terça-feira, 16 de março de 2010

GT Racismo e ESMP realizam oficinas de capacitação e sensibilização sobre racismo

Quinta-feira, 11 de março de 2010

16h35 - GT Racismo e ESMP realizam oficinas de capacitação e sensibilização sobre racismo

O Grupo de Trabalho de Combate à Discriminação Racial (GT Racismo) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Escola Superior da instituição estão programando uma série de oficinas de capacitação e sensibilização para o enfrentamento ao racismo, direcionadas aos promotores e servidores. As oficinas deverão acontecer em Triunfo nos dias 15 e 16 de abril; Garanhuns, 6 e 7 de maio; Gravatá, 20 e 21 de maio e no Recife, 10 e 11 de junho. O projeto é desenvolvido através de um convênio com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

As oficinas têm como objetivo promover o aprofundamento do debate sobre o racismo institucional e as formas de enfrentá-lo dentro dos órgãos. “A intenção é trabalhar a percepção do racismo, de modo a proporcionar uma prática mais afinada de enfrentamento, com foco na discussão e compreensão do racismo institucional”, explicou a coordenadora do GT, a procuradora de Justiça, Maria Bernadete Azevedo. Além disso, pretende-se discutir e formular estratégias para melhorar a atuação do MPPE com relação à implementação da Lei 10.639/2003, alterada pela Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas de ensino fundamental.

As reuniões servirão também para trocar experiências entre os promotores e especialistas na área, além de possibilitar o planejamento das ações, o diagnóstico da situação das comarcas e a elaboração de um plano de trabalho para cada região. As ações realizadas durantes as oficinas de capacitação estarão afinadas com as metas de interiorização dos debates e aprimoramento institucional, previstas nas metas do Planejamento Estratégico 2009/2012.

Os participantes dos eventos deverão ser convocados, através de portaria expedida pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão. Além dos membros e servidores do MPPE, o grupo pretende atrair representantes dos Ministérios Públicos de outros estados do Nordeste.
http://www.mp.pe.gov.br/index.pl/20101103_gtracismo

segunda-feira, 15 de março de 2010

Alda Espírito Santo "foi uma espécie de mãe da pátria" Pires Laranjeira

10-03-2010 17:00

São Tomé e Príncipe
Alda Espírito Santo "foi uma espécie de mãe da pátria" Pires Laranjeira

Coimbra - A poetisa Alda Espírito Santo, falecida terça feira, "foi uma espécie de mãe da pátria são-tomense" e desde muito cedo denunciou a condição da mulher africana, afirmou hoje (quarta-feira) o professor universitário Pires Laranjeira, citado pela Lusa.

"Foi uma das primeiras mulheres africanas a escrever sobre a sua condição feminina, de negra, colonizada" no espaço de língua portuguesa, salientou, acrescentando que a sua obra é uma "poesia de combate, nacionalista".

O especialista em literaturas africanas lusófonas na Faculdade de Letras de Coimbra referiu que já aos 21 anos, no texto "Mundo Negro", publicado a 16 de janeiro de 1948 em A Voz de São Tomé escrevia: "O negro vive e sente como nenhum povo de outra raça. Não é inferior. 'É que não existem povos inferiores, mas inferiorizados".

Segundo Pires Laranjeira, Alda Espírito Santo fez parte da denominada "geração de 50", a par de outros intelectuais como Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Viriato da Cruz e Marcelino dos Santos, entre outros.

"Era uma mulher com grande consideração em todo o espaço da língua portuguesa", foi presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe após a independência e foi uma figura muito empenhada na cultura, tendo presidido à União dos Escritores do seu país.

Pires Laranjeira, dada a importância desta poetisa de São Tomé e Príncipe, tinha escolhido precisamente o texto "Mundo Negro" para trabalhar na próxima sexta feira num seminário de mestrado e doutoramento na Faculdade de Letras de Coimbra.

Alda do Espírito Santo faleceu terça feira em Luanda, Angola, aos 83 anos, e ao seu funeral comparecerá o escritor angolano Luandino Vieira, que reside em Portugal, adiantou o professor universitário.
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/2010/2/10/Alda-Espirito-Santo-foi-uma-especie-mae-patria-Pires-Laranjeira,c07a1827-df4b-4d57-af7c-9a51abd21485.html

Aberta causa de canonização de primeiro padre negro nos EUA

Aberta causa de canonização de primeiro padre negro nos EUA
Inserido em 15-03-2010 14:34


Augustine Tolton nasceu escravo e morreu homem livre e sacerdote. A diocese de Chicago quer que Roma o considere para canonização.

Pouco depois de ter oferecido aos Estados Unidos o seu primeiro presidente negro, a cidade de Chicago apadrinhou agora a causa de canonização de Augustine Tolton, o primeiro padre de ascendência africana dos Estados Unidos.

Tolton nasceu numa família de escravos. Os seus pais foram casados na Igreja Católica e, depois da Guerra Civil e da morte do seu pai, Augustine começou a sentir uma vocação para o sacerdócio.

Os padres locais apoiaram-no, mas houve muitos obstáculos no caminho até à ordenação. Nenhum seminário no país o aceitou, e Augustine acabou por ter que viajar para Roma para concretizar o seu chamamento.

Foi ordenado na cidade eterna e enviado de volta para os EUA para fazer trabalho missionário junto dos afro-americanos.

Uma mistura de racismo instituído e de anti-catolicismo dificultaram a sua missão, mas acabou por encontrar uma paróquia de negros em Chicago onde foi bem aceite e trabalhou incansavelmente até que morreu, aos 43 anos, de insolação quando regressava de um retiro de padres.

Tendo morrido em 1897 não há testemunhas vivas do seu ministério, mas a diocese acredita ter reunido matéria suficiente para que Roma considere o processo do primeiro padre negro americano.
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=95560

Um negro contra Sarkozy e Le Pen

Um negro contra Sarkozy e Le Pen
Vitórias de Ali Soumaré, candidato socialista de origem maliana, e de Le Pen, líder da extrema-direita, e derrota de Nicolas Sarkozy marcam a 1ª volta das eleições regionais francesas.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt)
15:45 Segunda-feira, 15 de Mar de 2010

Ali Soumaré foi atacado durante a campanha por candidatos da UMP, que o qualificaram de “delinquente recidivo”
Gonzalo Fuentes/Reuters
Os socialistas (com mais de 29% dos votos) e os ecologistas (perto de 13%) ganharam confortavelmente, ontem, a primeira volta das eleições regionais em França. As duas formações pretendem agora concretizar o sucesso conquistando no próximo domingo, na segunda volta, a maioria parlamentar na totalidade das 22 assembleias regionais francesas.
A crise e o desemprego não explicam, só por si, a amplidão da derrota do partido do Presidente Nicolas Sarkozy, nas eleições regionais francesas - a UMP - União para um Movimento Popular alcançou pouco mais de 26%, tendo uma fraca reserva de votos para a segunda volta.
Racismo de volta

O debate sobre a identidade nacional, que favoreceu o desenvolvimento do racismo no país, foi decisivo para o regresso da extrema-direita a votações significativas em França, roubando votos à UMP.
A extremista Frente Nacional alcançou perto de 12% dos votos em todo o pais e mais de 20% em Marselha, onde o seu líder, Jean-Marie Le Pen, é candidato à Presidência da região que engloba a célebre Côte d'Azur. A nível nacional, a extrema-direita duplicou os votos em relação às recentes eleições europeias e a UMP perdeu perto de 10 pontos.
O caso de Ali Soumaré, candidato socialista em Villiers-leBel, na região parisiense, também merece ser destacado. Ali Soumaré, negro, foi atacado durante a campanha por candidatos da UMP, que o qualificaram de "delinquente recidivo".
Ali Soumaré tem eleição garantida

As provas contra o candidato de origem maliana nunca apareceram e as acusações chegaram mesmo a ser desmentidas pela Justiça. Os ataques contra ele foram igualmente considerados como tendo bases racistas. Ali Soumaré atingiu quase 48% dos votos na primeira volta, indo ser, sem dúvida, eleito deputado regional, com grande facilidade, no próximo domingo.
Ali Soumaré saboreou a vitória dizendo estar preocupado com o novo surto do racismo em França. Em Villiers-le-Bel, o negro de origem maliana viu a sua luta aprovada pelo eleitorado, onde apesar de tudo a extrema-direita alcançou mais de 13% dos votos.
Mas le Pen também viu pessoalmente a sua luta apoiada em Marselha, onde concorreu apresentando um violento cartaz "contra o islamismo", tendo como pano de fundo uma bandeira da Argélia.
http://aeiou.expresso.pt/um-negro-contra-sarkozy-e-le-pen=f571047

domingo, 14 de março de 2010

O Globo inviabiliza anúncio sobre cotas e sofre ação na Justiça

O Globo inviabiliza anúncio sobre cotas e sofre ação na Justiça

Ativistas sociais e intelectuais do Rio de Janeiro protocolaram nesta segunda (8) uma representação contra o jornal O Globo no Ministério Público daquele Estado. Eles acusam a publicação de agir contra a liberdade de expressão ao inviabilizar um anúncio de um manifesto do movimento nacional Afirme-se!, favorável as políticas de ação afirmativa e das cotas raciais.
Segundo a ação há fortes indícios de “práticas infrativas à liberdade de expressão e ao direito à informação”. Para publicar o manifesto (figura ao lado), que no último dia 3 circulou em uma página em outros jornais nacionais, O Globo apresentou à Agência Propeg uma tabela no valor de R$ 54.163,20, mas após ter acesso ao conteúdo estipulou o valor em R$ 712.608,00.

“A alegação de O Globo para tal alteração foi expressa nos seguintes termos: o anúncio foi analisado pela diretoria e ficou definido que será Expressão de Opinião, pois, o seu conteúdo levou a esta decisão”, diz o conteúdo da ação.

Segundo a representação, o valor cobrado inicialmente estava dentro da realidade do mercado. Pelo mesmo anúncio, por exemplo, o jornalFolha de S.Paulocobrou R$ 38.160,00 e o Estado de S.Paulo R$ 37.607,23.

“Deve ser dito que, dos jornais mencionados, a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo competem, no mercado editorial, em distribuição, circulação e influência nacionais. Em termos de linha editorial, esses três veículos são, nitidamente, contrários às cotas e às políticas de ação afirmativa. No entanto, diferentemente de O Globo, todos os demais aceitaram publicar o Manifesto, custeado pela sociedade civil por um preço comercialmente realista”, diz o documento.

A Campanha

O principal objetivo da campanha Afirme-se foi sensibilizar os ministros do Supremo Tribunal federal (STF) para a justeza e constitucionalidade das políticas de ação afirmativa já existentes, a favor de indígenas e afrodescendentes. A principal delas são as cotas em universidades, a regularização de terras dos remanescentes dos quilombos e programas especiais dos ministérios das Relações Exteriores e reforma Agrária.

Diz a representação que no Brasil a adoção de tais práticas, “implementadas timidamente há menos de uma década, vem sofrendo ataques poderosos de setores da grande mídia.

“Há uma verdadeira campanha que objetiva duas coisas: 1) extinguir, vetar, destruir as poucas iniciativas institucionais de ação afirmativa já existentes; 2) impedir, bloquear, derrotar qualquer possibilidade de implantação ou criação de novos instrumentos legais e institucionais de ação afirmativa.”

A representação é assinada pelos professores Alexandre do Nascimento, Rodrigo Guerón e pelo advogado André Magalhães Barros. Um abaixo-assinado será anexado a ação que já aguarda uma posicionamento da Justiça.

Fonte: Portal Vermelho


http://geledes.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4630&Itemid=340