Mostrando postagens com marcador Publicações. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Publicações. Mostrar todas as postagens

domingo, 28 de novembro de 2010

Videodocumentário feito no RS em homenagem a Oliveira Silveira





Videodocumentário feito no RS em homenagem a Oliveira Silveira.




http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/rsnegro/

http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/rsnegro/dvd.html

OLIVEIRA SILVEIRA por Oliveira Ferreira da Silveira
"OLIVEIRA SILVEIRA (Oliveira Ferreira da Silveira) – Poeta negro brasileiro, nascido em 1941 na área rural de Rosário do Sul, Estado do Rio Grande do Sul. Filho de Felisberto Martins Silveira, branco brasileiro de pais uruguaios, e de Anair Ferreira da Silveira, negra brasileira de cor preta, de pai e mãe negros gaúchos.

Graduado em Letras – Português e Francês com as respectivas Literaturas – pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. Docente de português e literatura no ensino médio. Atividades jornalísticas. Ativista do Movimento Negro.

Um dos criadores do Grupo Palmares, de Porto Alegre. Estudou a data e sugeriu a evocação do 20 de Novembro, lançada e implantada no Brasil pelo Grupo Palmares a contar de 1971, tornando-se Dia Nacional da Consciência Negra em 1978, denominação proposta pelo Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, MNUCDR.

Como escritor, publicou até 2005 dez títulos individuais de poesia – Pêlo escuro, Roteiro dos tantãs, Poema sobre Palmares, entre outros – e participou de antologias e coletâneas no país e no exterior: Cadernos negros, do grupo Quilombhoje, e A razão da chama, de Oswaldo de Camargo, em São Paulo-SP; Quilombo de Palavras, organização de Jônatas Conceição e Lindinalva Barbosa, em Salvador, na Bahia; Schwarze poesie/Poesia negra e Schwarze prosa/Prosa negra, organizadas por Moema Parente Augel e editadas na Alemanha por Édition diá em 1988 e 1993, com tradução de Johannes Augel; ou revista Callaloo volume 18, número 4, 1995, e volume 20, número 1 (estudo de Steven F. White), 1997, Virgínia, Estados Unidos.

Na imprensa, publicou artigos, reportagens, e alguns contos e crônicas. Participou com artigos ou ensaios em obras coletivas, caso do ensaio Vinte de novembro: história e conteúdo, no livro Educação e Ações Afirmativas, organizado por Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Válter Roberto Silvério – Brasília: Ministério da Educação/Inep, 2002.

Entre algumas distinções recebidas: menção honrosa da União Brasileira de Escritores, do Rio de Janeiro, pelo livro Banzo Saudade Negra em 1969; medalha cidade de Porto Alegre, concedida pelo Executivo Municipal em 1988; medalha Mérito Cruz e Sousa, da Comissão Estadual para Celebração do Centenário de Morte de Cruz e Sousa – Florianópolis-SC, 1998; Troféu Zumbi, obra de Américo Souza, concedido pela Associação Satélite-Prontidão, da comunidade negra de Porto Alegre, 1999; Comenda Resistência Civil Escrava Anastácia, da Rua do Perdão, evento cultural negro, Porto Alegre, 1999; e Tesouro Vivo Afro-brasileiro, homenagem do II Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, realizado entre 25 e 29 de agosto de 2002 na Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, em São Carlos-SP – ato em 27 de agosto.

Atuação em outros grupos a contar de meados da década 1970: Razão Negra, Tição, Semba Arte Negra, Associação Negra de Cultura. Integrante da Comissão Gaúcha de Folclore. Conselheiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR, integrando, nesse órgão com status de ministério, o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR, órgão consultivo, período 2004-2006.

Alguns exercícios em texto teatral paradidático (cenas, montagens simples) e música popularesca. Poemas musicados por Haroldo Masi, Wado Barcellos, Aírton Pimentel, Luiz Wagner, Marco de Farias, Paulinho Romeu, Flávio Oliveira, Vera Lopes-Nina Fóla, Lessandro e, na Suécia, pela compositora Tebogo Monnakgotla."

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

LANÇAMENTO: “Os Hereges: temas em direitos humanos, ética e diversidade

Agenda:Lançamento em NITERÓI: Dia 03/12/2010, a partir das 18 horas, no Bistrô MAC - Sub-solo do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.

Lançamento Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS): Dia 07/12/2010, às 18 horas - Hall do Teatrão UERJ.
Conto com a presença de todos! Por favor, Divulguem!!!

Saudações,
Marcio Brotto.
O livro “Os Hereges Temas em Direitos Humanos, Ética e Diversidade” é resultado da constatação de três especialistas na área de que o tema dos Direito Humanos é alvo de preconceitos e mitos. O projeto foi desenvolvido por Adriana Severo Rodrigues, Giancarla Brunetto e Márcio Eduardo Brotto, em uma parceria da Liga dos Direitos Humanos, da Faculdade de Educação da Ufrgs e da Unigranrio, do Rio de Janeiro. A obra apresenta o tema sob formas inovadoras, como uma linguagem que vai de textos científicos a literários, filosóficos e depoimentos, e uma identidade visual que dialoga com as artes visuais. Renomados estudiosos em direitos humanos do Brasil e do exterior com formação em Antropologia, Direito, Educação, Filosofia, História, Serviço Social e Sociologia participam da composição. Esta iniciativa pretende mostrar a importância da Universidade em contribuir para alargar os horizontes da reflexão crítica sobre temas considerados heréticos, como sistema prisional, exploração sexual de adolescentes, migração internacional, população em situação de rua, desigualdades raciais na educação e no mercado de trabalho e políticas públicas para travestis e transexuais.
Os lançamentos foram iniciados no dia 15 de novembro, às 18h, no Memorial do Rio Grande do Sul, durante a Feira do Livro de Porto Alegre. Verifique a agenda e compareça!

OS HEREGES
TEMAS EM DIREITOS HUMANOS, ÉTICA E DIVERSIDADE.
Adriana Severo Rodrigues, Giancarla Brunetto e Márcio Eduardo Brotto - ORGANIZADORES.
Partindo da constatação de que o tema dos direitos humanos é constante alvo de
preconceitos e mitos, três especialistas na área reuniram-se para organizar um livro inédito: Os
Hereges Temas em Direitos Humanos, Ética e Diversidade. Assim, organizada por Adriana Severo
Rodrigues, Giancarla Brunetto e Márcio Eduardo Brotto, a obra é fruto de parceria entre a Liga dos
Direitos Humanos, da Faculdade de Educação da UFRGS, e do Curso de Serviço Social da
UNIGRANRIO, no Rio de Janeiro.
Os Hereges Temas em Direitos Humanos, Ética e Diversidade, apresenta o tema sob
múltiplas e inovadoras formas: na linguagem (com textos científicos, literários, filosóficos e
depoimentos), na identidade visual (no diálogo com as artes plásticas e a literatura), na participação
de autores com formação em áreas como antropologia, direito, educação, filosofia, história, serviço
social e sociologia, muitos oriundos de estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São
Paulo, grandes centros urbanos que concentram imensos conflitos no que se refere à promoção de
uma cultura de direitos humanos e de cidadania.
,
Os escritos de estudiosos e ativistas em Direitos Humanos, do Brasil e do exterior,
mostram neste livro a importância da Universidade em contribuir para ampliação dos horizontes da
reflexão crítica sobre temas considerados heréticos, que queimam em fogo brando, na lamentável
ocorrência de múltiplas violações, expressas: no sistema prisional no Brasil e suas expressões; na
exploração sexual de adolescentes; no tráfico de mulheres e a migração internacional; no acesso à
Justiça; nas desigualdades raciais na educação e no mercado de trabalho; na população em situação
de rua; nas políticas públicas para travestis e transexuais; dentre outras.
Recomenda-se a leitura deste livro a todos, especialmente aos que possuem idéias
preconcebidas a respeito do que são e a quem servem os direitos humanos. A única certeza que
reúne os três hereges organizadores deste herege livro é que humanos ou desumanos nos tornamos,
por meio do que fazemos, ou deixamos de fazer uns pelos outros.
LIGA DOS DIREITOS HUMANOS/FACED/UFRGS - UNIGRANRIO
Rio Grande do Sul - Rio de Janeiro
SUMÁRIO:
APRESENTAÇÃO - DENISE COMERLATO E JOHANNES DOLL - FACED/UFRGS
PREFÁCIO - LUIZ CARLOS BOMBASSARO - O que nos faz humanos.
Os hereges temas em DIREITOS HUMANOS:
ADRIANA SEVERO RODRIGUES - Sistema prisional no Brasil: algumas reflexões à luz dos direitos humanos.
ALAN DE LOIOLA ALVES - Garotos explorados sexualmente: uma violação dos direitos humanos.
ANÁLIA DA SILVA BARBOSA E MARINA AMOEDO DA COSTA - Maternidade, prisão e direitos humanos.
DEBORA LOPES DE OLIVEIRA - Trabalho infantil e saúde: o papel do SUS na garantia dos direitos da criança e do
adolescente.
EBE CAMPINHA DOS SANTOS - Tráfico de mulheres e migração internacional.
HELOÍSA MESQUITA – População em Situação de Rua: sua casa, sua vida.
MÁRCIO VAGNER DORNELLES GARCIA - Educar em direitos humanos: a revolução, o simples.
Os hereges temas em ÉTICA:
ANA LÚCIA DA SILVA GARCIA - Mulheres na Economia Solidária: uma nova ética nas relações de produção e nas
relações de gênero.
BERNARD H. F. TAURECK - El Quijote como confrontación de dos culturas esenciales: un anacronismo feliz y fértil
BRUNO JOSÉ DA CRUZ OLIVEIRA - Os direitos humanos e o reconhecimento do indivíduo-atomizado.
CLODOALDO MENEGUELLO CARDOSO E ROSÂNGELA DE LIMA VIEIRA - O capitalismo tardio e a
pseudo-ética da sustentabilidade.
GIANCARLA BRUNETTO - O Cândido, os idiotas e os hereges defensores dos direitos humanos.
INGO WOLFGANG SARLET - Justiça e dignidade (da pessoa) humana - observações à luz da jurisprudência do STF
JAIME ZITKOSKI - Ética, educação e direitos humanos: o desafio da humanização.
MARCELO MALIZIA CABRAL - Democratização do acesso à Justiça: imperativo ético do estado democrático de
direito.
WOLFGANG NEUSER - Reflexões sobre a Sustentabilidade.
Os hereges temas em DIVERSIDADE:
ANDREA LOPES DA COSTA VIEIRA E JOSÉ JAIRO VIEIRA - Para refletir acerca das desigualdades raciais no
Brasil contemporâneo: educação e mercado de trabalho.
GÁRDIA RODRIGUES DA SILVA - Identidades & diversidades culturais.
LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA - Racismo e desigualdade na ordem do dia.
LUIZA CARLA CASSEMIRO - Avanços nas políticas públicas e a luta por direitos: uma realidade para as travestis e
transexuais.
MÁRCIO EDUARDO BROTTO - Diversidade: por uma ética em defesa dos direitos humanos.
VERA REGINA RODRIGUES - Por uma fusão de horizontes: antropologia, quilombos e direitos humanos.
POSFÁCIO - GIANCARLA BRUNETTO - O que nos faz desumanos.








quarta-feira, 10 de novembro de 2010

LANÇAMENTO: “Os Hereges: temas em direitos humanos, ética e diversidade

terça-feira, 9 de novembro de 2010



OS HEREGES CONTEMPORÂNEOS




OS HEREGES TEMAS EM DIREITOS HUMANOS, ÉTICA E DIVERSIDADE
Adriana Severo Rodrigues Giancarla Brunetto Márcio Eduardo  Brotto - ORGANIZADORES
            Partindo da constatação de que o tema dos direitos humanos é  alvo de preconceitos e mitos,  três especialistas na área reuniram-se para organizar o livro Os Hereges Temas em Direitos Humanos, Ética e Diversidade. A obra  é organizada por Adriana Severo Rodrigues, Giancarla Brunetto e Márcio Eduardo Brotto, em uma parceria da Liga dos Direitos Humanos, Faculdade de Educação da UFRGS, do Rio Grande do Sul,  e a UNIGRANRIO, do Rio de Janeiro.  O lançamento, pela editora Armazém Digital, acontecerá  no dia 15 de novembro, às 18h, no Memorial do Rio Grande do Sul, na Feira do Livro de Porto Alegre. Ainda em novembro e dezembro, o livro terá sessões de lançamento no Rio de Janeiro,em Duque de Caxias, Niterói, e na capital carioca. 

                O livro Os Hereges Temas em Direitos Humanos, Ética e Diversidade apresenta  o tema sob inovadoras  formas:  linguagem (textos científicos, literários, filosóficos e depoimentos), identidade visual (diálogo com as artes visuais), e a participação de renomados estudiosos  em direitos humanos do Brasil e do exterior  com formação em antropologia, direito, educação,  filosofia, história,  serviço social e sociologia. Muitos  dos autores são oriundos de estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, grandes centros urbanos que concentram intensos focos de violações aos direitos humanos. Esta iniciativa mostra a importância da Universidade  em contribuir para alargar os horizontes da reflexão crítica  sobre temas considerados heréticos, e por esse motivo  constituem o livro:  sistema prisional no Brasil,  exploração sexual de adolescentes,  maternidade e  prisão,  Sistema Único de Saúde,  direitos da criança e do adolescente, tráfico de mulheres, migração internacional, população em situação de rua,dignidade,humanização, sustentabilidade, acesso à Justiça,  liberalismo, mulheres na economia solidária,desigualdades raciais na educação e no mercado de trabalho, quilombos, racismo, desigualdade, diversidade, ética em direitos humanos, políticas públicas para travestis e transexuais, defensores de direitos humanos.

       Recomenda-se a leitura deste livro a todos, especialmente aos que possuem ideias preconcebidas a respeito do que são e a quem servem os direitos humanos. A única certeza que reúne os três organizadores  deste livro é que humanos ou desumanos nos tornamos, por meio do que fazemos, ou  deixamos de fazer uns pelos outros.

OS HEREGES TEMAS EM DIREITOS HUMANOS, ÉTICA E DIVERSIDADE
Adriana Severo Rodrigues Giancarla Brunetto Márcio Eduardo  Brotto - ORGANIZADORES

Apresentação de Denise Comerlatto e Johannes Doll, da FACED/UFRGS
Tradução  de Luiz Carlos Bombassaro
Desenhos de Adriana Xaplin


LUIZ CARLOS BOMBASSARO Prefácio – O que nos faz humanos    

Os hereges temas em DIREITOS HUMANOS:
Adriana Severo Rodrigues   Sistema prisional no Brasil: algumas reflexões à luz dos direitos humanos   Alan de Loiola Alves       Garotos explorados sexualmente: uma violação dos direitos humanos                   Anália da Silva Barbosa e Marina Amoedo da CostA    Maternidade, prisão e direitos humanos      Debora Lopes de Oliveira          Trabalho infantil e saúde:     o papel do SUS na garantia dos direitos da criança e do adolescente                                                                                                                                                                        Ebe Campinha dos Santos Tráfico de mulheres e migração internacional                                                   HELOISA MESQUITA  População em situação de rua: sua casa, sua vida                                                               Márcio Vagner Dornelles Garcia  Educar em direitos humanos: a revolução, o simples
Os hereges temas em ÉTICA:

ana lúcia DA SILVA  garcia   Mulheres  na economia solidária: uma nova ética nas relações de produção 
e nas relações de gênero                                                                                                                                         Bernard H. F. Taureck El Quijote como confrontación de dos culturas esenciales: un anacronismo feliz y fértil        Bruno José da Cruz Oliveira Os direitos humanos e o reconhecimento do indivíduo-atomizado   CLODOALDO MENEGUELLO CARDOSO E ROSÂNGELA DE LIMA VIEIRA O capitalismo tardio e a pseudo-ética da sustentabilidade                                                                                                                      Giancarla Brunetto O Cândido, os idiotas e os hereges defensores dos direitos humanos                          Ingo Wolfgang Sarlet   Justiça e dignidade (da pessoa) humana - observações à luz da jurisprudência do STF Jaime Zitkoski      Ética, educação e direitos humanos: o desafio da humanização                                              Marcelo Malizia Cabral  Democratização do acesso à Justiça:   imperativo ético do estado democrático       de direito                                                                                                                                                                WOLFGANG NEUSER  Para fundamentar a sustentabilidade desde a perspectiva da filosofia da natureza


Os hereges temas em DIVERSIDADE:
Andrea Lopes da Costa Vieira  e José Jairo Vieira Para refletir acerca das desigualdades raciais no Brasil contemporâneo: educação e mercado de trabalho                                                                                          GÁrdia Rodrigues da Silva      Identidades & diversidades culturais                                                                 Luiz Fernando Martins da Silva     Racismo e desigualdade na ordem do dia                                           Luiza Carla Cassemiro       Avanços nas políticas públicas e a luta por direitos: uma realidade para as travestis e transexuais                                                                                                                                                              Márcio eduardo Brotto     Diversidade: por uma ética em defesa dos direitos humanos                               Vera Regina RodrigueS     Por uma fusão de horizontes: antropologia, quilombos e direitos humanos
   GIANCARLA BRUNETTO  Posfácio -  O que nos faz desumanos


            contato:
 Giancarla Brunetto (51) 9375.8400 3246.9423  3308.349 temashereges@gmail.com

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

DIÁLOGO PELA IGUALDADE "Conversas Negras" em Alagoas

Por Sandra Martins em 7/9/2010


Políticas de comunicação e mídia pela igualdade étnicorracial foram defendidas pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira/SJPMRJ) durante o I Ciclo Nacional de Conversas Negras: "Agosto Negro ou o que a História Oficial Ainda não Conta", realizado entre 25 e 27 de agosto em Maceió, Alagoas. Representantes das esferas públicas e privadas de vários estados brasileiros defenderam a ampliação da reflexão em torno das ações afirmativas no tocante à igualdade racial.

A experiência do diálogo é fundamental, ainda mais quando tratamos de questões como a insistente manutenção de tetos de vidros que impedem o empoderamento de parte expressiva da população do país. Um dos países mais pretos do mundo, fora do continente africano, mas que tem problemas com seu reflexo: vê o que não existe, uma cara que não a sua.

Realizado no auditório da Casa da Indústria, numa iniciativa do projeto "Raízes de Áfricas" e com apoio da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, o evento contou com a presença da assessora Especial do Ministério da Igualdade Racial, Sandra Cabral. Representando o ministro Eloi Ferreira, Sandra Cabral realizou uma conferência que tratou das ações do Estatuto da Igualdade Racial.

Carta de Maceió

A representação carioca da Cojira-Rio, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, ficou por minha conta. Ao historiar as ações da comissão, procurei fazer referências à representação nacional destes grupos na Federação Nacional de Jornalistas e de suas demandas, aprovadas no 34º Congresso da Fenaj, realizado dias antes em Porto Alegre. Com a tese "A mídia contribuindo para uma nação igualitária e o exercício da desconstrução do racismo nos meios de comunicação e no meio sindical", os jornalistas são convocados a cumprirem o papel de promotores da igualdade étnicorracial no cotidiano das redações e como formadores de opinião.

A qualificação do profissional de comunicação, os eternos "vícios" relativos à manipulação e à editorialização do conteúdo para as questões étnicorraciais foram outros pontos discutidos. A partir destas constatações, observei que a Cojira-Rio, juntamente com organizações do Movimento Negro, estabeleceu um diálogo e uma parceria com a direção de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). E um fruto desta articulação está em andamento na Rádio Nacional, do Rio de Janeiro. É a veiculação de spots da campanha que enfatiza a importância da autodeclaração de cor/etnia e da fé religiosa relacionada às religiões de matriz africana, dirigida ao Censo 2010 denominada "Quem é de Axé, diz que é".

As conversas se multiplicam e as palavras vão se avolumando em um vozerio interessante. Assim, para que as palavras não desaparecessem com o vento, foi elaborada a Carta de Maceió, embasada nos documentos legais assinados pelo Estado brasileiro, a ser entregue ao ministro Elói Ferreira. A carta propõe ações concretas referentes à promoção da igualdade étnicorracial no período de 2011 a 2014. Como disse Arísia Barros, coordenadora do projeto, se no início a impressão era limitante, a conversa tomou outros rumos: ampliou-se, deu eco.

Justiça social e respeito à diversidade

A Câmara de Vereadores de Piracicaba oficiou convite para que o II Ciclo Nacional de Conversas Negras venha a ser realizado naquele município paulista em agosto de 2011.

Lembrando a fala da professora Selma Maria da Silva, do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial e Coordenadora do Comitê Estadual Étnicorracial da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, estamos visíveis, mas não somos percebidos. De fato.

Não há racismo no Brasil, diriam uns, ou melhor, "racista é o vizinho, não eu". Entretanto, muitas discussões aconteceram, estratégias traçadas, corações conquistados, avanços expressivos ocorreram e continuam a acontecer. E estar no I Ciclo Nacional de Conversas Negras foi um destes avanços. Com todas as dificuldades, existentes e persistentes, o processo está em curso. Não há como dizer: "Parem as máquinas. Não vamos rodar o jornal." Agora não dá. A rotativa já rodou milhares de exemplares e caminhões seguiram seu rumo.

E, certamente, a nossa proposta é a convicção de que podemos lutar por um jornalismo comprometido com a justiça social e respeito à diversidade étnicorracial, conforme pensamento da jornalista Valdice Gomes, presidente do sindicato dos jornalistas alagoanos, membro da Cojira-AL e nossa representante na Conajira/Fenaj.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=606CID003

domingo, 29 de agosto de 2010

Larry Rohter: "Este é o 16º ano do governo FHC"



29/08/2010 - 12:00 - Atualizado em 29/08/2010 - 13:40

Larry Rohter: "Este é o 16º ano do governo FHC"

Para o jornalista americano, o PT e o PSDB se sobrepõem ideologicamente, Serra cometeu erros e Dilma não pode ser subestimada
Letícia Sorg
  Divulgação
OBSERVADOR
Rohter, autor de Brazil on the rise. O livro é uma introdução ao país para estrangeiros

O jornalista americano Larry Rohter, ex-correspondente do New York Times no Rio de Janeiro, ficou célebre entre os brasileiros em 2004, quando quase foi expulso do país por Lula depois de publicar uma reportagem em que dizia que a “predileção do presidente por bebidas fortes estava afetando seu desempenho no gabinete”. Mas a sua relação com o país começou muito antes do episódio, ainda no início da década de 1970, quando conheceu Clotilde Amaral, uma brasileira que estudava idiomas na Universidade de Georgetown, onde ele estudava história e ciência política. Rohter começou a aprender português com Clotilde, que, de professora, tornou-se sua namorada e o trouxe para conhecer o país em 1972. Casaram-se um ano depois, tiveram dois filhos e, do convívio com o país, o jornalista escreveu dois livros. O primeiro, Deu no New York Times (editora Objetiva), lançado em 2008 para o público brasileiro. O segundo, Brazil on the rise (Palgrave Mcmillan) (numa tradução livre, Brasil em ascensão), lançado neste mês, é uma introdução ao país para estrangeiros. “O interesse pelo Brasil já era grande em 2008, quando a editora decidiu fazer o livro, e desde então só aumentou”, diz Rohter. “Já sabemos até que haverá uma edição do livro em chinês.”

Nesta entrevista, concedida por telefone do escritório de sua casa, em Hoboken, região metropolitana de Nova York, Larry Rohter fala da nova obra, da campanha presidencial e do Brasil pós-Lula. O jornalista também revela se o episódio que quase levou à sua expulsão do país alterou sua opinião sobre o Lula como presidente.

ÉPOCA – Para quem o senhor escreveu Brazil on the Rise?
Larry Rohter –
O livro é complementar ao primeiro, Deu no New York Times, que era dirigido a brasileiros. É o outro lado da moeda: é um livro dirigido a estrangeiros, ao público que fala inglês. Isso quer dizer que a estrutura e o conteúdo do livro são diferentes. É um público que não conhece o Brasil, talvez nunca tenha estado no país, mas ouviu falar, tem uma curiosidade de conhecer melhor um país que está cada vez mais nas notícias. Nas manchetes, não, mas nas notícias, sim.

ÉPOCA – O interesse dos estrangeiros pelo Brasil tem aumentado?
Rohter –
O interesse dos estrangeiros pelo Brasil começou antes de eu escrever este livro e foi um dos motivadores. A editora resolveu publicar uma série sobre os países BRIC. Começaram com a China, depois a Índia, a Rússia. Quando, em 2008, decidiram fazer o livro sobre o Brasil, o interesse já era grande, e só aumentou. Vou fazer uma turnê pelos Estados Unidos para divulgar o livro e claro que vou para os lugares tradicionais, que têm ligações comerciais ou culturais com o Brasil, como Nova York, Washington, Boston e Miami. Mas, além disso, estou recebendo convites para fazer palestras em cidades como Denver, Salt Lake City, San Francisco, Portland, Columbus, Manchester, New Hampshire, lugares que tradicionalmente não têm uma ligação com o Brasil mas estão acompanhando um desenvolvimento da economia mundial e a política internacional e estão reconhecendo que é necessário conhecer o Brasil melhor.

ÉPOCA – Na introdução, o senhor diz que um de seus objetivos era sair dos clichês que sempre marcam a imagem do país lá fora. De que maneira seu livro mostra um Brasil diferente?
Rohter –
A começar pelo título do livro e pela capa. A capa não tem uma imagem tradicional do Cristo, da praia, do Carnaval. É o centro de São Paulo, de uma cidade pujante a perder de vista. É uma imagem desconhecida aqui nos Estados Unidos ou na Inglaterra porque, geralmente, o estrangeiro conhece o Rio de Janeiro. São Paulo geralmente é a grande surpresa. E eu queria projetar a imagem de um Brasil diferente, que convida o leitor a conhecer outra realidade. Claro que eu tenho um capítulo sobre a imagem do Brasil tradicional. Seria impossível ignorar o futebol, o carnaval. Mas é um capítulo entre dez. Os outros capítulos tocam assuntos que estão muito além da pauta tradicional sobre o país. Um capítulo foca o Brasil como superpotência cultural. Outro, o Brasil como potência industrial e agrícola. São os novos elementos que mais chamam a atenção do estrangeiro, a economia e o papel do Brasil no cenário internacional, porque também tem um capítulo sobre o Brasil e o mundo.

ÉPOCA – O senhor dedica um capítulo todo à questão racial no Brasil. Por que decidiu dar esse espaço à questão?
Rohter –
Nós sempre falamos da desigualdade social e econômica no Brasil mas, no fundo, isso tem um relacionamento muito forte com a questão racial que, para mim, é a raiz das mazelas sociais do país. Todas elas estão associadas à desigualdade racial. Todo povo é racista, não apenas o brasileiro. Tem racismo na China, na África, na Europa, em todos os cantos do mundo. O importante é como você lida com o racismo e se você reconhece que o racismo existe na sua sociedade. Nós, americanos, fomos forçados a reconhecer a mazela do racismo na nossa sociedade. Ainda estamos enfrentando isso, mas assumimos nossa condição de ser um país racista. O Brasil ainda não fez isso. Ainda persiste o mito da democracia, da igualdade racial, de que todas as discriminações contra as pessoas negras ou pardas têm a ver com a condição econômica, a pobreza. A ideologia de Gilberto Freyre ainda contamina o diálogo da questão racial no Brasil. É a minha visão pessoal, mas nasce de uma experiência de muitos anos no Brasil, de ter falado com amigos negros brasileiros, de ter lido muitos livros sobre o assunto. Quando eu era menino, morava na Flórida dos tempos da segregação. Foi uma coisa muito difícil para uma criança absorver, fiquei sensibilizado. Não quero dizer que nós, aqui, somos perfeitos. Mas reconhecemos que temos um problema. O Brasil ainda finge que não existe problema. Há vozes dissonantes, mas elas são minoritárias, não majoritárias. O negro brasileiro continua numa situação de desigualdade. Eu pergunto: onde está o Obama brasileiro? Não vejo um personagem dessa natureza no Brasil. O governo do Lula e do FHC fizeram coisas para melhorar a situação do negro e hoje você vê ministros negros, mais políticos negros, mas o país ainda está tentando fugir de um debate real e honesto da questão racial.
O Brasil ainda não reconheceu sua condição de ser um país racista. A ideologia de Gilberto Freyre ainda contamina o diálogo da questão racial no Brasil

ÉPOCA – O seu livro retrata as mudanças políticas, econômicas e sociais do Brasil dos últimos 30 anos. Como o senhor as vê?
Rohter –
De maneira geral, o país está no caminho certo. É preciso acelerar e aprofundar as políticas que levaram a avanços importantes no campo social e econômico. A educação é o gargalo mais sério no futuro próximo. Além disso, saúde, habitação também são importantes. E medidas para dar mais oportunidades para os negros e os pardos.

ÉPOCA – O senhor está acompanhando a disputa presidencial e, em seu livro, faz um perfil dos três candidatos com maior intenção de voto (Marina, Dilma e Serra). Qual a sua visão sobre o cenário político desta eleição?
Rohter –
Eu ia dar um perfil de um quarto candidato, o Ciro Gomes, mas ele saiu da disputa, uma vitória política do Lula. Neste instante, o quadro é muito favorável à Dilma. Marina é uma candidata interessante, mas vejo nas pesquisas que ela não continua crescendo. Chegou a um patamar mais ou menos fixo e, agora, o pouco tempo na TV vai dificultar ainda mais uma subida dela nas pesquisas. Ela tem uma plataforma interessante e representa algo diferente, algo fora do esquema tucanos/PT, mas não passa a um segundo turno, se é que vai haver um segundo turno. Porque é possível que a Dilma ganhe no primeiro.

ÉPOCA – A oposição está tendo dificuldades para eleger seu candidato. O senhor já esperava por isso?
Rohter –
O Serra demorou demais para confirmar a candidatura. E a escolha do vice foi desastrosa. Indio da Costa como vice-presidente do Brasil? O Álvaro Dias tem experiência, ele teria sido um candidato com força no Sul do país. Mas quando comentei com minha mulher que o Serra tinha escolhido o Indio da Costa, ela ficou atônita e me perguntou: “Aquele menino?” E é isso mesmo. Agora, a escolha da Dilma também não foi ótima. O Michel Temer, embora um político experiente, representa o antigo. Ele não é uma manifestação de uma nova política no país. Dos três candidatos a vice, o mais qualificado é o da Marina (o empresário Guilherme Leal). Ele pelo menos tem experiência em dirigir algo. Não sei se o eleitorado pensa muito no vice, mas veja a história do país: muito mais do que os Estados Unidos nos últimos 50 anos, o Brasil tem vivido momentos em que o vice assume a presidência. O Jango, o Sarney, o Itamar. Dados os problemas de saúde da Dilma, temos que pensar nisso e tenho certeza de que os investidores estrangeiros já estão pensando.

O Serra desperdiçou uma vantagem inicial que tinha. Ele realmente é um político experiente, foi senador, ministro, governador, e um economista com muitas qualidades, que entende do Brasil e do mundo. Agora, não quero desprezar a Dilma. Ela é uma administradora boa, que conseguiu pôr uma estrutura, uma disciplina no gabinete do Lula, e ela é uma pessoa inteligente. Mas ela nunca foi candidata a coisa nenhuma, está começando agora. E quando a vejo em um comício, ou num debate, parece que ela ainda não se sente confortável. E está carente do calor humano que você vê em candidatos como o próprio Lula e outros presidentes brasileiros como JK ou Getúlio. Ser a indicada do Lula parece que compensa todas as dificuldades. Parece. Estamos em agosto. Vamos ver como vai o resto da campanha.

ÉPOCA – Além dos candidatos, o seu livro destaca o nome de Aécio Neves.
Rohter –
Eu sei que uma aliança Serra e Aécio enfrentava oposição porque representa a aliança dos paulistas com os mineiros e tem gente que acha que é preciso uma chapa mais abrangente. Mas o Aécio é um candidato formidável. O Aécio tem futuro, sim, é claro, mas parece que o partido não sabe aproveitar toda a força que ele representa. Se não me engano, a última pesquisa que eu vi, há uma semana, dez dias, mostrava que a Dilma tinha 60% de apoio em Minas e o Serra, menos de 20%. Claro que ela é mineira. Mas, mesmo assim, um candidato tucano, num Estado em que Aécio é a figura política principal, teria que ter um desempenho melhor, para ganhar.

ÉPOCA – Os estrangeiros estão olhando para as eleições no Brasil?
Rohter –
Ainda não. O que interessa para eles é o resultado: quem vai ser o novo presidente, o que significa para os investimentos, se as mudanças vão ser grandes ou pequenas. No Brasil há apenas um partido de direita, o DEM, e mesmo ele está mudando. Na verdade, no campo ideológico você tende a ver uma convergência. Tanto que eu me lembro que o Francisco de Oliveira, um dos fundadores do PT, quando o Lula assumiu, em 2003, queixava-se de que era o nono ano do governo Fernando Henrique. A esta altura, estamos no 16º ano do governo FHC. Porque a política econômica do governo Lula, com o passar dos anos, é cada vez mais social democrata, no sentido europeu. Claro que ainda existem no partido facções e grupos nostálgicos da linha marxista-leninista, mas não são a maioria. Seria interessante ver como eles vão se comportar num eventual governo Dilma. Se ela tem força suficiente para controlar essa tendência dentro do partido. Mas, hoje em dia, os dois partidos mais importantes no país estão ocupando um campo ideológico que se sobrepõe.

ÉPOCA – Embora o Brasil tenha se saído bem da crise financeira de 2008, alguns dados mostram que o crescimento está desacelerando. Como o senhor vê a economia brasileira nos próximos anos?
Rohter –
Isso depende de vários fatores. Nenhum país, nem os Estados Unidos, tem potência suficiente para se isolar da crise mundial. E ainda estamos em crise. Não sou um desses tão otimistas que acham que a crise já passou. Existem vários perigos. Aqui, nos EUA, tem gente, basicamente os republicanos, falando besteira. Existe um grande perigo de deflação nos Estados Unidos que seria desastrosa para o Brasil. Outro fator é a China. O Brasil tem sido, na última década, pelo menos, uma fonte de matérias primas para a China. Temos uma relação triangular. Os Estados Unidos compram bens fabricados na China com matérias primas brasileiras. Aí o perigo para o Brasil é a desaceleração do consumo americano e da máquina industrial chinesa. Claro que aponto no livro que o Brasil tem fatores positivos que outros países da América Latina não têm. Por exemplo, o Chile tem que exportar para sobreviver. O Brasil, não. Aquele mercado de quase 200 milhões de pessoas ajuda muito. O governo foi muito inteligente em navegar aquela primeira fase da crise em 2008, apesar daquela declaração ufanista do Lula [“E a crise? Pergunte ao Bush, a crise é dele”]. Porque o pessoal na Fazenda e no Banco Central sabia do perigo e foi muito capaz em lidar com aquela primeira fase da crise. Agora é outro desafio e requer muito jogo de cintura.

ÉPOCA – Seu livro diz que o jogo de cintura é uma especialidade brasileira...
Rohter –
Sim, é verdade. Nas relações pessoais, sim. No campo econômico, até certo ponto, porque o Brasil não é o rei do jogo. O Brasil tem que se conformar com certos limites, não tem autonomia plena. Mas até nós, americanos, já não temos mais autonomia plena, não... Os próximos anos vão ser um desafio. E muito vai depender da agilidade da nova turma que entra no Palácio do Planalto em janeiro.

ÉPOCA – O senhor fala que os estrangeiros nem sempre entendem a hiper-sensibilidade dos brasileiros em relação aos comentários sobre o Brasil.
Rohter –
Isso acontece especialmente no início da estadia em um país. Você diz uma coisa aparentemente inocente e seu amigo brasileiro o leva a mal. Aí tem que analisar o que foi que disse, por que a pessoa se ofendeu. Tem que investigar, pesquisar a história do país e da sociedade. Eu me lembro de uma reportagem em que eu usava a palavra “lite”. Aí uma editora aqui em Nova York queria saber por que o brasileiro usava “lite” e não “light”, e aí eles incluíram uma pequena explicação. Aí alguém, não me lembro quem, fez toda uma exposição de como isso representava uma atitude colonialista, dizendo que eu estava debochando do país. Foi uma coisa que me deixou atônito. Porque, às vezes, como dizia o Freud, um charuto é um charuto. Mas acho que nós, estrangeiros, temos que aprender, temos que entender melhor como o brasileiro vê o mundo e por quê.

ÉPOCA – De maneira geral, o senhor critica o jeitinho brasileiro e como ele se transforma na cultura de levar vantagem em tudo. Mas afirma que ele funciona na diplomacia. Como?
Rohter –
É um dos grandes méritos do Itamaraty. Eles sabem como construir um acordo com linguagem vaga, digamos. Ele sabem como costurar um acordo que aparentemente diz uma coisa mas pode ser interpretada como outra. É um talento muito útil no cenário mundial.
O jeitinho brasileiro na diplomacia é um dos grandes méritos do Itamaraty. Ele sabem como costurar um acordo que aparentemente diz uma coisa, mas pode ser interpretada como outra.

ÉPOCA – Em seu livro, o senhor diz que a falta de uma posição do Brasil em conflitos regionais fez o país ser conhecido como um “gigante econômico e um anão diplomático”. O Brasil vai ter mais relevância na política externa?
Rohter –
Não sei, depende do próximo governo. Nos últimos meses o Brasil foi mais audacioso. Aquela iniciativa com a Turquia sobre a questão nuclear no Irã foi um passo muito ousado. Mas o Brasil se deu mal. Iniciativas fora da área de influência natural do Brasil, ou seja, fora do continente, muitas vezes vão mal. Porque o Brasil ainda não tem quadros treinados para lidar com China. Não tem pessoas com experiência diplomática ou comercial lidando com os chineses. Então cai nas trampas dos chineses, que estão nesse jogo há 5 mil anos. O Brasil quer ser algo mais que um anão diplomático mas é um processo muito difícil. Vai ter episódios muito amargos e o país vai aprender de forma dolorosa. Mas a presença do Brasil como país no cenário mundial é benéfica para todos.

O Brasil quer ser algo mais que um anão diplomático, mas é um processo muito difícil. Vai ter episódios muito amargos e o país vai aprender de forma dolorosa.

ÉPOCA – Como o senhor avalia a relação entre o Brasil e os Estados Unidos?
Rohter –
Claro que a relação do governo Lula com o governo Obama não é tão íntima ou calorosa como se esperava, mas o Brasil ainda continua sendo um interlocutar útil, valioso e isso no próximo governo tende a crescer. Acredito que o próximo governo não vai cometer os mesmos erros que o governo Lula cometeu. Como o que aconteceu com a campanha para conseguir uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, que prejudicou a relação com Argentina, com México, e não levou a nada. O Brasil fez concessões aos chineses que não foram compensadas.

Em certo sentido, o Brasil entrou na bagunça do Haiti pensando: “Não somos os franceses, não somos os americanos, vamos mostrar como se faz”. Agora está lá ainda sem ideia de como sair. Parte disso é culpa dos EUA e da França, que não cumpriram as promessas de ajuda. Mas às vezes o Lula é confiante demais. Ele vê as coisas de uma maneira simples quando estão complicadas. Ele acha: “O Brasil pode o que os outros não puderam”. E não é assim. No cenário mundial, onde ele tem pouca experiência e pouco conhecimento, as coisas são muito complicadas.
Às vezes, o Lula é confiante demais. Ele vê as coisas de uma maneira simples quando estão complicadas. Ele acha: “O Brasil pode o que os outros não puderam”. E não é assim.

ÉPOCA – No livro o senhor diz que, enquanto a imprensa brasileira valorizou o episódio em que Obama elogiou Lula (“Ele é o ‘cara’”), a imprensa americana praticamente o ignorou. Por quê?
Rohter –
O Brasil é sempre muito sensível a isso: como vai a relação com os gringos. E foi um momento interessante no relacionamento entre os dois países. Mas isso passou. Estamos em outra época. A crise de Honduras mudou a situação. Também aquele discurso que o Lula fez no Itamaraty em que ele zombou da Hillary em público e isso não se faz. O governo de Obama agora se pergunta: “com quem estamos lidando? Eles são um governo sério? Eles são um país sério ou não?” Zombar da Hillary naquela vozinha de menina foi muito mal visto em Washington. O primeiro contato com o Brasil também não foi muito positivo. Eu estava viajando com a comitiva de Obama, então candidato, e um assessor dele da área de política internacional fez contato com o Brasil por meio da embaixada. Era uma coisa para não ser divulgada, mas acabou saindo em uma dessas colunas de fofoca. Um pouco o Brasil se vangloriando de um contato com o Obama, mas isso não se faz. E deixou uma impressão inicial negativa. Outras coisas têm acontecido para reforçar essa impressão. Ao mesmo tempo eles reconhecem que o Brasil é um parceiro potencial muito interessante e cada vez mais importante. Não tem como negar a importância que o Brasil tem.

ÉPOCA – Em várias passagens, Lula é apresentado como uma figura anedótica, uma espécie de bobo alegre, fazendo piada de judeu aqui, dizendo que a crise é “problema do Bush”, que é “chique emprestar pro FMI” e que “Pelotas exporta viados”. Não seria interessante mencionar também o episódio em que o senhor quase foi expulso do país por Lula?
Rohter –
Menciono brevemente o incidente com o Lula.

ÉPOCA – Em um parágrafo.
Rohter –
E só vale um parágrafo. Não quero voltar a esse episódio. Foi um espasmo autoritário do presidente e foi contornado. As instituições brasileiras funcionaram como devem funcionar e fui poupado da expulsão que o governo buscava naquele momento. Não sofri represálias. Ainda estou em contato com elementos do PT.

ÉPOCA – Mas o episódio alterou a sua avaliação de Lula como presidente?
Rohter –
Não. Inclusive, neste novo livro, tenho uma visão muito equilibrada do Lula. Reconheço os méritos do governo dele. Na verdade falo de um ciclo de 16 anos – FHC e Lula. O Lula não é um intelectual, mas ele teve a astúcia e a inteligência de ver o valor e a utilidade das mudanças que o governo Fernando Henrique fez e de construir algo usando aquelas mudanças como base. O Lula é um grande político, não tem como negar, não pretendo negar, não quero negar. Mas ele não é intelectual. Ele é mais do estilo Bush.
O Lula é um grande político, não tem como negar, não pretendo negar, não quero negar. Mas ele não é intelectual. Ele é mais do estilo Bush.

ÉPOCA – Mas, em termos de carisma, é possível dizer que Obama está mais para Lula do que para FHC, não?
Rohter –
Obama é carismático, sem dúvida, mas é um grande orador e é um intelectual. Então ele difere do Lula. O Lula é um grande orador, mas o estilo dele é mais popular. O Obama consegue despertar esperança, paixões e as mistura com ideias complicadas.

ÉPOCA – O que, na sua opinião, vão representar a Copa de 2014 e os os Jogos de 2016 para o Brasil? Estando fora do Brasil, o que se espera do país como sede desses eventos?
Rohter –
É a chance de projetar o país como potência emergente. Vejo oportunidades e perigos. A advertência que a Fifa fez agora sobre os estádios deve ser levada a sério. Fui bastante crítico dos Jogos Panamericanos porque o Rio fez promessas que não cumpriu. Prometeu construir novas estações do metrô, por exemplo. Mas quando o país faz uma promessa e assina um contrato, tem que cumprir. Senão, a credibilidade do país sofre. Daí o perigo. Com a Copa e as Olimpíadas, você está lidando com outros países, outros povos, que têm outros valores e padrões. E eles vão ficar nervosos se tudo ficar para a última hora. Então é bom começar logo para evitar problemas e constrangimentos. Claro que entendo que estamos em campanha eleitoral e isso acaba postergando contratos e decisões.

ÉPOCA – A violência brasileira está sendo vista como um problema pelos estrangeiros?
Rohter –
A questão da violência vai ficar cada vez mais importante lá fora. É inevitável que em reportagens sobre episódios de violência no Rio, no quarto ou quinto parágrafo, haja menção ao fato de que a cidade vai ser sede dos dois eventos. Tem incidentes que realmente marcam as pessoas. Para mim foi a morte daquele menino João Helio. Até hoje fico pensando no caso dele, na família dele. Não existe um perigo real viver a cada momento no Rio, mas existe uma preocupação que tira algo do brilho da Cidade Maravilhosa. Conheço pessoas aqui que vão visitar o Brasil e não pretendem ir para o Rio porque já ouviram tantas histórias... Eu digo que é exagero, mas tem que tomar cuidado, é claro.

ÉPOCA – Não nos recordamos, aqui na redação, da suspeita de compra de votos de jurados no Carnaval do Rio na vitória da Vila Isabel com um enredo sobre a Venezuela governada por Hugo Chávez.
Rohter –
A imprensa carioca especulou sobre a compra de votos. Eu era correspondente na Venezuela e vi especulação na imprensa lá e, além do mais, tenho parentes que moram na Vila Isabel. Mas confesso que eles são do Salgueiro. Mesmo assim havia especulações sobre isso.

ÉPOCA – Sabíamos da especulação em 2007, quando a Beija-Flor foi campeã.
Rohter –
É, também.

ÉPOCA – Quais são as chances de, daqui a dez anos, o senhor escrever o livro The Rise and Fall of Brazil (A ascensão e a queda do Brasil)?
Rohter –
O Brasil está subindo, como diz o título do livro. O país chegou a outro patamar. O perigo não é cair, mas haver uma estagnação, deixar de subir com a mesma velocidade. A ideia de um Brasil quinto poder daqui a dez, quinze anos não é irreal. Depende de vocês. É uma aspiração lógica. O país está em uma fase bem diferente de sua história. Eu sou otimista. Nesse sentido sou brasileiro.


FONTE: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI166579-15227,00.html


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

LANÇAMENTO Revista da ABPN, v. 1, n. 2, julho-outubro de 2010


abpn

Numero -13 - Ano 2 - 18 de Agosto de 2010

LANÇAMENTO

Revista da ABPN, v. 1, n. 2, julho-outubro de 2010, ISSN 2177-2770

http://www.abpn.org.br/Revista/index.php/edicoes

Muitos são os lugares a partir dos quais as/os pensadoras/os negras/os têm apresentado suas reflexões sobre experiências individuais e coletivas de africanos e afrodescendentes no mundo ao longo do tempo. Ancoradas em tradições também diversas de produção de conhecimento, essas pessoas têm levado a cabo um esforço legítimo, quando não urgente, de garantir a vitalidade de expressões do pensamento crítico e comprometido com a defesa da liberdade e a luta por equidade em todos os espaços sociais.

Inserida nesse campo de ação, a Revista da ABPN, em seu segundo número, apresenta um conjunto de artigos nos quais se discute desde a afirmação de epistemologias negras até a operacionalização de propostas de superação do racismo e outras formas associadas de discriminação. Com efeito, as vozes que emergem desses escritos dão mostras, mais uma vez, da fortuna crítica construída por intelectuais negras/os nos últimos anos.

Sumário

Filosofia, diversidade e a questão do negro: argumentos criados no seio da filosofia podem nos auxiliar a entender a questão racial contemporânea?

Gislene Aparecida dos Santos

A Diáspora Negra como Genocídio: Brasil, Estados Unidos ou uma geografia supranacional da morte e suas alternativas

João Costa Vargas

Raça e desterritorialização: uma proposta de análise geográfica da Diáspora Africana

Dalila Negreiros

Luz e Canções de Liberdade: reflexões sobre o legado do Comitê Não-Violento de Coordenação Estudantil (SNCC) para o Internacionalismo Negro

Geri Monice Augusto

Medicina Legal: o discurso médico, a proibição da maconha e a criminalização do negro

Luísa Gonçalves Saad

Breves reflexões acerca da historiografia sobre a família negra na sociedade escravista brasileira oitocentista

Isabel Cristina Ferreira dos Reis

Cor e Sexo no Jornalismo: representações das mulheres negras nas páginas de duas revistas femininas

Erly Guedes Barbosa, Silvano Alves Bezerra da Silva

Amor não tem cor?! Gênero e raça/cor na seletividade afetiva de homens e mulheres negros(as) na Bahia e no Rio Grande do Sul

Edilene Machado Pereira, Vera Rodrigues

Autorrepresentação e intervenção cultural em textualidades afro-brasileiras

Florentina Souza

Negrice, Negritude, Negritice: conceitos para a análise de identidades afrodescendentes nos romances O Mundo se Despedaça, de Chinua Achebe, e Chorai, Pátria Amada, de Alan Paton

José Endoença Martins

Apontamentos sociojurídicos sobre o tema “políticas públicas de ação afirmativa para negros no Brasil”

Luiz Fernando Martins da Silva

Reflexões sobre a Formação Continuada no âmbito das Relações Etnicorraciais: Uma experiência em nível de Pós-Graduação Lato Sensu no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow Da Fonseca

Edwilson da Silva Andrade, Ilzani Valeira dos Santos

Chamada para seleção de textos inéditos

Aproveitamos a oportunidade para informar que a Revista da ABPN receberá, até o dia 30 de setembro de 2010, textos inéditos, de temática livre, desde que relacionados às discussões sobre relações raciais e experiências de populações negras no Brasil, nos países africanos e nos demais espaços afro-diaspóricos.

Os textos selecionados poderão ser publicados já na edição de n. 3 da Revista, referente ao período de novembro de 2010 a fevereiro de 2011. Podem ser apresentados artigos, entrevistas e resenhas de livros. Os trabalhos serão disponibilizados no site: http://www.abpn.org.br/Revista.

Os proponentes deverão realizar o Cadastro e, em seguida, registrar a submissão na seção Página do usuário, disponíveis no site da Revista. Eventuais dúvidas devem ser remetidas à Equipe Editorial. Para mais informações, acesse as Diretrizes para Autores.

Por gentileza, divulgar amplamente.

Atenciosamente,

Equipe editorial da Revista da ABPN

Boletim Eletrônico - Associação Brasileira de Pesquisadores(as)Negros(as) - 2009
www.abpn.org.br

Modificar a sua subscrição




Capa Revista ABPN

Apresentação

Ana Flávia Magalhães Pinto

Muitos são os lugares a partir dos quais as/os pensadoras/os negras/os têm apresentado suas reflexões sobre experiências individuais e coletivas de africanos e afrodescendentes no mundo ao longo do tempo. Ancoradas em tradições também diversas de produção de conhecimento, essas pessoas têm levado a cabo um esforço legítimo, quando não urgente, de garantir a vitalidade de expressões do pensamento crítico e comprometido com a defesa da liberdade e a luta por equidade em todos os espaços sociais.

Inserida nesse campo de ação, a Revista da ABPN, em seu segundo número, apresenta um conjunto de artigos nos quais se discute desde a afirmação de epistemologias negras até a operacionalização de propostas de superação do racismo e outras formas associadas de discriminação. Com efeito, as vozes que emergem desses escritos dão mostras, mais uma vez, da fortuna crítica construída por intelectuais negras/os nos últimos anos.

O artigo de Gislene Aparecida dos Santos, que abre a coletânea, parte da necessidade de se reconhecer a experiência da racialização como dado constitutivo das estruturas de pensamento, argumentando sobre os limites filosóficos do racionalismo moderno. A autora nos convida a pensar sobre a importância dos saberes produzidos cotidianamente, a fim de que esses possam ser deslocados da periferia para o centro das reflexões sobre a produção de conhecimento.

João Costa Vargas, dando força à proposta de Santos, avança nesse terreno por meio de dados empíricos e enfrenta o debate sobre os limites e as potencialidades da libertação na Diáspora Negra, tendo como referência a atuação de grupos de ativistas no Brasil e nos EUA. A Diáspora Negra, com efeito, é entendida como espaço estratégico do genocídio antinegro e, ao mesmo tempo, como um território disponível para o desenvolvimento de ações que deem conta da "urgência de sobrevivência" dos povos negros. Por sua vez, o artigo de Dalila Fernandes de Negreiros nos possibilita, a partir dos estudos em Geografia sobre desterritorialização, entender melhor o conceito de Diáspora Negra em sua dimensão emancipatória.

Em outra frente, as lutas por liberdades são relembradas por Geri Augusto que, na ocasião do 50º aniversário do Comitê Não-Violento de Coordenação Estudantil (SNCC), neste ano, apresentou pela primeira suas recordações pessoais sobre os processos de luta pelos direitos civis nos EUA nos anos 1960. A autora faz referência às práticas educacionais negras no âmbito da chamada Black Education, bem como ilumina a atuação de uma série de intelectuais-ativistas que, embora anônimos, tiveram importância fundamental.

Outros questionamentos sobre as práticas de cerceamento de direitos e racismo contra negros, numa perspectiva historiográfica, são abordados por Luísa Gonçalves Saad no artigo "Medicina Legal: o discurso médico, a proibição da maconha e a criminalização do negro", que demonstra como os discursos sobre proibição do uso de drogas aceitas até o fim do século XIX se valeram de representações negativas a respeito das populações negras nas Américas no pós-abolição.

Isabel Cristina Ferreira dos Reis recua um pouco no tempo para tratar da constituição das famílias negras no período escravista. Mediante o reconhecimento da proximidade entre os mundos da escravidão e da liberdade, a autora extrapola os limites dos estudos feitos a partir da idéia de família escrava e demonstra como africanos e seus descendentes tanto desenvolveram laços afetivo-familiares quanto se esforçaram para mantê-los.

Já Erly Guedes Barbosa e Silvano Alves Bezerra da Silva investem na análise das representações veiculadas por revistas femininas sobre as mulheres e iluminam como esses meios de comunicação têm reproduzido formas discursivas que alimentam o racismo e o sexismo na atualidade. Relativamente próximo a esse debate está a discussão apresentada por Edilene Machado Pereira e Vera Rodrigues sobre seletividade afetiva entre mulheres e homens negros, num estudo comparativo das realidades de Salvador e Porto Alegre.

A literatura e a expressão escrita de escritores afro-brasileiros desde o século XIX é o tema do artigo de Florentina Souza, que busca registrar a produção desses sujeitos que não apenas foram interpelados, como problematizaram a dinâmica de racialização e racismo em suas respectivas obras. Outra importante contribuição é oferecida por José Endoença Martins que, a partir das categorias "negrice", "negritude" e "negritice", desenvolve uma crítica literária capaz de reconhecer e dialogar com as experiências contraditórias dos personagens presentes nos romances O Mundo se Despedaça, do literato nigeriano negro Chinua Achebe, e Chorai, Pátria Amada, de Alan Paton, escritor branco sul-africano.

Os dois últimos artigos deste número tratam de questões relativas à interface entre Direito e Educação. Luiz Fernando Martins da Silva apresenta um balanço das lutas recentes por legitimação das ações afirmativas. O autor recupera criticamente os instrumentos jurídicos nacionais e internacionais ratificados pelo Estado brasileiro para, então, demonstrar a compatibilidade entre as políticas de ação afirmativa e de cotas para negros e Constituição do país. Por fim, Edwilson da Silva Andrade e Ilzani Valeira dos Santos expõem os resultados de sua pesquisa sobre as estratégias de formação continuada dos estudantes de Pós-Graduação Lato Sensu do curso Relações Étnico-Raciais e Educação no Cefet/RJ.


Desejamos a todas/os bons momentos de leitura!



Revista da ABPN

Volume 1, número 2, julho-outubro de 2010 - ISSN 2177-2770

Sumário

Gislene-Santos

Gislene Aparecida dos Santos | Texto completo Abstract / Resumen


João Costa Varga

João Costa Vargas | Texto completo Abstract / Resumen


Dalila Negreiros

Dalila Negreiros | Texto completo | Abstract / Resumen / Resumé



Geri Augusto

Geri Monice Augusto | Texto completo Abstract / Resumen



Luisa

Luísa Gonçalves Saad | Texto completo Abstract / Resumen /


Isabel Reis

Isabel Cristina Ferreira dos Reis | Texto completo Abstract / Resumen

Erly

Erly Guedes Barbosa, Silvano Alves Bezerra da Silva | Texto completo Abstract / Resumen

Silvano

Edulene

Edilene Machado Pereira, Vera Rodrigues | Texto completo Abstract / Resumen

Vera Rodrigues

Florentina Souza | Texto completo Abstract / Resumen



Jose Mendonça

José Endoença Martins | Texto completo Abstract / Resumen


/Luiz-Fernando-Silva

Luiz Fernando Martins da Silva | Texto completo Abstract / Resumen

Edwilson

Edwilson da Silva Andrade, Ilzani Valeira dos Santos | Texto completo Abstract / Resumen

Ilzani





Creative Commons License

Licença Creative Commons Atribuição - Uso não-comercial-No Derivative Works 3.0 Brasil.


Revista ABPN - Periódico Multidisciplinar, Quadrimestral - ISSN 2177-2770
Campus Universitário Darcy Ribeiro - Brasil

Melhor visualizado no Firefox em resolução 1068 x 780


FONTE: http://www.abpn.org.br/Revista/index.php/edicoes