segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Demissão de funcionária negra constrange Obama

Demissão de funcionária negra constrange Obama

Caso de Shirley Sherrod, acusada de racismo e injustamente demitida, leva o presidente americano a divulgar um pouco comum pedido de desculpas

01 de agosto de 2010 | 0h 00
Denise Chrispim Marin - O Estado de S.Paulo

Uma sucessão de erros obrigou o presidente dos EUA, Barack Obama, a divulgar um constrangedor pedido de desculpas, no dia 22, a Shirley Sherrod, funcionária pública de 62 anos, negra, moradora de Albany, no Estado da Georgia. Demitida sob a acusação de racismo pelo Departamento de Agricultura dos EUA, três dias antes, ela aceitou o pedido.

Entretanto, uma semana depois, ainda sem saber se retornará ao trabalho, Shirley acabou com o suspense e decidiu processar o responsável pelo caso: o militante republicano Andrew Breitbart. Ele é membro da ala mais conservadora do Partido Republicano, conhecida como Tea Party.

Breitbart, 41 anos, branco, de Westwood, na Califórnia, é responsável por um site jornalístico (www.breitbart.com), que divulgou um vídeo editado de um depoimento que Shirley tinha dado, em 27 de março, durante um encontro da Associação Nacional para a Promoção das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), em Coffee County, na Georgia.

Em cerca de três dos 43 minutos da palestra, as imagens traziam a declaração de Shirley, então diretora de Desenvolvimento Rural do Departamento de Agricultura, de que hesitara em apoiar um fazendeiro à beira da falência, nos anos 80, porque ele era branco e se comportara como se fosse superior a ela.

Na Casa Branca. Despachada para o YouTube, a frase ganhou o rótulo de "racismo negro", chegou à Casa Branca e seguiu para a mesa de Tom Vilsack, secretário da Agricultura, que a demitiu sumariamente no dia 19, depois de ler a transcrição do vídeo.

A história completa foi resgatada pela imprensa graças à reação dura da NAACP, que denunciou a edição do vídeo. Também ajudou o depoimento à rede CNN de Roger Spooner, o fazendeiro que quase perdeu suas terras nos anos 80.

"Vou dizer para você uma coisa. Nunca ninguém me tratou tão bem como Shirley", afirmou Spooner, ao referir-se à ajuda que dela recebeu para salvar sua propriedade naquela época. "Ela nos ajudou e nós a estamos ajudando."

Constrangimento. Ao descobrir a nova versão dos fatos, a imprensa americana não teve muito trabalho para resgatar a palestra integral de Shirley, na qual ela contava sua história. Filha de agricultores da Georgia, ela tinha 17 anos quando viu o assassino de seu pai ser absolvido - o réu era branco. Dias depois do julgamento, uma cruz ardeu em chamas na frente de sua casa. A ameaça da Ku Klux Klan não foi adiante porque a vizinhança, de origem negra, reagiu.

O relato integral sobre a história de Shirley caiu como bomba no governo do primeiro presidente negro dos EUA. No dia 21, o secretário Vilsack pediu desculpas e ofereceu um novo emprego a Shirley na área de direitos humanos.

Em seguida, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, também fez um pedido público de desculpas. No dia 22, o próprio Obama telefonou para Shirley. Até sexta-feira, o único pedido de desculpas que ela não havia recebido foi o de Andrew Breitbart, que afirmou à revista Newsweek que pretende "conversar pessoalmente com ela. "Não quero suas desculpas. Ele tinha obrigação de saber que estava me atingindo", afirmou Shirley. "Eu, definitivamente, vou processá-lo."

De novo a questão racial

MATT BAI
JORNALISTA DO "NEW YORK TIMES"

"A traumática experiência de Shirley Sherrod seguiu um padrão familiar na vida americana, em que qualquer pessoa que se manifeste sobre o tema da raça corre o risco de atrair a indignação pública e a humilhação. Talvez esperássemos que a eleição de um presidente negro tornasse essa questão menos sensível, da mesma maneira que a eleição de John F. Kennedy parece ter apaziguado as tensões entre os católicos americanos e o establishment protestante do país. No entanto, como os eventos da semana passada deixaram claro, apenas a presença de Barack Obama não nos livrará do problema racial."


http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100801/not_imp588934,0.php

domingo, 1 de agosto de 2010

O Instituto Comáfrica comunica que sua Presidente, a Dra. Jennifer Dunjwa Blajberg, faleceu nesta madrugada aos 67 anos de idade

INSTITUTO COMÁFRICA
COMAFRICA INSTITUTE
Fundado em 22.08.1985-Antigo Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Povos da África do Sul e Namíbia- COMAFRICA
Established 22 Aug, 1985 -The former Brazilian Committee of Solidarity with the Peoples of South Africa and Namibia
Comunicado
Rio de Janeiro 30 de julho de 2010
O Instituto Comáfrica comunica que sua Presidente, a Dra. Jennifer Dunjwa Blajberg, faleceu nesta madrugada aos 67 anos de idade. A Dra. Jennifer , sul-africana e militante contra o apartheid nasceu na Cidde do Cabo, África do Sul em 28/2/1942 Foi professora do ensino médio em seu país e em 1967 veio para o Brasil onde trabalhou na área de ensino do inglês como língua estrangeira. Graduou-se em Direito pela Universidade da África do Sul e Doutorou se em Africanistica e Lingüística na Universidade de Viena em 1979, tendo publicado tese inovadora sobre a política de línguas sob o apartheid e formas de supera-la numa futura África do Sul democrática . Casada com brasileiro e tendo filha brasileira regressou o Brasil em 1979 tendo-se dedicado ao desenvolvimento dos Estudos Africanos no país e à construção da solidariedade entre os povos do Brasil, África do Sul e Namíbia na luta contra o Apartheid. Fundou o Ineafric-Instituto de Estudos Africanos, foi a mentora do antigo Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Povos da África do Sul e Namíbia- COMAFRICA e desde 2000 dedicava-se ao desenvolvimento do nosso Instituto. Com espírito indomável , amor à vida e capacidade de manter a África do Sul e seu povo tão próximos do seu coração e mente e dos corações e mentes do povo brasileiro, inspirou povo brasileiro no posicionamento contra o apartheid e na luta contra o racismo.
Entre 1980 e 1986 foi bolsista pesquisadora do CNPq tendo produzido no sentido do desenvolvimento dos estudos africanos no Brasil. De 1979 a 1994 viajou incansavelmente pelo Brasil levando a mensagem da luta contra o apartheid e contra o racismo, fez articulações para a visita de Nelson Mandela ao Brasil após sua libertação
JENNIFER FEZ AQUI a guerra ao apartheid e será lembrada para sempre na Memória brasileira dos Estudos Africanos e da Cooperação Internacional com a África .

O velório será realizado na 2ª feira dia 2 na Capela do Cemitério dos Ingleses à Rua da Gamboa 181, O velório será iniciado às 10 hras da manhã e o sepultamento será realizado às 15 horas do mesmo dia..‏
Instituto Comáfrica
Designado em 1987 pelo Secretário-Geral das Nações Unidas como Mensageiro da Paz,
em reconhecimento de uma significativa
contribuição para o programa e objetivos do
Ano Internacional da Paz,1986.

1987 - Designated by the
United Nations Secretary-General as Peace Messenger, in recognition of a significant contribution to the programme and objectives of the International Year of Peace, 1986.
Internet: www.comAfrica.org * Correio Eletrônico/E-mail dircom@comafrica.org
Caixa Postal/P.O.Box 15.132 - CEP 20.155-970 - Rio de Janeiro -RJ – Brasil
Endereço/Address: Rua Marquês de Abrantes 82 cobertura 01
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