quarta-feira, 10 de março de 2010

JORNALISMO DELINQÜENTE E COTAS

Blog Reinaldo Azevedo

JORNALISMO DELINQÜENTE E COTAS
terça-feira, 9 de março de 2010 | 5:11
Leia artigo de Demétrio Magnoli, publicado na Folha de hoje. Os idiotas que decidiram atacar o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deveriam ter vergonha na cara e tentar contestar o que segue. Mas não o farão. Porque não sabem. Porque não podem. E porque não vivem sem delinqüir.
*
As pessoas, inclusive os jornalistas, podem ser contrárias ou favoráveis à introdução de leis raciais no ordenamento constitucional brasileiro. Não é necessário, contudo, falsear deliberadamente a história como faz o panfleto disfarçado de reportagem publicado nesta Folha sob as assinaturas de Laura Capriglione e Lucas Ferraz (”DEM corresponsabiliza negros pela escravidão”, Cotidiano, 4/3).

A invectiva dos repórteres engajados contra o pronunciamento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) na audiência do STF sobre cotas raciais inscreve no título a chave operacional da peça manipuladora.

O senador referiu-se aos reinos africanos, mas os militantes fantasiados de repórteres substituíram “africanos” por “negros”, convertendo uma explanação factual sobre história política numa leitura racializada da história.

Não: ninguém disse que a “raça negra” carrega responsabilidades pela escravidão. Mas se entende o impulso que fabrica a mentira: os arautos mais inescrupulosos das políticas de raça atribuem à “raça branca” a responsabilidade pela escravidão.

Num passado recente, ainda se narrava essa história sem embrulhá-la na imaginação racial. Dizia-se o seguinte: o tráfico atlântico articulou os interesses de traficantes europeus e americanos aos dos reinos negreiros africanos. Isso não era segredo ou novidade antes da deflagração do empreendimento de uma revisão racial da história humana com a finalidade bem atual de sustentar leis de divisão das pessoas em grupos raciais oficiais.

Demóstenes Torres disse o que está nos registros históricos. Os repórteres a serviço de uma doutrina tentam fazer da história um escândalo.

O jornalismo que abomina os fatos precisa de ajuda. O instituto da escravidão existia na África (como em tantos outros lugares) bem antes do início do tráfico atlântico. Inimigos derrotados, pessoas endividadas e condenados por crimes diversos eram escravizados. A inexistência de um interdito moral à escravidão propiciou a aliança entre reinos africanos e os traficantes que faziam a rota do Atlântico. Os empórios do tráfico, implantados no litoral da África, eram fortalezas de propriedade dos reinos africanos, alugadas aos traficantes.

O historiador Luiz Felipe de Alencastro, convocado para envernizar a delinquência histórica dos repórteres (”África não organizou tráfico, diz historiador”), conhece a participação logística crucial dos reinos africanos no negócio do tráfico. Mas sofreu de uma forma aguda e providencial de amnésia ideológica ao afirmar, referindo-se ao tráfico, que “toda a logística e o mercado eram uma operação dos ocidentais”.

Os grandes reinos negreiros africanos controlavam redes escravistas extensas, capilarizadas, que se ramificavam para o interior do continente e abrangiam parceiros comerciais estatais e mercadores autônomos. No mais das vezes, a captura e a escravização dos infelizes que passaram pelas fortalezas litorâneas eram realizadas por africanos.

Num livro publicado em Londres, que está entre os documentos essenciais da história do tráfico, o antigo escravo Quobna Cugoano relatou sua experiência na fortaleza de Cape Coast: “Devo admitir que, para a vergonha dos homens de meu próprio país, fui raptado e traído por alguém de minha própria cor”. Laura e Lucas, na linha da delinquência, já têm o título para uma nova reportagem: “Negros corresponsabilizam negros pela escravidão”.
O tráfico e a escravidão interna articulavam-se estreitamente. No reino do Ndongo, estabelecido na atual Angola no século 16, o poder do rei e da aristocracia apoiava-se no domínio sobre uma ampla classe de escravos.

No Congo, a população escrava chegou a representar cerca de metade do total. O reino Ashanti, que dominou a Costa do Ouro por três séculos, tinha na exportação de escravos sua maior fonte de renda. Os chefes do Daomé tentaram incorporar seu reino ao império do Brasil para vender escravos sob a proteção de d. Pedro 1º. Em 1840, o rei Gezo, do Daomé, declarou que “o tráfico de escravos tem sido a fonte da nossa glória e riqueza”.

Em 1872, bem depois da abolição do tráfico, o rei ashanti dirigiu uma carta ao monarca britânico solicitando a retomada do comércio de gente.O providencial esquecimento de Alencastro é um fenômeno disseminado na África. “Não discutimos a escravidão”, afirma Barima Nkye 12, chefe supremo do povoado ganês de Assin Mauso, cuja elite descende da aristocracia escravista ashanti. Yaw Bedwa, da Universidade de Gana, diagnostica uma “amnésia geral sobre a escravidão”.

Amnésia lá, falsificação, manipulação e mentira aqui. Sempre em nome de poderosos interesses atuais.


http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/jornalismo-delinquente-e-cotas/

terça-feira, 9 de março de 2010

GLOBAL AFRICANS, PAN-AFRICANISM, DECOLONISATION AND INTEGRATION OF AFRICA – PAST, PRESENT AND FUTURE, ABUJA, NIGERIA, SEPTEMBER 21 - 24, 2010

GLOBAL AFRICANS, PAN-AFRICANISM, DECOLONISATION AND INTEGRATION OF AFRICA – PAST, PRESENT AND FUTURE, ABUJA, NIGERIA, SEPTEMBER 21 - 24, 2010

CONFERENCE ANNOUNCEMENT AND CALL FOR PAPERS

Global Africans are children of mother Africa, irrespective of their nationalities and the passports they carry or where they live, but who accept and recognize that their ancestors are directly from Africa. They are persons of African descent resident in Africa and other Continents of the world either through forced or voluntary migrations. As a people, Africans have suffered the worst forms of degradation and dehumanisation. Pan-Africanism has been one of the ways of reversing this condition.

The goals of Pan-Africanism, expressed at various times through ideals such as: “Back to Africa”; “Africans Unite”; “African Renaissance” and “United States of Africa” have not been achieved. The violent and non-violent struggles of Africans on the continent and in the Diaspora contributed significantly to the independence and freedoms of black people from the evils of colonialism and apartheid. New generation of pan-Africanists are building on the gains of the past to tackle the challenges of the present and future. There is therefore the need for a careful re-examination, documentation, preservation and dissemination of the historical contributions of global Africans to African development.

Given the above background, CBAAC in conjunction with PANAFSTRAG is organising its sixth International Colloquium to commemorate the 50th Independence Anniversary of Nigeria, the most populous Black nation in the world. The colloquium, to be held in Abuja, Nigeria from 21st to 24th of September, 2010, is expected to bring together Pan-Africanists, historians, academics, activists and other experts within Africa and the Diaspora.

SUB-THEMES

i. Theoretical and conceptual issues
ii. Historicising Pan-Africanism
iii. Pan-Africanism: Spiritual and Cultural Foundation
iv. Methodological and Pedagogical Issues in Pan-Africanism
v. Pan-African Thinkers and Thought
vi. Pan-Africanism: Decolonisation and Neo-Colonisation,
vii. Pan-Africanism and Economic Development
viii. Integration and Pan-Africanist Organizations
ix. Pan-Africanism and African Union
x. Creativity and the Arts: Popular Culture, Music and Folklores
xi. Pan-Africanism and Globalization
xii. Contemporary Issues in Pan-Africanism

All abstracts should include title, the author(s) name, institutional affiliation, address, telephone number and email address. All abstracts must not be more than 300 words. Abstracts for consideration which must be in electronic format should be received not later than 9th May, 2010 by all of the following individuals:

1. tunde_babawale@...
2. akinalao@...
3. isholawilliams@...
4. ibraheem_muheeb@...

Authors whose abstracts are accepted would be notified not later than 15th of June, 2010 while all papers for presentation must be received in electronic format not later than 15th August, 2010.

FINANCIAL SUPPORT
Further details on financial support by CBAAC (if any) for authors of successful abstracts would be provided later. While the conference is open, participants are encouraged to seek funding from other sources.

The official languages of the conference are: English, French, Spanish and Portuguese.




FONTE: http://www.elombah.com/index.php

PLANO NACIONAL DE PROTEÇÃO À LIBERDADE RELIGIOSA É LANÇADO NA ALERJ

PLANO NACIONAL DE PROTEÇÃO À LIBERDADE RELIGIOSA É LANÇADO NA ALERJ

Estabelecer a igualdade e reforçar os direitos das religiões afrodescendentes, com participação ativa das comunidades, são os objetivos do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa e Promoção de Políticas Públicas para as Comunidades Tradicionais de Terreiro (PNCT) apresentado, nesta sexta-feira (05/03), pelo ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, na Assembleia Legislativa do Rio. Dentre os principais pontos do plano, que tem por meta recuperar a autoestima dos adeptos de religiões como o candomblé e a umbanda, encontram-se as políticas para inclusão de portadores de deficiência e idosos, além do ensino às crianças da importância das crenças. "Cumprimos o papel de trazer o debate das propostas do Governo federal para as lideranças de religiões de matriz africana do Rio. Temos que fortalecer institucionalmente as religiões africanas e regastar um direito que nos foi negado por mais de 350 anos. A caminhada não será fácil, nem rápida, mas passos importantes estão sendo dados", afirmou o ministro.

Idealizador do encontro, o deputado Gilberto Palmares (PT) lamentou a exoneração do delegado Henrique Pessôa, do Núcleo de Combate à Intolerância Religiosa da Polícia Civil. De acordo com o petista, Pessôa, que é um defensor das religiões afrodescendentes, terá de retornar a Nova Friburgo, na Região Serrana, onde reside, e deixará o comando do núcleo. "Recebemos esta informação durante o encontro e isso é algo preocupante. O delegado tinha um papel importante ao receber as denúncias de preconceito religioso e registrá-las da maneira correta, de acordo com a lei que lhe diz respeito. Era uma peça importante nesta luta, e vamos apurar o motivo desta exoneração", declarou Palmares. Os casos de preconceito que não forem resolvidos pela delegacia terão agora tratamento específico em um Centro de Referência de Enfrentamento à Intolerância Religiosa, que será inaugurado no estado ainda neste ano.

O superintendente estadual de Direitos Humanos, Carlos Nascimento, comentou que a interação entre os governos federal e estadual tem sido fundamental no combate à intolerância religiosa no Rio. "Estamos finalizando a parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) para oferecer um tratamento especializado a estas vítimas, com atendimento multidisciplinar, através de advogados, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e atendentes comunitários", informou Nascimento. Autora da Lei estadual 4.007/02, que instituiu o dia 20 de novembro como feriado de Zumbi dos Palmares, a deputada federal Cida Diogo (PT-RJ) marcou presença no encontro e garantiu apoio total às políticas públicas de combate ao preconceito religioso. Ela afirmou que tentará fazer do Dia de Zumbi um feriado nacional.

Também estiveram presentes o deputado federal Carlos Santana (PT-RJ) e a superintendente estadual da Igualdade Racial, a atriz Zezé Motta, além de lideranças das comunidades de terreiro de todo o estado do Rio.

Texto de Colin Foster
link com áudio do ministro Edson Santos:
http://alerj.posterous.com/ministro-edson-santos-faz-balanco-sobre-lanca


Fernanda Pedrosa
Diretora de Comunicação Social da Alerj
(21) 2588-1404 / 2588-1627
(21) 9981-5119
www.alerj.rj.gov.br
www.twitter.com/fepedrosa

http://br.groups.yahoo.com/group/discriminacaoracial/message/57051

I MUTIRÃO PARA LEGALIZAÇÃO DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DE TERREIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

I MUTIRÃO PARA LEGALIZAÇÃO DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DE TERREIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

(Para termos Direitos, Temos que conquistá-los!)

DATA: 12 DE MARÇO DE 2010 (sexta-feira)
LOCAL: Clube Miragem – Av. Automóvel Club, S/nº Santa Cruz da Serra - Duque de Caxias
HORÁRIO: 15:00 h. / Entrada Franca

Presença de autoridades do Poder Público, Pesquisadores da PUC-Rio e representantes de organizações que apóiam o movimento em defesa do direito à liberdade religiosa e contra a Intolerância.
Serão distribuídos Kits para a legalização das Casas e fornecidas orientações sobre todo o processo, que é gratuito!
Poderão participar Comunidades de Terreiros de todo o Estado do Rio de Janeiro, sejam elas de quaisquer designações.
Ao final do evento será servido um coquetel a todos os presentes!

ORGANIZAÇÃO: Profª Valeria Teixeira
Coordenadora de Religiosidade de Matriz Africana em Duque de Caxias pelo CEN

segunda-feira, 8 de março de 2010

A Assembleia Legislativa do Rio aprovou nesta 3ª feira, a norma que cria no estado a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)

Fonte: O Globo On Line

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou nesta 3ª feira, dia 9 de fevereiro, a norma que cria no estado a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), de autoria do deputado Átila Nunes.
O projeto de lei 1.609/08 tem o objetivo de criar um núcleo de combate a crimes “praticados contra pessoas, entidades ou patrimônios públicos ou privados, cuja motivação seja o preconceito ou a intolerância”.
Caberá à delegacia registrar, investigar, abrir inquérito e adotar os demais procedimentos policiais nos casos que envolvam violência ou discriminação. De acordo com a proposta, a delegacia deverá disponibilizar atendimento telefônico gratuito para receber denúncias.
Na justificativa, Átila Nunes cita recentes casos de intolerância e perseguição religiosa envolvendo terreiros de umbanda: “a imprensa vem noticiando a perseguição religiosa sofrida pelos umbandistas e candomblecistas, cujos terreiros vem sendo invadidos e depredados por seguidores de seitas eletrônicas compostas de fanáticos. Faz-se necessário criar uma delegacia especializada para o atendimento desses casos, tendo em vista o aumento contínuo das ocorrências de crimes”, defende.

ÍNTEGRA DO PROJETO
PROJETO DE LEI Nº 1609/2008
DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DA DELEGACIA DE CRIMES RACIAIS E DELITOS DE INTOLERÂNCIA – DECRADI
Autor: Deputado ÁTILA NUNES
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE:
Art. 1º - Fica criada a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância – DECRADI, com a finalidade de combater todos os crimes praticados contra pessoas, entidades ou patrimônios públicos ou privados, cuja motivação seja o preconceito ou a intolerância.
Art. 2º - Compete à DECRADI, registrar, investigar, abrir inquérito e adotar os demais procedimentos policiais necessários, nos casos que envolvam violência ou discriminação contra as pessoas, objetivando a efetiva aplicação da Legislação em vigor e assegurar os direitos de todos os cidadãos, independente de cor, raça ou credo religioso.
Art. 3º - A DECRADI disponibilizará uma linha telefônica 0800 com o objetivo de receber denúncias e informações sobre discriminação ou desrespeito à cidadania ou qualquer outro tipo de agressão.
Art. 4º - As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão por conta do Orçamento do Estado, que fica autorizado a abrir crédito suplementar.
Art. 5º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 10 de Junho de 2008.
DEPUTADO ÁTILA NUNES
JUSTIFICATIVA
A luz dos últimos acontecimentos amplamente divulgados na mídia falada, escrita e televisionada, que demonstram ser grande o preconceito e a intolerância, seja racial, religiosa ou de cor, com fatos, onde a violência e o desrespeito contra as pessoas tem sido a causa principal de atos de vandalismo, agressões físicas e verbais.
Toda imprensa noticiou recentemente a perseguição religiosa sofrida pelos umbandistas, sendo expulsos das comunidades por membros do tráfico de drogas ou templos umbandistas sendo invadidos e depredados por seguidores de outras religiões.
Faz-se necessário criar uma delegacia especializada para o atendimento desses casos, tendo em vista o aumento contínuo das ocorrências de crimes, cada vez mais violentos e graves, que merecem todo o amparo por parte do Poder Público, para cumprir o que determina os incisos VI e VIII do art. 5º Constituição Federal, garantindo-se assim o direito a liberdade, a vida e a segurança.
Pelo exposto, conto com o apoio dos meus pares na aprovação do presente projeto.