terça-feira, 2 de novembro de 2010

Gostar de garotas bonitas é melhor do que ser gay, diz Silvio Berlusconi

Reuters 02/11/2010 12h14 - Atualizado em 02/11/2010 13h28

Gostar de garotas bonitas é melhor do que ser gay, diz Silvio Berlusconi

Premiê da Itália defendeu-se de acusação de que teria ajudado adolescente.
Ruby, hoje com 18, disse que teria recebido dinheiro do primeiro-ministro.

Da Reuters
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, rebateu nesta terça-feira (2) os pedidos para que renuncie por causa das notícias de que ele teria ajudado uma garota de 17 anos que participou de festas em sua casa, e disse que é "melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay."
Berlusconi se recusou a pedir desculpas "por sua preferência por mulheres jovens" e negou ter feito alguma coisa de errado, depois de o caso da garota conhecida como Ruby ter saído nos jornais italianos na semana passada e de os parlamentares de oposição terem pedido a sua renúncia.
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, durante encontro de cúpula em Bruxelas em 29 de outubro.O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, durante encontro de cúpula em Bruxelas em 29 de outubro. (Foto: AP)
"Como sempre, eu trabalho sem interrupção e, se ocasionalmente ocorreu de eu olhar nos olhos de uma garota bonita, é melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay", disse ele numa reunião em uma exposição da indústria de motocicletas em Milão.
"Vocês devem ficar completamente tranquilos sobre o governo e sobre o fato de que esse é um governo que ainda tem a maioria e planeja governar até o fim de seu mandato", afirmou ele.
Berlusconi, de 74 anos, já se complicou com a mídia no passado por causa de mulheres. Ele está sob crescente pressão desde que os jornais trouxeram notícias na semana passada sobre a adolescente que frequentava as festas em sua casa suntuosa em Arcore, perto de Milão.
O jornal "Corriere della Sera" divulgou detalhes de um telefonema que Berlusconi teria dado ao chefe da polícia de Milão em nome de Ruby, quando ela estava detida por um outro incidente, de roubo, em maio, suscitando questões sobre se ele teria intervindo de forma inapropriada.
Berlusconi disse ter ajudado Ruby -- cujo nome real é Karima El Mahroug, segundo os jornais italianos --, mas nega ter feito pressão imprópria sobre os policiais.
"Essa tempestade recente nos jornais é uma tempestade de papel", afirmou Berlusconi. "Vocês verão no final que nada mais aconteceu além de um ato de solidariedade do primeiro-ministro, sobre o qual eu não me envergonharei."
A adolescente, que já fez 18 anos, disse a jornais ter recebido 7 mil euros (US$ 9.760) de Berlusconi depois de comparecer a duas festas. Ela negou ter feito sexo com ele.


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/11/berlusconi-diz-que-gostar-de-garotas-e-melhor-do-que-ser-gay-1.html

Texto explicativo do CNE para o Painel do Leitor Folha

Texto explicativo do CNE para o Painel do Leitor Folha

          Ao contrário do que afirmou a “Folha de São Paulo” nas edições de 29 e 30 de Outubro, o Parecer nº. 15/2010 da Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE) com orientações quanto às políticas públicas para uma educação antirracista, o qual faz referência à obra “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, em nenhum momento, pretende impor vetos a esta respeitada obra ou outra.

          O CNE tem função normativa e é sua atribuição, enquanto um órgão de Estado, pronunciar-se sobre temas relativos à educação nacional. A questão étnico-racial é um desses temas. O Parecer foi atentamente discutido e analisado nessa Câmara. Foi aprovado pela unanimidade dos conselheiros e está em processo de homologação. No seu posicionamento em relação à obra literária em questão, o texto segue recomendações e critérios do MEC para análise de obras literárias a serem adotadas no Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Um deles é: “(...) a qualidade textual, a adequação temática, a ausência de preconceitos, estereótipos ou doutrinações, a qualidade gráfica e o potencial de leitura, considerando o público-alvo”

          No caso específico, recomenda-se que este princípio seja realmente seguido para análise de todas as obras do PNBE, quer sejam elas clássicas ou contemporâneas. Ou tais critérios não deverão ser aplicados aos clássicos? Justamente por serem clássicos, é que tais obras ainda encontram força literária, subjetiva e imaginativa no presente. Ou seja, as representações neles veiculadas não se perderam no tempo e no espaço.

          Reconhecendo o importante lugar clássico da obra de Monteiro Lobato, especificamente do livro “Caçadas de Pedrinho”, e não querendo incorrer em nenhum tipo de "patrulha", mas sendo coerente com todos os avanços da legislação educacional brasileira, o Parecer discute o tema e apresenta sugestões e orientações ao MEC, à editora e ao campo da formação de professores. Uma delas é a de que a editora em questão (e outras que publiquem obras de igual teor) tome o mesmo cuidado ético em relação à temática étnico-racial, como o já adotado em relação à temática ambiental, ou seja, no caso de o livro ser publicado, que nele seja incluída uma nota de esclarecimento e contextualização da obra de Monteiro Lobato, explicitando não somente o valor literário da mesma, mas, também, as análises críticas que apontam e discutem a presença dos estereótipos raciais no livro em questão.

          O Parecer sugere, ainda, que o processo da formação de professores da educação básica inclua o estudo crítico sobre o assunto. Em momento algum o CNE julga ou menospreza os professores. O CNE sabe muito bem que os clássicos são produtos da sua época. Porém, também sabe o quanto o imaginário social brasileiro alimenta, até hoje, noções e visões estereotipadas sobre o Negro e a África e o quanto ainda persiste entre nós a desigualdade racial. Tudo isso tem sido insistentemente apontado pelas pesquisas acadêmicas, pesquisas oficiais e pela própria mídia. Nesse sentido, banalizar a importância do debate político sobre o tema, desviando o relevante posicionamento do CNE para uma questão de censura é, no mínimo, uma atitude inescrupulosa. A decisão do CNE é pública e está aberta para o conhecimento de toda a sociedade. Entretanto, que isso seja feito de maneira séria, responsável, ética e respeitosa. É importante que os leitores da Folha acessem o portal do MEC (http://portal.mec.gov.br/cne) e leiam o parecer na íntegra. Com a leitura poderão facilmente comprovar que a Folha distorceu o Parecer do Conselho Nacional de Educação.


          Antonio Carlos Caruso Ronca- Presidente do Conselho Nacional de Educação
          Francisco Aparecido Cordão – Presidente da Câmara de Educação Básica
          Nilma Gomes – Relatora do Parecer na Câmara de Educação Básica do CNE.



MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

INTERESSADA: Presidência da República/Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR)
UF: DF
ASSUNTO: Orientações para que a Secretaria de Educação do Distrito Federal se abstenha de utilizar material que não se coadune com as políticas públicas para uma educação antirracista.
RELATORA: Nilma Lino Gomes
PROCESSO Nº: 23001.000097/2010-26
PARECER CNE/CEB Nº: 15/2010
COLEGIADO: CEB
APROVADO EM: 1º/9/2010