domingo, 31 de janeiro de 2010

Beyoncé e Jay-Z são o casal famoso mais rico, segundo a "Forbes"

Os cantores Beyoncé e Jay-Z são pelo segundo ano consecutivo o casal do mundo das celebridades que mais faturou, reunindo as suas receitas arrecadaram US$ 122 milhões anuais, segundo a revista "Forbes".



A publicação detalha hoje em seu site que ambos superam em receita, inclusive, os casais mais populares, entre estes o "Brangelina", como é conhecida a união dos atores Brad Pitt e Angelina Jolie, os Beckham (Victoria e David Beckham), e "TomKat", como as revistas se referem a Tom Cruise e Katie Holmes.



Embora no ano passado o rapper Jay-Z tenha superado a sua esposa, neste ano a popular cantora, candidata a dez indicações no Grammy, foi a que mais dinheiro ganhou entre junho de 2008 e o mesmo mês de 2009, com US$ 87 milhões, frente aos US$ 35 milhões de seu marido.



Um ano antes, Jay-Z faturou US$ 82 milhões dos US$ 162 milhões que arrecadou com seu trabalho o popular casal, que casou em 2008 e que nos últimos meses emplacaram dois dos temas mais populares da atualidade musical nos Estados Unidos ("Single Ladies" e "Empire State of Mind").



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Beyoncé e Jay-Z arrecadaram quase o dobro que o próximo casal na lista: a formada pelos atores Harrison Ford e Calista Flockhart, que, segundo Forbes, embolsou US$ 69 milhões, basicamente graças aos US$ 65 milhões que o primeiro recebeu com o filme "Indiana Jones".



O terceiro casamento mais bem sucedido financeiramente foi o formado por Brad Pitt e Angelina Jolie (US$ 55 milhões); seguidos pelos também atores Will Smith e Jada Pinkett Smith (US$ 48 milhões).



Na sequência das uniões aparece o jogador David Beckham e sua esposa Victoria (US$ 46 milhões); e o casal formado pela apresentadora de televisão Ellen Degeneres e a atriz Portia de Rossi (US$ 36 milhões).



Outros casais que figuram na lista de Forbes são os formados por Tom Hanks e Rita Wilson (US$ 35,5 milhões), Jim Carrey e Jenny McCarthy (US$ 34 milhões), Tom Cruise e Katie Holmes (US$ 33,5 milhões); e Chris Martin e Gwyneth Paltrow (US$ 33 milhões).



Também estão Sarah Jessica Parker e Matthew Broderick (US$ 29 milhões), Tim McGraw e Faith Hill (US$ 28 milhões), Eva Longoria e Tony Parker (US$ 22 milhões), Katherine Heigl e Josh Kelley (US$ 20 milhões) e Nicole Kidman e Keith Urban (US$ 17 milhões).



Fonte: Folha Online

FORUM SOCIAL MUNDIAL: O grande balanço

por: BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS
Nos últimos tempos, surgiram dúvidas sobre o real impacto do Fórum Social Mundial e sobre a sua sustentabilidade futura

REÚNEM-SE em Porto Alegre milhares de ativistas e líderes de movimentos sociais e ONGs para fazer o balanço dos dez anos do Fórum Social Mundial, um processo que nasceu no Brasil no início da década que seria também a da afirmação internacional do país. Nos últimos tempos, surgiram dúvidas sobre o real impacto do FSM e sobre a sua sustentabilidade futura.


O impacto do movimento do FSM foi muito superior ao que se imagina.


A ascensão ao poder dos presidentes progressistas da América Latina não se pode entender sem o fermento de consciência continental por parte dos movimentos sociais gerado no FSM ou potenciado por ele.


O bispo Fernando Lugo, hoje presidente do Paraguai, veio ao primeiro FSM de ônibus. A luta travada com êxito contra a Alca e os tratados de livre-comércio foi gerada no FSM.


Foi no primeiro FSM que se discutiu a importância de os países de desenvolvimento intermédio e com grandes populações -como Brasil, Índia, África do Sul- se unirem como condição para que as regras do jogo do capitalismo mundial fossem alteradas. Um dos participantes nas discussões viria a ser logo depois um dos articuladores da política externa brasileira. E os Brics e o G20 aí estão.


O FSM teve uma importância decisiva em denunciar a hipocrisia e a injustiça da ortodoxia financeira e econômica do Banco Mundial, do FMI e da OMC, abrindo espaço político para comportamentos heterodoxos de que se beneficiaram sobretudo os países ditos emergentes. Foi também sob a pressão das organizações do FSM especializadas na dívida externa dos países empobrecidos que o Banco Mundial veio a aceitar a possibilidade de perdão dessas dívidas.


O FSM deu visibilidade às lutas dos povos indígenas e fortaleceu-lhes a dimensão continental e global das suas estratégias. Deu igualmente visibilidade às lutas das castas inferiores da Índia (os dalits), particularmente a partir do FSM realizado em Mumbai.


Acima de tudo, o FSM deu credibilidade à ideia de que a democracia pode ser apropriada pelas classes populares e que os seus movimentos e organizações são tão legítimos quanto os partidos na luta pelo aprofundamento da democracia. A resposta à dúvida sobre a sustentabilidade do FSM deve centrar-se num balanço do futuro. Primeiro, o FSM tem de mundializar-se. O FSM da última década foi sobretudo latino-americano. Foi nesse continente que a ideia do FSM cativou verdadeiramente a imaginação dos movimentos sociais e se transformou numa fonte autônoma de energia contra a opressão.



Essa fertilização do inconformismo teve repercussões nos processos políticos que tiveram lugar em muitos países do continente.


Está a emergir uma consciência continental que, embora difusa, tem como ideias centrais a recusa militante da concepção imperial da América Latina como quintal dos EUA e a reivindicação de formas de cooperação econômica e política que se pautam por princípios de solidariedade e reciprocidade, alternativos aos que subjazem aos tratados de livre-comércio.


Para ser sustentável, o FSM tem de fazer um esforço enorme no sentido de densificar a sua presença nos outros continentes.
Segundo, o FSM vai ter de produzir pensamento solidamente crítico e propositivo. O FSM não será sustentável se a sua voz, mesmo que plural, não se ouvir sobre os problemas que afligem o mundo. Não se compreende que o FSM, enquanto tal, não tenha tido voz (ou um conjunto de vozes estruturadas) sobre a reforma da ONU, sobre a mudança climática ou sobre a guerra infinita contra o terrorismo.


Terceiro, o FSM vai ter de apoiar ações coletivas e novas internacionais. O capitalismo tem uma capacidade enorme de regeneração. Os mais furiosos adeptos do neoliberalismo nem sequer pestanejaram para aceitar a mão do Estado na resolução da crise, o que por vezes envolveu nacionalizações, a palavra maldita dos últimos 30 anos. Por isso, o ativismo global do FSM vai aprofundar as suas agendas tendo em mente esse realismo, na base do qual podem construir novas lutas pela justiça social.


Têm vindo a surgir várias propostas no sentido de tornar o movimento da globalização alternativa mais afirmativo e vinculativo em termos de iniciativas mundiais. É o caso da proposta recentemente feita pelo vice-presidente da Bolívia de criar a Internacional dos Movimentos Sociais ou da proposta do presidente da Venezuela de criar a Quinta Internacional, congregando os partidos de esquerda em nível mundial. A primeira proposta é inspirada no FSM, e a segunda, talvez numa crítica ao FSM. Para ambas o fórum é relevante.



BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS, 69, sociólogo português, é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal). É autor, entre outros livros, de "Para uma Revolução Democrática da Justiça" (Cortez, 2007).

Fonte: Folha de São Paulo