segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Luiza Helena de Bairros é a nova ministra da Igualdade Racial


20/12/2010 21h23 - Atualizado em 20/12/2010 21h23

Luiza Helena de Bairros é a nova ministra da Igualdade Racial

A socióloga é uma das principais lideranças do movimento negro no Brasil.
Dilma Rousseff divulgou nova lista de ministros nesta segunda-feira (20).

Do G1, em São Paulo
Reconhecida como uma das principais lideranças do movimento negro no Brasil, a socióloga Luiza Helena de Bairros foi escolhida nesta segunda-feira (20) pela presidente eleita Dilma Rousseff para assumir a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
Luiza é a atual secretária de Igualdade Racial da Bahia e seu perfil corresponde às exigências de Dilma para o cargo: ser mulher e negra. A escolha da nova ministra, que é ligada ao PT, tirou as chances de outro deputado do partido - Vicentinho, de São Paulo.
Filha de militar, Luiza nasceu em 1953, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Durante sua vida escolar, começou a se envolver com questões raciais e sempre mostrou interesse pela militância estudantil.
Em 1979, mudou-se para Salvador depois de conhecer o Movimento Negro Unificado da Bahia. Começou, então, sua trajetória contra a discriminação racial. Participou da coordenação da pesquisa do Projeto Raça e Democracia nas Américas: Brasil e Estados Unidos, um projeto relevante contra a discriminação racial. Lecionou na Universidade Católica de Salvador e na Universidade Federal da Bahia e ajudou a coordenar diversos eventos a favor do combate ao racismo.
Luiza trabalhou em programas das Nações Unidas contra o racismo em 2001 e em 2005. Entre 2003 a 2005, trabalhou no Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID), na pré-implementação do Programa de Combate ao Racismo Institucional para os Estados de Pernambuco e Bahia.
A nova ministra é bacharel em Administração Pública e Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia e doutora em Sociologia pela Michigan State University.

UFPR DIPLOMA PRIMEIRA ALUNA DE ORIGEM INDÍGENA

UFPR DIPLOMA PRIMEIRA ALUNA DE ORIGEM INDÍGENA
15/12/2010 - 09h16
Da Redação*
Em São Paulo
Atualizado às 09h58
A UFPR (Universidade Federal do Paraná) diplomou na terça-feira (14) como cirurgiã dentista a primeira aluna indígena da instituição: Tenile Mendes. Na língua kaigang, a estudante se chama Kring Mág, que significa "estrela grande ou estrela da manhã", "porque era muito branquinha quando nasceu". Ela será a primeira dentista em sua aldeia.

Após fazer o juramento do dentista e receber o diploma, a nova profissional se apresentou: "Eu agora sou Tenile Mendes, kaigang, cirurgiã dentista, de Chapecó, Santa Catarina, da aldeia Pinhalzinho, e agradeço a acolhida na Universidade Federal do Paraná". Agora, a cirurgiã dentista vai voltar para a aldeia, onde pretende trabalhar para ajudar sua comunidade.
 
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Tenile Mendes, 22, é a primeira cirurgiã dentista de origem indígena da UFPR
Tenile ingressou na universidade por meio do programa de políticas afirmativas, aprovado em 2004 e implementado no ano seguinte. São dez vagas destinadas aos povos indígenas de qualquer região do país.
No discurso do paraninfo, o professor Jairo Bordini Junior, que também foi tutor de Tenile, ressaltou a validade e a importância da inclusão social. "A inclusão é um caminho que deve ser seguido e incentivado. As dificuldades quanto ao aprendizado são as mesmas para todos os alunos, mas não podia deixar que a pressão social interferisse no avanço dentro do curso. E com esforço e dedicação, a Tenile conseguiu".

Tenile tem 22 anos e sempre viveu na aldeia Pinhalzinho. Saiu de Chapecó e deixou a família para estudar na UFPR. É filha de uma mistura bem brasileira: a mãe, Janete, é descendente de italianos e largou tudo para viver na aldeia quando se casou com o índio kaigang Reny. Agora, é o irmão Tales quem quer seguir os passos da irmã dentista e estudar na universidade. Assim como Tales, outros jovens índios da aldeia querem seguir o exemplo de Tenile.

"A formatura de Tenile vai passar para a história da UFPR", disse o reitor Zaki Akel Sobrinho ao parabenizar a estudante. "Tenile vai fazer a diferença, é um paradigma para todos os povos, não só os indígenas, mas para todo o povo brasileiro".
*Com informações da UFPR

Federal forma primeira indígena

Da assessoria de comunicação da UFPR 

Em cerimônia marcada pela emoção, o reitor Zaki Akel Sobrinho concedeu o grau de cirurgiã dentista para a primeira aluna indígena da UFPR. Tenile Mendes, que na língua kaigang se chama Kring Mág, estrela grande ou estrela da manhã, "porque era muito branquinha quando nasceu", será a primeira dentista em sua aldeia.

Após fazer o juramento do dentista e receber o diploma, a nova profissional se apresentou: "Eu agora sou Tenile Mendes, kaigang, cirurgiã dentista, de Chapecó, Santa Catarina, da aldeia Pinhalzinho, e agradeço a acolhida na Universidade Federal do Paraná". Agora, a cirurgiã dentista vai voltar para a aldeia, onde pretende trabalhar para ajudar sua comunidade.

Tenile ingressou na UFPR através do programa de políticas afirmativas, aprovado em 2004 e implementado no ano seguinte. No caso das cotas para índios, a UFPR tem parceria com a Funai. São dez vagas destinadas aos povos indígenas de qualquer região do país. No discurso do paraninfo, o professor Jairo Bordini Junior, que também foi tutor de Tenile, ressaltou a validade e a importância da inclusão social. "A inclusão é um caminho que deve ser seguindo e incentivado. As dificuldades quanto ao aprendizado são as mesmas para todos os alunos, mas não podia deixar que a pressão social interferisse no avanço dentro do curso. E com esforço e dedicação, a Tenile conseguiu".

Para o representante dos povos indígenas do Sul, Rildo Mendes, a iniciativa da UFPR é "um primeiro passo para o futuro", ao preparar "profissionais índios para tabalhar nas terras indígenas". Na ocasião, o reitor recebeu de Rildo um colar confeccionado na aldeia Pinhalzinho e que simboliza o desejo de um futuro de grandes conquistas na parceria entre UFPR com os povos indígenas.

A democratização do acesso à universidade, com mais alunos de diferentes comunidades sem esquecer a excelência do ensino, da pesquisa e da extensão foi lembrada pela pró-reitora de Graduação, Maria Amélia Sabbag Zainko. "É uma satisfação colher resultados de uma política colocada em prática, de excelência acadêmica com inclusão social. Ver alunos bem formados para atuar de maneira adequada, com competência e como agentes transformadores da sociedade", diz Maria Amélia.

"A formatura de Tenile vai passar para a história da UFPR", disse o reitor Akel ao parabenizar a primeira indígena a se formar na instituição. "Tenile vai fazer a diferença, é um paradigma para todos os povos, não só os indígenas, mas para todo o povo brasileiro". Ao lembrar a gestão do reitor Carlos Moreira, que implantou as políticas afirmativas, Akel afirmou que a tarefa atual é ampliar, aprofundar e fazer avançar a inclusão social, conciliando inclusão, expansão e excelência acadêmica.

Etnia: brasileira
Tenile Mendes tem 22 anos e sempre viveu na aldeia Pinhalzinho. Saiu de Chapecó e deixou a família para estudar na UFPR. É filha de uma mistura bem brasileira. A mãe, Janete, é descendente de italianos e largou tudo para viver na aldeia quando se casou com o índio kaigang Reny. Agora, é o irmão Tales quem quer seguir os passos da irmã dentista e estudar na universidade. Assim como Tales, outros jovens índios da aldeia querem seguir o exemplo de Tenile.
Postado por São Jorge Eduardo França Mosquéra às 09:08

"Vou Abrir a Minha Igreja e Já Volto”


"Vou Abrir a Minha Igreja e Já Volto”
Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso
Leia abaixo matéria publicada pela “Folha de São Paulo” e a seguir os comentários do Dr. Alfonso Presti do Ministério Público de São Paulo
Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja. Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos). É tudo muito simples. Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis.
Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado EvangÉlio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.
Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.
Algumas igrejas abertas do mesmo modo (todas reais):
- Igreja da Água Abençoada
- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
- Congregação Anti-Blasfêmias
- Igreja Chave do Éden
- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta (????)
- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
- Igreja Batista Ô Glória!
- Congregação Passo para o Futuro
- Igreja Explosão da Fé
- Igreja Pedra Viva
- Comunidade do Coração Reciclado (o pessoal do Greenpeace frequenta essa)
- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
- Cruzada de Emoções
- Igre ja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos) (rival da Igreja C.S.A., também de Alagoas)
- Congregação Plena Paz Amando a Todos
- Igreja A Fé de Gideão
- Igreja Aceita a Jesus
- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?)
- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo (que nem nas videocassetadas do Faustão...)
- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (quem perder vai ter que ir a pé!)
- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
- Comunidade Arqueiros de Cristo
- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado (ESSE DEVIA TER ABERTO UMA CONCESSIONÁRIA)
- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo (só o Chaves salva!)
- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo (e do amém)
- Igreja Palma da Mão de Cristo (não tem a da sola do pé de Cristo, também?
- Igreja Menina dos Olhos de Deus
- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos (vale-refeição?)
- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo D’Água (vai Curíntia!)
- Igreja Batista Ponte para o Céu (essa sim é uma ponte aérea!)
- Igreja Pentecostal do Fogo Azul (é uma igreja a gas)
- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo! (Salamaleikon, Buda!)
- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas (só faltava ser da cruz caída...)
- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade (devia ser "a Humildade")
- Igreja Filho do Varão
- Igreja da Oração Eficiente
- Igreja da Pomba Branca
- Igreja Socorrista Evangélica
- Igreja ‘A’ de Amor (a Xuxa tá sempre lá)
- Cruzada do Poder Pleno e Misterioso
- Igreja do Amor Maior que Outra Força
- Igreja Dekanthalabassi (QUE LÍNGUA É ESSA GENTE????)
- Igreja dos Bons Artifícios
- Igreja Cristo é Show
- Igreja dos Habitantes de Dabir
- Igreja ‘Eu Sou a Porta’
- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
- Igreja da Bênção Mundial
- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
- Igreja Barco da Salvação
- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá (será o Sassá Mutema?!)
- Igreja Sinais e Prodígios
- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
- Igreja do Manto Branco
- Igreja Caverna de Adulão (pensei que fosse Caverna do Dragão)
- Igreja Este Brasil é Adventista
- Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus (QUE DEUS ME PERDOE, MAS ISSO FICOU TÃO GAY)
- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
- Ministério Eis-me Aqui
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
- Igreja Evangélica Facho de Luz
- Igreja Batista Renovada Lugar Forte (ou será Caixa-Forte?)
- Igreja Atual dos Últimos Dias (mais atual impossível!)
- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
- Ministério Ap ascenta as Minhas Ovelhas
- Igreja Evangélica Bola de Neve (é igreja ou escola infantil?)
- Igreja Evangélica Adão é o Homem (alguém achava que ele era gay?)
- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado (onde diabos ficará o tal barranco sagrado?!)
- Ministério Maravilhas de Deus (a igreja do Dadá, do Túlio e da Mara)
- Igreja Evangélica Fonte de Milagres
- Comunidade Porta das Ovelhas
- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica (QUE EGOÍSTA)
- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo (eca!!!)
- Igreja Evangélica Luz no Escuro (filosófico, né?)
- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim
- Igreja Pentecostal Planeta Cristo
- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos (o do Fluminense é uma pintura!)
- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta
- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés (sem comentários...)
Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão (o biscoitão é em homenagem ao pastor)
- “Igreija” Evangélica Muçulmana Javé é Pai (se os árabes descobrem, vai dar guerra santa!)
- Igreja Abre-te-Sésamo (a igreja dos 40 ladrões)
- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus (ufa!)
- Igreja Bailarinas da Valsa Divina (também conhecida como Clube da Luluzinha
- Igreja Batista Floresta Encantada (fica na Disney)
- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder
- Igreja do Louvre (eles investem em obras de arte)
-- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses (politeísta?)
- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados (é o Cristo em pessoa!)
- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida (a Cicarelli apresenta o culto lá)
- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe (prefiro os maradonianos lá da Argentina)
- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo (patrocinada pela Skol)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus (Londrina -PR) (ui!)
- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus (Samambaia -DF)
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus (Anápolis -GO)
- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo (Anápolis -GO) (COITADO DO ALTÍSSIMO, VIROU FUGITIVO!)
- Igreja Batista Coluna de Fogo (Belo Horizonte -MG)
- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas (Itaúna -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei (Poços de Caldas -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia (Ub erlândia -MG)
- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará (Contagem -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo (Três Lagoas -MS)
- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos (João Pessoa -PB)
- Ministério Favos de Mel (Rio de Janeiro -RJ)
- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (Rio de Janeiro -RJ)
Texto a seguir por Alfonso Presti - Ministério Público de São Paulo
Meus Sacerdotes,
Quando um culto, não possui um regramento mínimo,
Quando a liberdade de culto é utilizada sem qualquer critério,
Quando as pessoas não aceitam regras ou tutela mínima é isso que pode acontecer.
Com certeza, dentre estas Igrejas, haverá algum Sacerdote sério e que tenha bons princípios e boas finalidades.
Porém, estarão todos achincalhados por um sistema que se permite a esses abusos.
Assim, como os senhores, pessoas que respeito enormemente, são achincalahdos por abusos alheiros.
Os absurdos alheios devem nos servir como ponto de reflexão e nos fazer pensar qual o reflexo disso na nossa tradição, quando a formalização nos chegar em que estaremos sob a visão e tutela formal do Estado e da sociedade.
Devemos nos lembrar que sempre somos vidraça e quase nunca o estilingue.
Com preocupação noto o avanço dos cultos evangélicos na Bahia, inegavelmente nosso berço.
Pouco mudamos ou queremos mudar. Estamos mais preocupados em impor regras aos nossos simpatizantes e fiéis e menos preocupados em explicar o fundamento de nossa religiosidade. A importância de nossos atos e nossa adesão.
As pessoas devem ser acolhidas, nunca a elas imposta atitudes e obrigações que não tenham a capacidade de compreensão do sentido e da importância.
Acho que devemos repensar alguns valores. Criamos "pais de santo" que conhecem fundamentos (alguns duvidosos) e que sabem aplicá-los, mas nos esquecemos de criar os sacerdotes.
Dessa forma, entendo que não se continuarmos refratários a olhar o entorno e ver o que quer a sociedade brasileira pretende de um culto e tradição religiosa, estaremos fadados a vê-la perecer.
Isso é a ultima coisa que gostaria de ver ocorrer com o Candomblé e a Umbanda.
Att.
Alfonso
 

Último Dia Axexê Pai Pérsio


Último Dia Axexê Pai Pérsio
E Missa de 7º Dia. A partir das 19hs no Ilé Axé Xangô Ayra - Axé Batistini
Último Dia Axexê Pai Pérsio
-O último dia de Axexê de Pai Pérsio de Xangô acontecerá hoje, dia 20 de dezembro, a partir das 19 horas, precedido de Missa de 7º dia.
-Amanhã dia 21 de dezembro, haverá o Arremate.
-Dia 22 de dezembro, quarta feira, Amalá.
Todas as cerimônias estão sendo realizadas no Ilé Axé Xangô Ayra - Axé Batistini à Rua Antonio Batistini, 260 - Batistini - São Bernardo do Campo – SP
Fonte: Babalorixá Diego de Airá
Imagem: Povo do Santo

Entrevista da Afropress sobre o Plano Brasil-EUA de combate ao racismo

Entrevista da Afropress sobre o Plano Brasil-EUA de combate ao racismo


Dojival Vieira, jornalista responsável pelo site www.afropress.com, enviou uma série de perguntas a Paulo Rogério Nunes, diretor executivo do Instituto Mídia Étnica acerca do Plano Brasil-Estados Unidos de Combate ao Racismo. Leia, em duas partes, a íntegra das resposta.
Afropress- Qual a avaliação que você faz da 4ª Conferência de Atlanta e como estão ocorrendo os desdobramentos da reunião?
 
Paulo Rogério Nunes  - A reunião realizada em Atlanta no mês de maio desse ano foi de suma importância para uma maior concretude desse acordo bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos. Até então, esse acordo ainda estava restrito a discussões governamentais e com pouca participação da sociedade civil. Entretanto, nessa última atividade, a Seppir e o governo estadunidense convidou algumas organizações sociais, jornalistas e empreendedores para discutirem ações e metas comprometendo-se em aumentar a capilaridade do Plano. Estavam presentes organizações da luta quilombola, grupos de juventude, saúde, culturais, da luta pela comunicação dentre outros. Infelizmente muitas organizações importantes não foram convidadas e também houve pouca divulgação fazendo inclusive com que muitos representantes chegarassem em Atlanta sem compreender a dimensão desse acordo.
Percebemos lá em Atlanta que há um grande interesse por parte  do governo estadunidense nesse Plano, afinal estamos no contexto da gestão do primeiro  presidente negro daquele país, então, ações de igualdade racial tornam-se ainda mais relevante. Grandes empresas já estão envolvidas nas discussões e pretendem exercer um papel estratégico no debate, porém é preciso que o Brasil possa criar ações, ainda nessa gestão do presidente Lula, para que o próximo governo, possa dar continuidade a essa importante iniciativa. Estamos falando de um possibilidade histórica concreta de estabelecermos cooperação técnica e política com uma das maiores forças da diáspora africana do hemisfério e uma comunidade que vem se organizando há décadas para ocupar espaços de poder dentro dos Estados Unidos.
Infelizmente, os desdobramentos desse Plano ainda são lentos e já temos quase seis meses da realização da viagem sem ações efetivas por parte dos governos. A expectativa era que um edital para apoio a pequenos projetos, prometido pelo governo brasileiro, fosse lançado ainda esse no início do ano, mas só agora parce que acontecerá algo concreto nesse sentido, além disso esperavamos que houvesse uma maior divulgação do Plano, bem como uma maior participação de outras organizações negras que não estão sabendo desse acordo bilateral. Temos esperança que ações com essas ocorram ainda esse ano pois acreditamos que esse é também um prioridade para o Governo Brasileiro.
Afropress - Como ponto focal, juntamente com outras três pessoas escolhidas para representar a sociedade civil, qual é a sua avaliação do Plano e das iniciativas do Governo brasileiro no Plano de Ação?
PRN - A rigor, é bom que se registre que foi apenas a partir do encontro de Salvador , em outubro de 2009, que foram escolhidos, por meio de eleição, quatro pontos focais para acompanharem essas discussões pois, até então, a participação da sociedade civil era muito reduzida. Os pontos focais representam as seguintes organizações: Associação Brasileira de Portadores da Anemia Falciforme (ABDFAL), Instituto Mídia Étnica, Fórum Nacional de Mulheres Negras e uma representação quilombola do estado de Goiás.  Além disso, contamos com a assessoria de dois entusiastas do Plano e que acompanharam as discussões iniciais: Daniel Bento, do CEERT (SP), e a Lorelei Williams, uma ativista afro-americana, que já atou junto ao Instituto Steve Biko na Bahia. Nosso papel é acompanhar as discussões e informar a sociedade civil. Nos Estados Undidos os pontos fociais da sociedade civil são: a professora da UCLA, Kimberlé Crenshaw, notória  pesquisadoras sobre ações afirmativas e o professor Clarence Lusene da American University e pesquisador de relações internacionais.
O que  os pontos focais brasileiros e estadunidense questionam é que, apesar do espaço criado para participação das entidades sociais nesse Plano, nossa atuação é bastante limitada pois o governos não têm repassado as informações. Nesse sentido, nosso papel fica secundarizado e até mesmo deslegitimado, na medida em que decisões são tomadas sem a nossa consulta e as informações não nos chegam para o repasse para nossas redes. Um caso exemplar é o do processo de reuniões que aconteceu no pós-conferêcia de Atlanta, quando sugerimos que todas organizações estivessem juntas para discutirmos os desdobramentos desse Plano e a Seppir resolveu convidar grupos de maneira separada. Apesar disso tudo, penso que a tendência é que esse quadro mude na medida em que a sociedade civil conheça melhor esse Plano e cobre mais participação. Sempre digo que nossa cobrança pela participação da sociedade civil só pretende somar aos esforços empreendidos pelos governos na elaboração de ações de igualdade racial nos dois países. Nosso interesse é que esse Plano possa se tornar um marco histórico para as duas nações que são multirraciais e marcadas por iniquidades históricas. Tenho esperança que avançaremos nessa pauta.
Afropress - Em sua opinião, o que não está andando, e o que está andando e que iniciativas podem ser adotadas no sentido de fazer com que o Plano de Ação que é um Plano assinado entre os dois Estados, passe a ter concretude?
PRN - Insisto na idéia de que esse plano precisa ser melhor divulgado para envolver novos atores da sociedade civil, governos estaduais e municipais e o empresariado dos dois países. Entendo que esse é um plano entre dois Estados, porém para que ele tenha capilaridade e continuidade é preciso envolver outros agentes políticos. Segundo, é preciso que esse plano dialogue com a idéia de ser uma política de Estado e não apenas de governo, uma iniciativa perene e suprapartidária. É por isso que, a convite de uma das organizações envolvidas nesse Plano, um procurador do Ministério Público Federal foi informalmente convidado a conhecer esse Acordo para que possa acompanhar os desdobramentos dessa iniciativa e garantir a transparência e continuidade dessa ação, intervindo judicialmente se for necessário.
Do que temos conhecimento são poucas as ações concretas até o momento. Sabemos que há uma ação de treinamento de agentes do sistema de Justiça para eliminação de práticas racistas por parte de policiais, o chamado "racial profiling" e uma recente proposta da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para financiamento de uma política de divulgação do Plano por meio de organizações negaras. Essa última possibilidade foi apresentada para um conjunto de comunicadores negro em uma reunião em Brasília. O que esperamos é que o máximo de organizações de comunicação negra possam participar da gestão desse recurso e que as pessoas conheçam, de fato, o Plano. Afora isso, há um documento que foi elaborado pela coordenação do Plano com a sistematização de todas as propostas apresentadas no encontro de Atlanta que deve estar disponível no site da Seppir.
De qualquer forma, penso que essa é uma discussão muito importante e que deverá tomar uma maior proporção nos próximos meses quando se encerrar o processo de eleições no Brasil. Há inclusive uma expectativa de que o presidente Obama venha ao Brasil no próximo ano, então será um momento ímpar para que esse Plano tenha mais visibilidade.
Afropress - O que a luta por igualdade no Brasil pode ganhar com a experiência americana e vice-versa?
PRN - Acredito que a conexão entre a Diáspora africana é algo fundamental para a internacionalização da nossa luta. Penso que a comunidade afro-americana tem muito a aprender com os afro-brasileiros sobretudo no que se trata da nossa singular preservação cultural de nossa herança africana e a nossa cosmovisão. Além disso, a luta quilombola, dos movimentos negros, as recentes políticas públicas de igualdade racial criadas pela gestão pública e a própria condição numérica de afrodescendentes são fatos que conferem ao Brasil um papel estratégico na luta contra o racismo no mundo e que devem  ser compreeendidos por eles. Por outro lado, temos muito que aprender com os afro-americanos seja na luta pelos direitos civis, suas ações afirmativas na educação, inserção na mídia e, sobretudo, entendermos como eles conseguiram desenvolver uma economia forte por meio da cooperação e empreendedorismo. Estamos falando de uma comunidade de aproximadamente 13% da população americana e que movimenta US$ 600 bilhões. Sozinhos, os negros americanos seriam uma das dez maiores economias do mundo. É claro que lá também existem graves problemas, seja com o sistema prisional e o racismo institucionalizado e é por isso que a  sociedade civil afro-americana também está pleiteando maior participação nas decisões nesse processo do JAPER, pressionando o governo estadunidense.
Portanto essa cooperação entre as duas mais importantes diásporas negras desse hemisfério me parece de extrema importância para superarmos os desafios que o século XXI nos impõe, seja na parte econômica, tecnológica, política,  cultural  e de direitos humanos.
Afropress - Como a sociedade civil pode se organizar e mobilizar para tornar realidade os objetivos do Plano de Ação.
PRN - É preciso que a sociedade civil conheça o Plano, estude os documentos e proponha intervenções estratégicas. Um outro aspecto, já mencionado, é que todas ações governamentais precisam ser divulgadas para que possam ter eco na sociedade e serem objeto de avaliações e sugestões. 
É preciso também envolver o empresariado. Por exemplo, existem diversas empresas com atuação nos dois países que podem, e devem, participar do Plano, seja financiando ações ou incorporando iniciativas em prol da diversidade. Não podemos mais admitir empresas multinacionais americanas que lá nos EUA têm a diversidade como valor estratégico não terem negros em seus cargos diretivos aqui no Brasil. É preciso, portanto, uma discussão séria sobre esses assuntos.
Esperamos que com essa possibilidade de apoio da Embaixada dos Estados Unidos para os comunicadores negros tenhamos a possibilidade de divulgar melhor as ações e envolver mais grupos sociais nessa iniciativa.Temos um grupo de discussão, criado em junho desse ano, após o encontro de Atlanta. As pessoas que queiram se cadastrar, devem mandar um email para: japerbrasil-subscribe@yahoogrupos.com.br ou pelo site site:http://br.groups.yahoo.com/group/japerbrasil/.

Afropress - Faça as considerações que julgar pertinentes.
PRN - Gostaria de agradecer o espaço que Afropress tem dado a essa discussão sobre  o Plano e dizer que não podemos deixar passar essa oportunidade de concretizar essa demanda histórica. Sempre o fluxo entre negros brasileiros e estadunidense existiu. Já tivemos aqui no Brasil a visita de líderes como Angela Davis (ex-pantera negra), Stokely Carmichael  (ex-Pantera Negra), Jesse Jackson(ex-candidato a presidência), Spike Lee (cineasta) dentre outros. Do lado Brasileiro muitos de nossos líderes compartilharam idéias com nossos irmãos dos EUA, como Abdias do Nascimento, Lélia Gonzales etc.  Então, essa cooperação entre o Brasil e EUA não é nova e não deve ser encarada como apenas uma iniciativa de governo. Entretanto, hoje temos a possibilidade de uma intervenção bilateral para construção de políticas públicas, e isso nunca aconteceu. Temos também um conjuntura favorável na qual, no Brasil, temos um governo de orientação popular/progressista e um presidente negro nos EUA. Não será fácil contornar a burocracia estatal, os interesses difusos e a barreira cultural e linguística, mas é preciso avançar e acreditar nessa cooperação. 
Penso que essa experiência com os EUA pode abrir precedente para sugerimos ao Ministério de Relações Exteriores ações semelhantes com países como África do Sul, Índia, Colômbia, Malásia, Canadá, todos que, em algum nível, possuem graves problemas com o racismo, afinal o racismo é um fenômeno global e precisa ser combatido nessa esfera.


Afropress - Como o Instituto Mídia Étnica pretende fazer a gestão desses recursos?
PRN - O recurso para criação de uma estratégia de divulgação do JAPER não pertencerá e não será gerido apenas pelo Instituto Mídia Étnica e sim a um coletivo de organizações sociais que trabalham com o tema de comunicação e combate ao racismo. Em virtude da necessidade de criação de uma estratégia de comunicação do Plano (que hoje não existe) e da disponibilidade financeira desse pequeno recurso por parte da Embaixada dos Estados Unidos, fomos convidados, junto com outros comunicadores que estavam na reunião de Atlanta, para uma encontro no qual foi solicitado uma organização “guarda-chuva” para o repasse do recurso que servirá para a criação de produtos como um portal de internet, uma publicação sobre racismo na mídia, para a qual as organizações que trabalham com o tema relatarão suas experiências, e por fim, de um pequeno recurso para um encontro entre comunicadores negros(as) dos dois países. Reforço aqui que desde o início colocamos que seria melhor que a SEPPIR e Embaixada buscasse uma organização neutra para gerir esses recursos, a exemplo das fundações acadêmicas, porém, nos foi colocado que devido ao tempo escasso, não seria possível fazer isso, já que eles estavam há menos de uma semana de encerrar o ano fiscal, daí que eles sugeriram que dentre os presentes naquela reunião apresentassem uma organização para ser repassadora. Essa informação pode ser comprovada pelos próprios órgãos supracitados.
A escolha do Mídia Étnica se deu, portanto, em virtude de sermos pontos focais do Plano desde a penúltima reunião, em Salvador, quando fomos eleitos democraticamente em plenária por reunir a capacidade de mobilizar ferramentas de comunicação – o que temos feito nos últimos cinco anos - e dominar o idioma inglês, necessário para a tradução de textos e articulação. Conforme pode ser visto no Plano de Trabalho que enviamos para Seppir/Embaixada (e cópia para o Afropress), esperamos contar com todas as organizações de comunicação negra para alimentação de conteúdo do portal e gestão desse recurso. Além disso, contaremos com nossos pontos focais estadunidenses que também compartilharam dessa estratégia.                                                                       

Afropress - Que outros projetos e qual o volume de recursos (públicos e ou privados) que o Instituto Mídia Étnica gerencia e desde quando?
PRN - O Mídia Étnica foi criado em 2005 e desde lá vem desenvolvendo uma série de projetos na área de comunicação, contando com parcerias institucionais e acadêmicas para alcançar nossos objetivos, uma vez que, financiamento para o tema racial é limitado no Brasil, e ainda mais, de comunicação. Contamos com o voluntarismo de seus membros para ações do dia-a-dia buscamos participar de editais públicos, além de contar com a parceria de outras organizações, como é o caso do CEAFRO, Instituto Pedra de Raio, Instituto Steve Biko, dentre outras. Nesse ano de 2010 movimentamos, até então, cerca de R$50 mil reais fruto de participação em edital e serviços de assessoria para outras organizações. É uma quantia modesta, porém para esse ano de 2011 estamos participando de outros editais para os nossos diversos projetos de intervenção no campo da comunicação.

Afropress - Como se deu a escolha dos pontos focais do Japer, quais critérios foram utilizados e por qual período exercerão essa condição?
PRN - A estratégia de criação de pontos focais está estabelecida desde o início do acordo. A idéia é que ativistas do movimento social possam monitorar e divulgar ações do Plano e, sobretudo, convidar outras organizações a fazerem parte da iniciativa. Os primeiros pontos focais escolhidos foram feitos os dos Estados Unidos. Só mais recentemente, em Salvador, que foram escolhidos quatro pontos focais brasileiros por meio de votação. São eles, o Altair Lira da Associação Baiana das Pessoas com Doença Falciforme; Ana José do Fórum de Mulheres Negras, Lucilene Calunga, representante da luta quilombola e nós do Instituto Mídia Étnica. Os critérios utilizados foram: 1) diversidade regional 2) capacidade de comunicação com diversos segmentos 2) domínio do idioma inglês. Na próxima reunião certamente acontecerá uma avaliação da participação dos pontos focais e consequentemente uma nova eleição para a função, que tem caráter essencialmente técnico e tático, uma vez que trata-se de um plano de governo.

Afropress - Quais são as tarefas dos pontos focais? Vocês têm se reunido? Algum programa de trabalho comum? Quais os contatos que mantém com a gestão do Programa nos EUA?
PRN - Desde outubro de 2009 até agora a SEPPIR e Embaixada somente proporcionaram dois encontros com os pontos focais. Essa é inclusive uma das grandes críticas que fazemos a esse processo, pois, sem condições objetivas de trabalho e sem o acesso a informações com antecedência não podemos realizar o trabalho de informar a sociedade civil sobre as ações desse plano de governo.
Para o início de dezembro haverá uma terceira reunião, dessa vez com outros representantes do Governo Federal para que esses se comprometam com ações concretas para esse Plano. Além disso, na próxima segunda-feira haverá o lançamento oficial de um edital público para apoio de projetos no valor de R$25 mil reais para cada proposta contemplada. Ainda não sabemos os critérios, mas temos conhecimento que será operado pela Brazil Foundation, uma organização de apoio a projetos brasileiros sediada nos Estados Unidos. Saberemos mais detalhes em breve e divulgaremos nas redes do movimento negro. Essa será uma boa oportunidade das organizações negras apresentarem seus projetos de intervenção.
Nosso contato com a gestão do programa nos EUA é limitado, uma vez que estamos sob a jurisdição da SEPPIR e do governo brasileiro. Nossa meta é conseguir antes do próximo encontro, que será realizado aqui no Brasil, ter o portal de notícias sobre o Japer no ar e criar processos de acompanhamento da sociedade civil. É preciso que todas as organizações tenham conhecimento dessa pauta e pressionem o próximo governo brasileiro para realizar ações concretas.

Afropress - Como o total de recursos era US$ 55 mil, e em face da recusa do grupo que você liderou na reunião em assumir a gestão como um Comitê Gestor, você não acha que a perda da metade desses recursos, foram consequência direta da posição de não assumir a responsabilidade pela gestão dos recursos de forma integral? Ou a intenção subreptícia do grupo era mesmo, a exclusão da presença da Afropress no Comitê Gestor proposto?
PRN - Essa colocação não procede, e as pessoas que estavam na reunião em que foi apresentada a proposta na SEPPIR, em Brasília, são testemunhas disso. Espero também que a SEPPIR confirme que o que está sendo apresentado nessa pergunta está  fora da realidade dos fatos por meio de sua ata de reunião. No referido encontro, conduzido pelo secretário Martvs Chagas (SEPPIR), com a Embaixada dos Estados Unidos, após a sugestão de criação de produtos de comunicação para o Plano, nós apresentamos a proposta de ter um conjunto de organizações de comunicação como gestoras do projeto e não apenas uma ONG, como foi a proposta do Afropress. Isso porque compreendemos que muitas instituições de comunicação podem contribuir com esse Plano e devem estar envolvidas desde o início como, só para citar algumas, as Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras), Portal Geledés, Irohín, CMA Hip Hop, Portal Áfricas, Revista Raça e o próprio Afropress. Porém, a proposta apresentada por vocês nos parecia o oposto, ou seja, queria apenas contar com a participação das organizações que viajaram para o encontro de Atlanta, essas escolhidas por critérios que nem mesmo conhecemos.
Não foram poucas as críticas à SEPPIR sobre a falta de comunicação daquele encontro e da divulgação dos critérios para escolha de comunicadores que efetivamente viajaram e não poderíamos concordar com isso. Nossa proposta é pública e encontra-se certamente no protocolo da SEPPIR. Lá, citamos textualmente a necessidade de ampliação desse comitê que é demasiadamente pequeno, contando certamente com a presença da Afropress que consideramos tão fundamental como todas outras organizações de comunicação que temos conhecimento e de outras que não conhecemos.
Sobre a questão de compartilhar o recurso com os pontos focais dos Estados Unidos, devo dizer que foi uma decisão tomada pela Embaixada dos EUA, partindo da idéia de que se é um plano de cooperação, seria importante que a sociedade civil estadunidense também participasse da gestão desse recurso e produzisse conteúdo em inglês. Certamente nossos colegas afro-americanos sofrem da mesma dificuldade de captação de recursos e estão compartilhando do mesmo sentimento que temos aqui no Brasil de que esse Plano possa ter êxito. Além disso, com a gestão compartilhada desse recurso, aumentaremos a transparência do processo e maior publicização das ações.

Afropress - O Correio Nagô é o veículo mantido pelo Instituto em caráter permanente? Qual a periodicidade da postagem e abrangência da cobertura feita? Qual o número de leitores conforme as estatísticas mais recentes?
PRN - O Correio Nagô  (www.correionago.com.br) é um projeto nosso criado em 2007 e financiado em sua primeira fase por meio de um edital público da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia chamado “cultura digital”. Depois desse período de financiamento, continuamos operando, por meio de ação voluntária, e que desde o ano passado opera como uma rede social para compartilhamento de conteúdo. Trata-se de uma inovação que segue as mais modernas tendências do jornalismo digital na qual qualquer cidadão tem o direito de produzir conteúdo. Sendo assim, em nossa rede, todos podem participar enviando vídeos, artigos, fotos e interagindo por meio de chat. A abrangência de nossa iniciativa é hoje internacional. Temos colaboradores de Moçambique, Angola, França, Estados Unidos, Peru, sem contar com as pessoas de diversos estados do Brasil que fazem parte dessa iniciativa, somos mais de 3 mil colaboradores. Hoje nossa média de acesso mensal está em torno de 40 mil/mês e o site cresce a cada dia por meio da divulgação entre as redes.