segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nudez, favela e plástica resumem o Rio em festival de cinema canadense

15/09/2010 19h00 - Atualizado em 15/09/2010 20h37

Nudez, favela e plástica resumem o Rio em festival de cinema canadense
'Rio sex comedy' é dirigido pelo americano-brasileiro Jonathan Nossiter.

Produtor diz que filme 'dividirá opiniões' mas recusa comparação a 'Turistas'.

Ronaldo Pelli
Do G1 RJ

A estreia no Festival de Toronto de um filme que tem o Rio de Janeiro como cenário tem tudo para inflamar os ânimos dos brasileiros mais nacionalistas. “Rio sex comedy” mistura algumas situações recorrentes do imaginário coletivo do Brasil, como a paixão por cirurgia plástica, a proximidade entre favela e asfalto e mulheres bonitas para fazer humor.

Ilustrado com a foto de uma atriz nua, caracterizada como índia e dançando em frente a um "gringo" em uma floresta, o longa de Jonathan Nossiter é descrito em sua sinopse no site do festival como "uma farra delirante e insolente que explora as bizarras contradições que são um fato na vida diária desta metrópole pulsante". "Rio sex comedy" terá sua primeira exibição no Canadá nesta quinta-feira (16).

“Com certeza, trata-se de um filme polêmico, que dividirá opiniões, mas está na direção oposta do ‘Turistas’, que não passa de um lixo americano”, adianta ao G1 o brasileiro Flávio R. Tambellini, coprodutor do filme - que teria cenas em Copacabana e na favela do Vidigal. “Trata se de um filme politicamente incorreto, que usa a linguagem do cinema independente e mistura ficção e realidade”, defende o tarimbado Tambellini, cujo currículo inclui ainda obras como “Cazuza – o tempo não para” e “Os desafinados”.

A sinopse diz também que “Rio sex comedy” tem como personagens uma cirurgiã-plástica inglesa (Charlotte Rampling), o embaixador americano no Brasil (Bill Pulman), e um casal de intelectuais franceses (Irène Jacob e Jean-Marc Roulot) que vem tentar fazer um filme aqui. O destino de todos, ainda segundo o texto de apresentação, se encerra nas favelas cariocas.


Charlotte Rampling e Bill Pulman em cena de 'Rio
sex comedy' (Foto: Paula Prandini / Divulgação)“Esse elenco reflete o prestígio de Jonathan, como cineasta. Os atores toparam fazer o filme no risco“, completa Tambellini, se referindo ao diretor Jonathan Nossiter, americano, fluente em seis línguas e naturalizado brasileiro, além de ser casado com uma brasileira e ter três filhos brasileiros.

“Jonathan é talentoso, mas tem uma personalidade complexa e difícil. Um cineasta obcecado por seu trabalho”, fala Tambellini sobre o cineasta que com o seu “Mondovino” fez sucesso no Brasil e concorreu à Palma de Ouro em 2004.

De acordo com o produtor, depois de Toronto, "Rio sex comedy" será exibido no Festival do Rio, que tem início no final do mês. A sessão deve contar com a presença das atrizes Charlotte Rampling e Irène Jacob.




http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/09/nudez-favela-e-plastica-resumem-o-rio-em-festival-de-cinema-canadense.html

A chantagem aceitável de Kadhafi

A UE e o mundo
Imigração
A chantagem aceitável de Kadhafi
02 setembro 2010 La Stampa Turim


O líder líbio pede cinco mil milhões de euros à Europa e, caso não os receba, ameaça deixar de barrar os imigrantes provenientes da África subsariana. Chantagem? Talvez. Mas é igualmente um acordo que, à falta de proposta alternativa da nossa parte, pode convir aos europeus, afirma o economista italiano Mario Deaglio.

Mario Deaglio
Os termos no mínimo discutíveis e a atitude particularmente anti-europeia e anticristão do coronel Kadhafi chocaram a opinião pública. Temos de distinguir, pelo menos, os elementos subjetivos do caráter desagradável da visita que fez a Roma no final de agosto, ligados à incompatibilidade fundamental entre o líder líbio e a opinião pública italiana e europeia, e os elementos objetivos. E aí, infelizmente, temos de constatar uma dura verdade: quando fala do futuro da Europa e da África, Kadhafi tem, globalmente, razão.

O seu discurso apoia-se, de facto, em números irrefutáveis. Segundo as mais recentes estatísticas demográficas das Nações Unidas, a população da Europa, no seu conjunto, está estimada em cerca de 730 milhões de habitantes, incluindo a Rússia (cerca de 500 milhões se considerarmos apenas a Europa Ocidental); os habitantes da África “negra”, ou seja, subsariana, são cerca de 860 milhões. Atualmente, há pouco mais de um africano “negro” por cada europeu, enquanto que há 60 anos se contava com quase três europeus por cada africano. Em 2030, segundo projeções fiáveis, haverá quase dois africanos “negros” por cada europeu.

A população africana “negra” aumenta mais de 20 milhões por ano. A este ritmo, atingirá mil milhões de habitantes em 2017 e, segundo uma hipótese de crescimento médio, cerca de 1300 milhões até 2030. A população europeia continuará estável até 2020, depois diminuirá, de ano para ano, em cerca de um milhão de habitantes. Hoje, cerca de 60% dos africanos “negros” têm menos de 25 anos e apenas 8% têm mais de 65. Na Europa, os números correspondentes são cerca de metade para os jovens – ou seja, 30% da população total – e cerca do dobro para as pessoas mais velhas, isto é, 16% da população total. Esta diferença vai acentuar-se sensivelmente nas duas próximas décadas.

Kadhafi tem a chave do paraíso europeu
Temos de nos render à evidência e aceitar os números, mesmo que sejam citados num tom que nos parece extravagante, ou mesmo desdenhoso. Ao contrário de nós, os africanos “negros”, geralmente muito pobres, vivem em países devastados pela guerra e assolados pela sida; são, na maioria, subnutridos e o rendimento anual, por habitante, situa-se entre os 600 e os 1200 euros (contra 23 mil a 30 mil para os europeus). No lugar de um pai de família africano desejoso de melhorar o futuro dos seus filhos, qualquer um de nós gastaria as suas economias para embarcar o melhor dos seus filhos num autocarro super lotado onde as malas de cartão são um luxo.

O autocarro lança-se, quase sempre, pelas estradas da savana que acaba na Líbia. E é aqui que entra em cena o coronel Kadhafi, de quem se pode razoavelmente afirmar que tem, aos olhos dos africanos, as chaves do paraíso europeu. E que pede, de forma seca e grosseira, o líder líbio aos europeus? Simplesmente, que lhe paguem para que mantenha a porta fechada. No seu discurso em Roma, Kadhafi fez referência às “invasões bárbaras”, o que não é completamente errado: os bárbaros que chegavam às portas do Império Romano, há 1700 anos, só muito raramente tinham intenções bélicas: estavam, na maior parte das vezes, esfomeados. E para os manter afastados, os romanos, sempre que podiam, pediam ajuda às “populações tampão”. Hoje, é à Líbia que Kadhafi oferece esse papel.

Sem propostas alternativas
Não nos convém tal coisa? Não basta dizer “não” ao coronel Kadhafi: é preciso uma proposta alternativa. O Governo italiano parece, evidentemente, não a ter, tal como a classe política europeia no seu conjunto; e qualquer proposta alternativa tem um preço. E esse preço pode, no início, ser muito alto, sobretudo se incluir iniciativas que impliquem grandes investimentos em África e que abram perspetivas economicamente vantajosas para a África e para a Europa.

A opinião pública europeia precisa de se convencer de que deve ser pago um preço, de uma maneira ou de outra, e que a calma nas fronteiras meridionais não durará eternamente. Poderá até concluir que os cinco mil milhões pedidos pelo coronel Kadhafi são, feitas as contas, um preço razoável. Afinal, é ele que se encarrega de travar os eventuais imigrantes, deixando-nos livres para podermos olhar para a outra costa enquanto exaltamos os princípios que fizeram a grandeza da Europa e em nome dos quais esperamos que o resto do mundo nos continue a tratar com respeito.


http://www.presseurop.eu/pt/content/article/330121-chantagem-aceitavel-de-kadhafi

Obama pede a americanos que tenham 'tolerância religiosa'

10/09/2010 14h12 - Atualizado em 10/09/2010 14h15

Obama pede a americanos que tenham 'tolerância religiosa'
Apelo foi feito em meio a polêmicas envolvendo o Islã.
Presidente também elogiou esforços de paz entre palestinos e israelenses.


O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu nesta sexta-feira (10) aos americanos que não fiquem uns contra os outros e tenham tolerância religiosa, aludindo às controvérsias em relação ao Islã que dominam a sociedade americana nas últimas semanas com a ameaça de um pastor protestante de queimar exemplares do Alcorão, livro sagrado do Islã.

saiba mais

Afegãos protestam contra possível queima de exemplares do Alcorão
"Temos que nos certificar que não comecemos a nos voltar uns contra os outros", afirmou Obama em entrevista na Casa Branca, na véspera do aniversário de nove anos dos atentados de 11 de setembro.

"E farei tudo que puder enquanto for presidente dos Estados Unidos para recordar ao povo americano que somos uma nação unida sob Deus e que podemos chamar esse Deus por diferentes nomes, mas que permanecemos uma única nação".


O presidente dos EUA, Barack Obama, dá entrevista nesta sexta-feira (10) na Casa Branca. (Foto: AP)Na entrevista, Obama também afirmou que os israelenses e palestinos "excederam as expectativas" no diálogo de paz iniciado na semana passada, uma negociação que, segundo ele, leva a riscos, mas que vale a pena.

Nesse sentido, pediu a Israel que estenda a moratória de construção de assentamentos que expira no fim desse mês, e sugeriu que os palestinos demonstrem sua vontade no diálogo de paz.

Em relação ao Afeganistão, afirmou que continuará mantendo a pressão sobre o presidente Hamid Karzai para resolver o problema da corrupção em seu país.

Obama também anunciou ter designado Austan Goolsbee como presidente do conselho de assessores econômicos da Casa Branca.

Goolsbee substituirá neste posto Christina Romer, que, em 3 de setembro, deixou suas funções para voltar a trabalhar como professora na Universidade da Califórnia.

"Austan é um amigo e um de meus conselheiros econômicos mais próximos há anos", afirmou o presidente.

"É um dos melhores economistas do país e trabalhou no conselho de assessores econômicos da Casa Branca desde que chegamos a Washington", acrescentou.

Austan Goolsbee, de 41 anos, é professor da Universidade de Chicago, foi jornalista econômico e é conselheiro econômico de Obama desde 2004.



http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/09/obama-pede-americanos-que-tenham-tolerancia-religiosa.html

Senado da França aprova lei que proíbe véu islâmico em local público

14/09/2010 14h26 - Atualizado em 14/09/2010 17h39


Polêmica, lei deve entrar em vigor em 2011.
Com boicote da esquerda, aprovação ocorreu por 246 votos a 1.
Do G1, com agências internacionais

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O Senado da França votou nesta terça-feira (14) a favor do projeto que proíbe uso de véu integral nos espaços públicos da França, transformando-o em lei. A aprovação foi por 246 votos a um.

O texto, que provocou polêmica no país -que tem a maior colônia muçulmana da Europa-, havia sido aprovado em julho pela Assembleia Nacional.

A lei, que teve o apoio do presidente Nicolas Sarkozy, deve entrar em vigor em 2011.

O Senado não realizou modificações na versão aprovada pela câmara baixa.

Apesar de condenar o uso dos véus islâmicos integrais -- 'burka' e 'niqab'--, a maioria da esquerda se negou a participar na votação, aludindo aos riscos de "inconstitucionalidade", tanto na França como na União Europeia, de uma proibição geral, e de uma "estigmatização" dos muçulmanos.

A lei prevê uma multa de 150 euros (US$ 195) e/ou um curso de educação cívica por usar o véu integral num espaço público.


Montagem mostra algumas diferentes versões do véu islâmico. (Foto: AFP)Também prevê um ano de prisão e 30.000 euros (US$ 40 mil) de multa para toda pessoa que obrigar uma mulher a usar esse tipo de véu que cobre completamente da cabeça aos pés.



http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/09/parlamento-frances-aprova-definitivamente-lei-que-proibe-veu-integral.html

Professor australiano 'fuma' a Bíblia e o Alcorão em vídeo na internet

13/09/2010 06h52 - Atualizado em 13/09/2010 08h11

Imagens mostram homem com exemplar do Alcorão e outro da Bíblia.
Vídeo foi retirado do site, e autor foi suspenso do trabalho.
Da France Presse

imprimir Um professor de direito australiano rasgou páginas do Alcorão e da Bíblia e utilizou as folhas como papel de fumo, em um vídeo publicado no site YouTube pouco depois da grande polêmica provocada pelo plano de um pastor evangélico americano de queimar o livro sagrado dos muçulmanos.

No vídeo de 12 minutos, que tem como título "A Bíblia ou o Alcorão, qual queima melhor?", Alex Stewart, membro de um grupo de ateus de Brisbane, exibe um exemplar do Alcorão e outro da Bíblia, arranca páginas dos dois livros e usa as folhas como "cigarros".

O vídeo, que foi retirado do YouTube, havia sido disponibilizado no fim de de semana, ou seja, no aniversário de nove anos dos atentados de 11 de setembro e depois do pastor americano Terry Jones ter desistido de queimar exemplares do Alcorão.


Professor australiano aparece no vídeo fumando as páginas dos livros (Foto: Reprodução/YouTube)Stewart foi suspenso pela Universidade Tecnológica de Queensland, onde trabalha.

"A universidade está evidentemente muito descontente e decepcionada com o fato de que este tipo de incidente tenha acontecido", declarou à imprensa o vice-reitor do centro de ensino, Peter Coaldrake.

Alex Stewart afirmou que pretendia exercer o direito à liberdade de expressão. "O vídeo era uma piada, claro", disse.


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/09/australiano-fuma-a-biblia-e-o-alcorao-no-youtube.html