quarta-feira, 9 de junho de 2010

Polícia afirma que há dois inquéritos contra pastor suspeito de pedofilia

09/06/2010 15h03 - Atualizado em 09/06/2010 15h03

Polícia afirma que há dois inquéritos contra pastor suspeito de pedofilia
Religioso foi preso em Bonsucesso nesta quarta (9).
Denúncia foi feita por pais de meninas que frequentavam a igreja.
Do G1 RJ


Padre é preso após tentativa de suborno Justiça decreta prisão de padre que teria algemado jovem para fazer sexo Pastor é preso acusado de homicídio, roubo, furto e estelionato Pastor suspeito de pedofilia é preso em igreja de favela carioca O pastor evangélico preso na manhã desta quarta (9) suspeito de pedofilia responde a dois inquéritos policiais, conforme informou a Polícia Civil nesta quarta.

De acordo com o delegado Marcos Cipriano, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), onde o caso está sendo investigado, em um dos inquéritos o pastor é suspeito de pagar crianças para fotografá-las nuas e manter relações sexuais com elas.

No outro inquérito, ele é suspeito de levar menores para casa depois dos cultos para cometer abuso sexual.

O pastor foi preso em sua casa, na Favela do Mandela, em Bonsucesso, no subúrbio do Rio, em uma operação que envolveu 30 policiais da DPCA com apoio da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais).

Investigação
As investigações começaram há cerca de 1 ano, quando pais de crianças que frequentam a igreja procuraram a delegacia.

“Ele levava algumas crianças para casa depois do culto de sexta à noite, dizendo que as levaria para o culto na igreja no sábado de manhã”, explicou o delegado afirmando que ele vai responder por estupro de vulnerável.

As vítimas, todas meninas, passaram por exame de corpo de delito e psicológico.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/06/policia-afirma-que-ha-dois-inqueritos-contra-pastor-suspeito-de-pedofilia.html

terça-feira, 8 de junho de 2010

Igrejas ainda reproduzem padrões estéticos e comportamentais “europeizados”

Igrejas ainda reproduzem padrões estéticos
e comportamentais “europeizados”

A imagem idealizada de um cristão no Brasil é de uma pessoa branca,
com poder de decisão delegado aos homens

ALC

As igrejas cristãs reproduzem, em geral, discurso racista e sexista que impede a promoção de congregações realmente inclusivas, avaliaram participantes do III Encontro Afro-Cristão, reunido na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), de 28 a 30 de maio.

A imagem idealizada de um cristão no Brasil é de uma pessoa branca, com poder de decisão delegado aos homens. Muitos negros pertencentes a segmentos religiosos cristãos procuram adequar-se a essa imagem, embranquecendo sua estética, mente e espiritualidade, constataram participantes do encontro.

O evento tratou de questões pertinentes à auto-estima das negras e negros cristãos, suas características biológicas e psicológicas, a auto-aceitação e como são acolhidos na sociedade e no contexto das igrejas.

Reunidos em torno do tema “Gênero e Negritude – uma perspectiva cristã”, o encontro de São Paulo contou com a participação do presidente do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI), bispo Julio Murray, que ministrou conferência sobre o tema “Mitos e desafios da masculinidade negra”.

Siomara Rita da Silva também palestrou no encontro, trazendo contribuições para o debate em torno da “Estética na perspectiva da saúde da mulher negra”.

“Estas duas temáticas trabalhadas pelo bispo Murray e por Siomara serviram como incentivo para que as comunidades cristãs possam discutir questões pertinentes à masculinidade e à feminilidade negra a partir de outro prisma”, anotou a professora Selenir Kronbauer, coordenadora do Grupo Identidade da Faculdades EST.

Como resultado imediato do encontro, os participantes pretendem atuar enquanto multiplicadores de ações direcionadas para o fortalecimento e a auto-estima da pessoa negra, incentivando a formação de grupos de estudos sobre o tema,

Atuaram como instituições parceiras do III Encontro Afro Cristão o Grupo Identidade, a Sociedade Cultural Missões Quilombo, de São Paulo, a Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil (ANNEB) e a Comissão Ecumênica Nacional de Combate ao Racismo (CENACORA).


http://www.jornalahoraonline.com.br/igreja/integra.php?id=10879


É loucura boicotar a cultura israelense

É loucura boicotar a cultura israelense

Pode-se discordar das políticas de Israel; já condenar todos os cidadãos de um país pelas posições de seu governo é racismo

05 de junho de 2010 | 10h 38
    Umberto Eco*

Em janeiro de 2003, escrevi um artigo lamentando o fato de que The Translator, uma publicação acadêmica britânica, havia se juntado com outras publicações britânicas num boicote acadêmico de universidades israelenses em protesto pelas políticas do premiê israelense Ariel Sharon. Mona Baker, editora de The Translator, havia sido signatária da carta aberta anunciando o boicote. Pouco depois, ela convidou dois cientistas israelenses do conselho editorial da revista a renunciar. Os dois intelectuais em questão, dra. Miriam Schlesinger e dr. Gideon Toury, estavam em desacordo com as politicas de Sharon, mas isso não fez a menor diferença para Baker.

Reprodução
Reprodução
Cartaz propõe forçar mudança nas políticas de Israel por meio de boicote a suas instituições

Veja também:

link ENTREVISTA Antonio Donini - Voluntários do perigo

link DAVID GROSSMAN - Reflexos de marionete

Em minha crítica, eu observei duas coisas: primeiro, que é necessário fazer uma distinção entre as políticas do governo de um país (ou mesmo sua Constituição) e o fermento cultural em ação dentro dele. Segundo, assinalei implicitamente que considerar todos os cidadãos de um país responsáveis por políticas de seus governos era uma forma de racismo. Não há nenhuma diferença entre os que picham todos os israelenses dessa maneira e os que sustentam que, como alguns palestinos cometem atos de terrorismo, devíamos bombardear todos os palestinos.

Recentemente, em Turim, surgiu uma carta aberta sob a égide do ramo italiano da Campaign for the Academic and Cultural Boycott of Israel, uma rede de acadêmicos e organizações trabalhando para forçar uma mudança nas políticas de Israel com o boicote de instituições israelenses. Esse documento, cuja intenção é censurar o governo de Israel por suas políticas, inclui a seguinte declaração: "As universidades e os acadêmicos israelenses apoiaram e apoiam quase totalmente seu governo e, como tal, são cúmplices de suas políticas. As universidades israelenses são também os lugares onde alguns dos projetos de pesquisa mais importantes são realizados sobre novas armas baseadas em nanotecnologia e sistemas tecnológicos e psicológicos para controlar e oprimir a população civil".

Na carta, espécie de manifesto, esses acadêmicos pedem para as pessoas se absterem de tomar parte em qualquer cooperação acadêmica e cultural, incluindo colaborar com instituições israelenses. Eles sugerem também a suspensão de todas as formas de financiamento e subsídio.

Embora eu discorde completamente das políticas do governo israelense, é falso afirmar, como os defensores italianos do boicote fazem em sua carta, que universidades e acadêmicos israelenses apoiam "quase totalmente" o governo de seu país. Muitos intelectuais israelenses continuam combatendo com firmeza as políticas de seu governo. Por exemplo, a European Jewish Call for Reason (ou JCall) produziu recentemente uma petição contra a expansão dos assentamentos israelenses, assinada por um grande número de destacados intelectuais judeus europeus. Ela causou uma agitação enorme, mostrando que o debate continua tanto dentro como fora de Israel.

De mais a mais, isso é ilógico. Por que o boicote deveria ser tão abrangente? Deveríamos proibir filósofos chineses de participarem de conferências filosóficas porque Pequim censurou o Google? Se físicos em universidades de Teerã ou Pyongyang estivessem colaborando ativamente na construção de armas atômicas para seus países, seria compreensível que seus pares acadêmicos em Roma ou Oxford pudessem preferir romper todas as relações institucionais com eles. Mas não vejo por que eles deveriam romper relações com acadêmicos trabalhando em campos não afins: perderíamos todo o diálogo sobre a história da arte coreana ou da literatura persa antiga.

O filósofo Gianni Vattimo, meu amigo, está entre os que apoiam essa convocação ao boicote. Ora, vamos considerar, a título de raciocínio, uma hipótese, para ver se chegamos a acordo. Suponhamos que circulem, em certos países estrangeiros, rumores de que a administração Berlusconi na Itália está tentando solapar o sagrado princípio democrático da separação de poderes deslegitimando o Judiciário - e está fazendo isso com o apoio de um partido político xenófobo e racista. Será que agradaria a Vattimo, ele próprio um crítico do governo italiano, se universidades americanas protestassem contra as políticas na Itália não o convidando mais para atuar como professor visitante, ou se comitês especiais tomassem medidas para retirar todas as suas publicações de bibliotecas americanas? Acho que ele gritaria "injustiça" e veria tais ações como o equivalente a responsabilizar todos os judeus por deicídio porque o Sinédrio estava de mau-humor na Sexta-Feira Santa.

Ninguém concordaria que todos os romenos são estupradores, todos os padres, pedófilos e todos os estudiosos de Heidegger, nazistas. Da mesma forma, nenhuma posição política contra um governo deveria condenar toda uma raça ou cultura. Esse princípio é particularmente importante no mundo literário, em que a solidariedade global entre cientistas, artistas e escritores sempre foi uma maneira de defender os direitos humanos além-fronteiras.

TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

* UMBERTO ECO, ACADÊMICO ITALIANO, É AUTOR DOS BEST-SELLERSBAUDOLINO, O NOME DA ROSA E O PÊNDULO DE FOUCAULT, ENTRE OUTROS. SEU LIVRO MAIS RECENTE É HISTÓRIA DA FEIURA


http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,e-loucura-boicotar-a-cultura-israelense,561964,0.htm


Líder negro foi do terrorismo ao Nobel da Paz

Líder negro foi do terrorismo ao Nobel da Paz

Por trás do sorriso plácido do ex-presidente, de 91 anos, há um passado de guerrilheiro[br]e prisioneiro político

04 de junho de 2010 | 0h 00
    O homem que, hoje, é unanimemente considerado um dos símbolos da paz e da reconciliação racial passou quase 30 anos preso em Robben Island, juntamente com outros líderes negros, acusado de sabotagem e terrorismo contra o regime branco.

Antes de tornar-se, em 1994, o primeiro presidente negro eleito na África do Sul, Mandela liderou o Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), braço armado do partido político Congresso Nacional Africano, que, em 1961, deu início a uma série de ações de guerrilha contra o regime sul-africano.

Até então, Mandela defendia a luta pacífica, mas o Massacre de Sharpeville, quando a polícia matou 61 jovens negros, fez o líder negro mudar de ideia. Ele foi acusado de 193 atentados e cumpriu 27 anos de sua pena, a prisão perpétua, sendo libertado em 1990.

Nos quatro anos seguintes, Mandela recebeu mais de 250 prêmios e dedicou-se a promover a reconciliação entre negros e brancos, enquanto construiu seu caminho para a presidência. Na África do Sul, os líderes políticos e a população em geral referem-se a ele como "Madiba", título honorário e carinhoso dado aos anciãos do seu clã.

Mandela é tido como pé quente no esporte sul-africano. Em 1996, apareceu vestindo a camisa da seleção local antes da vitória inédita dos Bafanas na Copa Africana de Nações.

Um ano antes, foi à final da Copa do Mundo de Rúgbi vestindo a camisa verde e dourada dos Springboks, a seleção nacional de rúgbi, com o número 6, do capitão François Pienaar, estampado nas costas. Novamente, vitória dos sul-africanos.

Sua presença na abertura e no encerramento da Copa do Mundo aliviará uma das maiores preocupações dos organizadores do evento, que chegaram a dizer que o Mundial da África não seria o mesmo sem a aparição do prêmio Nobel da Paz e líder da luta anti-apartheid, de 91 anos.

Reclusão. Mandela retirou-se da vida pública em 2004 e abriu uma rara exceção em sua agenda reclusa apenas na véspera da última eleição presidencial, no ano passado, quando participou de uma reunião de apoio ao seu colega de partido e presidente eleito, Jacob Zuma. Na ocasião, os africanos celebraram 20 anos de sua libertação.

Como a agenda do líder negro é mantida em sigilo por razões de segurança, seus compromissos são confirmados com o mínimo de antecedência, razão pela qual a presença de Mandela na Copa ainda não foi anunciada por ele mesmo ou por seus assessores diretos.


http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100604/not_imp561429,0.php

Com ex-modelo e poucas novidades, premiê do Japão anuncia gabinete

08/06/2010 02h39 - Atualizado em 08/06/2010 08h06

Com ex-modelo e poucas novidades, premiê do Japão anuncia gabinete

Naoto Kan nomeou ex-modelo para Reforma Administrativa.
Ministério das Finanças foi confiado ao seu ex-adjunto, Yoshihiko Noda.

Do G1, com agências internacionais

Senadora Renho, ex-apresentadora e ex-modelo, assume o ministério da Reforma Administrativa.Senadora Renho, ex-apresentadora e ex-modelo,
assume o ministério da Reforma Administrativa.
(Foto: Issei Kato/Reuters)

O novo primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, formou nesta terça-feira (8) seu gabinete de governo com 17 ministros, dos quais 11 conservaram o cargo, anunciou seu porta-voz, Yoshito Sengoku.

O ministério de Finanças, dirigido anteriormente por Kan, foi confiado ao seu ex-adjunto, Yoshihiko Noda, de 52 anos.

Ele terá a complicada tarefa de revitalizar a economia e reduzir ao mesmo tempo a enorme dívida pública que alcança quase a dobro do Produto Interno Bruto (PIB).

O novo governo japonês inclui duas ministras, entre elas uma ex-modelo e ex-apresentadora, e seis caras novas.

As ministras são a responsável de Justiça, Keiko Chiba, que segue em seu posto, e uma nova incorporação à frente da Reforma Administrativa: a senadora Renho, ex-apresentadora e ex-modelo de ascendência taiuanesa.

Kan foi eleito primeiro -ministro na sexta-feira (4) pelo parlamento, mas preferiu esperar até esta terça para anunciar seu governo.

Kan prometeu nesta terça transformar o Japão num país mais vigoroso, restaurar as finanças públicas e conservar a aliança com os Estados Unidos como pedra angular de sua diplomacia.

O novo primeiro-ministro, de 63 anos, é o quinto chefe de governo que assume o cargo em quatro anos. Ele tem o apoio de mais de 60% da opinião pública, disposta a dar uma segunda chance ao Partido Democrata do Japão (PDJ), apesar da desastrosa expêriencia do governo de Yukio Hatoyama.

Este último, eleito em meados do ano passado frente aos conservadores, no poder há mais de 50 anos, não cumpriu com suas promessas, e em oito meses e meio acabou com a esperança que os japoneses tinham quanto a ele.

"Creio que é necessário continuar firmemente com o princípio de que a aliança de segurança Japão-Estados Unidos é a pedra angular da diplomacia japonesa", afirmou Kan, depois de conversar por telefone no fim de semana com o presidente Barack Obama.

Em seu primeiro discurso depois do anúncio de seu gabinete, Kan disse que a bolha econômica japonesa explodiu há 20 anos e que o país deve lamentar cerca de 30 mil suicídios anuais. "Quero reabilitar o Japão drasticamente e criar um país vigoroso", enfatizou.

Num momento em que a dívida pública se aproxima do dobro do PIB, Kan destacou que "reconstruir a saúde financeira é fundamental para a economia japonesa".

O novo governo, que será empossado pelo Imperador Akihito, está integrado por 17 ministros e secretários de Estado, 11 dos quais conservam a pasta que tinham no gabinete anterior.

Os titulares dos principais ministérios foram confirmados nesses postos: Katsuya Okada nas Relações Exteriores, Toshimi Kitazawa na Defesa e Seiji Maehara nos Transportes.

O ministério-chave das Finanças, que Kan dirigia no governo anterior, foi confiando a seu ex-adjunto, Yoshihiko Noda, de 52 anos, partidário do rigor orçamentário.

Sua tarefa consistirá em revitalizar a economia e reduzir simultaneamente a enorme dívida pública que é quase o dobro do PIB. Não se exclui um aumento do imposto ao consumidor, atualmente em 5%.

No nível diplomático, Kan deverá reconciliar-se com os Estados Unidos, o principal aliado do Japão, depois do fracasso da mudança da base militar da ilha de Okinawa.

O governo anterior prometeu retirar uma base aérea americana dessa filha, mas Washington insistiu que Tóquio respeitasse um acordo sobre sua manutenção assinado em 2006 entre os dois aliados.

Um assessor de Obama disse que confia que as relações com Kan serão melhores do que com seu predecessor.

"Tenho todos os motivos para pensar que Kan retomará (o diálogo) no ponto em que o deixamos e que não voltaremos a viver os momentos difíceis que atravessamos em setembro e outubro", declarou Jeff Bader, encarregado pela Ásia no Conselho de Segurança Nacional.

O novo primeiro-ministro declarou que aplicará todas as decisões adotadas pelo governo anterior nessa questão.

Naoto Kan, um ex-militante de esquerda, procedente de uma família modesta, contrariamente aos "herdeiros" das dinastias políticas que o precederam, sabe que o apoio da opinião pública pode desaparecer rapidamente se não der sinais de uma verdadeira mudança.

O primeiro teste para o governo e o PDJ, majoritário, terá lugar durante as eleições para o Senado, em julho próximo.


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/06/primeiro-ministro-do-japao-anuncia-gabinete-de-governo.html