domingo, 24 de julho de 2011

Cornel West: Obama é marionete de Wall Street

Cornel West: Obama é marionete de Wall Street

Um dos principais filósofos estadunidenses, líder cristão de esquerda e presença decisiva na campanha, declarou Obama “marionete negra dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas".

Por Idelber Avelar [24.05.2011 11h10]
A comunidade negra dos EUA está em polvorosa. Nos últimos dias, o presidente Barack Obama recebeu a mais violenta crítica de uma personalidade afro-americana desde o início de seu governo. Cornel West, um dos principais filósofos estadunidenses, líder cristão de esquerda e presença decisiva na campanha, perdeu as esperanças e declarou Obama “marionete negra dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas, agora também cabeça da máquina americana de matar, e orgulhoso disso”. As declarações foram dadas a Chris Hedges, do siteTruthDig, e vêm repercutindo na imprensa.
“Eu pensei que talvez ele tivesse pelo menos alguns instintos progressistas populistas que poderiam se manifestar depois das políticas cautelosas que adotou no Senado, com Joe Liberman como mentor. Mas ficou bem claro quando vi a equipe econômica neoliberal. No primeiro anúncio, de Summers e Geithner, já fiquei furioso. Pensei 'meu Deus, eu realmente fui enganado num nível bem profundo'. Eu tinha a impressão de que ele pudesse trazer as vozes do irmão Joseph Stiglitz e do irmão Paul Krugman. Imaginei 'ok, dada a estrutura e os limites do procedimento capitalista democrático, provavelmente é o melhor ele vai conseguir fazer'. Mas pelo menos ele teria algumas vozes preocupadas com os trabalhadores, com a questão dos empregos, das demissões e dos bancos, alguma aparência de responsabilização democrática dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas que estão deitando e rolando, enlouquecidos. Eu estava completamente errado”. 
“Você imagina se Barack Obama tivesse assumido o poder e deliberadamente educado e ensinado o povo americano sobre a natureza da catástrofe financeira e da cobiça que estava acontecendo? Se ele tivesse nos dito que tipo de mecanismos de responsabilização precisavam ser estabelecidos, se ele tivesse priorizado o socorro aos proprietários das casas ao invés dos bancos de investimento, e tivesse se lançado à criação massiva de empregos, ele teria decepado o populismo de direita da turma do Tea Party. Essa turma está correta quando diz que o governo é corrupto. Os grandes negócios e bancos sequestraram nosso governo e o corromperam de forma profunda. Eu não acho que eu poderia, em boa consciência, pedir a alguém que votasse em Obama.”
O ataque de Cornel West também incluiu uma série de outros elementos, mais pessoais, e por estes ele foi bastante criticado. Eles valem a pena serem lidos, não pela mágoa, mas porque são um indício de como andam as relações de Obama com West e com uma série de lideranças da comunidade negra, das quais ele parece fazer questão de manter distância: “eu costumava ligar para o meu querido irmão [Obama] a cada duas semanas. Eu rezava uma oração no telefone para ele, especialmente antes de um debate. Ele nunca me ligava de volta. Quando me encontrei com ele na Assembleia Legislativa da Carolina do Sul, durante a campanha, ele foi bastante gentil. A primeira coisa que me disse foi 'irmão West, me sinto mal de não ter telefonado. Você tem me ligado tanto, me dado tanto amor, carinho', e não sei mais o quê. Eu disse: 'sei que você anda ocupado'. Mas um mês e meio depois, me encontro com as outras pessoas da campanha, e ele telefona para elas o tempo todo. Pensei 'isso é meio estranho'. Ele não tem tempo, nem dois segundos para dizer 'obrigado', ou 'me alegro de que você esteja torcendo por mim e rezando por mim', mas está ligando para todas essas outras pessoas”.
A análise da personalidade de Obama feita por Cornel West, certa ou errada, é um testemunho das feridas raciais ainda tão nítidas nos EUA: “Eu acho que meu querido irmão Barack Obama tem um certo medo de homens negros livres. É compreensível. Ele se criou num contexto branco, com pai africano brilhante. Ele sempre teve que temer ser um homem branco em pele negra. Tudo o que ele conheceu, culturalmente, é branco. Quando ele encontra um irmão negro independente, isso lhe mete medo. Vale também para um irmão branco. Quando um irmão branco encontra um homem negro livre, independente, ele precisa ser maduro para realmente abraçar o que o irmão lhe está dizendo. Há uma tensão, dada a história. Ela pode ser superada. Obama, vindo da influência de Kansas, com avós brancos, amorosos, do Havaí e da Indonésia, quando ele encontra negros independentes que trazem uma história de escravidão, Jim Crow, Jane Crow e tudo mais, ele fica muito apreensivo. Ele sofre de um certo desenraizamento, de desarraigo.”
O veredito de West sobre os EUA pós-Obama não é nada alentador: “Talvez esta tenha sido a última chance dos EUA lutarem contra a cobiça dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas, de gerarem alguma discussão séria sobre o interesse público e o bem comum, que é o que sustenta qualquer experimento democrático. Está indo embora todo o sumo democrático que temos. Mais e mais trabalhados abatidos. Cansados do mundo. Auto-medicados. Culpando-se uns aos outros. Tomando como bode expiatório os mais vulneráveis, ao invés de enfrentarem os mais poderosos. É uma resposta profundamente humana ao pânico e à catástrofe. Eu achava que Barack Obama poderia ter apontado uma saída. Mas ele não tem peito para isso.”



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West: Obama 'a black mascot' and 'black puppet'

Posted by Glen Johnson May 17, 2011 04:33 PM
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John Bazemore/AP

Cornel West, shown speaking last year in Martin Luther King Jr.'s former church, labeled President Obama 'a black mascot' and 'black puppet' during an interview.


Cornel West, a Princeton University professor and leading black intellectual, is harshly criticizing President Obama, a candidate he once supported but now calls “a black mascot of Wall Street oligarchs and a black puppet of corporate plutocrats.”
West, a former Harvard University professor, said during an interview with the website Truthdig posted yesterday that the president has not been true to his race.
“I think my dear brother Barack Obama has a certain fear of free black men,” West said. “It’s understandable. As a young brother who grows up in a white context, brilliant African father, he’s always had to fear being a white man with black skin. All he has known culturally is white…When he meets an independent black brother, it is frightening.”
The White House did not have an immediate comment. West did not respond to messages left at his office.
Republicans have questioned Obama’s origins — to the point where he felt compelled to release his long-form birth certificate to prove he was born in Hawaii — but West also uses Obama’s past to draw into question the president’s racial bearings.
“Obama, coming out of Kansas influence, white, loving grandparents, coming out of Hawaii and Indonesia, when he meets these independent black folk who have a history of slavery, Jim Crow, Jane Crow and so on, he is very apprehensive,” West said. “He has a certain rootlessness, a deracination. It is understandable.”
West is a professor at Princeton's Center for African American Studies and is the author of "Race Matters." He was a professor at Harvard, but left in 2002 amid quarrels with then-president Lawrence Summers.
West also recounts personal slights — that his phone calls didn’t get returned, and that he couldn’t get a ticket with his mother and brother to the inauguration.
It is not the first time West has raised questions about Obama. Last year, during an interview with NPR, he said he wished the president were more “Martin Luther King-like.”
Matt Viser can be reached at maviser@globe.com. Follow him on Twitter @mviser.


http://www.boston.com/news/politics/politicalintelligence/2011/05/west_obama_a_bl.html

Reunião do Conselho de Ministros da CPLP é o destaque da semana

23-07-2011 14:52
Resenha política
Reunião do Conselho de Ministros da CPLP é o destaque da semana 

Angop
Reunião do Conselho de Ministros da CPLP
Reunião do Conselho de Ministros da CPLP

Luanda - A realização em Luanda da XVI reunião ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) constituiu destaque no noticiário politico ao longo da semana que hoje finda.

Ao intervir na sessão de abertura do encontro, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, defendeu a necessidade do reforço das estruturas institucionais como fundamentais para que a Guiné Bissau possa gozar de um clima de paz, confiança e de estabilidade política e social.

Por este motivo, o ministro saudou, de modo particular, os estados membros que, numa acção solidária e fraterna, inscreveram acções concretas, de formação ou concertação político-diplomática para assistir à Guiné Bissau.


O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realçou a aprovação do novo Regimento do Fundo Especial da organização, permitindo a actualização do Fundo Especial face às novas realidades concretas da cooperação intra-CPLP e às exigências técnicas das acções financiadas entre os Estados membros para dar resposta ao desenvolvimento e crescente complexidade da cooperação intracomunitária.


Congratularam-se também com a realização das XXII e XXIII reuniões de Pontos Focais da Cooperação que permitiram a identificação e o acompanhamento de projectos multilaterais, visando a promoção do desenvolvimento e a erradicação da pobreza.

Defendeu uma persistente concertação política para a introdução do português como "língua de documentação" da Organização das Nações Unidas (ONU), através da publicação sistemática de diplomas da Assembleia-Geral.



Nesta senda o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, aproveitou  a oportunidade para efectuar uma visita de trabalho a Angola tendo  considerado de extrema importância o reforço da cooperação com o país africano. 

O diplomata português disse estar em Angola por ter querido que fosse a sua primeira visita bilateral na qualidade de ministro dos negócios estrangeiros português.


Outra questão que mereceu destaque foi o anúncio do Executivo angolano realizar no próximo dia 27, quarta-feira, uma Conferência de Imprensa de balanço referente à sua actividade do II trimestre do corrente ano.


Ao longo da semana mereceu igualmente destaque a audiência  que o Presidente da República concedeu a embaixador do  Estado de Israel, Irit Waidergorn, onde o nível das relações entre ambos os países centralizou  o encontro.


Ainda  na semana finda  a  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que averiguou os eventuais casos de intolerância política na província do Huambo constatou um conjunto de evidências que contrariam as apresentadas pela UNITA, durante o seu trabalho realizado em três meses na região.


O facto consta da Resolução que aprova o Relatório à CPI apresentado pelo deputado Adriano Botelho de Vasconcelos, durante a segunda sessão extraordinária do Parlamento.

Na ocasião o presidente da Assembleia Nacional, Paulo Kassoma, apelou os deputados a relatarem os factos com verdade, evitando
o uso indevido do termo intolerância política, com vista a promoção da reconciliação nacional.

Na mesma sessão o parlamento aprovou o Código Mineiro, que reúne num único diploma, o regime jurídico fundamental de toda actividade geológica mineira, o qual foi aprovado com 159 votos a favor cinco contra e 14 abstenções.


O diploma regula o modo de investigação geológica, exploração, descoberta, uso e aproveitamento dos recursos minerais, bem como o acesso e exercício dos direitos e deveres com eles relacionados.


Outro assunto que mereceu destaque ao longo da semana foi o pronunciamento do vice-ministro da Administração do Território para os Assuntos Institucionais e Eleitorais, Adão de Almeida, de que a confirmação das áreas de residência às entidades registadoras, pelos cidadãos, facilitará a elaboração dos cadernos eleitores, no quadro das eleições de 2012.

Referiu que os cidadãos nacionais terão a liberdade de escolher onde vão querer exercer o seu direito de voto, cuja decisão deve ser informada às autoridades competentes durante o período de actualização do registo eleitoral de 2011, que terá o seu começo no dia 29 de Julho.

Ainda esta semana, a presidente da Comissão de Relações Exteriores e Comunidade angolanas no exterior do parlamento, Ângela Bragança, disse que as alterações ao Pacote Legislativo Eleitoral devem estar de acordo com o desenvolvimento da democracia no país.