de Apoio a Populações Marginalizadas (CEAP), do Rio de Janeiro, sobre o combate a intolerância religiosa. Os padres e bispos foram convidados a participar da segunda caminhada em defesa da liberdade religiosa marcada para o dia 20 de setembro próximo, no Rio de Janeiro.

Está previsto para hoje uma visita dos padres e bispos ao Quilombo de Ivaporunduva, na cidade de Registro. Nesta visita os participantes ouvirão a população e celebrarão a eucaristia com a comunidade local.

O encontro se concluirá amanhã com a eleição e posse da nova diretoria do Instituto Mariama. (MJ)

http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=306165

OAB-RJ IRÁ DISCUTIR RACISMO E POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS.

OAB-RJ IRÁ DISCUTIR RACISMO E POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS.
Após uma reunião realizada entre o presidente da OAB-RJ com os advogados Marcelo Dias e Antônio Mário - ambos militantes do MNU-RJ - e Rogério Costa sobre a ausência da entidade na luta contra o racismo e em defesa das cotas nas universidades , o presidente se comprometeu a abrir este debate na OAB-RJ e também se comprometeu a defender junto ao colegiado da mesma a nossa proposta de criarmos uma comissão específica de combate ao racismo e em defesa das políticas afirmativas a exemplo da entidade em São Paulo.
Ficou agendada uma reunião ampliada a todas ( os ) interessadas ( os ) para o dia 05 / 08 / 09 ( quarta-feira ) as 17hs no plenário do 9º andar na própria sede da OAB.
Contamos com a presença de todas e todos.
Marcelo Dias.
Antonio Mário ( Toninho ).Discriminação
Rogério Costa.

EBONY ENGLISH CURSO DE INGLÊS COM CULTURA NEGRA

EBONY ENGLISH CURSO DE INGLÊS COM CULTURA NEGRA

O Ebony English está com inscrições abertas para curso de inglês voltado para afrodescendentes e demais jovens de outras etnias que se interessam pela cultura negra. O Ebony tem como proposta proporcionar o aprendizado da língua inglesa, com um custo popular e conteúdo diferenciado, que envolve vários aspectos da cultura negra.

O Ebony English foi totalmente construído de forma a dotar os alunos de pleno domínio da língua inglesa, mas também de abastecê-los com o conhecimento da cultura africana existente no Brasil, e em especial, da cultura africana dos países que possuem comunidades afrodescendentes nas Américas Central e do Norte, Europa e Oceania que falam inglês, além dos países africanos anglófonos.

O material didático escolhido pelo Ebony English aborda os aspectos culturais mais relevantes dos países de língua inglesa, apresenta tarefas que contemplam habilidades de comunicação integradas, e que também promovem o trabalho com estratégias referentes a cada uma dessas habilidades, de modo que os alunos obtenham maior produtividade no momento do entendimento e uso efetivo do idioma. O material ainda apresenta uma gramática de forma contextualizada e claramente sistematizada, o que encoraja os alunos a investigarem a estrutura do idioma com maior grau de autonomia e prática no dia a dia.

Aprender inglês, com cultura negra é um diferencial que, em cada aula do Ebony English se mostra mais interessante, pois ao se promover o conhecimento da cultura africana, é possível fomentar a diversidade cultural, ampliar a consciência da população, combater a discriminação e valorizar a cultura de matriz africana espalhada pelo mundo.

O curso Ebony English foi preparado para ser aplicado em 4 módulos diferentes:

Ebony Máster - realizado em 3 meses e indicado para pessoas que já tem um nível avançado de inglês e desejam focá-lo para um aspecto especifico como, por exemplo, na profissão;

Ebony Sênior - com duração de 6 meses para pessoas que têm um nível avançado e desejam aplicar o ensino em testes de proficiências como TOEFL - Test of English as a Foreign Language ou Teste de Inglês como uma Língua Estrangeira, um exame que tem o objetivo de avaliar o potencial individual de falar e entender o inglês americano em nível acadêmico;

Ebony Junior - aplicado em 12 meses é indicado para aqueles que desejam aprimorar a comunicação em inglês para viagens e reuniões;

Ebony Basic - este curso acontece em 18 meses e é voltado para iniciantes.

As aulas acontecem aos sábados no período da manhã ou da tarde e também durante a semana. A mensalidade custa R$ 120,00. O Ebony English está localizado na Avenida São João, 313 - 11º andar., São Paulo.
Mais informações através do telefone (11) 3337-3187

Obama faz 'cúpula da cerveja' na Casa Branca

30/07/09 - 19h30 - Atualizado em 30/07/09 - 21h04

Obama faz 'cúpula da cerveja' na Casa Branca

Presidente recebeu professor de Harvard e policial que o prendeu.
Objetivo era 'resfriar' a polêmica racial que se seguiu à prisão.

Do G1, com agências internacionais

O presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu nesta quinta-feira (30) para uma "cervejada" na Casa Branca o professor Henry Louis Gates Jr., de Harvard, e o policial James Crowley, pivôs de uma polêmica racial que envolveu até o democrata.

O caso começou no dia 16, quando o professor foi preso em sua casa em Massachusetts e acusou o policial que efetuou a prisão de racismo. Questionado sobre a prisão, Obama disse no dia 22 que a polícia havia "agido estupidamente no caso", o que esquentou o debate. Para tentar encerrar a controvérsia, Obama convidou os envolvidos para "tomar uma cerveja" em Washington.

O encontro, sob uma magnólia nos jardins da Casa Branca, durou poucos minutos. Obama, só de camisa, foi acompanhado também pelo vice-presidente, Joe Biden.

AFP/AFP

O presidente dos EUA, Barack Obama, conversa nesta quinta-feira (30) com o policial James Crowley (segundo a partir da direita), o professor Henry Louis Gates Jr (segundo a partir da esquerda) e o vice-presidente Joe Biden durante o que a imprensa americana está chamando de 'cúpula da cerveja' nos jardins da Casa Branca. (Foto: AFP)

AFP/AFP

O democrata convocou a reunião para 'esfriar os ânimos' da controvérsia racial que se seguiu à prisão do professor. (Foto: AFP)

AFP/AFP

Antes do encontro, Obama disse que não se tratava de uma 'cúpula', mas apenas de um encontro informal. (Foto: AP)

A imprensa foi mantida à distância, e não foi possível ouvir o conteúdo da conversa. Os repórteres só puderam ver cerca de dois minutos do encontro antes de serem retirados.

Crowley e Gates pareciam mais formais que Obama e Biden. O presidente "atacou" os salgadinhos e chegou a dar risadas.

Antes da "happy hour", Obama "reduziu as expectativas" e rebateu o uso da expressão "cúpula da cerveja", feito pela mídia.

"São só três caras tomando um drinque no fim do dia e dando chance para que um ouça o outro", disse. "É só isso. Não é um seminário na universidade."


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1249363-5602,00-OBAMA+FAZ+CUPULA+DA+CERVEJA+NA+CASA+BRANCA.html

quinta-feira, 30 de julho de 2009

REUNIÃO DE APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ATUAÇÃO DA ANTAB E DO CGTNAB NA CIDADE DE ITÚ E REGIÃO

REUNIÃO DE APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ATUAÇÃO DA ANTAB E DO CGTNAB NA CIDADE DE ITÚ E REGIÃO

Pauta:-

* Participação do municipio na Feira Beauty Fair com delegação formada por empreendedores afro étnicos da cidade e região;

* Elaboração do evento de Cerimonia de Oficialização das Trançadeiras e Cabeleireiros Étnicos da Região de Itú;

* Discussão da Matriz Situacional do Segmento Étnico na região e a criação de roteiros afro-étnicos regionalizados;

* Atrativos turisticos da região de Itú que podem ser destacados como referência no estado de São Paulo;

* Eventos afro étnicos que serão inclusos no calendário internacional do Ministério das Relações Exteriores;


Local:- Sede da Escola de Samba Mocidade Independente de Itu
Av. dos Esportes, 321 - Pq. Industrial - ITÚ


Informações:- (11) 8719-6788 ou (19) 9685-5641
www.assocnacionalafro@yahoo.com.br ou expoafrobrazil@gmail.com


Direção e Coordenação:- Francisco Henrique

STF recebe parecer favorável ao sistema de cotas raciais em vestibular da Universidade de Brasília

Notícias STF

Quarta-feira, 29 de Julho de 2009
STF recebe parecer favorável ao sistema de cotas raciais em vestibular da Universidade de Brasília

Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria Geral da República (PGR) manifestou-se pelo indeferimento da medida cautelar proposta pelos Democratas (DEM) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186. A ação questiona o sistema de cotas raciais instituído pelas universidades públicas, especificamente pela Universidade de Brasília.

O procurador-geral, Roberto Gurgel, entendeu que a liminar deve ser negada porque ausente a plausibilidade das alegações apresentadas na petição inicial. Ele examinou a questão da "fumaça do bom direito", tendo em vista a constitucionalidade das políticas de ação afirmativa questionadas.

Gurgel também considerou haver perigo na demora do julgamento, mas de modo inverso. Isso porque ressaltou que a concessão da cautelar “não apenas atingiria um amplo universo de estudantes negros, em sua maioria carentes, privando-os do acesso à universidade, como também geraria graves efeitos sobre as políticas de ação afirmativa de corte racial promovidas por inúmeras outras universidades espalhadas por todo o país”.

Segundo ele, a própria Constituição Federal consagrou expressamente políticas de ação afirmativa “em favor de segmentos sociais em situação de maior vulnerabilidade”. O procurador exemplificou citando que a CF prevê incentivos específicos para proteção da mulher no mercado de trabalho, além de estabelecer reserva percentual dos cargos e empregos públicos para pessoas portadoras de deficiência.

Roberto Gurgel destacou que “apesar de condenado socialmente, o racismo continua marcante nas relações sociais travadas no Brasil” e, por muitas vezes, ocorre de forma velada e cordial. “Tratar as pessoas como iguais pressupõe muitas vezes favorecer, através de políticas públicas àquelas em situação de maior vulnerabilidade social”, disse.

Para ele, um argumento essencial nessa questão é o da justiça distributiva, uma vez que a exclusão do negro na sociedade justifica medidas que o favoreçam “e que ensejem uma distribuição mais igualitária de bens escassos, como são as vagas em uma universidade pública, visando à formação de uma sociedade mais justa. “Esse argumento não tem em vista o passado, como o da justiça compensatória, mas sim a construção de um futuro mais equitativo”, completou Gurgel, ressaltando que outra justificativa importante para a ação afirmativa no ensino superior é a promoção do pluralismo.

De acordo com o procurador, as políticas de ação afirmativa baseadas em critérios raciais no ensino superior “também são positivas na medida em que quebram estereótipos negativos, que definem a pessoa negra como predestinada a exercer papéis subalternos na sociedade”.

Por fim, revelou que, atualmente, 35 instituições públicas de ensino superior adotam políticas de ação afirmativa para negros, sendo que 32 delas prevêem mecanismo de quotas e outras 3 adotam sistema de pontuação adicional para negros. Além disso, há também 37 universidades públicas com vagas reservadas para indígenas.

EC/IC



http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=111219


PGR dá parecer contrário à ação do Democratas que questiona cotas raciais da UnB


29 de Julho de 2009 - 20h34 - Última modificação em 29 de Julho de 2009 - 20h33


PGR dá parecer contrário à ação do Democratas que questiona cotas raciais da UnB

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil

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Brasília - Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se pela rejeição da ação ajuizada pelo partido Democratas (DEM) que questiona o sistema de cotas raciais instituído pela Universidade de Brasília (UnB).

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a própria Constituição Federal consagrou expressamente as políticas de ação afirmativa “em favor de segmentos sociais em situação de maior vulnerabilidade”. Gurgel ressaltou ainda que o racismo continua marcante nas relações sociais brasileiras. A exclusão do negro na sociedade justificaria as medidas que o favorecem.

“Tratar as pessoas como iguais pressupõe muitas vezes favorecer, através de políticas públicas àquelas em situação de maior vulnerabilidade social”, afirmou Gurgel. “Esse argumento não tem em vista o passado, como o da justiça compensatória, mas sim a construção de um futuro mais equitativo”, acrescentou.

No parecer, Gurgel citou que 35 instituições públicas de ensino superior no Brasil adotam políticas de ação afirmativa para negros, sendo que 32 delas prevêem mecanismo de cotas e outras três adotam sistema de pontuação adicional para negros. Tais políticas no ensino superior, para o procurador, “quebram estereótipos negativos que definem a pessoa negra como predestinada a exercer papéis subalternos na sociedade”.

O procurador-geral ainda ressaltou que a eventual concessão do pedido do DEM pelo STF “atingiria um amplo universo de estudantes negros, em sua maioria carentes, privando-os do acesso à universidade”, além de gerar graves efeitos sobre as políticas de ação afirmativa promovidas por outras universidades.

Na ação ajuizada no último dia 21, os advogados do DEM alegaram que o sistema de cotas raciais da UnB viola diversos preceitos fundamentais fixados pela Constituição de 1988, como a dignidade da pessoa humana, o preconceito de cor e a discriminação, supostamente afetando o próprio combate ao racismo.

Edição: Lílian Beraldo


http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/07/29/materia.2009-07-29.9785221952/view


quarta-feira, 29 de julho de 2009

CURSO AVANÇADO EM ESTUDOS ÉTNICOS E RACIAIS - TEMA: CORPO,PODER E IDENTIDADE

De 3 a 21 de agosto 2009

CURSO AVANÇADO EM ESTUDOS ÉTNICOS E RACIAIS
TEMA: CORPO,PODER E IDENTIDADE

Inscrições:
Fábrica de Idéias
Tel: (71) 3322-6813
E-mail: fabrica@ufba.br


Horário: 3 agosto 2009 às 18:00 a 17 agosto 2009 às 19:00
Local: Auditório do Colégio Central – Avenida Joana Angélica. Centro - Salvador (Bahia) e no Auditório Milton Santos – CEAO, Largo 2 de Julho/ Centro. Salvador (Bahia)
Organizado por: Fábrica de Idéias - Centro de Estudos Afro-Orientais/UFBA

Descrição do evento:
XII FÁBRICA DE IDÉIAS 2009
CURSO AVANÇADO INTERNACIONAL EM ESTUDOS ÉTNICOS RACIAIS

Corpo, poder e identidade
AULAS PÚBLICAS


Feminismo Negro
Profª. Drª ANGELA DAVIS
(University of Califórnia at Santa Cruz)
Segunda, 3 de agosto, 18:00hs
Auditório do Colégio Central – Avenida Joana Angélica


O corpo da mulher africana como objeto de curiosidade
Profª. Drª. PATRICIA HAYES
(University of the Western Cape)
Sexta, 7 de agosto, 18:00hs
Auditório Milton Santos – CEAO, Largo 2 de Julho/ Centro


Corpo e identidade
Prof. Dr. YUSSUF ADAM
(Univ. Eduardo Mondlane)
Segunda, 10 de agosto, 18:00hs
Auditório Milton Santos – CEAO, Largo 2 de Julho/ Centro


Ciências sócio-históricas e corpo africano
Prof. Dr. YUSSUF ADAM
(Univ. Eduardo Mondlane)
Segunda, 17 de agosto, 18:00hs
Auditório Milton Santos – CEAO, Largo 2 de Julho/ Centro


Informações e inscrições:
Fábrica de Idéias
Largo Dois de Julho, Centro
CEP: 40025-010/ Salvador. Bahia. Brasil
Tel: (71) 3322-6813
www.fabricadeideias.ufba.br
E-mail: fabrica@ufba.br

Powell elogia trabalho de Hillary Clinton como secretária de Estado dos EUA

29/07/09 - 00h56 - Atualizado em 29/07/09 - 00h55

Powell elogia trabalho de Hillary Clinton como secretária de Estado dos EUA

Da EFE


Washington, 28 jul (EFE).- O ex-secretário de Estado americano Colin Powell elogiou o trabalho realizado pela atual ocupante do cargo, Hillary Clinton, em particular seus esforços para resolver os problemas com a Coreia do Norte, em entrevista concedida ao programa "Larry King Live", da rede de televisão "CNN", divulgada hoje.


O ex-chefe da diplomacia americana disse que Hillary está manejando "adequadamente" as relações com Coreia do Norte ao insistir em que o diálogo com Pyongyang se limite às negociações de seis lados nas quais participam Estados Unidos, China, Japão, Rússia e as duas Coreias.


Segundo Powell, os norte-coreanos são os mais duros negociadores que conheceu e Hillary parece estar "nos moldes de quase todos os secretários (de Estado) que conheci".


O primeiro secretário de Estado afro-americano revelou que chorou de alegria quando Barack Obama venceu as eleições do ano passado e se tornou o primeiro presidente negro dos EUA.


"Havia gente que dizia que era algo que os EUA não fariam. Mas ele conseguiu", disse.


Utilizando termos militares, Powell aconselhou Obama a estabelecer suas prioridades e se centrar nos problemas de maneira individual e não em conjunto.


"É preciso ter um ataque principal, como dizem os militares. Não adianta ter uma dúzia de ataques, porque um acaba diminuindo sua própria energia e a de suas tropas", manifestou.


Durante a entrevista de uma hora, Powell também falou do futuro de seu Partido Republicano, que depois das eleições de novembro passado perdeu a Casa Branca e a maioria no Congresso frente ao Partido Democrata de Obama.


O ex-secretário de Estado alertou que seu partido deve mudar se não quer se resignar a ocupar de maneira permanente um lugar na oposição a um Governo democrata.


Além disso, Powell lembrou que os republicanos perderam em todas as fatias da população americana e que já não podem enfocar somente em suas bases conservadoras.


Powell, que chegou a ser considerado como provável candidato presidencial republicano, assinalou que o partido terá agora que buscar os moderados e os independentes do país.


Grande parte da entrevista foi dedicada ao incidente ocorrido neste mês envolvendo o acadêmico negro Henry Louis Gates, detido por policiais brancos em Massachusetts, em ação que chamou a atenção por suas conotações raciais.


Gates foi detido em sua própria casa por policiais que respondiam a uma ligação de emergência que denunciava um suposto assalto à residência. Após se negar a sair de sua casa, o acadêmico foi detido e algemado pelos policiais. Ele foi detido por perturbar a ordem, em acusação depois retirada.


"Creio que Gates deveria ter esperado um pouco, conversar com o policial e isto teria sido o fim do incidente", opinou Powell, ao acrescentar que já foi vítima de atitudes racistas.


"Não há nenhum negro neste país que não tenha sido exposto a este tipo de situação", disse Powell, para quem a melhor atitude nesses casos é manter a calma e não permitir que a raiva piore a situação.

EFE


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1246630-5602,00-POWELL+ELOGIA+TRABALHO+DE+HILLARY+CLINTON+COMO+SECRETARIA+DE+ESTADO+DOS+EUA.html

De La Peña: a coisa ficou afrodescendente para o humor negro



28 DE JULHO DE 2009 - 18h17

De La Peña: a coisa ficou afrodescendente para o humor negro


“King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?” Tomei conhecimento desta piada feita pelo Danilo Gentili através do twitter. Admiro o trabalho do humorista, acompanho a atualização do seu twitter, fiz questão de assistir seu stand up quando esteve no Rio e ri muito, assim como curto suas matérias no CQC. Enquanto representante do humor negro, black ou afrodescendente, resolvi pôr a mão nessa cumbuca quente.

Por Hélio De La Peña, em seu blog



É um tema que provoca discussões passionais. Há os que querem condenar quem faz piada com preto, há os que querem condenar quem reage a uma piada com preto. Sou contra proibir piadas, mas acho que a reação a elas deve ser encarada com naturalidade.

Não tenho problemas com piadas de qualquer natureza, desde que elas sejam engraçadas. Não foi o caso. Quando a piada é boa, não cria constrangimento. E as explicações patinam, não esclarecem nada. No caso, ela me incomodou porque faz um paralelo do gorila com um jogador. Mas não qualquer jogador e sim um jogador preto. Afinal, a graça estaria aí. Ninguém comenta ou faz piada se um jogador branco pega uma loura. O estereótipo com o qual nós, humoristas, trabalhamos com frequência é a do jogador negro (ou pagodeiro negro) que subiu de vida e, como tem grana, consegue pegar uma lourinha. O argumento de que não foi citada a cor do jogador é furado.

Danilo publicou um texto no seu blog sobre o assunto. Ali argumenta que quem chama um preto de macaco é crucificado. E afirma que “eu mesmo cresci ouvindo que sou uma girafa”. E que muitos gordos são apelidados de “baleia”ou “elefante”. O problema é que ninguém parado numa blitz foi xingado de girafa pelos canas. Também não ouvi falar de um porteiro que tenha dito a um gordo: “Sobe pelo elevador de serviço, baleia.” Associar o homem preto a um macaco não é novidade no anedotário e causa desconforto aos homens pretos.

Se alguma vez você sofreu discriminação racial, sabe o quanto isso é desagradável. Esta é a razão deste tipo de piada bater na trave. Isso não significa que eu seja a favor de cotas raciais — sou contra, prefiro um ensino de qualidade para todos. Também não sou militante da causa negra. Sou militante da mistureba geral das etnias. A fúria do “politicamente correto” é fruto de fanatismo. Mas democracia é o direito de se manifestar contra ou favor do que quer que seja, inclusive de uma piada.

Acho exagero imolar o humorista em praça pública. Processo é bobagem. Danilo não apontou o dedo na cara de nenhum preto e disse “olha aqui, seu macaco.” Ele fez uma piada, quem não gostou expôs sua opinião. Eu não gostei. E só.


http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=60463


Pardos e negros enfrentam maior jornada de trabalho, diz Ipea

29/07/09 - 10h35 - Atualizado em 29/07/09 - 10h37

Pardos e negros enfrentam maior jornada de trabalho, diz Ipea

Escolaridade também afeta tempo médio de serviço.
Setor de transportes registra a maior quantidade de horas trabalhadas.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília


Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a população parda no Brasil é a que passa mais tempo no trabalho, em média 41 horas semanais. Na sequencia, estão os negros, que trabalham em média 40,1 horas por semana.

O levantamento teve como principal fonte de informações dados colhidos entre 1988 e 2007 pela Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (PNAD), produzida pelo IBGE. Segundo o Ipea, a carga horária média semanal dos trabalhadores brasileiros caiu 10,7%, de 44,1 para 39,4 horas.


De acordo com números de 2007, os brasileiros de cor branca trabalham em média 39,7 horas semanais, enquanto os de cor amarela passam 38,5 horas por semana no trabalho.

O levantamento mostra ainda que a carga horária das mulheres é 17,6% menor que a dos homens. Atualmente, trabalhadores do sexo feminino trabalham 35,1 horas semanais, enquanto os homens passam em média 42,6 horas em serviço. Em 1988, as mulhares trabalhavam cerca de 39,5 horas e os homens, 47,4 horas.

Idade e Escolaridade

A faixa etária também influencia na jornada de trabalho, segundo o levantamento. Os trabalhadores entre 24 e 40 são os que passam mais tempo em serviço: 41,1 horas semanais. A menor carga horária está entre os maiores de 55 anos, que trabalham em média 35,4 horas por semana.

O estudo revela ainda que os brasileiros com menor escolaridade trabalham menos horas. Quem estudou até um ano passa em média 36,2 horas semanais em serviço. Em contrapartida, os que têm entre 8 e 10 anos de estudo, trabalham mais de 40 horas por semana. Trabalhadores de maior escolaridade, com mais de 11 anos de estudo, trabalham em média 39,7 horas.

Ocupação

O setor que registra a maior quantidade de horas trabalhadas é o de transportes. De acordo com o levantamento, os empregados dessa área trabalham em média 46,2 horas semanais, cerca de duas horas a mais do que o permitido por lei.

O setor de serviços industriais aparece em segundo lugar, com carga horária de 44,7 horas. Já o segmento que registrou a menor jornada semanal em 2007 foi a agricultura, com 33,6 horas semanais - uma queda de 26,3% em relação a média de trabalho dos agricultores em 1988, quando a carga era de 45,6 horas.

A pesquisa revela também que os empregadores costumam trabalhar mais horas (48,1 horas semanais). Os empregados trabalham cerca de 40,3 horas semanais. Já os não remunerados passam 28,2 horas em serviço e os autônomos, 39,5 horas.



http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1246139-9356,00-PARDOS+E+NEGROS+ENFRENTAM+MAIOR+JORNADA+DE+TRABALHO+DIZ+IPEA.html

JustificarI SEMINÁRIO NACIONAL RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS E CONTROLE SOCIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

JustificarI SEMINÁRIO NACIONAL RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS E CONTROLE SOCIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE


Nos próximos dias 19, 20 e 21 de agosto de 2009, a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde realizará o I Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Controle Social de Políticas Públicas de Saúde com a finalidade de ampliar a participação das lideranças de terreiros e do movimento negro nos mecanismos de controle social de políticas públicas de saúde e estabelecer um diálogo com os gestores das diversas áreas da saúde.


Programação
Dia 19 de agosto de 2009
14:30h - Credenciamento
17h:30h – Mesa de Abertura
18:30h – Painel 1 - Religiões Afro-Brasileiras, Cultura e Saúde

Dia 20 de agosto
08:30h - Cânticos de louvor a vida e a natureza
09:00h – Painel 2 - Os terreiros e as Políticas Públicas de Saúde
10:00h – Painel 3 - Dialogando com as Políticas Públicas de Saúde
12:30 - Almoço
14:00h – Painel 4 - Os mecanismos de controle social de políticas públicas de saúde e a participação do povo de santo no controle social
16:30h – Apresentacão Cultural
17:00h - Lanche

Dia 21 de agosto de 2009
09h – Painel 5 - Dialogando com as ações e programas de saúde
2:00h - Almoço
14:00h - Por uma agenda de saúde nos terreiros em parceria com o SUS: firmando compromissos
16:00h – Encerramento e apresentação cultural
Lanche – 16:30


I Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Controle Social de Políticas Públicas de Saúde
Local: Scorial Rio Hotel- Rua Bento Lisboa 155 - Largo do Machado - Rio de Janeiro
Apoio: SMS/RJ, Ministério da Saúde, UNIFEM, UNFPA, Fundação Cultural Palmares

terça-feira, 28 de julho de 2009

Criador do sistema de cotas da UnB diz que ação contra a política é “tapetão”


28 de Julho de 2009 - 08h17 - Última modificação em 28 de Julho de 2009 - 10h14


Criador do sistema de cotas da UnB diz que ação contra a política é “tapetão”

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

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Brasília - Para o professor José Jorge de Carvalho, que junto com a professora Rita Lauro Segatto (ambos do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília) elaborou a proposta de política afirmativa, a ação do Democratas - que pede a suspensão do sistema de cotas na UnB - “é um refrito” do Manifesto dos 113 enviado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em 30 de abril do ano passado, e assinado por um “grupo pequeno que tem acesso à mídia”. A ação, segundo ele, apresenta “argumentos frágeis”.

O antropólogo afirma que o processo de cotas é um dos mais revolucionários na universidade brasileira. "As universidades funcionaram durante 70 anos, de 1930 ao ano 2000, totalmente segregadas. Há poucos países no mundo que tem um universo tão racista quanto o nosso”, avalia. “Não que exista lei para que os negros estejam fora, mas eles estão fora [da universidade]. O racismo estrutural e o racismo institucional fazem que eles estejam fora.”

“Eles [o partido Democratas e quem assinou o Manifesto dos 113] estão dizendo que 90 universidades [onde há política afirmativa] vão ter que jogar para fora todos os estudantes que entraram e não deixarão entrar nunca mais nenhum deles?”, pergunta. “Eles estão querendo jogar na rua um contingente de mais de 20 mil estudantes”, critica José Jorge de Carvalho afirmando que a ação no STF é uma tentativa de ganhar no “tapetão”.

“O universo acadêmico brasileiro está em uma luta de incluir os negros e os indígenas que estiveram excluídos sempre. Como eles não conseguem mais influenciar na decisão sobre o processo de inclusão, no fundo eles não querem negros na universidade, eles entraram com uma ação no Judiciário”, acusa o professor.

Para o antropólogo, a crítica socioeconômica contra as cotas é falha, assim como o argumento de que a análise dos pedidos é subjetivo. “Se nós fizermos um recorte de renda as pessoas podem falsificar o comprovante de renda. Se fizermos um recorte por origem na escola pública as pessoas também podemos falsificar”, aponta.

“Toda política pública tem uma margem de erro. A comissão que analisa os cotistas é uma comissão formada por pessoas da sociedade, do movimento negro, por professores e estudantes. Ela é tão idônea como qualquer outra comissão jamais feita no Brasil”, defende José Jorge de Carvalho.

“[Se for para] Discutir a idoneidade dessa comissão tem que discutir a idoneidade de todas as comissões. Tem então que parar com o Bolsa Família para que não haja fraude no programa. A comissão existe para que haja responsabilidade na política”, argumenta.



http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/07/27/materia.2009-07-27.5477902442/view

Negro precisa ser brilhante para se destacar no meio acadêmico, diz antropólogo que motivou política de cotas


28 de Julho de 2009 - 08h36 - Última modificação em 28 de Julho de 2009 - 10h00


Negro precisa ser brilhante para se destacar no meio acadêmico, diz antropólogo que motivou política de cotas

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil





Brasília -

Em 1998 Arivaldo Lima Alves, estudante do curso de doutorado do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), foi reprovado em uma disciplina obrigatória. Em 20 anos daquele programa de pós-graduação foi o primeiro aluno a ser reprovado. Dois anos após a reprovação, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão forçou o departamento a rever a menção e Arivaldo foi aprovado.

O episódio, conhecido como “Caso Ari”, estimulou o orientador de Arivaldo, o professor José Jorge de Carvalho, a elaborar no ano seguinte a primeira proposta de cotas, embrião do atual sistema que está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal (STF) por ação do partido Democratas.

Onze anos após o episódio, Arivaldo, hoje professor adjunto de antropologia da Universidade Estadual da Bahia, elogia a política de cotas adotada pela Universidade de Brasília (UnB) em entrevista à Agência Brasil.

Agência Brasil: O que você acha da política de cotas da UnB?
Arivaldo Lima Alves:
É o primeiro programa entre as universidades públicas brasileiras que reserva vagas para negros e índios. Só por isso já tem uma grande importância. A partir do momento que a Universidade de Brasília, uma universidade pública federal, decide por adotar esse programa várias outras universidades tomam a mesma iniciativa e têm a universidade como referência. É um programa importante e que veio atender uma demanda social histórica.

ABr: A política de cotas existe há seis anos. Por que ela causa debate até hoje?
Arivaldo: Desde o final do século 19 e início do século 20, a sociedade brasileira, em especial as elites, vem elaborando um projeto de identidade nacional e de povo. Nesse projeto não cabia apontar e afirmar a identidade indígena e, muito menos, a identidade negra. Sabemos que de 1880 a 1930 o Brasil aprovou uma política imigratória que permitiu a absorção de quase 4 milhões de imigrantes brancos europeus. Em 300 anos de escravidão foi mais ou menos esse contingente de africanos que foi trazido forçadamente para o Brasil. Havia um projeto de embranquecimento. Depois disso, pouco a pouco, o país passa a se definir como nação mestiça. Na medida em que é aprovado um programa de reserva de vagas na universidade pública, no mercado de trabalho para negros e índios, esses projetos de nação são contestados. Se é afirmado que não existem apenas brancos e mestiços, mas também negros e índios é preciso levar em consideração demandas específicas. O Brasil aboliu a escravidão, mas não adotou nenhuma política pública para os ex-escravos ou para os descendentes de africanos que nos anos seguintes construíram a nação brasileira, mas não tiveram nenhum retorno material da contribuição que deram. Quando se adota um programa de cotas cria-se a possibilidade de que um segmento importante da população, cerca de 80% no caso da Bahia, exija acesso aos resultados da produção da riqueza, posições de prestígio, privilégios como participação na universidade brasileira e até postos de representação política. A Bahia nunca teve um governador negro ou Salvador teve um prefeito negro. Isso é um escândalo muito sintomático.

ABr: Como você vê o questionamento da política de cotas da UnB feita no STF pelo Democratas?
Arivaldo: Não me espanta, vejo com uma certa naturalidade. Se o Democratas, que sempre representou os interesses hegemônicos na sociedade brasileira, fosse a favor da políticas de cotas seria algo estranho. É natural que o partido reaja. Já ouvi senador democrata afirmando que o problema racial não existe entre nós. É um tipo de afirmação que contesta os dados oficiais como os do Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] e do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], que mostram que o acesso ao emprego, à educação, condições dignas de educação são diferenciados em relação a brancos e negros.

ABr: Há quem conteste as políticas de cota racial reconhecendo que a desigualdade existe mas é de classe e não de raça ou cor e, portanto, uma política de cota social seria mais objetiva, eficiente e mais justa. Esse argumento é falho?
Arivaldo: Aqueles que discordam das ações afirmativas para negros partem do princípio de que quem defende a política, como eu, acredita que exista a biologia das raças, a natureza das raças. Esse tipo de compreensão já caiu por terra desde a 2ª Guerra Mundial que exterminou judeus, negros, ciganos, homossexuais, ou seja, todos aqueles que eram considerados uma certa degeneração da humanidade. Para nós, a raça existe a partir de uma compreensão do negro socialmente. Defender cotas para negros é também defender vagas para aqueles que socialmente existem como tal. Eu não acredito que exista o negro como biologia, como raça. Mas a história social do negro nesse país, o modo como ele vive, o espaço onde ele está alocado nas grandes cidades, a representação que é feita dele nos meios de comunicação, na literatura ou no livro didático só evidencia que o negro a rigor não está em uma biologia das raças, mas é uma representação uma constituição do mesmo. Então, defender cotas para negros é defender cotas sociais.

ABr: Você acha que na universidade brasileira há racismo?
Arivaldo: Não tenho nenhuma dúvida disso. Basta ver a trajetória de alguns intelectuais negros. O Brasil tem intelectuais negros desde a primeira metade do século 20, mas se formos ver os anais da história poucos tiveram destaque. Um dos poucos que teve destaque foi o geógrafo Milton Santos, mas porque tinha um brilho excepcional e um tipo de trajetória dos negros que se destacam quando têm uma inteligência muito acima da média. Mas só se destaca um ou outro indivíduo não um grupo social como um todo.

ABr: Precisa ser brilhante?
Arivaldo: Mais do que brilhante, acima da média. Entre os brancos se destacam os brilhantes e os que não são tão brilhantes assim, mas que conseguem se adequar a uma certa expectativa ou reproduzir um certo modo de parecer ser brilhante.

ABr: Passados onze anos do episódio "Caso Ari" no Departamento de Antropologia da UnB, como avalia aquela situação?
Arivaldo: Foi uma experiência muito dolorosa que marcou minha trajetória pessoal, acadêmica e profissional. A partir dali eu redefini meu projeto pessoal e de inserção acadêmica. Essa obrigação de redefinir projetos trouxe certo desconforto. De outro ponto de vista, diria que não apenas eu, mas aqueles que estiveram do meu lado fomos vitoriosos. Uma questão que parecia ser de ordem pessoal ia ganhar a dimensão que teve e ia ter como resposta medidas que não beneficiariam diretamente a mim, mas um segmento que há séculos vem sendo abandonado e maltratado. Apesar da dor e dificuldade que eu particularmente tive, foi algo importante. Eu passei a compreender o que é a trajetória intelectual de um negro no Brasil, passei a entender de outra maneira o establishment da universidade pública brasileira e compreender como a ciência, como a antropologia, podia me ajudar a compreender a minha realidade, a minha condição de pesquisador e de cidadão.


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